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Sumário. Texto Integral. Tribunal da Relação de Guimarães Processo nº 359/11.4TBFLG-A.G1

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Tribunal da Relação de Guimarães Processo nº 359/11.4TBFLG-A.G1 Relator: ANTÓNIO SANTOS

Sessão: 15 Maio 2014 Número: RG

Votação: UNANIMIDADE Meio Processual: APELAÇÃO Decisão: PROCEDENTE

OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO LIVRANÇA AVALISTA

PACTO DE PREENCHIMENTO

Sumário

1 - No domínio das relações imediatas pode o executado/avalista opor factos relacionados com a relação obrigacional subjacente ou causal, incumbindo-lhe então alegar e provar que a livrança em branco que foi dada à execução foi abusivamente preenchida, isto é, incumbe-lhe provar os factos dos quais se extrai o abuso .

2.- O avalista situa-se no domínio das relações imediatas designadamente quando tenha tomado parte no pacto de preenchimento de livrança em

branco, incumbindo-lhe então, em sede de oposição à execução, alegar v.g. a inexistência da dívida titulada pela letra e/ou o seu preenchimento abusivo , factos este que, porque impeditivos do direito invocado pelo exequente, sobre si recai o ónus da respectiva prova.

Texto Integral

Acordam os Juízes na 2ª Secção CÍVEL Do Tribunal da Relação de GUIMARÃES

*

1.Relatório.

No seguimento acção executiva movida por Banco.., S.A., contra A.., Lda , J.. e M.., com vista à cobrança coerciva da quantia de € 20.433,53,em razão de livrança datada de 06/02/2003, subscrita por A.., Lda , vieram os dois últimos executados deduzir oposição à execução, pugnando pelo arquivamento da acção executiva.

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Para tanto, alegaram, em síntese, que :

- Em rigor, não prestaram aval na livrança executada, razão porque são os oponentes parte ilegítima;

- De resto, a livrança foi entregue à exequente em branco, sem pacto de

preenchimento , tendo a exequente procedido ao seu preenchimento abusivo;

- Ademais, a quantia aposta na livrança , não é devida pela executada A.., Lda . 1.1. - Notificada a exequente da oposição, apresentou a mesma a competente contestação, no essencial por impugnação, e , após , proferiu a Exmª Juiz titular despacho saneador, no âmbito do qual foi julgada improcedente a excepção da ilegitimidade invocada pelos oponentes, decidindo ainda pela inexistência de excepções dilatórias que obstassem ao mérito da causa, e tendo a final enveredado pela não fixação/selecção da matéria de facto relevante para a boa decisão da causa.

1.2.- Finalmente, realizada a audiência de discussão e julgamento, a

22/11/2013 e com observância do seu formalismo legal, conforme tudo consta da respectiva acta, veio no seu final a Exmª Juiz a proferir , em 29/11/2013, a decisão atinente à factualidade provada e não provada, a qual não foi objecto de qualquer reclamação.

1.3. - De Seguida, conclusos os autos para o efeito, a Exmª Juiz titular dos autos proferiu a competente sentença, sendo o respectivo excerto decisório do seguinte teor :

“ (…)

V - Dispositivo

Pela fundamentação exposta e ao abrigo das disposições legais citadas,

decide-se julgar procedente a presente oposição à execução e declarar extinta a instância executiva.

Custas pela exequente.

Registe e notifique“

1.4.- Inconformada com o desfecho da oposição, veio então a exequente da referida sentença interpor recurso de apelação, que admitido foi e com efeito devolutivo, formulando na respectiva peça recursória as seguintes conclusões:

A) A Recorrente executou uma livrança, avalizada pelos Recorridos, com todos os requisitos exigidos legalmente, preenchida pelo valor de € 20.480,49 (vinte mil, quatrocentos e oitenta euros e quarenta e nove cêntimos).

B) Em 21.01.2014, veio o Tribunal a quo julgar procedente a presente

oposição à execução, e declarar extinta a instância executiva, com fundamento na incapacidade, por parte da Exequente, de demonstrar que o valor

constante do título executivo correspondia ao montante das obrigações não cumpridas pela sociedade A.. e pelos Recorridos.

C) Prova essa que, no entendimento do Tribunal, competia à Exequente nos

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termos do artigo 342.º, n.º1 do CC (Código Civil).

D) A Sentença recorrida não se encontra devidamente formulada e

fundamentada, conforme prescrito nos artigos 607.º, n.º 4 e 615.º, n.º 1,

alínea b), ambos do CPC, visto que, na fundamentação de facto, não apresenta os factos não provados.

E) Ora, aqueles normativos legais regulam os requisitos da Sentença e consequências da inobservância dos mesmos.

F) Estipulando o artigo 607.º, n.º 4 do CPC que a Sentença deve conter, na sua fundamentação, os factos que julga provados e quais os que não julga

provados.

G) Contudo, apenas se vislumbram os factos que o Tribunal a quo considerou como provados.

H) Pelo que, a referida Sentença não se encontra devidamente formulada e fundamentada, não preenchendo os requisitos legais e, como tal, deverá ser declarada a sua nulidade.

I) Aliás, da análise dos factos provados, não se compreende a decisão proferida.

J) Visto que o Tribunal considerou provado que a livrança apresentada possuía todos os elementos exigíveis, encontrava-se devidamente assinada pelos

Oponentes, e que a mesma foi dada como garantia no âmbito de um contrato celebrado entre as partes, pelo valor concedido de € 15.000,00.

K) Considerou o Tribunal que competia à Exequente nos termos do artigo 342.º, n.º1 do CC (Código Civil), demonstrar que o valor constante do título executivo correspondia ao montante das obrigações não cumpridas pela sociedade A.. e pelos Recorridos.

L) Ora, a livrança executada é título executivo, nos termos do art. 46.º, al. c) do C.P.C., sendo a dívida certa, líquida e exigível.

M) É um título cambiário, dotado de autonomia, literalidade e abstracção, valendo por si.

N) Isto é, a obrigação cambiária é uma obrigação abstracta, pelo que, os devedores, devem o montante da letra, porque apuseram nela a sua assinatura.

O) Nesse sentido, veja-se o Acordão da Relação do Porto, de 8-5-1968 “A obrigação cambiária é de natureza formal e abstracta e, portanto,

independente de qualquer “causa debendi”, válida por si e pelas estipulações nela expressas, ficando o signatário vinculado pelo simples facto da aquisição da sua assinatura no título”.

P) E, portanto, a Recorrente, com a apresentação do título executado

demonstra o seu direito perante os Recorridos, visto que estes apuseram a sua assinatura no mesmo.

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Q) A Recorrente demonstrou o seu direito com a apresentação da livrança, contendo todos os elementos exigidos legalmente, com efeito, o próprio Tribunal a quo confirma que o título possui todos os requisitos de validade.

R) E assim, em matéria de ónus de prova, com a apresentação do título executivo (livrança), face as características deste título, a Recorrente demonstrou a constituição do seu direito.

S) O direito do portador da livrança é o que deriva da própria livrança, provando-se através do título.

T) E competia portanto, aos Recorridos, não só alegar, como fizeram, mas também provar que o valor inscrito não era devido na sua totalidade.

U) No entanto, não o fizeram.

V) Não constando dos autos qualquer documento que comprove pagamentos efectuados pelos Recorridos.

W) Constituindo tal alegação um facto extintivo, mais precisamente,

parcialmente extintivo, era, efectivamente, aos Recorridos que cabia fazer prova do cumprimento, “É ao devedor que incumbe provar o cumprimento das obrigações” (Pereira Coelho, Obrigações, 1967, 215).

X) Este entendimento é sufragado por diversos autores, “É o devedor que tem que provar que cumpriu a obrigação e não o credor que tem que demonstrar a inexecução da obrigação e isto face a que o cumprimento, não é, em regra, objecto de presunção legal; como se costuma dizer «o pagamento em direito não se presume»”, (Galvão Telles, Obrigações, 3.ª Ed., 279).

Y) Conforme resulta da audição da testemunha B.., filhos dos Recorridos, apesar de este invocar que foram efectuados pagamentos, não só não foram juntos quaisquer documentos que sustentem tal afirmação, como aquela testemunha também não consegue precisar, minimamente, datas dos pagamentos, valores “Houve pagamentos, vários pagamentos, ao longo de vários anos e, entretanto, acho que nunca foi liquidado na totalidade” (minuto 02:00 a 02:17), “Há extractos e pode-se confirmar” (minuto 03:17 a 03:21)

“Não sei porque é que chegaram a esse valor, acho que não está correcto”

(minuto 04:53 a 05:03).

Z) Veja-se que é o próprio mandatário dos Recorridos que afirma não constarem do processo documentos que corroborem as afirmações da

testemunha dos Recorridos “Eu não tenho aqui extractos nenhuns”, (minuto 03.19 a 03:22),“Por acaso não tem nenhum comprovativo em casa que

justifique os pagamentos parciais disto?” (minuto 05:04 a 05:08),

AA) Respondendo a testemunha B.. “Em casa só procurando, mas penso que é capaz de existir lá extractos que dizem isso mesmo (minuto 05:09 a 05:16).

BB) Face a estas afirmações, torna-se inexplicável como pode o Tribunal a quo decidir pela procedência da Oposição, visto que os Recorridos não produziram

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qualquer prova demonstrativa de pagamentos efectuados e imputáveis ao valor peticionado.

CC) Sendo entendimento generalizado e unânime, na nossa doutrina e jurisprudência que o ónus de prova dos factos extintivos pertence à parte contra quem é invocada a existência de um determinado direito, ou seja, aos aqui Recorridos, artigos 342.º, n.º 2 e 378.º, ambos do CPC.

DD) “Tratando-se de letra com aceite em branco, o valor probatório da letra terá de ser ilidido por aquele a quem se exige o cumprimento da obrigação, mostrando este que a letra não se acha preenchida em conformidade com o ajustado entre o sacador e o aceitante ou que esse valor lhe foi subtraído – art.

378.º do Código Civil e arts. 7.º, 16.º e 28.º da Lei Uniforme, Acordão da Relação do Porto, de 30-10-1974 - sublinhado e negrito nossos.

EE) “A assinatura em branco faz presumir no signatário a vontade de fazer seu o texto a inserir e daí presumir-se que o texto representa a vontade

confessória do signatário” - Acordão do Supremo Tribunal de Justiça, de 16-5-1975: BMJ, 247.º - 107, sublinhado nosso.

FF) No mesmo sentido, cita-se o Acordão do Supremo Tribunal de Justiça, de 20-09-1994 “3 - Tendo a execução como titulo executivo uma letra de cambio e fundamentando o exequente a obrigação do executado pagar o seu montante no simples facto da aposição da sua assinatura no lugar do aceite, estamos perante uma causa de pedir ligada ao carácter abstracto e literal do título de crédito. Deduzindo o executado embargos à execução para discutir a relação subjacente à emissão da letra, incumbe-lhe a alegação e prova de que não houve nenhuma causa para a executada ter aceite a letra, como facto extintivo do direito do exequente de ver-se pago coercivamente”, sublinhado e negrito nossos.

GG) Igual interpretação perfilhada por outra decisão do Supremo Tribunal de Justiça, Acordão de 13-10-1998; CJ/STJ, 1998, 3.º -58, “O preenchimento abusivo da letra em branco na qual se funda a acção executiva constitui facto impeditivo do direito do portador exequente, cuja prova, nos termos do art.

342.º, n.º2 do CC, compete ao executado embargante”, sublinhado nosso.

HH) Pelo que, nunca poderia o Tribunal a quo concluir pela procedência da Oposição à Execução, visto que os Recorridos não lograram provar que a quantia titulada pela livrança, título executivo, não é devida!

Nestes termos, concedendo provimento ao presente recurso, fareis Vossas Excelências, Juízes Desembargadores do Venerando Tribunal da Relação de Guimarães o que é de inteira JUSTIÇA!

1.5.- Os apelados e executados apresentaram contra-alegações, impetrando no essencial a manutenção do julgado.

*

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Thema decidendum

1.6. - Colhidos os vistos legais, cumpre decidir, sendo que , estando o objecto do recurso delimitado pelas conclusões das alegações ( daí que as questões de mérito julgadas que não sejam levadas às conclusões da alegação da instância recursória , delas não constando, têm de se considerar decididas e arrumadas, não podendo delas conhecer o tribunal ad quem) do recorrente (cfr. artºs.

684º nº 3 e 685º-A, nº 1, ambos do Código de Processo Civil anterior ao

aprovado pela Lei nº 41/2013, de 26 de Junho, e tendo presente o disposto no artº 6º,nºs 1 e 4, deste último diploma legal ), e sem prejuízo das questões de que o tribunal ad quem possa ou deva conhecer oficiosamente, as questões a apreciar e a decidir resumem-se a saber:

I) se a sentença recorrida , porque não se encontra devidamente formulada e fundamentada, conforme prescrito nos artigos 607.º, n.º 4 e 615.º, n.º 1, alínea b), ambos do CPC, padece do vício de nulidade;

II) se em face da factualidade assente deve a sentença apelada ser revogada, impondo-se o prosseguimento da execução.

*

2.- Motivação de Facto.

Mostra-se fixada pelo tribunal a quo a seguinte factualidade :

2.1. - A exequente intentou os autos de execução apensos com base na

livrança junta com o requerimento executivo, datada de 06/02/2003, no valor de € 20.433,53, com data de vencimento de 19/01/2011, subscrita por A.., Lda.

e que se dá por integralmente reproduzida;

2.2. - No rosto da livrança referida em 2.1., no canto superior esquerdo, a seguir à identificação da exequente, constam as assinaturas dos ora

oponentes;

2.3.- No exercício da sua actividade comercial, a exequente e a executada A.., Lda. celebraram o “contrato de gestão de conta de gestão de tesouraria”, associado a um contrato de abertura de crédito com a proposta nº

846000584932003, pelo valor concedido de € 15.000,00, datados de

06/02/2003, nos termos constantes de fls. 37 a 40 dos autos e que se dão por integralmente reproduzidas;

2.4.- Para garantia do acordo indicado em 2.3., ficou contratualmente

estipulado que foi dada como garantia do cumprimento do referido contrato a livrança identificada em 2.1. , entregue à exequente em branco.

*

( facto que resulta do teor dos documentos a que se alude em 2.3.)

2.5 - Do contrato de abertura de crédito referido em 2.3., assinado por ambos os oponentes J.. e M.., consta, nomeadamente, a declaração de que :“

Constituimo-nos fiadores dos proponentes ( a executada A.., Lda ) pelo

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cumprimento das obrigações emergentes deste contrato, que assumimos como principais pagadores. Prestamos também o nosso aval na livrança que aqueles entregam nesta data ao B.., a quem conferimos o necessário mandato de

preenchimento , nas mesmas condições dos proponentes “;

***

3.- Do Direito

3.1 - Se a sentença recorrida , porque não se encontra devidamente formulada e fundamentada, conforme prescrito nos artigos 607.º, n.º 4 e 615.º, n.º 1, alínea b), ambos do CPC, padece do vício de nulidade.

Aduzindo que a sentença apelada não se encontra devidamente formulada e fundamentada, conforme prescrito nos artigos 607.º, n.º 4 e 615.º, n.º 1,

alínea b), ambos do CPC, visto que, diz a apelante, na fundamentação de facto, não apresenta os factos não provados, apenas indicando os factos provados, conclui a recorrente que a referida omissão reflecte uma deficiente análise da questão controvertida, mostrando-se insuficiente a fundamentação

apresentada para que o Tribunal a quo concluísse pela procedência da Oposição à Execução.

Daí que, refere a apelante, e nos termos do artigo 615.º, n.º 1, alínea b) do CPC, é a sentença apelada nula, vício este que argui.

Adiantando desde já o nosso veredicto, manifesto se nos afigura que a sentença apelada não padece do vício que a apelante lhe atribui, e isto sem prejuízo de, como o refere a apelante, não se mencionar na sentença apelada quais os factos não provados.

Senão vejamos.

In casu emerge a oposição à execução deduzida pelos apelados, de instância executiva intentada ainda no decurso do ano de 2011, tendo o respectivo requerimento inicial sido apresentado em 23/1/2012.

Ora, como decorre do disposto no Artº 6º (nº1), sob a epígrafe de “Acção executiva“, da Lei nº 41/2013, de 26 de Junho, o disposto no Código de

Processo Civil, aprovado em anexo à referida lei, aplica-se, com as necessárias adaptações, é certo, a todas as execuções pendentes à data da sua entrada em vigor (1/9/2013), isto por um lado , mas , por outro, ( nº 4) já o “novo” Código de Processo Civil, no que aos procedimentos e incidentes de natureza

declarativa concerne, apenas se aplica aos que sejam deduzidos a partir da data de entrada em vigor da apontada Lei nº 41/2013.

Em razão do acabado de referir, manifesto é, assim, que , aplicando-se aos presentes autos/oposição o CPC anterior ao aprovado pela Lei nº 41/2013, não tinha a sentença recorrida que, em sede de fundamentação, que aludir aos factos não provados ( cfr. artº 607º,nº4, do novo CPC), antes deveria tão só ( o que sucedeu) integrar a factualidade provada, quer a admitida por acordo,

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documento ou por confissão reduzida a escrito, quer ainda a que o tribunal considerara como provada , designadamente em sede de despacho a que alude o artº 653º, nº2, do CPC ( cfr. artº 659º,nº3, do CPC) .

Na sequência do exposto, porque no despacho proferido pelo a quo e datado de 29/11/2013, observou a primeira instância o comando do artº 653º, nº2, do CPC , declarando quais os factos provados e os não provados e, bem assim, nele explicou quais os fundamentos decisivos para a convicção do julgador, manifesto é que não padece a sentença apelada de qualquer vício de nulidade.

Ademais, sempre se acrescenta que, tal como ocorria já com o pretérito CPC, e no que ao vício de nulidade de sentença concerne, por ausência de

fundamentação, uma coisa é a total (1) falta absoluta de motivação ( quando não existe de todo) , e , outra bem diferente - o que não integra já o vício de nulidade - , é a existência de alguma fundamentação, sendo porém ela

escassa, deficiente ou mesmo pobre.

Isto dito, e sem necessidade de mais considerações, improcede portanto a apelação no que concerne à apontada nulidade da sentença recorrida.

3.2.- Se em face da factualidade assente deve a sentença apelada ser revogada, impondo-se o prosseguimento da execução.

Como ressalta do relatório do presente Ac. e, outrossim, da factualidade

provada, temos assim que o incidente de natureza declarativa e/ou oposição à execução deduzida pelos apelados, dirige-se para processo de execução

comum que lhes foi instaurado com base em livrança pelos recorridos/

executados subscrita, pretensamente como avalistas, ou seja, a referida

livrança é, para todos os efeitos e in casu, o título executivo a que alude o artº 45º,nº1, do CPC ( o qual reza que “ Toda a execução tem por base um título, pelo qual se determina o fim e os limites da acção executiva “ ).

Mais se recorda que, no âmbito da oposição à execução deduzida pelos apelados/avalistas J.. e M.., foram essencialmente dois os fundamentos que invocaram para sustentar o impetrado arquivamento da execução que lhes foi instaurada :

- o primeiro, alegam os oponentes, as assinaturas que apuseram no canto lateral superior esquerdo da face posterior da livrança não consubstancia nenhum aval, o qual, a assim não se entender, sempre seria nulo;

- o segundo, e porque a livrança foi entregue à exequente em branco ( sem quantia e sem data de vencimento), o certo é que foi a mesma preenchida unilateralmente pela própria exequente, e sem que existisse um qualquer pacto de preenchimento com os oponentes , razão porque foi ele - o

preenchimento - abusivo sendo portanto a livrança nula.

Finalmente, recorda-se outrossim que, para a primeira instância, se o primeiro dos fundamentos aduzidos pelos oponentes não justificava/impunha a

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procedência da oposição [ e isto porque - cfr. decisão proferida em saneador - tendo os oponentes aposto as respectivas assinaturas no canto superior

esquerdo da face anterior da livrança, sem qualquer outra menção, tal equivalia a um aval incompleto ou em branco, pois que, desde que na face anterior da letra apareça uma assinatura que não seja a do sacador nem do sacado, tal assinatura é, por presunção legal, a de um avalista ] , já o facto de não ter a exequente logrado demonstrar que o valor constante da livrança correspondia ao montante das obrigações não cumpridas pela sociedade A.. e pelos ora oponentes na decorrência do contrato celebrado com a exequente, prova essa que pretensamente competia à exequente, enquanto facto

constitutivo do direito que alega no requerimento executivo, tal só poderia conduzir à procedência total da oposição à execução. (2)

Ora, se o entendimento sufragado pelo a quo no tocante ao primeiro dos fundamentos aduzidos pelos apelados para conduzir ao arquivamento da

execução não suscitam a nossa discordância ( de resto de questão se trata que não integra sequer o objecto da apelação ), já a posição de mérito sufragada pelo julgador em sede de sentença apelada não merecem de todo a nossa adesão, revelando-se antes mais pertinentes - e mais sabedores - os

argumentos que, em sentido contrário , foram aduzidos pela apelante instituição bancária.

Na verdade, vejamos.

Impondo-se iniciar a nossa análise pelo que nos dizem algumas das

disposições legais da LULL - e isto porque , como vimos já , o título executivo mais não é do que uma livrança , ou seja, um título pelo qual uma pessoa se compromete, para com outra, a pagar-lhe determinada importância em cerda data - , diz-nos desde logo o art. 30º da Lei Uniforme sobre Letras e Livranças que “O pagamento de uma letra pode ser no todo ou em parte garantido por aval” [ consubstanciando este último, como verdadeiro acto cambiário que é, uma garantia (3) da obrigação cambiária, garantindo - um terceiro ou um signatário da letra - ou caucionando o seu pagamento por parte de um dos seus subscritores ] .(4) (5)

Sendo escrito ( cfr. Artº 31º) “ na própria letra ou numa folha anexa”, e

exprimindo-se - se completo - pelas palavras “bom para aval “ ou por qualquer outra fórmula equivalente, é ele assinado pelo dador de aval , considerando-se

“ como resultado da simples assinatura do dador aposta na face anterior da letra, salvo se se trata da assinatura do sacado ou do sacador”, sendo que , se o aval deve indicar a pessoa por quem se dá, já na falta de indicação,

entender-se-á pelo sacador.

Já no que à responsabilidade do avalista concerne, reza o artº 32º da LULL que, “ O dador de aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele

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afiançada” , mantendo-se a sua obrigação “ mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula por qualquer razão que não seja um vício de forma”.

Tal equivale a dizer que, não sendo o avalista sujeito da relação jurídica

estabelecida entre o portador e o subscritor da livrança, mas apenas sujeito da relação subjacente ao acto cambiário do aval, “ a sua obrigação é

materialmente autónoma e independente em face da obrigação do avalizado ( cfr. artº 7º), apenas não respondendo perante o devedor nos casos em que esta última seja ostensivamente inexistente ou inválida em virtude de vícios extrínsecos objectivamente revelados no próprio título “. (6)

Ou, dito de uma outra forma (7) “ a autonomia do aval traduz-se num regime segundo o qual o avalista é responsável pelo pagamento da obrigação

cambiária própria como avalista, que define pela do avalizado, mas que vive e subsiste independentemente desta”.

Por fim, e ainda por força do Artº 77º da LULL [ o qual determina a

aplicabilidade às livranças de determinadas legais disposições relativas às letras ] , sendo aplicável à livrança o disposto no artº 10º atinente à letra em branco, inquestionável é a sua admissibilidade em branco, bastando , para tanto, que nela exista pelo menos uma assinatura de um dos obrigados

cambiários ( sacador, aceitante, avalista ou endossante ) e que tal assinatura tenha sido feita com intenção de contrair uma obrigação cambiária, existindo ou podendo existir um acordo - expresso ou tácito - de preenchimento . (8) Postas estas breves considerações, e tendo presente a factualidade inserta nos itens 2.2. e 2.4., ambos da motivação de facto do presente Acórdão, forçoso é concluir que ambos os oponentes, no âmbito do título executivo no qual se baseia/ancora a execução, assumiram - como avalistas - uma obrigação cambiária ( mais exactamente uma obrigação pessoal de garantia ), que é como vimos autónoma, e em razão da qual passaram a ser ambos

solidariamente responsáveis, a par dos demais subscritores, pelo pagamento integral da livrança, podendo como tal pelo portador serem accionados ( cfr.

artº 47º, da LULL ).

É que, como decorre dos dois referidos itens da motivação de facto, ambos os oponentes apuseram as suas assinaturas na face anterior da livrança ( cfr. artº 31º,III, da LULL ), ou seja, no anverso do título ou parte principal do

documento/livrança , prestando assim um aval incompleto ou em branco . E, ao fazerem-no, e como bem se salienta em Ac. do STJ (9) e dadas as características da obrigação cartular , assumiram portanto o encargo de satisfazer a quantia titulada pelo título de crédito dado à execução, e “ (…) mesmo que essa quantia só lhe tenha sido aposta num momento ulterior, que, como referido, é possível na livrança em branco “.

Ora, aqui chegados e como é por demais consabido, e maxime porque as

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obrigações cambiárias estão sujeitas aos princípios de incorporação, literalidade, autonomia e abstracção (10), razão porque as obrigações dos avalistas são totalmente autónomas - como vimos já, mas reitera-se - da relação subjacente estabelecida entre o credor e o devedor por via de

determinado negócio jurídico, é entendimento uniforme na doutrina (11) e na jurisprudência (12), que o avalista não pode opor ao portador da livrança a excepção peremptória do preenchimento abusivo ( cfr. artº 10º, da LULL, e porque é o aval uma garantia cambiária do pagamento de uma livrança, que não do cumprimento da obrigação avalizada).

É que, sendo v.g. o aval prestado a favor do subscritor do título, o acordo do preenchimento do mesmo concluído entre ele e o portador impõe--se ao avalista, sendo indiferente que este último tenha dado ou não o seu

consentimento ao preenchimento da livrança, a que acresce que, não sendo o avalista sujeito da relação jurídica existente entre o portador e o subscritor da livrança, mas apenas sujeito da relação subjacente ou fundamental à

obrigação cambiária do aval, relação essa constituída entre ele e o avalizado , só no confronto entre ambos pode a mesma ser invocada (13) - porque já no domínio das relações imediatas , cfr. artº 17º da LULL.

E, mesmo quando lhe é lícito fazer - v.g. porque interveio no pacto de preenchimento - , é ao avalista que incumbe alegar e provar , em sede de oposição à execução, os factos que lhe permitem invocar o preenchimento abusivo, designadamente que interveio no pacto de preenchimento,

questionando então a obrigação exequenda, e afirmando nomeadamente a sua inexistência por pagamento das quantias mutuadas (art. 342º, nº 2 Código civil), pois que, como bem se salienta no já citado Ac. do STJ de 30/9/2010, tal alegação desempenha então “ a função de excepção no confronto com o

direito que o exequente pretende fazer valer na execução, assim fazendo (…) uma oposição de mérito à execução”.

De igual modo, também em Ac. do STJ de 28/2/2013 (14), e aderindo-se a entendimento sufragado agora pelo Tribunal da Relação de Coimbra (15), é o nosso mais Alto Tribunal incisivo em sustentar que, pretendendo os oponentes à execução invocar o preenchimento de uma livrança de forma abusiva,

porque alegadamente nela aposta um montante superior ao devido, é a eles que incumbe provar os factos dos quais se extrai o abuso, e isto porque a “ inexistência da dívida titulada pela letra e o preenchimento abusivo desta são factos impeditivos do direito invocado pelo exequente, pelo que, nos termos do artº 342º, nº 2, do C. Civil, o respectivo ónus da prova compete ao executado, ou seja àquele contra quem o direito é invocado”.

É que, podendo é certo o executado, no domínio das relações imediatas , opor factos relacionados com a relação obrigacional subjacente ou causal ( v.g. que

(12)

a letra dada à execução foi abusivamente preenchida ) , incumbe-lhe porém provar os factos dos quais se extrai o abuso , ou seja, “ o valor probatório da letra terá de ser ilidido por aquele a quem se exige o cumprimento da

obrigação, mostrando que essa letra, que foi assinada quando o título estava em branco, não se acha preenchida em conformidade com o ajustado entre o sacador e o aceitante “ , sendo que, “ a inexistência da dívida titulada pela letra e o preenchimento abusivo desta são factos impeditivos do direito

invocado pelo exequente, pelo que, nos termos do artº 342º, nº 2, do C. Civ., o respectivo ónus da prova compete ao executado, ou seja àquele contra quem o direito é invocado”.(16)

Aqui chegados, e descendo agora ao terreno dos factos provados, vemos que dos mesmos não consta um qualquer facto que ateste que os executados/

apelados tenham feito parte de um qualquer contrato/acordo de

preenchimento da livrança/título executivo, ou seja, não nos diz a factualidade assente que os avalistas ajustaram os termos em que deveria ser fixada/

definida a obrigação cambiária, designadamente no tocante à fixação do seu montante.

Por outra banda, não olvidando que do contrato de abertura de crédito referido em 2.3., assinado por ambos os oponentes J.. e M.., consta a

declaração de ambos de que conferem à exequente o necessário mandato de preenchimento da livrança que entregaram em branco, nas mesmas condições dos proponentes, o certo é que do referido contrato não resulta, porém, quais seriam tais condições.

Em razão do referido, e em rigor, temerário é poder concluir-se que os oponentes/avalistas intervieram num qualquer pacto de preenchimento do título que avalizaram, a ponto de se lhes reconhecer o direito a invocarem a excepção do respectivo preenchimento abusivo, e isto no pressuposto de que, ao subscreverem-no, se justifica portanto qualificar como de imediatas as relações entre ambos e o tomador ou beneficiário da livrança.

Porém, quando deduzem a oposição, são os próprios oponentes que (no artº 15º), e desde logo, afastam a existência de um qualquer pacto de

preenchimento, alegando que a livrança foi pela exequente unilateralmente preenchida, e sem que houvesse, com os executados, ora oponentes, qualquer pacto de preenchimento.

E, por outra banda, e coerentemente, reconhece-se, não invocam os oponentes quaisquer factos que permitam sustentar um qualquer e pretenso

preenchimento abusivo da livrança.

Ora, como bem se nota no Ac. do STJ de 22/10/2013 (17) “ para que se coloque uma questão de preenchimento abusivo, enquanto excepção pessoal do

obrigado cambiário, é necessário que se demonstre a existência de um acordo,

(13)

em cuja formação tenham intervindo o avalista e o tomador-portador do título, acordo que este último, ao completar o respectivo preenchimento tenha

efectivamente desrespeitado” .

É que, de outro modo ( diz-se ainda no douto Ac. citado em último lugar ) , não existe relação causal que justifique poder o oponente prevalecer-se da

excepção de preenchimento abusivo, por não se poder falar, então, em relações imediatas, restando em última análise a posição jurídica do

Oponente, apenas enquanto avalista, assumindo o aval a sua plena autonomia, ou seja, na pureza da obrigação cambiária fora das relações imediatas, e , consequentemente, o preenchimento do título tem de considerar-se, em princípio, legítimo, dele decorrendo a perfeição da obrigação cambiária incorporada na letra e a correspondente exigibilidade.

Destarte, em razão do acabado de expor, quer porque não resulta da factualidade assente que tenham os oponentes/avalistas subscrito um

qualquer pacto de preenchimento do título que avalizaram, quer ainda porque são os próprios oponentes que se colocam em posição de não poderem opor à portadora da livrança uma eventual excepção do preenchimento abusivo, imperioso seria que o tribunal a quo tivesse concluído/decidido pela efectiva obrigação dos avalistas nos precisos termos resultantes da obrigação

cambiária decorrente do aval que deram - cfr. arts. 32º e 77º da LULL.

Em jeito de conclusão, dir-se-á assim que, tendo os recorrentes alegado que não intervieram em nenhum pacto de preenchimento em relação à livrança em que a presente execução se baseia “ (…) está desde logo afastada a sua

legitimidade para invocar o respectivo preenchimento abusivo; mas mesmo que assim não fosse, sempre subsistiria a dificuldade resultante de não terem sido trazidos ao processo factos que, a serem provados, demonstrariam esse mesmo abuso” (18) .

Em razão de tudo o supra exposto, mal andou portanto o tribunal a quo em julgar a oposição procedente, antes se impunha que tivesse decidido de modo diametralmente oposto .

A apelação, portanto, procede in totum, impondo-se a revogação da sentença recorrida.

*

4- Sumário ( cfr. artº 663º, nº7, do CPC):

4.1 - No domínio das relações imediatas pode o executado/avalista opor factos relacionados com a relação obrigacional subjacente ou causal, incumbindo-lhe então alegar e provar que a livrança em branco que foi dada à execução foi abusivamente preenchida, isto é, incumbe-lhe provar os factos dos quais se extrai o abuso .

4.2.- O avalista situa-se no domínio das relações imediatas designadamente

(14)

quando tenha tomado parte no pacto de preenchimento de livrança em

branco, incumbindo-lhe então, em sede de oposição à execução, alegar v.g. a inexistência da dívida titulada pela letra e/ou o seu preenchimento abusivo , factos este que, porque impeditivos do direito invocado pelo exequente, sobre si recai o ónus da respectiva prova.

***

5.- Decisão.

Em face de tudo o supra exposto,

acordam os Juízes na 2ª Secção Cível, do Tribunal da Relação de Guimarães, em, concedendo provimento à apelação ;

5.1. - Revogar a sentença recorrida.

5.2. - Julgar a oposição dos apelados à execução improcedente, impondo-se em consequência o prosseguimento da execução em relação a ambos.

*

Custas pelos apelados.

***

(1) Cfr. o Ac. do STJ de 5/5/2005, in www.dgsi.pt.

(2) Após julgamento, considerou a primeira instância como não tendo sido provado que : a) “À data de 11/02/2011 o crédito da exequente sobre a

ADIFLEX – Componentes Para Calçado, Lda., proveniente do contrato indicado em 2.3. dos factos provados, ascendia a € 20.433,53 a título de capital titulado pela livrança ; € 18,16 a título de juros de mora e € 0,70 a título de imposto de selo ; b) A livrança identificada em 2.1. foi preenchida pelo valor total em dívida, nos termos acordados pelas partes.

(3) Como ensina Paulo Melero Sendim - in Letra de Câmbio, Vol. I, 1979, pág.28 - “ O aval garante o valor patrimonial da letra numa das suas

operações. Assegura a confiança pessoal do seu autor manifestada sobre o reconhecimento pontual da letra, prestando-lhe o avalista a sua confiança pessoal - e o seu crédito - que declara . “

(4) Cfr. Abel Pereira Delgado, in Lei Uniforme Sobre Letras e Livranças, Anotada, 4.ª Edição, 1980, pág. 155 e segs.

(5) Sobre a Natureza, Função e Finalidade do Aval, vide, por todos, o Ac. de Uniformização de Jurisprudência do STJ e de 11/12/2012, Proc. nº

5903/09.4TVLSB.L1.L1.S1, in www.dgsi.pt e publicado no DR, I SÉRIE, 14, de 21.01.2013, Págs. 433 e segs. .

(6) Cfr. Abel Pereira Delgado, ibidem, pág.s 61 e segs. e José A. Engrácia Antunes, in Os Títulos de Crédito, Uma Introdução, 2ª Edição, pág. 65 .

(7) Cfr. Pedro Paes de Vasconcelos, in Direito Comercial , “Títulos de Crédito”, AAFDL, 1990, pág. 127.

(8) Cfr. José A. Engrácia Antunes, ibidem, pág. 88.

(15)

(9) Cfr. Ac. do STJ de 30/9/2010, Proc. nº 2616/07.5TVPRT-A.P1.S1, e in www.dgsi.pt.

(10) Cfr. Fernando Olavo, in Direito Comercial, Vol. II, 2ª Parte, Coimbra Editora, 1983, pág. 39.

(11) Cfr. Pedro Pais de Vasconcelos, ibidem, pág. 106.

(12) Vide v.g. o Ac. do STJ já citado e de 30/9/2010 ,e os demais arestos nele citados, v.g. e no mesmo sentido os acs. do STJ, de 2006/12/14 e 2007/09/11, processos nºs 06A2589 e 07A2145, respectivamente, e ambos in www.dgsi.pt/

jstj . Vide ainda e no mesmo sentido o citado ACUJ de 11/12/2012, o qual de resto reitera ainda o entendimento quanto à autonomia da obrigação do avalista em relação ao avalizado, sendo o aval uma garantia autónoma

directamente prestada ao respectivo beneficiário, mesmo quando se trate de avales apostos em livranças subscritas em branco.

(13) Cfr. Ac. do STJ de 2/12/2008, Proc. nº 08A3600, e in www.dgsi.pt.

(14) Proc. nº 981/09.9 TBPTM-B.E2.S1 e in www.dgsi.pt.

(15) Cfr. Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra, de 21-03-2006, Proc. nº 395/06, e in www.dgsi.pt.

(16) Cfr. Ac. referido na nota que antecede.

(17) Proc. nº 4720/10.3T2AGD-A.C1, sendo Relator Alves Velho, in www.dgsi.pt.

(18) Cfr. Ac. do STJ de 23/4/2009, Proc. nº 08B3905,e in www.dgsi.pt.

***

Lisboa, 15/ 5 / 2014

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