SELEÇÃO DA SEMANA
30 de Dezembro a 03 de Janeiro de 2020
Cenário
INTERNACIONAL
Em meio a uma agenda econômica fraca, movimentos geopolíticos tomaram os noticiários da semana do ano novo. Na segunda-feira, o PMI Industrial chinês veio levemente superior às expectativas com 50,2 pontos, indicando uma pequena expansão da atividade – acima de 50 pontos sugere expansão, enquanto abaixo indica contração.
Na véspera de ano novo, o presidente Donald Trump disse através do Twitter que dia 15 de janeiro será assinada na Casa Branca a 1ª fase do acordo comercial com a China e, em seguida, iniciará as negociações da 2ª fase. No mesmo dia, dezenas de milicianos e manifestantes iraquianos invadiram e destruíram a embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque. O presidente norte-americano logo se posicionou acusando o Irã de ser responsável pelo ataque.
“O Irã será completamente responsabilizado pelas vidas perdidas, ou danos causados, em qualquer uma de nossas instalações. Eles vão pagar um preço muito grande! Isso não é um
aviso, é uma ameaça. Feliz ano novo!”
- Donald Trump, após ataques no Iraque
Manifestante destrói janela da embaixada dos EUA, em Bagdá - Foto: Ahmad Al-Rubaye / AFP. Fonte: G1.
Na sexta-feira, em resposta à invasão de terça, Donald Trump autorizou um bombardeio no território iraquiano. O ataque acabou matando um chefe da Guarda Revolucionária do Irã, que, segundo o governo dos EUA, planejava atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região.
Após ser confirmada a retaliação, em meio a um aumento das incertezas, bolsas de todo o mundo apresentaram quedas significativas. Além disso, devido aos desentendimentos na região que mais produz petróleo no mundo, o barril tipo brent apresentou uma alta de 3,55%. Em clima de eleições presidenciais, é esperado que os EUA enfrentem o conflito com rédeas curtas, o que gera cautela nos investidores internacionais e exibe uma amostra da turbulência que se espera ao longo de 2020.
Cenário
INTERNACIONAL
Fonte: Investing. Elaboração própria.
Cenário
BRASILEIRO
Os primeiros dias de 2020 ainda trazem resquícios das comemorações de fim de ano. Em terras tupiniquins o ambiente econômico encontra uma agenda fraca e, consequentemente, as atenções se voltam para o cenário internacional. Principalmente depois dos acontecidos no Oriente Médio.
Todo início de ano é marcado por várias promessas e desejos dos mais variados temas. Em geral as pessoas desejam as melhores coisas umas às outras, nós brasileiros seguimos à risca essa tradição. Enquanto saudamos a chegada do novo ano na areia da praia, o exército americano festejava nas areias do deserto. Mas não da maneira correta. As “boas entradas” repercutiram no mundo todo e acendeu o sinal de alerta.
O primeiro dia de pregão na bolsa brasileira exteriorizou as expectativas que os investidores cultivam para o novo ano. Em uma ligeira ascensão o índice Bovespa não só retomou a casa dos 117.000 pontos como rompeu esse máximo e chegou a fechar o dia acima dos 118.000 pontos, deixando claro que a alta do mercado não estava no fim e o Bull Market iria continuar, sobretudo com a expectativa de melhora da conjuntura econômica brasileira e o primeiro acordo da Guerra Comercial prestes a ser assinado.
Contudo, ninguém esperava um novo episódio que causasse tensão mundial. Com isso o índice de ações canarinho teve uma forte queda e a expectativa de uma correção era grande, porém não foi isso que ocorreu e, mesmo com o ambiente apreensivo, o patamar de 117K foi mantido. Contudo, percebe-se pelo gráfico que o final do pregão sofreu queda acentuada e as expectativas para os próximos pregões passam pelas consequências que a atitude dos americanos pode causar no mundo.
Com isso, resta-nos aguardar o desenrolar do incidente e torcer para que o ambiente geopolítico se acalme e façam o ano de 2020 ser mais ameno nos conflitos entre nações.
AUTORES
Leonardo Ricken
&
Matheus Espaires DESIGN & EDIÇÃO
Samantha Bertin
Fonte: Valor Econômico