• Nenhum resultado encontrado

Governo de Fernando Collor de Mello.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Governo de Fernando Collor de Mello."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Governo de Fernando Collor de Mello.

Grupo: Aline, Ana Paula, Denise, Graciely e Paula.

Introdução.

O Presidente eleito em 1989 foi Fernando Collor de Melo, ele procurou aprofundar as diretrizes tomadas no final do governo Sarney e adotou as premissas das organizações multilaterais (FMI, BIRD, Federal Reserve etc.),o chamado “Consenso de Washington”.

O Plano Collor I, como ficou conhecido o “Plano Brasil Novo”, foi lançado em meio a um longo feriado bancário, decreto em 14 de março de 1990. Combinava o confisco de depósitos à vista e de aplicações financeiras com prefixação de correção de preço e salários, câmbio flutuante, tributação ampliada sobre aplicações financeiras e a chamada “reforma administrativa”, que implicou o fechamento de inúmeros órgãos públicos e a “disponibilidade” de uma grande quantidade de funcionários.

A essência daquelas políticas foi mais uma vez o monetarismo, já que o descontrole dos gastos públicos e o volume expressivo da dívida do Estado foram apontados como a causa principal do processo inflacionário.

Em virtude da adoção do Plano Collor I, verificou-se drástica redução da dívida interna, corte nos gastos públicos e aumentou da receita fiscal. A inflação recuperou o fôlego durante o segundo do semestre de 1990.

Diante disso, foi adotado outro plano de estabilidade, o Plano Collor II, em janeiro de 1991. Mais uma vez, lançava mão tanto do congelamento de preços e de salários como da unificação das datas-base de reajustes salariais, além de novas medidas de contração monetária e fiscal.

A preeminência do caráter de bloqueio da liquidez é o que dá unidade às medidas adotadas e permite compreender o sentido do que se pretendia. O Plano Collor queria derrubar a inflação de imediato, mas para isto não seria necessário o bloqueio. Bastaria um congelamento de preços e salários, como nos programas anteriores. O que se pretendia com o bloqueio era assegurar que as pressões inflacionárias não fossem repostas e reforçadas logo em seguida, como ocorrera de forma cada vez mais rápida e intensa nos três choques heterodoxos dos anos anteriores, no governo Sarney - o Plano Cruzado, de março de 1986, o Plano Bresser, de junho de 1987, e o Plano Verão, de janeiro de 1989.5

(2)

O fracasso do Plano Collor II levou à de missão, 8 de maio de 1991, da ministra Zélia Cardoso de Mello. Em 10 de maio de 1991, o ex-embaixador do Brasil em Washington, Marcílio Marques Moreira, assumiu o controle da área econômica.

O presidente foi afastado do poderem 02 de outubro e em 29 de dezembro de 1992 ele renunciou. O mandato foi concluído pelo vice-presidente Itamar Franco.

Uma análise do Plano Collor.

O Plano Collor adotou o bloqueio da liquidez para garantir o sucesso na estabilização da economia. A ideia do bloqueio surgiu após a análise dos planos anteriores, quais foram seus acertos e suas falhas, além disso, foi influenciada por três vertentes:

1. Discussão sobre os dilemas da política monetária diante do ritmo da remonetização

2. As implicações da elevada liquidez dos haveres financeiros

3. O debate que enfatizava o rápido crescimento da dívida mobiliária interna A primeira vertente sobre o ritmo da remonetização afirmava que sua velocidade tendia a aumentar de forma inevitável quando se estabilizam os preços depois de um período longo de inflação muito alta. Isso é um bom sinal à medida que o governo pode emitir moeda novamente, mas não tão bom quando se sabe que pode gerar um aumento de demanda e pressões inflacionarias. Esse fenômeno só passaria a ter uma resposta otimista com a demanda do público por saldos monetários que reflete uma maior confiança na moeda, o que levaria a retenção desses saldos, a uma redução da velocidade de circulação e queda da inflação, o que não se viu durantes os planos propostos.

A liquidez estava ligada a questão da monetização, não se conseguia fixar um volume de monetização desejável, e controlá-la também possuía alguns entraves.

Esses entraves se referem a alta liquidez que quase todos os ativos financeiros possuíam e que obrigavam o governo a encontrar formas para que os depositantes mantivessem esse dinheiro aplicado; isso era feito via taxa de juros nominal. Mas era arriscado, envolvia a inflação, a indexação informal e as expectativas quanto a inflação futura, então era difícil definir o juro adequado.

Havia o controle via recolhimento compulsório (política creditícia), mas essa medida poderia prejudicar a situação dos bancos e não era possível absorver a monetização por meio de um superávit fiscal. Então surge dois blocos de discussão; o primeiro trabalha com os efeitos da redução dos juros nominais sobre as expectativas dos detentores de ativos financeiros e o segundo enfatiza o impacto distributivo da estabilização dos preções e a tendência de aumento imediato no consumo.

Desses blocos surge o conceito de moeda indexada, que são aqueles ativos de curtíssimo prazo com indexação garantida pelo Banco Central. Essa moeda indexada, também chamada “dinheiro financeiro” tinha uma necessidade de controle, para que não fosse redirecionada para outros mercados. Mas havia um temor para com os

(3)

aplicadores de ativos, de que esses retirassem seus depósitos e isso fez com que o banco elevasse significativamente as taxas de juros e deixasse o controle da moeda como segundo plano.

Entretanto a elevada liquidez acompanhava uma demanda reduzida o que induzia ao Tesouro a responsabilidade da manutenção dessa taxa. Além da elevada liquidez viu-se que a indexação e a dívida pública estavam se tornando obstáculos a estabilização da economia, e que elas estavam interligadas, pois para desindexar a economia era preciso eliminar ou reduzir pelo menos a liquidez elevada. Já a dívida servia como mecanismo de propagação dos processos inflacionários, por isso houve a necessidade de adotar medidas especificas.

Não existe uma versão oficial sobre os objetivos do bloqueio da liquidez. O único texto oficial de apresentação e justificação do bloqueio é a Exposição de Motivos 58, o qual apresenta, juntamente com as palavras de Collor e Zélia, coincidências com o texto “Crise e Reforma Monetária no Brasil” (Belluzzo e Almeida, 1990). Este previa proposta de reforma monetária com bloqueio de liquidez; sendo, então, considerada parte integrante da elaboração do Plano Collor.

As medidas da reforma seriam uma defesa dos patrimônios e dos rendimentos contra os movimentos especulativos, e não significaria o cancelamento de direitos existentes, apenas um reordenamento do exercício desses direitos, num processo de conversão de cruzados novos para cruzeiros. Collor defendia uma reforma monetária austera como meio de sustentar a estabilidade dos preços e acreditava que as medidas fiscais acentuariam o caráter redistributivo do programa.

Entre as declarações de Collor e a Exposição de Motivos havia alguns pontos em comum: 1) o fracionamento da moeda era um grave problema; 2) as medidas não representavam o cancelamento de direitos e 3) medidas fiscais seriam inúteis sem a reforma monetária.

Para justificar a proposta de bloqueio de liquidez Belluzzo e Almeida (1990) aponta que nos processos inflacionários agudos, outro ativo que não a moeda passa a servir de padrão de preços. Para os autores a reforma tinha como objetivo não destruir as instituições que mobilizam recursos financeiros e nem promover a ruína dos agentes produtivos, mas sim evitar a especulação de suas ações, recuperar as suas funções e suas contribuições para o aumento do emprego e do produto.

Para o êxito da reforma a questão imediata a ser enfrentada era o acesso à nova moeda, sendo o crédito bancário o principal instrumento da política monetária.

Desse modo, deveria garantir provisões de moeda para o circuito corrente produção- renda, e evitar a circulação financeira, o que seria conseguido através de uma intervenção nos bancos, a fim de evitar uma “explosão de créditos”.

(4)

O recurso ao bloqueio da liquidez não surgiu por acaso. Ao contrário, suas raízes encontram-se na discussão sobre os fracassos dos programas anteriores, potencializada pela conjuntura particularmente difícil do segundo semestre de 1989 e início de 1990. O debates posterior revela a permanência das preocupações com estes problemas e reflete também um elevado grau de divergências sobre os objetivos do plano e o diagnóstico que inspirou seus autores.

O objetivo principal do bloqueio da liquidez dos haveres financeiros em março de 1990 era impedir a remonetização acelerada e desordenada que vinha acompanhando a desinflação abrupta perseguida pelas políticas de estabilização de choque, a exemplo do ocorrido nos três "planos" do governo Sarney, nos anos anteriores. A centralidade deste objetivo na concepção do Plano Collor se evidencia pelo exame dos poucos documentos oficiais disponíveis e principalmente, da própria natureza das medidas adotadas.

O esclarecimento de qual era a estratégia do Plano Collor facilita a discussão a respeito dos problemas que enfrentou. A incapacidade de controlar a remonetização, evidenciada claramente logo nas primeiras semanas depois do bloqueio, recolocou em cena os problemas que deveriam estar sendo resolvidos pelas medidas adotadas e é o principal indicador do fracasso do Plano Collor em atingir seus objetivos.

(5)

Bibliografia.

Economia Brasileira - Da colônia ao governo Lula. Marcos Cordeiro Pires.

O Plano Collor no Debate econômico Brasileiro. Carlos Eduardo Carvalho.

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho pretende contribuir com o desenvolvimento do Turismo em Caverna, Espeleoturismo, a partir da avaliação da percepção de qualidade de serviços pelos visitantes

O Quantitative susceptibility mapping (QSM) é uma técnica não-invasiva de Imagem por Ressonância Magnética (MRI) recente que, ao mensurar a distribuição espacial de

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

O resultado operacional das Lojas Renner no 3T17 veio acima do esperado pelo mercado nas principais linhas, apresentando bom desempenho das vendas, destaque para

Navegação no sistema de ficheiros Hierarquia do Sistema de ficheiros Árvore de diretórios do Linux Listagens de ficheiros e diretórios Tipos de ficheiros. Atributos de ficheiros

A Feira Agroecológica de Laranjeiras do Sul (PR) é fruto da articulação entre agricultores familiares do Núcleo Luta Camponesa da Rede Ecovida, do Centro de