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Livro Eletrônico Aula 00 Direito da Criança e do Adolescente p/ Defensoria Pública Estadual 2018 (Curso Regular)

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Aula 00

Direito da Criança e do Adolescente p/ Defensoria Pública Estadual 2018 (Curso Regular)

Professor: Ricardo Torques

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A ULA 00

E VOLUÇÃO H ISTÓRICA DOS D IREITOS DA C RIANÇA E

DO A DOLESCENTE

Su m á r io

Direit os da Criança e do Adolescent e para Defensorias 2018 ... 3

Cronogram a de Aulas ... 5

1 - Considerações I niciais ... 7

2 - Paradigm as legislat iv os: ev olução hist órica do Direit o da Criança e do Adolescent e ... 7

2.1 - Aspect os hist óricos rem ot os ... 7

2.2 - Ev olução int ernacional ... 8

2.3 - Ev olução Hist órica no Ordenam ent o Brasileiro ... 9

3 - A dout rina da sit uação irregular e a dout rina da prot eção int egral ... 13

4 - Regras Const it ucionais ... 17

5 - Quest ões ... 22

5.1 – List a de Quest ões sem com ent ários ... 22

5.2 – Gabarit o ... 32

5.3 – List a de Quest ões com com ent ários... 32

6 - Legislação Dest acada e Jurisprudência Correlat a ... 50

7 – Resum o ... 51

8 - Considerações Finais ... 55

(3)

A PRESEN TAÇÃO DO C URSO

D ir e it os da Cr ia n ça e do Adole sce n t e pa r a D e fe n sor ia s 2 0 1 8 Tenho a felicidade de apresent ar a você o nosso Cu r so d e D ir e it os da Cr ia n ça e do Adole sce n t e. Esse é um CURSO REGULAR que t em por obj et iv o abranger o cont eúdo cobrado em t odos os concursos de D e fe n sor ia s Pú blica s Est a du a is.

O curso est á at ualizado com as recent es refor m as do Est at ut o da Criança e do Adolescent e. Além disso, apr ofundam os o m at er ial para at ender às exigências de concursos de Carreiras Jur ídicas.

O present e curso abrangerá t odos os assunt os que podem ser ex igidos nas provas obj et ivas. Num t ot al de 07 aulas, passarem os por t odos os assunt os t eór icos da m at éria, sem deix ar de alert ar par a as recent es reform as pr om ov idas na legislação.

Os assunt os serão t rat ados para at ender t ant o àquele que est á iniciando os est udos na área, bem com o àquele que est á est udando há m ais t em po. Os conceit os serão expost os de form a didát ica, com explicação dos inst it ut os j urídicos e resum os da j urisprudência, quando im port ant e para a prova.

Vej am os a m et odologia do nosso curso.

M e t odologia do Cu r so

Podem os afirm ar que as aulas levar ão em consideração as seguint es “ font es” .

Para t ornar o nosso est udo m ais com plet o, é m uit o im port ant e resolver quest ões ant eriores, para nos sit uarm os diant e das possibilidades de cobrança. Trarem os quest ões var iadas para dem onst rar com o o assunt o pode ser cobrado em provas.

Essas observações são im port ant es, pois perm it irão que, dent ro da nossa lim it ação de t em po e com m áxim a obj et iv idade, possam os organizar o curso de m odo focado, volt ado para acert ar quest ões de prim eira fase.

Est a é a nossa pr opost a!

FON TES

Dout rina quando essencial e m aj orit ária

Assunt os relev ant es no cenário j urídico

Jurisprudência relev ant e dos

Tribunais Superiores

Legislação e Docum ent os I nt ernacionais pert inent es ao

assunt o.

(4)

Vist os alguns aspect os gerais da m at éria, t eçam os algum as considerações acer ca da m e t odologia de e st u do.

As aulas em .pdf t em por car act eríst ica essencial a didá t ica . Ao cont rário do que encont rarem os na dout rina especializada, o curso t odo se desenvolv erá com um a leit ura de fácil com preensão e assim ilação.

I sso, cont udo, não significa superficialidade. Pelo cont rário, sem pre que necessár io e im por t ant e os assunt os serão apr ofundados. A didát ica, ent ret ant o, será fundam ent al para que diant e do cont ingent e de disciplinas, do t rabalho, dos problem as e quest ões pessoais de cada aluno, possam os ext rair o m áx im o de inform ações para hora da pr ova.

Para t ant o, o m at erial ser á perm eado de e squ e m a s, gr á ficos in for m a t iv os, r e su m os, figu r a s, t udo com o fit o de “ cham ar at enção” para as inform ações que realm ent e im port am .

Com essa est rut ura e pr opost a pret endem os conferir segurança e t ranquilidade para um a pr e pa r a çã o com ple t a , se m n e ce ssida de de r e cu r so a ou t r os m a t e r ia is didá t icos.

Finalm ent e, dest aco que um dos inst rum ent os m ais r elevant es para o est udo em .pdf é o con t a t o d ir e t o e pe ssoa l com o Pr ofe ssor . Além do nosso fór u m de dú v ida s, est am os disponív eis por e - m a il e, event ualm ent e, pelo Fa ce book . Aluno nosso não v ai para a pr ova com dúvida. Por vezes, ao ler o m at erial surgem incom preensões, dúvidas, curiosidades, nesses casos bast a acessar o com put ador e nos escrever. Assim que possível r espondem os a t odas as dúvidas.

É not ável a evolução dos alunos que levam a sério a m et odologia.

Assim , cada aula será est rut urada do seguint e m odo:

M ETOD OLOGI A ESTRATÉGI A CARREI RA JURÍ D I CA

Teoria de form a obj et iv a e diret a com sínt ese do pensam ent o dout rinário relev ant e e dom inant e.

Referência e análise da legislação pert inent e ao

assunt o.

Súm ulas, orient ações j urisprudenciais e j urisprudência pert inent e

com ent adas.

Muit as quest ões ant eriores de prov as

com ent adas.

Resum o dos principais t ópicos da m at éria.

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Apr e se n t a çã o Pe ssoa l

Por fim , r est a um a breve apr esent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e pós- graduado em Direit o Processual.

Est ou env olvido com concurso público há 07 anos, aprox im adam ent e, quando ainda na faculdade. Trabalhei no Minist ér io da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o car go Fiscal de Tr ibut os na Prefeit ura de São José dos Pinhais/ PR e para os cargos de Técnico Adm inist r at iv o e Analist a Judiciário nos TRT 4ª , 1º e 9º Regiões. At ualm ent e, t rabalho exclusiv am ent e com o pr ofessor.

Quant o à at iv idade de professor, leciono exclusiv am ent e para concurso, com foco na elabor ação de m at eriais em pdf. Tem os, at ualm ent e, cursos em Direit os Hum anos, Legislação, Direit o Eleit oral e Filosofia do Direit o.

Deix arei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Terei o prazer em or ient á- los da m elhor for m a possível nest a cam inhada que est am os iniciando.

E- m a il: rst .est rat egia@gm ail.com

Cr on ogr a m a de Au la s

Vej am os a dist r ibuição das aulas:

AULA CON TEÚD O D ATA

Au la 0 0 Apresent ação do curso

1. Paradigm as legislat iv os em m at éria de infância e j uv ent ude:

a dout rina da sit uação irr egular e a dout rina da prot eção int egral.

3. Os direit os da criança e do adolescent e na Const it uição Federal.

07.01

Au la 0 1 2. A criança e o adolescent e na norm at iva int ernacional.

Declaração Univ ersal dos Direit os da Criança. Convenção I nt ernacional sobre os direit os da Criança. Conv enção sobre os aspect os civ is do sequest ro int ernacional de crianças.

Conv enção Relat iv a à Prot eção das Crianças e à Cooperação em Mat éria de Adoção I nt ernacional. Regras Mínim as da ONU para Prot eção dos Jov ens Priv ados de Liberdade e para Adm inist ração da Just iça da I nfância e Juv ent ude ( Regras de Beij ing) . Diret rizes das Nações Unidas para a Prev enção da Delinquência Juv enil. ( part e 01)

14.01

Au la 0 2 2. A criança e o adolescent e na norm at iva int ernacional.

Declaração Univ ersal dos Direit os da Criança. Convenção I nt ernacional sobre os direit os da Criança. Conv enção sobre os

21.01

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aspect os civ is do sequest ro int ernacional de crianças.

Conv enção Relat iv a à Prot eção das Crianças e à Cooperação em Mat éria de Adoção I nt ernacional. Regras Mínim as da ONU para Prot eção dos Jov ens Priv ados de Liberdade e para Adm inist ração da Just iça da I nfância e Juv ent ude ( Regras de Beij ing) . Diret rizes das Nações Unidas para a Prev enção da Delinquência Juv enil. ( part e 02)

Au la 0 3 4. O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei nº 8.069/ 90 e alt erações post eriores) : abrangência, concepção e est rut ura.

Part e geral, part e especial, disposições prelim inares, finais e t ransit órias. ( part e 01)

28.01

Au la 0 4 4. O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei nº 8.069/ 90 e alt erações post eriores) : abrangência, concepção e est rut ura.

Part e geral, part e especial, disposições prelim inares, finais e t ransit órias. ( part e 02)

04.02

Au la 0 5 4. O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei nº 8.069/ 90 e alt erações post eriores) : abrangência, concepção e est rut ura.

Part e geral, part e especial, disposições prelim inares, finais e t ransit órias. ( part e 03)

11.02

Au la 0 6 13. Lei Orgânica da Assist ência Social - LOAS ( Lei nº 8742/ 93) e Polít ica Nacional de Assist ência Social ( Resolução do Conselho Nacional de Assist ência Social nº 145, de 15/ 10/ 2004 – DOU 28/ 10/ 2004) .

18.02

Au la 0 7 14. Lei de Diret rizes e Bases da Educação Nacional ( LDB - Lei nº 9.394/ 96) .

25.02 Au la 0 8 15. Resoluções n.º s 113/ 06 e 117/ 06, am bas do Conselho

Nacional dos Direit os da Criança e do Adolescent e ( CONANDA) que dispõem sobre os parâm et ros para a inst it ucionalização e fort alecim ent o do Sist em a de Garant ia dos Direit os da Criança e do Adolescent e.

16. A Defensoria Pública e prot eção dos direit os indiv iduais e colet iv os da criança e do adolescent e.

17. Sum ulas e j urisprudência dos t ribunais superior es.

04.03

Essa é a dist r ibuição dos assunt os ao longo do curso. Ev ent uais aj ust es poderão ocor rer, especialm ent e por quest ões didát icas. De t odo m odo, sem pre que houver alt erações no cr onogram a acim a, vocês serão pr eviam ent e inform ados, j ust ificando- se.

(7)

EVOLUÇÃO HI STÓRI CA DO DI REI TO DA CRI ANÇA E DO ADOLESCENTE

1 - Con side r a çõe s I n icia is

Para a nossa aula dem onst rat iva t rat arem os dos pont os iniciais da m at éria, porque nossa int enção é apresent ar a m et odologia que será ut ilizada no desenvolv im ent o das aulas.

Esses t em as são im port ant es para que possam os com preender t oda a est rut ura do Dir eit o da Criança e do Adolescent e. Eles denot am a m udança de paradigm a que t ivem os do Código de Menores para o ECA, com binado com a redação da Const it uição Federal e da Convenção sobre o Dir eit o das Cr ianças da ONU.

Bons est udos a t odos!

2 - Pa r a digm a s le gisla t iv os: e v olu çã o h ist ór ica do D ir e it o da Cr ia n ça e do Adole sce n t e

Nesse capít ulo far em os um a abordagem hist ór ica da prot eção às crianças e aos adolescent es. Com int uit o didát ico, v am os dist inguir nossa análise em : aspect os hist ór icos rem ot os, evolução int ernacional e ev olução hist órica no ordenam ent o j urídico br asileir o. Desses t rês pont os, o m ais relevant e é o últ im o, porque é m ais incident e em provas.

2 .1 - Aspe ct os h ist ór icos r e m ot os

Ant iguidade

Nas civilizações ant igas as for m ações fam iliares giravam e m t or n o da r e ligiã o, não em r azão de laços fam iliares ou por laços afet iv os. O pat er fam iliae ou chefe da fam ília era o responsável pelo cum prim ent o dos dever es fam iliares de t odo o grupo, não necessariam ent e com post o apenas por pessoas que t ivessem algum laço de consanguinidade. Esse exer cia, assim , aut oridade religiosa e fam iliar.

Em relação às cr ianças e adolescent es, n ã o h a v ia qu a lqu e r t r a t a m e n t o dife r e n cia do, at é porque na ant iguidade não havia a dist inção que, hoj e, é usual. Em face disso, cr ianças e adolescent e eram considerados obj e t os de dir e it o ( e não suj eit os) , ou sej a, eram m era propriedade do pat er fam iliae.

Para que você t enha ideia:

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Com um a ou out ra exceção, a s cr ia n ça s e a dole sce n t e s e r a m v ist os com o obj e t o de dir e it o e com o pa t r im ôn io a se r v iço da r e ligiã o, de a u t or ida de s fa m ilia r e s e do Est a do.

I dade Média

Esse per íodo é m arcado pelo desenvolvim ent o da religião cr ist ã, que influenciou diret am ent e os ordenam ent os j urídicos da Eur opa. Assim , t odos est avam a serv iço a I grej a, pois o hom em , de m odo geral, era considerado um ser pecador e não racional, que deveria observar os preceit os religiosos para se salvar.

No que diz respeit o ao t rat am ent o dado às cr ianças e adolescent es t em os um salt o im port ant e! Muit o em bora consideradas com o obj et o de dir eit o, há nít ido r e con h e cim e n t o d a dign id a de da s cr ia n ça s e a dole sce n t e s. I sso im pôs o respeit o às cr ianças que não poderiam ser m alt rat adas, abusadas ou abandonadas pelos seus pais.

Por out ro lado, as cr ia n ça s con ce bida s for a do ca sa m e n t o r e ligioso encont ravam - se em sit uação de du p la v u ln e r a bilida de : pelo fat o de serem crianças e, t am bém , pela discrim inação em razão de não serem reconhecidas pela igrej a, pois represent avam violação do m odelo m oral da época.

2 .2 - Ev olu çã o in t e r n a cion a l

Em relação à abordagem int ernacional vam os t rat ar sobr e os diplom as que se volt aram para a prot eção de crianças e adolescent es. Se você observar, o edit al explicit ou alguns desses diplom as, que serão desenvolv idos em aula fut ura.

Aqui, port ant o, vam os apenas m inudenciar as pr incipais norm as a fim de at ender ao expresso em edit al, ou sej a: considerar os aspect os hist ór icos evolut iv os da disciplina.

O pr im eir o diplom a int ernacional volt ado para a t ut ela de crianças e adolescent es foi a Con v e n çã o pa r a a Re pr e ssã o do Tr á fico de M u lh e r e s e Cr ia n ça s aprovada em 1921.

Em 1924 foi aprov ada a D e cla r a çã o de Ge n e br a que, pela pr im eira v ez, fez referência aos direit os das cr ianças.

pa r a os gr e gos

som ent e eram m ant idas v iv as crianças fort es e saudáv eis

pa r a os e spa r t a n os

as crianças eram consideradas “ pat rim ônio do Est ado” , que ficav am sob responsabilidade de um t ribunal do

Est ado para serem preparadas para a guerra

n o Or ie n t e algum as crianças eram sacrificadas em razão da sua pureza

(9)

Já no ano de 1948 t em os a D e cla r a çã o Un iv e r sa l dos D ir e it os H u m a n os ( DUDH) , que confere prot eção à m at ernidade e assist ência social às cr ianças, nascidas dent ro ou fora do m at rim ônio.

Em 1946 houve um m arco relevant e que se relaciona com a cr iação da UNI CEF, ent idade criada com o obj et ivo de prom over os direit os v olt ados para a prot eção e para o desenvolv im ent o de cr ianças e adolescent es.

Em 1959, a UNI CEF aprovou a denom inada D e cla r a çã o Un iv e r sa l dos D ir e it os da Cr ia n ça que fixou alguns princípios basilares à prot eção dos direit os das crianças.

No âm bit o do sist em a regional de Dir eit os Hum anos, dest aca- se a Con v e n çã o Am e r ica n a sobr e os D ir e it os H u m a n os denom inada de “ Pact o de San José da Cost a Rica” , aprov ada em 1969, a qual fixa o dever de os Est ados- part es prom over em m edidas de prot eção às cr ianças.

No âm bit o do Sist em a Global de Dir eit os Hum anos, sob a égide da ONU, foi aprovada a Con v e n çã o I n t e r n a cion a l sobr e os D ir e it os da s Cr ia n ça s, que est abeleceu diversos direit os e garant ias volt ados para as cr ianças. Trat a- se de um m arco na legislação int ernacional no que t ange à prot eção aos direit os hum anos de crianças e de adolescent es. É o diplom a que guarda o m aior núm ero de adesões no Sist em a Global.

Esses são os diplom as m ais relev ant es no âm bit o int er nacional. Part e desses docum ent os será est udada na próx im a aula.

2 .3 - Ev olu çã o H ist ór ica n o Or de n a m e n t o Br a sile ir o No direit o brasileiro podem os dest acar alguns períodos:

Ant es do Século XVI

Nesse período não t em os, na evolução dos Direit os da Criança e do Adolescent e, regist r o de prot eção diferenciada. Especula- se, t am bém , que nas civ ilizações indígenas não havia qualquer t r at am ent o diferenciado par a cr ianças e adolescent es.

A dout rina m arca essa fase inicial com o de “a bsolu t a in dife r e n ça” . Vale dizer que, sem a ex ist ência de norm as j urídicas ou m esm o prát icas com unit árias específicas para a prot eção das cr ianças e adolescent es, esses eram considerados obj et o de direit o e não suj eit os.

Século XVI e XI X

Na or igem da nossa colonização, o ordenam ent o j urídico vigent e er a represent ado pelas Ordenações do Reino. Nesse per íodo, em sínt ese, dest aca- se a pr e ocu pa çã o com os in fr a t or e s, com a plica çã o de pe n a s se ve r a s e cr u é is e a im pu t a bilida de a pa r t ir dos 7 a n os de ida de .

Em 1830 foi edit ado o Código Penal do I m pér io, que elev ou a m aioridade par a os 14 anos de idade. As crianças e adolescent e ent re 7 e 14, quando da prát ica de

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algum at o consider ado cr im e pela legislação penal, eram inser idas em casas de correção.

Algum as décadas m ais t arde, t em os a aprovação do Prim eiro Código Penal dos Est ados Unidos do Brasil ( de 1890) , o qual cont inuou com a linha da legislação penal ant erior, com poucas diferenças. Para que você t enha ideia, os m enores de 9 anos de idade eram considerados inim put áveis. Para a im put abilidade dos m enores com preendidos ent re 9 e 14 anos ser ia necessário um procedim ent o prévio de ver ificação para que fossem penalizados. Caso isso ocorresse, havia um a regra obj et iv a que previa a redução da pena para 2/ 3.

República ( 1900 a 1930)

Dest aca- se a publicação do prim eiro Código de Menores no ano de 1926, que t rat ava sobre a sit uação j urídica das cr ianças e adolescent es expost os e abandonados. No ano seguint e esse docum ent o foi subst it uído, com um a norm at iva que fixava poder es ao Juiz para decidir a r espeit o de cr ianças e adolescent es quando abandonados ou quando envolv idos em ilegalidades.

Denom inou- se de “ Código d e M e llo M a t t os” .

I m port ant e dest acar que a fam ília, nesse período, m ant inha o dever de suprir as necessidades básicas das cr ianças e dos adolescent es de acordo com os padrões definidos pelo Est ado. Ao Poder Público com pet ia at uar na adoção de m edidas volt adas a m inim izar a infância de rua.

É nesse período que a dist in çã o e n t r e cr ia n ça s e a dole sce n t e é e fe t iv a m e n t e cr ia da e m n osso or d e n a m e n t o j u r ídico. Tem os o conceit o de criança abrangendo aqueles ent re 0 e 14 anos e os adolescent es ent re 14 e 18 anos de idade.

Em relação à at iv idade do “ Juiz de Menores” , cum pre dest acar que lhe foi confer ido poder para, de form a cent ralizada, cont roladora e prot ecionist a, acom panhar cr ianças e adolescent es m arginalizados e pot encialm ent e perigosos.

Esse con ce it o discr im in a t ór io e de v isã o u n ila t e r a l se m a n t e v e a t é a e diçã o do a t u a l Est a t u t o d a Cr ia n ça e do Adole sce n t e , em 1990.

Essa fase – m ar cada pelo Código de Mello Mat os – é considerada com o fase da

m e r a im pu t a çã o pe n a l” , pois a norm a v isava apenas a punição de condut as prat icadas pelas cr ianças e pelos adolescent es.

Est ado Novo e redem ocrat ização ( 1930 a 1964)

Dest aca- se a Const it uição de 1937 que am pliou a pr ot eção às cr ianças e adolescent es com a criação de program as de a ssist ê n cia socia l, not adam ent e em relação aos j ov ens infrat ores e às cr ianças e adolescent es desfavorecidos econom icam ent e.

Além disso, evidencia- se a t ent at iva de inserção de crianças e adolescent es em diver sos v ínculos fam iliares com o obj et ivo de recuperá- los, ainda que afast ados da fam ília de or igem .

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Regim e Milit ar ( 1964 a 1979)

O progresso obt ido foi int errom pido com o período de exceção. Em linhas gerais, o per íodo m ilit ar foi responsável pelo desv io de recursos públicos que seriam aplicados na área e a ut ilização dos sist em as inst it ucionais da infância e j uvent ude ( especialm ent e os de carát er infracional) par a rest r ingir am eaças e pressões dos j ovens cont ra o sist em a dit at or ial.

Esse per íodo é m arcado t am bém pela r e du çã o da m a ior ida de pa r a 1 6 a n os de ida de e pela aprovação do Código de Menores, publicado em 1979, que consolidou a denom inada dou t r in a d a sit u a çã o ir r e gu la r .

Port ant o, o Código de Menores m arca um a fase relevant e de prot eção à cr iança e ao adolescent e, denom inada de “fa se t u t e la r” , cuj as norm as v isam proporcionar progr am as de assist ência e segregação de crianças e adolescent es m arginalizados, ou m elhor, em sit uação irr egular.

Década de 80 e 90

Esse per íodo, que vai at é a prom ulgação da Const it uição de 1988 e do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, em 1990, é m arcado pelo desenv olvim ent o de m ovim ent os sociais e conquist as efet iv as, em especial:

 A Pa st or a l da Cr ia n ça , em 1983, pela CNBB ( Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e m ov im ent os sociais da I grej a Cat ólica.

 O M ov im e n t o N a cion a l dos M e n in os e M e n in a s de Ru a ( MNMMR) , em 1985 na cidade de São Bernardo do Cam po em São Paulo.

Paralelam ent e, com as discussões do pr oj et o de lei que deu or igem ao ECA, houve a form ação de dois polos, um em defesa do Código de Menores e out ro em defesa do novo Est at ut o. De um lado est ava a defesa da dout rina da sit uação irregular, do out ro a dout rina da prot eção int egral.

A CF e o ECA

A Const it uição de 1988 e o Est at ut o da Criança e do Adolescent e são m arcant es por consolidar um a m udança de paradigm a na prot eção de cr ianças e adolescent es. Essa é a base fundam ent al sobre a qual serão desenvolv idas nossas aulas. Desse m odo, a t ít ulo de evolução, vam os t razer de form a sint et izada as principais m udanças v ivenciadas:

 Modelo j urídico que priv ilegia a dignidade da pessoa.

 Adoção da dout rina da prot eção int egral em subst it uição da dout rina da sit uação irregular.

 Trat am ent o da sit uação j urídica das crianças e adolescent es com o polít ica pública.

 Criação de um sist em a de garant ia de direit os descent ralizado na figura dos Municípios, responsáv eis pelo est abelecim ent o da polít ica de at endim ent o com a int erm ediação do CMDCA ( Conselho Municipal dos Direit os das Crianças e Adolescent es) .

 Part icipação de v ários at ores na prot eção das crianças e adolescent es, a exem plo da com unidade local, Conselhos Municipais, Conselho Tut elar, fam ília, Poder Judiciário, Minist ério Público.

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A CF m arca a fase at ual de desenvolvim ent o dos Direit os da Criança e do Adolescent e pela denom inada “fa se da pr ot e çã o in t e gr a l” , que represent a a superação da dout rina da sit uação irregular. Dada a im port ância desse t em a par a provas verem os o assunt o de form a det alhada, em separado.

Ant es de iniciarm os, ent ret ant o, é im port ant e ressalt ar que m arcam os em verm elho 4 fases que sint et izam – para a dout rina m aj orit ár ia – a evolução do t rat am ent o dos Dir eit os da Criança e do Adolescent e.

Assim , a gr e ga n do...

FASE I D EI A CEN TRAL PERÍ OD O

fase da ABSOLUTA I N D I FEREN ÇA

Sem norm as t ut elares dos direit os de

crianças ou adolescent es. at é o início do séc. XVI

fase da M ERA I M PUTAÇÃO

PEN AL

Obj et iv a- se a punição de condut as prat icadas por crianças e adolescent es.

do séc. XVI e,

especialm ent e com a edição do Código Mello Mat os em 1927, at é o Código de Menores de 1979.

fase TUTELAR

Obj et iv a- se prom ov er a prot eção de crianças e adolescent es em sit uação irregular, com assist encialism o e prát icas segregat órias.

da edição do Código de Menores de 1979 at é a Const it uição de 1988

fase da PROTEÇÃO

I N TEGRAL

As crianças e adolescent es são considerados suj eit os de direit os, os quais dev em ser assegurados em conj unt o pelo Est ado, sociedade e fam ílias, com absolut a prior idade e em consideração da sit uação peculiar de pessoa em desenv olv im ent o.

a part ir da CF de 1988

Vej am os um a quest ão m uit o int eressant e sobre o assunt o:

( UFM T/ D PE- M T/ 2 0 1 6 ) Sobre a ev olução hist órica do direit o da criança e do adolescent e, assinale a afirm at iv a corret a.

a) Ant es da dout rina da prot eção int egral, inex ist ia preocupação em m ant er v ínculos fam iliares, at é porque a fam ília ou a falt a dela era considerada a causa da sit uação regular.

(13)

b) Na dout rina da prot eção int egral, descent ralizou- se a at uação, m at erializando- a na esfera m unicipal pela part icipação diret a da com unidade por m eio do Conselho Municipal de Direit os e do Conselho Tut elar.

c) A dout rina da sit uação irregular lim it av a- se basicam ent e ao t rat am ent o j urídico dispensado ao m enor carent e, ao m enor abandonado e às polít icas públicas.

d) Na v igência do Código de Menores, hav ia a dist inção ent re criança e adolescent e, em bora m aj or it ariam ent e adot av a- se apenas a denom inação “ m enor” .

e) Além do j udiciár io, com a dout rina da prot eção int egral, nov os at ores ent ram em cena, com o a com unidade local, a fam ília e a Defensoria Pública com o um grande agent e garant idor de t oda a rede, fiscalizando seu funcionam ent o, ex igindo result ados, assegurando o respeit o prior it ário aos direit os fundam ent ais infant o- j uv enis.

Com e n t á r ios

Esse é o t ipo de quest ão que esperam os que a banca possa apresent ar relat iv am ent e a essa part e int rodut ória da m at éria. Vam os analisar cada um a das alt ernat iv as.

A a lt e r n a t iv a A est á incorret a pelo uso da palav ra “ regular” . Ant es da dout rina da prot eção int egral inex ist ia a preocupação com a m anut enção dos vínculos fam iliares.

A a lt e r n a t iv a B est á corret a e é o gabarit o da quest ão. A dout rina da prot eção int egral se baseia na descent ralização da at uação com dest aque para a esfera m unicipal.

A a lt e r n a t iv a C est á incorret a. A dout rina da sit uação irregular t rat av a o m enor com o um problem a que dev eria ser resolv ido e não considerav a a criança e o adolescent e com o suj eit o de direit os e dev eres.

A a lt e r n a t iv a D est á incorret a. No Código de Menores não hav ia qualquer dist inção ent re criança e adolescent e.

A a lt e r n a t iv a E est á incorret a, pois descrev e a função do Minist ério Público e não da Defensoria.

3 - A dou t r in a da sit u a çã o ir r e gu la r e a dou t r in a da pr ot e çã o in t e gr a l

Ant es de iniciar é im port ant e que você saiba que a expressão “ dou t r in a ” represent a, para fins do nosso est udo, um con j u n t o d e pr in cípios- ba se d o sist e m a j u r ídico da in fâ n cia e j u v e n t u de . O que nós t ivem os foi, port ant o, um a m udança na base principiológica da nossa m at éria. Tem os um a nova form a de pensar os direit os das cr ianças e dos adolescent es.

A dout rina da prot eção int egral foi cr iada pela Const it uição de 1988 - no art . 227 da CF – e expandida com a edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e e com a int ernalização da Convenção I nt ernacional sobre o Direit o das Cr ianças.

A dout rina da sit uação ir regular foi oficializada pelo Código de Menores de 1979, m as, im plicit am ent e, est eve present e desde o Código de Menores de 1927.

Pelo par adigm a da sit uação irregular t ínham os um a aplicação r est r it a do Código de Menores, apenas às pessoas que se enquadrassem no art . 2º daquele diplom a.

da dout rina da sit uação irregular para a dout rina da prot eção int egral

(14)

A aplicação do Código de Menores rest r inge- se ao “ bin ôm io ca r ê n cia - de lin qu ê n cia ” , a gin do n a con se qu ê n cia e n ã o n a s ca u sa s que levam à carência ou à delinquência.

Além disso, out ra caract er íst ica relevant e da dout rina da sit uação irregular é a con ce n t r a çã o da s a t iv id a de s ce n t r a liz a da s n a figu r a do “Ju iz d e M e n or e s”.

O result ado dessa sist em át ica levou a um a pr á t ica se gr e ga t ór ia , com a condução de cr ianças e adolescent es para int ernat os no caso de m enores abandonados e para os inst it ut os de det enção sob o cont role da FEBEM – Fundação Est adual do Bem - est ar do Menor.

N ã o h a v ia t a m bé m pr e ocu pa çã o com a m a n u t e n çã o de v ín cu los fa m ilia r e s. O ent endim ent o predom inant e era no sent ido de que as cr ianças e adolescent es que necessit av am de pr ot eção do Código de Menores chegaram a t al pont o devido à falência da fam ília, de form a que não se perquiria a quest ão dos v ínculos consanguíneos para a colocação da criança em fam ília subst it ut a.

Com o consequência, conform e ensina a dout rina1, havia um a dificuldade m uit o grande no desenv olvim ent o de polít icas públicas na dout rina da sit uação ir regular:

Não era um a dout rina garant ist a, at é porque n ã o e n u n cia va dir e it os, m as apenas predefinia sit uações e de t e r m in a va u m a a t u a çã o de r e su lt a dos. Agia- se apenas na consequência e não na causa do problem a, “ apagando- se incêndios” . Era um Direit o do

1 MACI EL, Kát ia Regina Ferreira Lobo Andrade ( coord.) . Cu r so de D ir e it o da Cr ia n ça e do Adole sce n t e : a spe ct os t e ór icos e pr á t icos. 6º edição, rev . e at ual., São Paulo: Edit or a Saraiv a: 2010, v ersão digit al.

O CÓD I GO D E M EN ORES APLI CAV A- SE A

m enor priv ado de condições essenciais à sua subsist ência, saúde e inst rução obrigat ória, em

razão da falt a, ação ou om issão dos pais ou responsáv el;

v ít im as de m aus- t rat os;

suj eit os a perigo m oral por se encont rarem em am bient es ou at iv idades cont rárias aos bons

cost um es;

aut or de infração penal; e

m enores que apresent assem “ desv io de condut a, em v irt ude de grav e inadapt ação fam iliar ou

com unit ária” .

(15)

Menor, ou sej a, que agia sobre ele, com o obj et o de prot eção e não com o suj eit o de direit os.

Daí a grande dificuldade de, por ex em plo, exigir do Poder Público const rução de escolas, at endim ent o pré- nat al, t ransport e escolar, direit os fundam ent ais que, por não encont rarem prev isão no código m enorist a, não eram , em princípio, passív eis de t ut ela j urídica.

Na Const it uição de 1988 há um r om pim e n t o de pa r a digm a , pois as crianças e os adolescent es passam a ser t it ulares de direit os fundam ent ais, t al com o prenuncia a Convenção dos Direit os da Criança, da ONU.

Prevê o caput do art . 227, da CF:

Art . 227. É dev er da fam ília, da sociedade e do Est ado a sse gu r a r à criança, ao adolescent e e ao j ov em , com a bsolu t a pr ior ida de , o dir e it o à vida , à sa ú de , à a lim e n t a çã o, à e du ca çã o, a o la z e r , à pr ofission a liz a çã o, à cu lt u r a , à dign ida de , a o r e spe it o, à libe r da de e à con vivê n cia fa m ilia r e com u n it á r ia , a lé m de colocá - los a sa lvo de t oda for m a de n e gligê n cia , discr im in a çã o, e x plor a çã o, violê n cia , cr u e lda de e opr e ssã o. ( Redação dada Pela Em enda Const it ucional nº 65, de 2010)

Not e que a CF t rat a de enunciar um rol de dir eit os e garant ias fundam ent ais, post erior m ent e explicit ados no ECA. Esses direit os, cont udo, não são assegurados segundo a regr at iva geral que t em os no art . 5º , da CF.

Esses dir eit os prev ist os no caput do art . 227 devem ser assegurados: a) com a bsolu t a pr ior ida de ; e b) em consideração do fat o de que as cr ianças são pe ssoa s e m de se n v olv im e n t o. Just ifica- se, assim , a norm at iv a específica na part e final da CF.

Em sint onia, o ECA fixa um a sér ie de polít ica s p ú blica s a serem desenvolv idas por t odos os ent es federat iv os, m as principalm ent e pelo m unicípio, que est á m ais próx im o da realidade de cada com unidade, em respeit o ao p r in cípio da m u n icip a liz a çã o que im pera no ECA.

Ret ira- se o conj unt o ant er ior de at r ibuições do Juiz da I nfância e da Juvent ude, que m ant ém , nat uralm ent e, a com pet ência j udicant e. Dest aca- se a at uação do Minist ér io Público.

Para fins de prova, devem os m em orizar esse quadro com parat ivo, de aut oria de Leobert o Narciso Brancher2:

2 BRANCHER, Leobert o Narciso. Or ga n iz a çã o e ge st ã o do sist e m a de ga r a n t ia s de dir e it os da in fâ n cia e da j u v e n t u de . En con t r os pe la j u st iça n a e du ca çã o. Brasília: Fundescola/ MEC, 2000, p. 126.

(16)

ASPECTO CÓD I GO D E M EN ORES ECA Dout rinário

Carát er Fundam ent o Cent ralidade Local Com pet ência Ex ecut ória

Decisório I nst it ucional Organização

Gest ão

Sit uação I rregular Filant rópico Assist encialist a

Judiciário União/ Est ados

Cent ralizador Est at al

Piram idal e Hierárquica Monocrát ica

Prot eção I nt egral Polít ica Pública Direit o Subj et iv o

Município Município Part icipat iv o Cogest ão Sociedade Civ il

Rede Dem ocrát ica

Para além do aspect o dout rinário, sobre o qual j á falam os ex aust ivam ent e acim a.

I m port ant e t ecer algum as considerações finais.

 Pelo carát er, t em - se que a prot eção à cr iança e ao adolescent e no Código de Menores era encar ado com o car idade, prest ada pelo Est ado e pela sociedade. No ECA, a sse gu r a m os os dir e it os da s cr ia n ça s e dos a dole sce n t e s com o polít ica pú blica , com o dev er de o Est ado exer cer at iv idades prest acionais.

 Pelo fundam ent o, t em os um increm ent o em r elação ao t rat am ent o conferido às cr ianças e adolescent e. De um carát er t ão som ent e assist encial, no qual os m enores se apresent am com o obj et o de t ut ela j urídica, t em os no ECA a con side r a çã o de e le s sã o su j e it os de dir e it os. I sso não elide o t rat am ent o assist encial que a própria Const it uição det erm ina em relação às crianças e aos adolescent es. Cont udo, a prot eção se apresent a à luz do ECA de form a m ais am pla, int egral.

 Pela quest ão da cent ralidade e da com pet ência, há um a m udança im port ant e, paut ada pelo p r in cípio da m u n icipa liz a çã o. Ret ira- se do Poder Judiciário e da União e dos Est ados o papel de dest aque, que é t ransfer ido aos m unicípios. A adm inist r ação m unicipal, por que m ais próxim a da realidade da com unidade, t em m e lh or e s con diçõe s pa r a a ssu m ir de for m a e fe t iv a e sse pa pe l de ce n t r a lid a de e , e m r a z ã o disso, a gr e ga u m v olu m e sign ifica t iv o de com pe t ê n cia .

 No que diz respeit o à t om ada de decisões em m at éria de infância e j uvent ude, o ECA, em subst it uição a um a polít ica cent ralizador a, adot a um sist e m a de m ocr á t ico e pa r t icipa t iv o, que t raz t oda a com unidade e organizações à m esa de discussão para fixação de polít icas públicas e im plem ent o das ações. É j ust am ent e em razão disso que, em t er m os inst it ucionais, ao invés de um m odelo est at al, t em os um m ode lo de coge st ã o pe la socie da de civ il. Decorr ência da m esm a linha de pensam ent o, caract eriza- se o ECA, em relação ao Código de Menores, por est ar or ga n iz a do e m for m a de rede, ao cont rário da organização piram idal e hierárquica do m odelo ant erior.

(17)

4 - Re gr a s Con st it u cion a is

No que diz respeit o às regras const it ucionais de prot eção aos direit os das cr ianças e dos adolescent es, nós t em os disposit iv os esparsos ao longo do t ext o const it ucional, que est ão inseridos em out ros t em as, e um capít ulo própr io na CF.

Vam os t rat ar da prim eira par t e, um a vez que as regras esparsas são est udas nos respect iv os t em as dent ro da disciplina de Direit o Const it ucional.

Vam os lá!

O art . 226 const it ui norm a de prot eção que arr ola, de form a m e r a m e n t e e x e m plifica t iv a , a exist ência de ent idades fam iliares t ípicas e ent idades fam iliares at ípicas. Dent re as ent idades fam iliar es at ípicas, cit am - se as fam ílias com post as por pessoas do m esm o sexo.

Nesse cont ext o, o crit ér io fundam ent al para definir a form ação da fam ília é a socioafet ividade.

Vej am os, prim eiram ent e, o disposit iv o const it ucional:

Art . 226. A fa m ília , ba se da socie da de , t em especial prot eção do Est ado.

§ 1º O casam ent o é civil e grat uit a a celebração.

§ 2º O casam ent o religioso t em efeit o civ il, nos t erm os da lei.

§ 3º Para efeit o da prot eção do Est ado, é r e con h e cida a u n iã o e st á ve l ent re o hom em e a m ulher com o ent idade fam iliar, dev endo a lei facilit ar sua conv ersão em casam ent o.

§ 4º Ent ende- se, t am bém , com o e n t ida de fa m ilia r a com u n ida de for m a da por qu a lqu e r dos pa is e se u s de sce n de n t e s.

§ 5º Os dir e it os e de ve r e s referent es à sociedade conj ugal sã o e x e r cidos igu a lm e n t e pelo hom em e pela m ulher.

§ 6º O ca sa m e n t o civil pode se r dissolvido pe lo divór cio.

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa hum ana e da pat ernidade responsáv el, o pla n e j a m e n t o fa m ilia r é livr e de cisã o do ca sa l, com pet indo ao Est ado propiciar recursos educacionais e cient íficos para o ex ercício desse direit o, v edada qualquer form a coercit iv a por part e de inst it uições oficiais ou priv adas.

§ 8º O Est a do a sse gu r a r á a a ssist ê n cia à fa m ília na pessoa de cada um dos que a int egram , criando m ecanism os para coibir a v iolência no âm bit o de suas relações.

Vist o o disposit iv o, faz- se necessár io discut ir um aprofundam ent o à luz da j urisprudência do STF:

No j ulgam ent o do RE 898.061/ SC, o STF fixou a seguint e t ese j ur ídica:

A pat ernidade socioafet iv a, declarada ou não em regist ro público, não im pede o reconhecim ent o do v ínculo de filiação concom it ant e baseado na origem biológica, com os efeit os j urídicos próprios.

(18)

Esse ent endim ent o, a ser aplicado a casos sem elhant es, envolve a conclusão de que a pat ernidade socioafet iva não afast a a responsabilidade do pai biológico.

Assim , o pai biológico dever á arcar com as despesas do filho m esm o que ele t enha sido cr iado e m ant enha laços de afet ividade com out ra pessoa que reconhece com o pai.

Para chegar a essa conclusão, o STF adot ou o ent endim ent o de que devem os respeit ar sit uações de pluriparent alidade ( ou dupla pat ernidade) . Ent re os argum ent os, dest aca- se:

 o fat o de que a CF não rest ringe m odelos fam iliares, apenas, em rol ex em plificat iv o, reconhece a fam ília m onoparent al e a união est áv el. Logo, não ex cluir ia t am bém a possibilidade de fam ílias pluriparent ais;

 o reconhecim ent o das uniões est áv eis hom oafet iv as est á no m esm o sent ido de quem defende a pluriparent alidade;

 o conhecim ent o da origem biológica é direit o fundam ent al relacionado diret am ent e com a personalidade da pessoa;

 a busca pela felicidade im põe o acolhim ent o de v ínculos de filiação const ruídos pela relação afet iv a e t am bém biológica; e

 o direit o com parado adot a a t ese da pluriparent alidade ( por ex em plo, a Alem anha e os EUA) .

Sigam os!

O art . 227 t raz um rol de direit os fundam ent ais dos adolescent es e fix a o pr in cípio da pr ior ida de a bsolu t a . Significa dizer que os direit os declinados no art . 227 devem ser assegur ados, com absolut a prior idade, pela fa m ília , pela socie da de e pelo Est a do, t odos at uando de for m a conj unt a.

Assim ...

O Est a do...

A Fa m ília ...

A Socie da de ...

dev em pr opicia r o... direit o à v ida direit o à saúde, direit o à alim ent ação direit o à educação direit o ao lazer

direit o à profissionalização direit o à cult ura

direit o à dignidade direit o ao respeit o direit o à liberdade

direit o à conv iv ência fam iliar e com unit ária dev em r e sgu a r dá - los

de...

t oda form a de negligência t oda form a de discrim inação

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t oda form a de ex ploração

t oda form a de v iolência, crueldade e opressão

O Text o Const it ucional prev ê am pla assist ência às cr ianças e aos adolescent es, m ediant e polít icas públicas, com a observância de dois p r e ce it os:

1º PRECEI TO: dest inação de um percent ual m ínim o de recursos.

2º PRECEI TO: cr iação de program as de at endim ent o e de prevenção para crianças e adolescent es com deficiência.

Além disso, de acordo com a CF, as leis infraconst it ucionais que est abelecerem regras específicas de prot eção às cr ianças e aos adolescent es deverão observar:

 idade m ínim a de quat orze anos para adm issão ao t rabalho na condição de aprendiz e do t rabalho regular som ent e após com plet ar 16 anos ( 7º , XXXI I I ) .

 garant ia de direit os prev idenciários, t rabalhist as e acesso à escola ao adolescent e que t rabalhar.

 garant ia de am pla defesa, inclusiv e t écnica, quando prat icar at os infracionais.

 ex ecução da m edida socioeducat iv a com observ ância dos princípios de brev idade, ex cepcionalidade e respeit o à condição peculiar de pessoa em desenv olv im ent o.

 est ím ulo do Poder Público, por int erm édio de assist ência j urídica, incent iv os fiscais e subsídios, ao acolhim ent o sob a form a de guarda de crianças ou adolescent es órfãos ou abandonados.

 criação de program as de prev enção e at endim ent o especializado à criança e ao adolescent e dependent e de ent orpecent es.

Agora, vej am os o art . 227, da CF:

Art . 227. É de ve r da fa m ília , da socie da de e do Est a do assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ov em , com a bsolu t a pr ior ida de, o direit o à v ida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à conviv ência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salv o de t oda form a de negligência, discrim inação, ex ploração, v iolência, crueldade e opressão.

§ 1º O Est ado prom ov erá pr ogr a m a s de a ssist ê n cia in t e gr a l à sa ú de da cr ia n ça , do a dole sce n t e e do j ov em , adm it ida a pa r t icipa çã o de e n t ida de s n ã o gove r n a m e n t a is, m ediant e polít icas específicas e obedecendo aos seguint es preceit os:

I - aplicação de percent ual dos recursos públicos dest inados à saúde na assist ência m at erno- infant il;

I I - criação de program as de prev enção e at endim ent o especializado para as pessoas port adoras de deficiência física, sensorial ou m ent al, bem com o de int egração social do adolescent e e do j ov em port ador de deficiência, m ediant e o t reinam ent o para o t rabalho e a conv iv ência, e a facilit ação do acesso aos bens e serv iços colet iv os, com a elim inação de obst áculos arquit et ônicos e de t odas as form as de discrim inação.

§ 2º A lei disporá sobre norm as de const rução dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de v eículos de t ransport e colet iv o, a fim de garant ir acesso adequado às pessoas port adoras de deficiência.

§ 3º O direit o a prot eção especial abrangerá os seguint es aspect os:

I - ida de m ín im a de qu a t or z e a n os para adm issão ao t rabalho, observ ado o dispost o no art . 7º , XXXI I I ;

(20)

I I - garant ia de dir e it os pr e vide n ciá r ios e t r a ba lh ist a s;

I I I - garant ia de a ce sso do t r a ba lh a dor a dole sce n t e e j ove m à e scola ;

I V - garant ia de ple n o e for m a l con h e cim e n t o da a t r ibu içã o de a t o in fr a cion a l, igu a lda de n a r e la çã o pr oce ssu a l e de fe sa t é cn ica por pr ofission a l h a bilit a do, segundo dispuser a legislação t ut elar específica;

V - obe diê n cia a os pr in cípios de br e vida de , e x ce pcion a lida de e r e spe it o à con diçã o pe cu lia r de pe ssoa e m de se n volvim e n t o, quando da aplicação de qualquer m edida priv at iv a da liberdade;

VI - e st ím u lo do Pode r Pú blico, at rav és de assist ência j urídica, incent iv os fiscais e subsídios, nos t erm os da lei, ao acolhim ent o, sob a form a de guarda, de criança ou adolescent e órfão ou abandonado;

VI I - pr ogr a m a s de pr e ve n çã o e a t e n dim e n t o e spe cia liz a do à criança, ao adolescent e e ao j ov em dependent e de ent orpecent es e drogas afins.

§ 4º A lei punirá sev eram ent e o abuso, a v iolência e a ex ploração sex ual da criança e do adolescent e.

§ 5º A adoção será assist ida pelo Poder Público, na form a da lei, que est abelecerá casos e condições de sua efet ivação por part e de est rangeiros.

§ 6º Os filhos, hav idos ou não da relação do casam ent o, ou por adoção, t erão os m esm os direit os e qualificações, proibidas quaisquer designações discrim inat órias relat iv as à filiação.

§ 7º No at endim ent o dos direit os da criança e do adolescent e lev ar- se- á em consideração o dispost o no art . 204.

§ 8º A lei est abelecerá:

I - o est at ut o da j uv ent ude, dest inado a regular os direit os dos j ov ens;

I I - o plano nacional de j uv ent ude, de duração decenal, v isando à art iculação das v árias esferas do poder público para a ex ecução de polít icas públicas.

Aqui é im port ant e que façam os um aprofundam ent o à luz da j urisprudência do STF.

No RE 482.6113, o Min. Celso de Mello, dest acando a im por t ância desse disposit iv o para o Text o Const it ucional, assevera que os direit os das crianças e dos adolescent es se enquadram na cat egor ia dos dir e it os h u m a n os de se gu n da dim e n sã o. Nesse cont ext o, im põem ao Est ado dever de prest ação posit iva, consist ent e em um facer e. Essa at uação posit iv a do Est ado não pode ser deix ada de lado, sob pena de a Const it uição perder a eficácia. Não se adm it e, port ant o, que o Est ado, sob alegação de conveniência e de oport unidade não observam as regras descr it as no disposit ivo acim a cit ado.

3 RE 482.611, rel. m in. Celso de Mello, decisão m onocrát ica, DJE de 7- 4- 2010.

0

(21)

Já o art . 228 refer e- se à inim put abilidade penal, que é considerada, por part e da dout rina, com o um direit o fundam ent al e, em razão disso, um a cláusula pét rea, o que im pedir ia qualquer redução da m aior idade penal.

Art . 228. São penalm ent e inim put áv eis os m enores de dezoit o anos, suj eit os às norm as da legislação especial.

O art . 229 dest aca a responsabilidade dos pais em relação às cr ianças e aos adolescent es, os quais devem assist ir , criar e educar os filhos m enores.

Art . 229. Os pais t êm o dev er de assist ir, criar e educar os filhos m enores, e os filhos m aiores t êm o dev er de aj udar e am parar os pais na v elhice, carência ou enferm idade.

Conform e a dout rina, esse disposit iv o enuncia o princípio da solidar iedade ent r e ascendent es e descent es.

Vej am os, ainda, o art . 230 da CF:

Art . 230. A fam ília, a sociedade e o Est ado t êm o dev er de am parar as pessoas idosas, assegurando sua part icipação na com unidade, defendendo sua dignidade e bem - est ar e garant indo- lhes o direit o à v ida.

§ 1º Os program as de am paro aos idosos serão ex ecut ados preferencialm ent e em seus lares.

§ 2º Aos m aiores de sessent a e cinco anos é garant ida a grat uidade dos t ransport es colet iv os urbanos.

Vej am os, por fim , um a quest ão:

( I ESES/ TJ- RO/ 2 0 1 7 ) Sobre a Ordem Social na Const it uição Federal, é I NCORRETO afirm ar:

a) A fam ília, base da sociedade, t em especial pr ot eção do Est ado, sendo que os direit os e dev eres referent es à sociedade conj ugal são ex ercidos igualm ent e pelo hom em e pela m ulher.

b) O dev er da fam ília, da sociedade e do Est ado em assegurar à criança, com absolut a prioridade, o direit o à v ida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à conv iv ência fam iliar e com unit ária, não se est ende ao adolescent e e ao j ov em .

c) A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iv a dos Poderes Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat iv os à saúde, à prev idência e à assist ência social.

d) As condut as e at iv idades consideradas lesiv as ao m eio am bient e suj eit arão os infrat ores, pessoas físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat iv as, independent em ent e da obrigação de reparar os danos causados.

Com e n t á r ios

A a lt e r n a t iv a A est á corret a, com base no art . 226, §5º , da CF:

“ Art . 226. A fam ília, base da sociedade, t em especial prot eção do Est ado.

§ 5º Os direit os e dev eres referent es à sociedade conj ugal são ex ercidos igualm ent e pelo hom em e pela m ulher” .

(22)

A a lt e r n a t iv a B est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. O descrit o na alt ernat iv a se refere a um dev er da fam ília, da sociedade e do Est ado à criança, ao adolescent e e ao j ov em , e não som ent e à criança. Vej am os o art . 227, caput , da Const it uição:

“ Art . 227. É dev er da fam ília, da sociedade e do Est ado assegurar à criança, ao adolescent e e ao j ov em , com absolut a prioridade, o direit o à v ida, à saúde, à alim ent ação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cult ura, à dignidade, ao respeit o, à liberdade e à conv iv ência fam iliar e com unit ária, além de colocá- los a salv o de t oda form a de negligência, discrim inação, ex ploração, v iolência, crueldade e opressão” .

A a lt e r n a t iv a C est á corret a, pois é o que dispõe o art . 194, caput , da CF/ 88:

“ Art . 194. A seguridade social com preende um conj unt o int egrado de ações de iniciat iva dos Poderes Públicos e da sociedade, dest inadas a assegurar os direit os relat iv os à saúde, à prev idência e à assist ência social” .

A a lt e r n a t iv a D est á corret a, segundo o art . 225, §3º , da Const it uição Federal:

“ § 3º As condut as e at iv idades consideradas lesiv as ao m eio am bient e suj eit arão os infrat ores, pessoas físicas ou j urídicas, a sanções penais e adm inist rat iv as, independent em ent e da obrigação de reparar os danos causados” .

Concluím os a part e t eór ica da nossa aula. Agora irem os est udar por quest ões.

Não há m uit as quest ões sobre os assunt os t rat ados na aula de hoj e. São convenções m uit o específicas que for am pouco cobradas em concursos públicos at é o m om ent o. Cont udo, as quest ões que possuím os servem par a dar ideia de com o o assunt o pode ser cobrado na sua prova.

Encerram os, com isso, a part e t eór ica pert inent e a essa aula inaugural.

5 - Qu e st õe s

5 .1 – List a de Qu e st õe s se m com e n t á r ios

Q1 . FCC/ TJ- AL/ 2 0 1 5

É caract er íst ica da dout rina da sit uação irregular, que inspir ou as legislações ant eriores do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, a

a) possibilidade de derivar o j ulgam ent o, para o sist em a penal de adult os, de crim es graves pr at icados por m enor es declarados incorr igíveis.

b) exclusão de casos de nat ureza social da j ur isdição de m enores, dedicada apenas a dirim ir conflit os de nat ureza j ur ídica envolvendo a infância desvalida.

c) at ribuição, ao Curador de Menores, a part ir da dout rina do parens pat riae, da função de subst it ut o inst it ucional e processual dos genit ores dest it uídos do pát rio- poder.

d) separação rigorosa ent re carent es/ abandonados e infrat ores, com fluxos t ot alm ent e dist int os para prot eção do pr im eir o grupo e punição para o segundo grupo.

(23)

e) possibilidade de aplicação da m edida de int er nação a m enores carent es, abandonados, inadapt ados e infrat ores, ainda que seu cum prim ent o possa se dar em unidades dist int as e com m aior ou m enor nív el de cont enção.

Q2 . FCC/ D PE- SP/ 2 0 1 3

Analisando- se os paradigm as legislat iv os em m at éria de infância e j uvent ude, pode- se afirm ar que ant es da edição do Código de Mello Mat t os, em 1927, v igorava o m odelo.

a) higienist a

b) da sit uação ir regular.

c) penal indiferenciado.

d) da prot eção int egral.

e) da inst it ucionalização para a prot eção.

Q3 . FCC/ TRT - 2 4 ª REGI ÃO ( M S) / 2 0 1 4

A part ir da edição do Est at ut o da Criança e do Adolescent e, passou- se a evit ar o vocábulo m enor. Porém , no âm bit o do Direit o do Trabalho, t al palavr a não carr ega seu efeit o negat ivo, m ant endo- se sua ut ilização nesse cam po. Tal discussão foi enfrent ada pelo Dir eit o do Trabalho porque o Est at ut o da Criança e do Adolescent e t rouxe consigo a dout rina

a) assist encialist a.

b) da sit uação ir regular.

c) da prot eção int egral d) da indiferença legal.

e) higienist a

Q4 . CS- UFG/ D PE- GO/ 2 0 1 4

Um conj unt o art iculado de ações por part e do Est ado e da sociedade, desde a concepção de polít icas públicas at é a realização de program as locais de at endim ent o im plem ent ados por ent idades governam ent ais e não governam ent ais, é corolár io dos pr incípios est abelecidos no t ext o da Const it uição Federal de 1988. Nesse cont ext o,

a) a criança e o adolescent e são obj et os do direit o e alvos da dout rina j urídica de prot eção do m enor em sit uação ir regular, nos casos de abandono, prát ica de infração penal, desv io de condut a, falt a de assist ência, ent re out ros.

b) a dout rina da prot eção int egral originada at ravés da Convenção dos Direit os da Cr iança aprovada pela ONU, rat ificada no Brasil pela Lei Federal n. 728, de 14 de set em bro de 1990, reafirm a- se na dout rina do m enor em sit uação irregular.

(24)

c) a Lei n. 8.069/ 1990 é inst rum ent o de cont role social da infância e do adolescent e, vít im as de om issões da fam ília, da sociedade e do Est ado em seus direit os básicos, dir igindo- se pr im ariam ent e ao conflit o inst alado.

d) a lei abrange um a gam a var iada de disciplinas volt adas à prot eção dos direit os da cr iança e do adolescent e, com a responsabilidade solidar iam ent e dist r ibuída ent re a fam ília, a sociedade e o Est ado.

e) a prot eção dos direit os da cr iança e do adolescent e é do Est ado, que assum e prim ar iam ent e a responsabilidade, t endo com o princípio a adoção do m enor em sit uação ir regular.

Q5 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9

Com o obj et ivo de garant ir o desenvolvim ent o físico, m ent al, m oral, espir it ual e social, em condições de liber dade e dignidade, o Est ado brasileir o t em o dever de garant ir as necessidades das crianças e dos adolescent es, velando pelo seu direit o à v ida, à saúde, à educação, à convivência, ao lazer, à liberdade, à profissionalização, ent re out r os. Nesse sent ido, é corret o afirm ar que o ECA

a) reconhece que as cr ianças e os adolescent es são suj eit os especiais, t it ular es de dir eit os absolut os e m erecedores de at enção j ur ídica preferencial, post o que a CF, ao consagrar o pr incípio da prot eção int egral, im põe ao j uiz que desconsidere a finalidade social, o bem com um e os direit os indiv iduais e colet ivos.

b) baseou- se no pr incípio da indisponibilidade dos direit os fundam ent ais, por m eio do qual for am est abelecidas as Diret r izes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil e o cr it ér io cronológico da psicologia evolut iva para difer enciar cr ianças, adolescent es e j ovens adult os.

c) aperfeiçoou a dout rina da sit uação ir regular, esposada pelo Código de Menores, est endendo a aplicação das m edidas socioeducat ivas dest inadas à reabilit ação física, m oral e psíquica de cr ianças e adolescent es infr at ores.

d) ut ilizou- se da t ipologia de Enrico Fer ri para definir os crit érios capazes de est ipular o grau de periculosidade dos m enores infrat ores e o consequent e risco social de sua perm anência no seio da sociedade.

e) afast ou- se da dout rina de sit uação ir regular que car act erizou o ant igo Código de Menores, haj a vist a est e ser volt ado apenas aos m enores em sit uação irregular, ist o é, àqueles que se encont ram em conflit o com a lei ou que se encont ram privados de assist ência, por qualquer m ot ivo. O ECA, ao cont rár io, segue a dout rina da prot eção int egr al, que se baseia no pr incípio do m elhor int eresse da cr iança.

Q6 . CESPE/ TRT - 1 ª REGI ÃO ( RJ) / 2 0 1 0

De acordo com a dout rina j urídica da prot eção int egral adot ada pelo ECA, as crianças e os adolescent es

(25)

a) devem , em função de sua incapacidade, ser t ut elados pelo Est ado quando se encont rarem em sit uação ir regular.

b) devem ser prot egidos por m edidas suplem ent ares, caso se encont rem em sit uação de risco, enquant o aos dem ais se aplicam os dir eit os fundam ent ais da pessoa hum ana.

c) possuem direit os e prerr ogat ivas div ersas, devendo o Est ado conceder às crianças, m as não aos adolescent es, a t ut ela ant ecipada de seus direit os fundam ent ais, o que só pode ocor rer plenam ent e com a part icipação do Est ado no planej am ent o fam iliar.

d) são t it ulares de direit os e não, obj et os passiv os.

e) podem responder penalm ent e pela prát ica de cr im es hediondos, quando em concurso form al com m aiores de dezoit o anos de idade.

Q7 . FCC/ AL- PB/ 2 0 1 3

O Est at ut o da Criança e do Adolescent e ( Lei no 8.069/ 90) , ao ser edit ado, alt er ou subst ancialm ent e o paradigm a legislat ivo na ár ea da infância e j uvent ude, im plem ent ando a dout rina

a) m enorist a, pregando- se a prot eção do vulnerável que não se aj ust ava a um padrão est abelecido, j ust ificando a int ervenção est at al sobre a sua pessoa.

b) da sit uação irr egular, criando vários inst it ut os de acolhim ent o para crianças e adolescent es, fossem infr at ores ou vít im as de abandono por om issão ou m aus- t rat os.

c) higienist a, afast ando das ruas as crianças e adolescent es ex post os a vulnerabilidades sociais, com o m edida de saúde pública.

d) ret ribut iva- repr essiva, buscando- se m edidas na pers pect iva da ret r ibuição e cont role das ex pressões j uvenis.

e) da prot eção int egral, envolvendo Est ado, fam ília e sociedade na prot eção dos direit os de cr ianças e adolescent es.

Q8 . PUC- PR/ TJ- M S/ 2 0 1 2

Sobre o direit o da cr iança e do adolescent e, assinale a alt er nat iva CORRETA:

a) O Direit o do Menor t em a FEBEM - Fundação Est adual de Bem Est ar do Menor - com o a inst it uição m ais im port ant e para encam inham ent o prior it ár io do adolescent e em conflit o com a lei.

b) O encam inham ent o de cr ianças em sit uação de r isco dar- se- á preferencialm ent e a orfanat os e int ernat os v isando ao apoio inst it ucional dos m enores, at é com plet arem a m aior idade civ il.

c) No Dir eit o Brasileir o, a adoção int uit o personae faz part e da regra de colocação em fam ília subst it ut a.

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