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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

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Academic year: 2022

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

MURARA, Patricia (UNIVALI) GESSER, Verônica (UNIVALI)

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo articula dois temas relevantes para os tempos modernos, a Educação Inclusiva e a Educação Profissional, ambos tem grande importância para a atualidade, O artigo traz ainda um Programa desenvolvido por uma instituição de ensino profissional do sistema “S”, o Programa de Ações Inclusivas que mostra as possibilidades de inclusão .

A Educação Profissional tem papel de destaque na sociedade atual, com a demanda do mercado de trabalho cada vez mais aumenta a exigência por qualificação e níveis elevados de capacitação, para lidar com as tecnologias.

As transformações na sociedade e a era tecnológica contribuem para que a competitividade fique mais acirrada, despertando a vontade e a necessidade de buscar conhecimento. O Brasil deu um salto nos últimos anos em mão-de-obra qualificada, através da educação profissional e, ainda existe, uma procura intensa por profissionais capacitados.

Se a competitividade está cada vez mais acirrada para a busca de um emprego, com certeza se olharmos o mundo de trabalho voltado para a Educação Inclusiva é possível perceber que para uma pessoa deficiente, a dificuldade de ingressar no mercado de trabalho em melhores postos é mais difícil, normalmente por preconceito ou por falta de qualificação profissional, a visão que se tem é que por ter limitações as pessoas deficientes não tem a capacidade e habilidades necessárias para ocupar cargos que exigem mais responsabilidades. A busca pelo emprego fica distante da realidade dos deficientes, porém, políticas de inclusão vem sendo implantadas com mais força desde a década de 90, para garantir os direitos das pessoas deficientes previstos na constituição.

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Recentemente, e com cada vez mais facilidade, os deficientes estão tendo a oportunidade de se qualificar e entrar em luta pela busca de um emprego em melhores postos. As instituições de Educação Profissional estão se adequando as Leis e criando programas para melhor atender esse público que cada vez mais vem mostrando seu potencial. Especificamente, uma instituição de ensino profissional do sistema “S”, desenvolve uma ação com o programa de Ações Inclusivas, que ampara a inclusão de maneira mais ampla, não somente pessoas com deficiência, mas também pessoas que não tiveram oportunidade de se qualificar ou por preconceitos da sociedade.

2 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Cada vez mais há preocupação com o nível de escolaridade da população, as políticas públicas tem incentivado cada vez mais a permanência, êxito e a qualidade através de diversos indicadores de qualidade na educação.

No Brasil, apesar da evolução em termos de qualidade de mão-de-obra empregada, que pode ser vista nas últimas décadas, o sistema econômico e social, ainda, sente a falta de pessoal qualificado, o que significa o descompasso entre o sistema educacional e as necessidades do mercado de trabalho. Logo, é possível perceber que existe uma diversidade de vagas de emprego, no Brasil porém, há dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para atender essa demanda.

Após a revolução industrial a demanda de mão de obra qualificada tem crescido exponencialmente para acelerar e acompanhar o processo de industrialização que atinge os dias atuais, estatisticamente, quanto maior o grau de escolaridade percebe-se maiores possibilidades no mercado de trabalho e maior a remuneração. “[...] A formação profissional constitui a mais certa e segura arma de progresso social da classe trabalhadora”. (FISCHLOWITZ, 1966, p.3).

Devemos ressaltar a grande importância da Educação Profissional que conforme a Lei Federal Nº 9394/96 no artigo 39 traz: “A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e a tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva”. (BRASIL, 1996).

A qualificação profissional é um importante fator de empregabilidade nos dias atuais, as transformações sociais contribuíram para que houvesse maior competitividade

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e maiores exigências profissionais, o que impulsiona os profissionais a buscar maior preparação para lidar com equipamentos e máquinas cada vez mais sofisticadas. De acordo com Baumgartem (2004, p. 8). “[...] É preciso operar na demanda do mercado, conduzindo o contingente humano para as áreas carências da profissionalização de cada região, oportunizando o encontro entre habilidade e necessidade.”

A educação profissional é importante no contexto educacional, revelando novos caminhos para ampliar os conhecimentos e tem lugar de destaque na busca de emprego proporcionando mais realização no trabalho.

O trabalho é aquilo que implica, do ponto de vista humano, o fato de trabalhar: gestos, saber fazer, um engajamento do corpo, a mobilização da inteligência, a capacidade de refletir, de interpretar e de reagir às situações; é o poder de sentir, de pensar e de inventar [...]. (DEJOURS, 2004, p. 3).

Com o incentivo maior, cada vez mais e mais cedo as pessoas buscam se aperfeiçoar para lidar com tantas inovações, e conquistar lugar de destaque no emprego.

2.1 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E AS POLÍTICAS DE INCLUSÃO

Hoje a Educação Profissional tem um desafio a mais, acatar as políticas de Inclusão Social. Atender a inclusão, implica em acolher o aluno e trabalhar no curso no conceito de pluritemporalidade, ou seja, competências e habilidades individuais. Com a promulgação de Leis como a Declaração de Salamanca de junho de 1994 um dos marcos mais importantes na Educação Inclusiva, até a Política de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, de 07 de Janeiro de 2008, muitas mudanças, incluindo reformulações de grades curriculares da área da educação e decretos, rampas, elevadores e condições de acessibilidade, são algumas exigências para que a Inclusão realmente aconteça. Com isso as pessoas com deficiência estão ganhando seu espaço na sociedade e conseguindo mostrar seu potencial que pode ser igual ou melhor que qualquer pessoa.

Ao percorrermos a história da educação é possível perceber que a exclusão das pessoas com deficiência era legitimada, muitas indicações eram feitas como explicação

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para a deficiência: casamento na idade certa, pois, casais jovens e casais com idade mais elevada poderiam ter filhos que fossem considerados fracos, com grande possibilidade de ter alguma deficiência e se nascesse com deficiência eram abandonadas ou presas dentro de casa para que ninguém soubesse. Muitas vezes a deficiência era vista como um castigo.

Levando em consideração, de maneira geral, as situações desconhecidas causam receio, a falta de informação contribui para que as pessoas com deficiência por serem consideradas diferentes, fossem ignoradas pela sociedade.

Os avanços em relação ao conhecimento sobre os processos de desenvolvimento e aprendizagem trouxeram também o reconhecimento das várias formas de inteligência que o ser humano pode apresentar. Estes avanços possibilitaram a mudança na concepção sobre a pessoa com deficiência que influenciou tanto a família, quanto a sociedade nas suas demais instituições. Amparados legalmente, estão aí, realizando algumas conquistas. “Quem pode dizer onde termina as possibilidades de aprendizagem de quem tem deficiência? Só com as portas das escolas abertas é que poderemos saber”

(CAVALCANTE, 2006, p.34).

A partir da década de 1990 a educação inclusiva vem ganhando mais força, se configurando como um grande desafio da educação e busca soluções viáveis para que esses alunos, com necessidades educacionais especiais sejam incluídos.

Muitas discussões nacionais e internacionais iniciaram nesta década para assegurar a inclusão, principalmente no âmbito da elaboração e aplicação de Leis. A amplitude destas discussões traz a inclusão como um desafio também da sociedade em geral, tanto em relação às condições de acessibilidade, quanto em relação ao exercício da cidadania que envolve empregabilidade, lazer, saúde, participação política, etc.

Neste sentido, além da participação das instituições de ensino no processo de inclusão, também é necessário o envolvimento da sociedade, pois, a educação inclusiva não depende somente do sistema escolar, é necessário o respeito a individualidade e as diferenças da sociedade em geral.

A partir desta mudança de concepção, a inclusão vem sendo um movimento que envolve o mundo inteiro, tendo ações políticas, sociais, culturais e pedagógicas visando

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que todos possam participar e aprender sem qualquer discriminação sabe-se que há uma cultura a ser mudada, isso não é fácil, nem rápido, mas algum dia deve começar.

Após documentos indispensáveis como a Declaração de Salamanca e Políticas de inclusão, a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, criou um documento para nortear a inclusão de pessoas com necessidades especiais na Educação Profissional chamado: Educação Profissional Indicações para a ação: a interface educação profissional/educação especial visando que professores e gestores possam criar ações para a educação profissional de pessoas com necessidades especiais. Na educação profissional os cursos de qualificação para pessoas com deficiência devem atender o ritmo de desenvolvimento do aluno e suas habilidades e especificidades.

O desenvolvimento humano é um processo no qual surgem muitas mudanças.

Nesse processo, cada pessoa, possui características próprias, o que distingue umas das outras, inclusive seu próprio ritmo de desenvolvimento e quando se fala de inclusão para o mercado de trabalho é necessário atenção especial ao desenvolvimento do aluno, para que ele tenha êxito na sua escolha.

Muitos estudiosos como Jean Piaget, Lev Vygotsky; Henri Wallon, Sigmund Freud, entre outros, nos trazem importantes considerações sobre o desenvolvimento humano.

A aprendizagem como parte integrante do desenvolvimento humano é um processo contínuo que acompanha o indivíduo durante toda sua vida. “A aprendizagem é um conjunto de mecanismos que o organismo movimenta para se adaptar ao meio ambiente” [...]. (PEREIRA, apud, OLIVEIRA, 2008, p. 60).

A sala de aula serve como espaço para o progresso e identificação de habilidades. Deve-se considerar o desenvolvimento do aluno deficiente de acordo com suas possibilidades para que ele consiga chegar ao desenvolvimento integral, “A valorização dos papéis supõe não apenas a igualdade de oportunidades, mas a igualdade de valor entre as pessoas e, em conseqüência, o desenvolvimento de habilidades”

[...].”(MANTOAN, 1998, p.2).

Hoje com a proposta inclusiva é respeitada as diferenças individuais, com maior atenção ao que o aluno sabe fazer de melhor para alcançar suas dificuldades, fazendo com que a aprendizagem seja centrada no aluno.

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Para que a colocação de pessoas com deficiência na Educação Profissional seja eficiente, as instituições de ensino precisam se organizar para garantir a implementação das Leis. Porém, é necessário alguns cuidados para a inclusão na Educação Profissional como: visita as empresas para verificar as vagas para o enquadramento desses alunos, o quadro de vagas e as funções a serem desenvolvidas para ser compatível com a deficiência do aluno. Formar redes parceiras com ações voltadas para o campo profissional para atender o aluno com necessidades educacionais especiais.

Para que a pessoa deficiente conquiste seu espaço no mercado de trabalho algumas instituições estão tomando iniciativas e adaptando seus cursos para que a inclusão aconteça.

2.2 PROGRAMA DE AÇÕES INCLUSIVAS

Para atender a legislação da Educação Inclusiva o uma instituição integrante do sistema “S” implantou um programa de Ações Inclusivas, que é uma ação que promove a capacidade profissional e a inserção no mercado de trabalho de pessoas que não tiveram oportunidade, seja por preconceito ou por algum tipo de deficiência. Dessa maneira, o programa favorece a formação de cidadãos aptos a vencer suas limitações, além de incentivar as empresas a dar oportunidades e a viver com a diversidade.

O programa é voltado para inclusão de maneira mais ampla atendendo não somente pessoas com necessidades especiais, mas também a participação de mulheres em cursos destinados a homens e vice-versa, requalificação para pessoas com mais de 45 anos, jovens infratores e presidiários,

O programa tem por objetivo também oferecer as unidades de ensino orientações para melhor atender os alunos com deficiência e ao público envolvido. Para melhor desempenho do programa, colaboradores foram capacitados para levar a sua unidade a proposta de implementação do programa.

Em uma determinada instituição o programa desenvolve ações voltadas para curso de qualificação para deficientes e reabilitação. Foi desenvolvido para pessoas com deficiência o curso de operador eletromecânico específico, grupo fechado em parceria com a empresa para capacitação

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É importante ressaltar que embora a inclusão tenha passado por marcos importantes, tendo desempenho muito positivo, mostrando o potencial de pessoas com deficiência, muitos ainda tem receio de se mostrar para a sociedade, medo do preconceito. A instituição proporciona cursos de qualificação específicos para pessoas com deficiência como as demais unidades do país, porém, há dificuldade de encontrar pessoas com deficiência que queiram fazer o curso, mesmo com tanta divulgação e das políticas de inclusão que os amparam. Os demais cursos atendem uma demanda muito pequena de deficientes, embora a instituição divulgue o programa e os cursos que a unidade oferece, almejando a diversidade e aceitando as limitações e as diferenças de cada aluno.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse artigo foi entrelaçar dois temas que tem grande importância para a sociedade, mas juntos ainda estão sendo pouco explorados. A Educação Profissional com o aperfeiçoamento e o surgimento das novas tecnologias passa a ser um importante aliado na busca de qualificação e fator importante na busca de um melhor emprego. Hoje com a demanda do mercado de trabalho a qualificação está sendo indispensável, tanto para o setor produtivo, que necessita de mão-de-obra qualificada, quanto para quem procura um lugar de destaque no mercado de trabalho. E a Inclusão Social que visa incluir a todos na sociedade, entretanto, neste artigo, foi abordada com o enfoque para pessoas com deficiência que vem conquistando espaço na sociedade e mostrando o seu potencial.

Com a Legislação vigente, as empresas precisam se adequar e contratar pessoas com deficiência para trabalhar, porém, por falta de qualificação eles acabam se sujeitando a baixos salários, e nem sempre conseguem uma profissão desejada e compatível com sua deficiência e ritmo de aprendizagem.

Com a falta de qualificação para essas pessoas, algumas instituições de Educação Profissional estão atentas as políticas de Inclusão e estão se adequando para melhor atender essas pessoas, é o caso de uma das instituições do Sistema “S” com o programa ações inclusivas, que prepara o deficiente de forma que esteja preparado para ingressar no mercado de trabalho, todavia, o que leva a refletir é que não basta que uma

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ou duas instituições se mobilizem com programas de inclusão, é necessário que todas as pessoas com deficiência tenham acesso as oportunidades de programas como a instituição em questão oferece.

Porém, é necessário salientar que o interesse em criar programas e oportunidades, não deve partir somente das instituições de Educação Profissional, as pessoas com deficiência também podem reivindicar seus direitos e mostrar o quanto é importante para a vida deles se qualificar e se realizar profissionalmente. A iniciativa precisa surgir de ambas as partes para que a inclusão na Educação Profissional tenha êxito.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei no. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, n. 248, p. 27833-27841, 23 dez. 1996.

Seção 1.

BRASIL. Decreto Lei nº 4048 de 22/01/1942. Dispõe sobre a criação do SENAI.

BAUMGARTEN, Cristina. SENAI 50 anos conhecimento, habilidade e atitude.

Blumenau: HB Editora Ltda, 2004.

CAVALCANTE, M. A sociedade em busca de mais informações: Revista Nova Escola. Abril Ano XXI. n.196, p.34, 35, out. 2006.

DEJOURS, Christophe. Subjetividade trabalho e ação: Revista Produção. V.14, n. 3, p, 027-034, Set/Dez 2004.

FISCHLOWITZ, Estanislau. A formação Profissional.São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1966.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Educação escolar de deficientes mentais: Problemas para a pesquisa e o desenvolvimento. Cad. CEDES vol.19 n.46 CampinaSept. 1998.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=so101- 32621998000300009&script=sci_arttxttlng= in.

OLIVEIRA, Fernanda Germani de; WRUCK, Dianne Françoise. Desenvolvimento e aprendizagem na escola. Blumenau: Edifurb, 2008.

PARO, Vitor Henrique. Escola e formação profissional: Um estudo sobre o sistema regular de ensino e a formação de recursos humanos no Brasil. São Paulo: Cultrix Fundação Carlos Chagas, 1979.

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Referências

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