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X EDAO ENCONTRO PARA DEBATES DE ASSUNTOS DE OPERAÇÃO DESENVOLVIMENTO E PREPARAÇÃO DE OPERADORES DO SIN ONS

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X EDAO – ENCONTRO PARA DEBATES DE ASSUNTOS DE OPERAÇÃO DESENVOLVIMENTO E PREPARAÇÃO DE OPERADORES DO SIN – ONS

Mário Lúcio de Lorenzo Michel dos Santos Moreale Antônio Mauro Martins

ONS ONS ONS

Brasília - DF Brasília - DF Florianópolis - SC Gustavo Leonardo C. P. de Oliveira Marco Aurélio Quadros

ONS ONS

Brasília - DF Florianópolis - SC

RESUMO

Com a reestruturação do setor elétrico brasileiro foram previstos nos Procedimentos de Rede do ONS o treinamento e a certificação dos operadores de sistema do ONS e dos demais Agentes do setor. O presente trabalho tem por objetivo mostrar a sistemática implantada no ONS com vista à preparação dos operadores para a operação do Sistema Interligado Nacional - SIN, passando pelo treinamento inicial, certificação, treinamento para atualização, treinamento visando acelerar o processo de aquisição de experiência pelos operadores juniores na operação do SIN, treinamento para enfrentar situações especiais na operação e recertificação. A estrutura da sistemática implantada permitiu ter a visão detalhada do processo em tela, possibilitando obter ganhos na preparação inicial mais adequada e na melhoria dos resultados no processo de certificação, além de proporcionar um incremento no foco, na capacidade crítica e objetividade na operação do sistema, principalmente dos operadores de sistema juniores.

PALAVRAS-CHAVE

Certificação; Perturbação; Simulação; Tempo Real; Treinamento.

1.0 INTRODUÇÃO

Os Procedimentos de Rede do ONS estabelecem, no seu módulo 10 - Manual de Procedimentos da Operação - MPO, submódulo 10.1 - Manual de Procedimentos da Operação: conceituação geral, subitem 4.1 - Responsabilidades do ONS, a obrigatoriedade de atender ao adiante apresentado: - Dotar de conhecimentos as equipes de tempo real

de seus centros de operação, com especial ênfase nos procedimentos constantes no MPO necessários à operação do SIN (subitem 4.1.f); - Assegurar que os operadores de sistema dos

centros de operação que atuam na rede de operação estejam devidamente habilitados para as atividades de tempo real contidas no MPO, por meio do processo de Certificação de Competência Técnica e de Saúde Física e Mental, detalhado

em rotina operacional constante no MPO, elaborada com a participação dos Agentes da operação envolvidos (subitem 4.1.g).

Não obstante a necessidade do ONS e dos demais Agentes atenderem ao estabelecido nos Procedimentos de Rede, a evolução do SIN e as crescentes atribuições do ONS na operação deste sistema requerem treinamento de alto nível da equipe de Tempo Real que além da operação em condições normais deve estar preparada, tanto para a recomposição após ocorrências, tais como desligamento de uma linha de transmissão, barras, geradores, quanto para recomposição com aberturas múltiplas, tais como atuações de esquemas especiais, desligamentos de diversas barras simultâneas e até uma perturbação geral (blecaute).

De modo a fazer frente aos desafios surgidos com a reestruturação do setor e com o crescimento acelerado do sistema elétrico, o ONS desenvolveu e implantou uma sistemática de treinamento e certificação de seus operadores que contempla não somente os treinamentos teóricos, realizados por meio do estudo da documentação normativa do sistema, da solução de exercícios e simulados e da realização de provas de certificação, como também a prática de exercícios de simulação da operação, na vivência da recomposição do sistema após perturbação, com uso de ferramentas avançadas. A sistemática em tela faz uso de um aplicativo especialmente desenvolvido para dar suporte aos treinamentos teóricos e à certificação dos operadores e de outro aplicativo fornecido com sistemas de supervisão e controle utilizados nos centros de operação do ONS que possibilitam a realização dos testes práticos de recomposição do sistema, após a ocorrência de perturbação.

Com a utilização da sistemática implantada e dos aplicativos disponibilizados para uso com esta sistemática, foi possível ordenar todas as etapas previsíveis de treinamento, seja inicial, de atualização, de certificação e recertificação, identificadas para atendimento às recomendações da ANEEL.

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A utilização desta sistemática ao longo do tempo permitiu sedimentar o processo de treinamento e certificação trazendo ganhos para a operação em Tempo Real do ONS, que podem ser verificados no aumento dos graus obtidos nas provas de certificação dos operadores e da segurança demonstrada na operação do sistema perante a ocorrência de perturbações e situações especiais. A sedimentação da sistemática está permitindo o amadurecimento do tratamento do assunto e assim a busca de novos patamares de treinamento, tal como a implantação de programa mais intensivo de atualização dos operadores, voltado ao estudo de casos especiais e de ampliações no sistema, com o uso freqüente da ferramenta de simulação. O ONS tem utilizado esta ferramenta não só para treinar o novo operador fora do ambiente de Tempo Real como para reduzir sensivelmente o tempo de sua formação, submetendo-o às diversas situações operacionais (cenários), de modo a acelerar seu processo de aquisição de experiência.

2.0 O TREINAMENTO E A CERTIFICAÇÃO DOS OPERADORES DE SISTEMA DO ONS - CONCEITUAÇÃO

2.1 O treinamento dos operadores de sistema 2.1.1 Fundamentos para a aplicação dos

treinamentos

Os programas de treinamento dos operadores de sistema do ONS são desenvolvidos tomando como base as orientações emanadas da Rotina RO-MP.BR.03 – Treinamento dos operadores de sistema dos centros de operação do ONS e visam a assegurar:

- A integração funcional dos novos operadores e treinandos de operador admitidos nos Centros de Operação;

- A preparação das equipes de Tempo Real para serem submetidas ao processo de certificação para operar o SIN;

- A assimilação dos novos procedimentos operacionais conseqüentes de alterações em Instruções de Operação e Mensagens Operativas contidas no MPO;

- A reciclagem dos conhecimentos técnicos e das habilidades necessárias ao desempenho da função;

- A preparação das equipes para os procedimentos operacionais decorrentes da integração de novas instalações ou de mudanças na filosofia operacional.

2.1.2 Planejamento dos treinamentos dos operadores.

O planejamento dos treinamentos dos operadores é feito em sintonia com o Sistema Integrado de Desenvolvimento - SID do ONS e considerando outros eventos que estão programados para o ano, tais como a integração de novas instalações, a integração de novas áreas e ainda situações especiais na operação do sistema com baixo nível de confiabilidade.

2.1.3 Formas de treinamento utilizadas na preparação dos operadores.

Na preparação dos operadores são utilizadas as seguintes formas de treinamento, previstas na rotina operacional que rege o assunto:

- Auto-estudo, realizado pelo operador no próprio turno de trabalho, através de leitura das Instruções de Operação;

- Estudo dirigido, realizado pelo operador de sistema, fora do turno de trabalho em horário comercial;

- Notificação, realizada por instrutor selecionado no horário do turno de trabalho;

- Aulas expositivas, realizadas por instrutor selecionado, fora do turno de trabalho, para um grupo de operadores, para tratar de um tema pré-definido, onde foi identificada a necessidade de apresentação e discussão em grupo;

- Exercícios de recomposição após perturbação, realizados com apoio de simulador de treinamento da operação do sistema, fora do turno de trabalho. 2.2 A certificação dos operadores de sistema 2.2.1 Fundamentos para a certificação dos

operadores

Os procedimentos para a certificação de competência técnica e de saúde física e mental dos operadores de sistema do ONS são desenvolvidos tomando como base as orientações emanadas da Rotina RO-MP.BR.04 – Certificação de 1ª parte de operadores de sistema e de instalações, que visam: - Estabelecer os requisitos e condições mínimas a

serem atendidas pelos Agentes, de forma a permitir que cada um detalhe os seus procedimentos internos para a certificação de 1ª Parte dos seguintes operadores:

a) Operadores de Sistema dos Centros de Operação do ONS;

b) Operadores de Sistema dos Centros de Operação dos Agentes de Geração e Transmissão;

c) Operadores das instalações que compõem a Rede de Operação.

- Atestar a competência dos operadores de sistema e de instalações da Rede de Operação, demonstrando que os mesmos estão habilitados para o desempenho de suas funções

2.2.2 Critérios para a obtenção da certificação pelos operadores

- O operador deverá comprovar atendimento a um conjunto de requisitos de competência técnica e satisfação às condições de saúde física e mental estabelecidos.

- Ao operador que comprovar o atendimento dos requisitos estabelecidos, será concedido um Certificado de Habilitação Profissional, devidamente chancelado pela Diretoria de sua Empresa.

- O Certificado será válido para um determinado Centro de Operação, ou instalação, devidamente especificado no documento.

- Caberá aos Agentes manter atualizada a relação dos seus operadores certificados.

- Cada Agente é responsável pelo desenvolvimento do processo de certificação de seus operadores.

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- A verificação das condições de saúde física e mental dos operadores e as avaliações técnicas deverão estar concluídas quando da concessão da certificação, de forma a assegurar que todos os requisitos especificados foram atendidos. 2.2.3 Requisitos mínimos exigidos para a

certificação dos operadores

Na certificação dos operadores deverão ser satisfeitos os seguintes requisitos mínimos, previstos na rotina operacional que rege o assunto: - Condições de saúde física e mental, atestada

pelos Agentes por meio de exames médicos, avaliação psicológica e social, desenvolvidas sob sua responsabilidade, com base nos seus programas internos de saúde ocupacional; - Nível mínimo de escolaridade, estabelecido pela

empresa como o nível de escolaridade mínimo necessário ao cargo da operação que esteja sujeito ao processo de certificação;

- Conhecimento Técnico, demonstrado de forma a comprovar que o operador está habilitado a executar todos os processos de operação, especificando as instalações às quais este se aplica, que pode ser:

a) Uma ou mais instalações assistidas ou teleassistidas;

b) Mais de uma instalação desassistida; c) Tempo Real de um Centro de Operação. 2.2.4 Conhecimentos técnicos a serem

demonstrados no processo de certificação dos operadores

Conforme a rotina operacional do MPO os seguintes conhecimentos técnicos deverão ser comprovados pelos operadores, para a obtenção da certificação para operar o SIN:

- Conceitos básicos e gerais necessários a todos operadores sobre a operação do Sistema Elétrico Brasileiro e conexões internacionais;

- Critérios e diretrizes para a execução dos processos operacionais em vigor na operação da Rede de Operação, necessários a um determinado grupo de operadores de sistema ou ainda critérios e/ou procedimentos operacionais de um Agente, aplicáveis a todas as suas instalações;

- Procedimentos operacionais específicos para os operadores de uma instalação, relativos à operação dos equipamentos, processos e sistemas auxiliares da instalação. Estes procedimentos operacionais poderão ser oriundos do próprio Agente ou do ONS

- Conhecimentos básicos de eletrotécnica ou de operação de sistemas elétricos, importantes para o desempenho da função de operador de sistema. 2.2.5 Ponderação de importância utilizada na avaliação dos conhecimentos técnicos dos operadores

Na certificação do operador de sistema ou de instalação deverá ser efetuada ponderação da importância de cada um dos tópicos citados abaixo, de forma que a mesma seja a mais equilibrada possível na avaliação dos conhecimentos necessários e importantes para cada operador:

- Grupo A - Tópico Geral 1 - Sistema Elétrico Brasileiro e interconexões internacionais;

- Grupo B - Tópico Geral 2 - Operação da Rede de Operação;

- Grupo C - Tópico Específico 1 - Área de atuação do Centro de Operação;

- Grupo D - Tópico Específico 2 - Normativo do Agente, aplicável a suas instalações;

- Grupo E - Tópico Específico 3 - IO’s da instalação do operador, oriundas de IO’s do ONS;

- Grupo F - Tópico Específico 4 - IO’s da instalação do operador, oriundas de IO’s do Agente;

- Grupo G - Tópico Específico 5 - Conhecimento técnico básico necessário ao operador de sistema.

Os referenciais para esta ponderação são os percentuais sugeridos na Tabela 1.

Grupo Operador Sistema ONS Operador Sistema COG/COT Operador de Usinas e de SE A 10 e 20 % 5 e 10 % 5 e 10 % B 10 e 20 % 5 e 10 % - C 70 e 80 % - - D - 70 e 80 % 5 e 10 % E - 5 e 10 % 10 e 20 % F - 5 e 10 % 70 e 80 % G 5 e 10 % 5 e 10 % - Total 100 % 100 % 100 % TABELA 1 - Composição sugerida na avaliação

Legenda:

COG – Centro de Operação da Geração COT – Centro de Operação da Transmissão

2.2.6 Critérios para composição das provas de avaliação dos conhecimentos técnicos dos operadores

- As questões formuladas deverão sempre ter suas respostas no Manual de Procedimentos de Operação do ONS, nos Manuais de Operação das instalações ou em outros documentos de referência, previamente especificados pela Empresa.

- Os testes deverão ser elaborados de forma a permitir a avaliação do conhecimento do operador, devendo, portanto as questões serem elaboradas de forma objetiva e redigidas com clareza, preferencialmente com questões formuladas com respostas de múltipla escolha. - Cada teste deverá conter no mínimo 50 questões,

distribuídas de acordo com a ponderação sugerida na tabela 1; será considerado habilitado o operador que conseguir no mínimo, 70% de aproveitamento no teste.

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- Caso o operador não obtenha o aproveitamento mínimo citado no parágrafo anterior, este poderá, a critério do Agente, ter mais uma oportunidade, devendo ser submetido a outro teste de avaliação, que deverá ser realizado no prazo máximo de 6 (seis) meses, após a primeira oportunidade. - Para montagem do Banco de questões poderão

ser colhidas sugestões dos operadores a respeito de questões associadas às atividades da sua rotina operacional e em situações de contingência, com o objetivo de identificar pontos específicos da operação de uma instalação ou Centro de Operação.

2.2.7 Vigência, revalidação ou cancelamento da certificação

- A certificação concedida terá validade máxima de 3 (três) anos, devendo ser revalidada até o final desse período, nos mesmos moldes da certificação anteriormente efetuada.

- Caso ocorram grandes modificações na configuração da instalação, que acarretem mudanças de procedimentos, em função de novos equipamentos de sistemas de suporte operacional com novas tecnologias, o Agente deverá avaliar a necessidade de antecipar a revalidação da certificação.

- Caso o Agente tenha que efetuar mudança do local de trabalho (instalação ou Centro de Operação) do operador que tenha sido certificado para uma determinada instalação ou Centro de Operação, deverá ser providenciada a sua certificação para o novo local de trabalho, no prazo máximo de 6 (seis) meses, tempo estimado para capacitação na instalação ou Centro de destino.

- A certificação concedida a um operador poderá ser cancelada pelo Agente, caso seja constatado que o operador não está atendendo aos requisitos mínimos estabelecidos para a certificação. Nesse caso, o operador que teve sua certificação cancelada terá que ser submetido a um novo processo de certificação, para ser considerado novamente habilitado. Atenção especial deverá ser dada aos casos constatados de negligência grave, que tenham resultado em conseqüências para a operação da Rede ou de terceiros. 2.2.8 Fiscalização do processo de certificação - Os processos associados à certificação de

operadores estarão sujeitos à fiscalização da Aneel, a qual verificará o processo de certificação de operadores de cada Agente e a sua conformidade com esta Rotina Operacional. - Toda a documentação gerada ao longo do

processo de certificação deverá ser arquivada por pelo menos 5 (cinco) anos por cada Agente, com a finalidade de subsidiar auditorias ou atender eventuais solicitações da Aneel.

3.0 A SISTEMÁTICA DE TREINAMENTO E DE CERTIFICAÇÃO DOS OPERADORES DE SISTEMA DO ONS

3.1 A sistemática de treinamento e certificação implantada no ONS

De modo a poder atender ao estabelecido nos Procedimentos de Rede, o ONS implantou uma sistemática de treinamento e certificação dos seus operadores de sistema, que satisfaz às suas necessidades principais discriminadas a seguir: - Prover treinamento inicial aos operadores e

treinandos de operador.

- Certificar e manter certificados os operadores que atuarão na operação do sistema;

- Preparar a equipe de operadores para enfrentar situações especiais na operação com baixo nível de confiabilidade, provocadas por indisponibilidades de equipamentos críticos para a operação deste sistema, baixa hidraulicidade, etc.; - Preparar e manter preparados a equipe de operadores para a recomposição do sistema, após a ocorrência de perturbações;

- Realizar exercício de recomposição do sistema – Drill - com a participação dos centros de operação do ONS e dos Agentes.

- Auxiliar os operadores de sistema juniores a ampliar sua visão sistêmica e acelerar o processo de aquisição de experiência na operação do SIN a partir de simulações, utilizando o simulador de operação.

3.2 O treinamento dos operadores de sistema O treinamento dos operadores é realizado por meio de módulos de treinamento que podem ser treinamento teórico inicial, treinamento teórico de atualização, simulação da operação em condição normal ou especial, simulação de recomposição do sistema após perturbação e Drill ( Teste simulado em ambiente de treinamento , utilizando simuladores do próprio SSC, podendo haver participação de Agentes, conforme cenário simulado). Cada um destes treinamentos é aplicado segundo o plano de treinamento associado ao Sistema Integrado de Desenvolvimento – SID, para o período, ou atendendo às demandas surgidas para avaliar situações criadas com a integração de novas instalações ou análise de condições particulares de atendimento à demanda.

3.2.1 A qualificação do treinamento conforme currículo do novo operador

Assim que o novo operador de sistemas chega a um Centro de Operação do ONS, ele passa por uma entrevista básica de cujos resultados alimentam um banco de dados desenvolvido no MS Access – Treinamento de Operadores.

Este aplicativo possui um banco de dados de todas as atividades que devem ser desenvolvidas pelo novo operador durante seu treinamento no centro. A partir da entrevista, a combinação de dados de entrada gera uma tabela onde são colocadas as atividades para o desenvolvimento do treinamento do operador, sendo que as atividades serão filtradas pelas características deste novo colaborador. Além disso, algumas atividades, mesmo pertencentes ao treinamento, terão suas cargas horárias alteradas conforme a experiência ou conhecimento prévio desta atividade.

Com isso, parte-se para o treinamento do operador conforme será descrito nos itens a seguir.

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3.2.2 A constituição de uma linha de treinamento conforme histórico do operador

Outro ponto importante para o devido acompanhamento da capacitação do profissional é a montagem de uma estrutura que faça o acompanhamento da carreira deste profissional dentro do ONS.

Para isso, foi desenvolvida uma planilha no MS Excel – Acompanhamento de “Gaps” dos Operadores. Nesta planilha é montada uma ficha com todas as atividades e conhecimento relativo à sala de controle e seus níveis de desenvolvimento, ou seja, um determinado conhecimento como operar a ferramenta SSC (Sistema de Supervisão e Controle) possui vários níveis de conhecimento:

• Usuário.

• Usuário avançado. • Mantenedor. • Desenvolvedor.

• Suporte Técnico Básico.

É também dada uma pontuação para cada nível de conhecimento.

Numa segunda ficha é colocada uma meta de conhecimento mínimo por nível. Por exemplo, no caso do conhecimento sobre o SSC, é necessário que, num universo de 18 operadores, a sala de controle deve possuir a seguinte classificação:

• 01 Suporte Técnico Básico. • 02 Desenvolvedores. • 03 Mantenedores. • 03 Usuários Avançados. • 09 Usuários.

Após estas classificações, entra-se na ficha de cada operador, indicando seu nível de desenvolvimento em cada conhecimento.

Com isso esta planilha será utilizada para dois fins: • O gestor de treinamento poderá verificar as

necessidades de treinamento para administrar a massa de conhecimento para a manutenção operacional da sala de controle.

• O gestor de treinamento poderá programar de forma ótima e distribuída, de acordo com a ficha de cada operador, os treinamentos do grupo, de modo a reduzir sempre as lacunas de conhecimento dentro deste, sem excesso de conhecimento em determinadas atividades e riscos de perda de conhecimento em outras.

A partir destas premissas, é possível determinar a filosofia de treinamento que será desenvolvida ao longo da carreira dos operadores.

3.2.3 O treinamento teórico aplicado aos operadores

O treinamento teórico consiste no estudo do material normativo e dos conceitos básicos de eletricidade e da operação de sistema, em

atendimento aos requisitos da rotina RO-MP.BR.03, ou seja:

- Submódulos 10.1 a 10.5 dos Procedimentos de Rede - Grupo A do Tópico Geral;

- Submódulos 10.6 a 10.12 dos Procedimentos de Rede - Grupo B do Tópico Geral;

- Instruções de Operação Normal, Operação em Contingência, Esquemas Especiais, Preparação para Manobras e Recomposição de Rede, correspondentes a todas as áreas e interligações sob responsabilidade do centro de operação - Grupo C - Tópico Específico - Área de atuação do Centro de Operação;

- Livro Operação de Sistemas de Potência, Robert H. Miller – Ed. McGraw-Hill / Eletrobrás, 1987 - Grupo G - Tópico Específico - Conhecimento técnico básico necessário ao operador de sistema.

3.2.4 A ferramenta de suporte ao treinamento teórico

Para permitir o treinamento e posterior certificação dos operadores do ONS foi desenvolvido o aplicativo intitulado Sistema Integrado de Suporte à Certificação de Operadores - Siscop, o qual possui as seguintes funções principais:

- Cadastramento dos grupos de estudo definidos na rotina RO-MP.BR.03;

- Cadastramento da documentação normativa utilizada no treinamento e suas referências; - Cadastramento dos Centros de Operação do

ONS;

- Cadastramento dos operadores de sistema; - Elaboração das questões a serem utilizadas no

treinamento;

- Guarda das questões em Banco de Dados de Questões específico;

- Elaboração de exercícios, simulados e prova de certificação.

- Correção da prova de certificação;

- Emissão do certificado de Habilitação para operar o SIN.

3.2.5 O simulador de operação para treinamento dos operadores

O Sistema de Supervisão e Controle - SSC de fornecimento da AREVA, utilizado em alguns centros de operação do ONS, oferece o recurso de simulação da operação para treinamento, denominado “Dispatching Training System” – DTS, com o qual se pode simular a operação do sistema em condições especiais e a recomposição do sistema após perturbações e se realizar Drill. 3.2.6 A estrutura para simulação da operação

com uso do simulador DTS

O ambiente para a simulação da operação é configurado por servidores interligados em uma rede específica, recebendo todos eles o mesmo aplicativo, com o qual se disponibiliza o sistema elétrico a ser estudado e se carrega o programa de simulação, que executará automaticamente as ações de disparo do caso em estudo e conduzirá a sua evolução até o término previsto. Para a execução do exercício são utilizados os seguintes recursos principais:

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- Console de Produção, a partir da qual o operador em treinamento executa as atividades correspondentes à função geração;

- Console de Transmissão, a partir da qual o operador em treinamento executa as atividades correspondentes à função transmissão;

- Console auxiliar para execução das manobras de geração;

- Console auxiliar para execução das manobras dos equipamentos e Linhas de Transmissão;

- Console auxiliar para execução das manobras dos equipamentos de controle de reativo e de tomada de carga;

- Sistema de telefonia fixa; - Sistema de gravação de voz.

3.2.7 O uso do simulador da operação para treinamento dos operadores do ONS Desde 2002, com a implantação do primeiro simulador de treinamento integrado ao Sistema de Supervisão e Controle, os Centros de Operação do ONS iniciaram a utilização deste ferramental para treinamento e aprimoramento de seu quadro de operadores de sistema. As técnicas de preparação de cenários, desenvolvimento de ações durante o treinamento, bem como dos sistemas de avaliação, foram evoluindo ao longo dos anos, sendo em grande parte decorrente de um processo de realimentação do treinamento efetuado pelos próprios participantes, bem como decorrente de constatações das equipes técnicas de suporte. Associado ao uso constante e ao respectivo amadurecimento do ambiente de simulação de treinamento, o ONS, nos últimos 2 anos, priorizou a disseminação de sua realização para uso nos treinamentos coordenados de recomposição do SIN com os Agentes do Setor - Drill.

Além da preocupação com o desenvolvimento de treinamentos mais reais, incluindo os Agentes, o ONS também tem se preocupado em utilizar o ambiente de simulação para treinamento do seu quadro de novos operadores.

A aplicação de treinamentos “quase reais” em cenários de perturbação na Rede de Operação acelera o processo de formação destes operadores novos, possibilitando a transição do nível de conhecimento considerado “básico” para um nível “intermediário” possivelmente num menor tempo.Além do ganho técnico, este tipo de treinamento também permite o desenvolvimento de características psicológicas e comportamentais importantes para a formação do operador.

Em conformidade com a rotina operacional RO-RR.BR – Testes de Recomposição na Rede de Operação, os simulados usando a metodologia “Drill”, são realizados pelo menos um a cada ano, por Centro Regional de Operação do ONS, seguindo o critério de envolver pelo menos duas áreas de recomposição, de modo completo ou parcial. Por se tratar de simulação, o teste não precisa considerar as premissas para condição de sistema seguro e nem ser executado no período de carga leve / mínima. Anualmente o ONS estabelece, para o ano em questão, a programação dos simulados usando a metodologia “Drill”, definindo os

meses de sua de realização e enviando-a aos Agentes de Geração, Transmissão e Distribuição que serão envolvidos.

Neste contexto, O ONS programou e realizou Drill em seus Centros de Operação, que tiveram participações dos Agentes das respectivas regiões, ou seja: do Norte / Centro Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul.

Com relação ao Centro Regional de Operação do Norte e Centro Oeste – COSR-NCO, a implantação da sistemática de simulação para apoio ao treinamento dos operadores foi efetuada a partir de 2007.

Na fase de implantação da sistemática foram realizados alguns exercícios de simulação, durante os quais puderam ser eliminadas as dificuldades iniciais e sedimentada a aplicação da ferramenta. Os principais exercícios realizados na fase de implantação da sistemática estão descritos a seguir: - Teste de recomposição da área do Maranhão, após blecaute, com o envolvimento apenas da equipe do ONS. Na sua realização, todos os comandos foram efetuados pelos operadores do ONS que estavam participando do teste;

- Teste de recomposição da área do Maranhão (a partir de Imperatriz), após blecaute, com o envolvimento das equipes do ONS e de equipes da Eletronorte. Na sua realização, os comandos referentes às instalações do Agente envolvido no teste foram efetuados pelos operadores do COSR-NCO, após solicitação do Agente.

- Teste de recomposição da área do Mato Grosso, após blecaute, com o envolvimento das equipes do ONS e de equipes de alguns Agentes que se relacionam com o ONS na operação da área de controle do COSR-NCO. Na sua realização, os comandos referentes às instalações dos Agentes envolvidos no teste foram efetuados pelos operadores do COSR-NCO, após solicitação dos Agentes.

Para o ano de 2008 foram programadas as execuções de dois Drill, um envolvendo perturbação na área do Pará e outro envolvendo perturbação na área de Goiás/Brasília. Foi programada também a aplicação dos mesmos exercícios a todos os operadores do COSR-NCO, para treinamento da equipe. A situação em relação a aplicação destes drills e exercícios é a seguinte:

- Em 04 de julho de 2008 foi realizado o drill da recomposição da área Pará, após blecaute em Belém, com a participação da equipe de Tempo Real do ONS (COSR-NCO), da Eletronorte (COT-EN e COR-PA) e da Celpa (COS-Celpa).

- No período de 21 a 25 de julho foi realizado o treinamento de todos os operadores do COSR-NCO, na recomposição do sistema após blecaute, considerando o mesmo cenário do drill de 04 de julho.

- Em 25 de outubro de 2008 será realizado drill de recomposição após blecaute na área Goiás/Brasília, com a participação da equipe de Tempo Real do ONS (COSR-NCO) e de Agentes a serem ainda definidos.

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- No período de 03 a 07 de novembro será realizado o treinamento de todos os operadores do COSR-NCO, na recomposição do sistema após blecaute na área Goiás/Brasília, considerando o mesmo cenário do drill de 25 de outubro.

Com a sistemática atualmente adotada pelo Centro Regional de Operação do Sul - COSR-S, em relação ao treinamento de operadores juniores, é prevista a realização de pelo menos um treinamento para cada operador júnior a cada mês. À medida que foram sendo realizados os treinamentos e estes sendo difundidos aos demais operadores, principalmente os operadores plenos, surgiu grande interesse desses operadores em realizar os treinamentos. Dessa forma, foi incluído na programação de treinamentos também dos operadores plenos o treinamento com utilização do simulador DTS.

3.3 A certificação dos operadores de sistema 3.3.1 O processo atual de certificação

O processo de certificação dos operadores de sistema do ONS consiste na comprovação do atendimento aos requisitos da rotina RO-MP.BR.03, ou seja:

- Avaliação da saúde física, que é comprovada pelo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, emitido pela Área de Medicina e Saúde Ocupacional da empresa;

- Avaliação da saúde mental (perfil profissional), que é comprovada por atestado emitido por empresa especializada contratada (Instituto Pieron);

- Avaliação do conhecimento técnico, que até então é comprovado pela aplicação de provas teóricas, com a utilização do Sistema de Suporte à Certificação dos Operadores – SISCOP.

3.3.2 A evolução do processo de certificação Até então o processo de certificação foi executado com o uso do aplicativo SISCOP, desenvolvido para suportá-lo.

Atualmente o ONS está procedendo à atualização do aplicativo SISCOP, dotando-o de recursos de informática atuais e agregando um conjunto de funções, cuja necessidade e oportunidade foram identificadas com o seu uso ao longo do tempo. Por outro lado, a utilização do simulador de operação – DTS permitirá associar mais este recurso no treinamento e certificação dos operadores, agregando valor aos processos em tela.

A associação destes dois novos recursos com a linha de treinamento conforme histórico do operador ensejará uma nova evolução do processo de certificação dos operadores do ONS.

4.0 CONCLUSÃO

Com base na experiência inicial de treinamento e certificação das várias equipes de operadores de sistema do ONS, pôde-se conceber a sistemática de treinamento e certificação ora apresentada, que permitirá manter um sistema de treinamento e avaliação sempre atualizado, possibilitando melhorar o nível de atualização do conhecimento dos operadores por meio da oferta de treinamento teórico, com o uso do aplicativo intitulado Novo SISCOP, e também prático, com o uso do simulador de treinamento DTS, além de poder prover acompanhamento individualizado das necessidades de treinamento dos operadores. A utilização de simuladores é fundamental para o desenvolvimento profissional dos operadores de sistema, principalmente dos operadores juniores, uma vez que se tem verificado um incremento no foco, na capacidade crítica e objetividade na operação do sistema, por parte destes operadores, possibilitando a aceleração do processo de aquisição de experiência. Por outro a lado utilização de simuladores para o treinamento sistematizado dos operadores de sistema trará maior consistência na sua atuação, visto a oportunidade de melhor se preparar para enfrentar situações não cotidianas e de maior complexidade na operação.

5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Procedimentos de Rede – Manual de

Procedimentos da Operação – Módulo 10 – Submódulo 10.1 – Manual de Procedimentos da Operação: conceituação geral.

[2] Procedimentos de Rede – Manual de Procedimentos da Operação – Módulo 10 – Submódulo 10.22 – Rotina RO MP.BR.03 – Treinamento dos operadores de sistema dos centros de operação do ONS.

[3] Procedimentos de Rede – Manual de Procedimentos da Operação – Módulo 10 – Submódulo 10.22 – Rotina RO MP.BR.04 – Certificação de 1ª parte dos operadores de sistema e de instalações.

[4] Procedimentos de Rede – Manual de Procedimentos da Operação – Módulo 10 – Submódulo 10.22 – Rotina RO-RR.BR – Testes de Recomposição na Rede de Operação

[5] Sistema Integrado de Suporte à Certificação dos Operadores – Siscop.

[6] Manual de Construção do Simulador de Treinamento em Operação de Sistemas - DTS/Areva

6.0 BIOGRAFIAS

Mário Lúcio de Lorenzo, nascido em São Lourenço - MG, graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1973, tendo especialização em Sistemas Elétricos - CESE/FUPAI, em 2001. Trabalhou na Eletronorte, nas áreas de projeto eletromecânico de usinas hidrelétricas e de comando e controle de usinas e subestações, de 1977 a 1996, e na Eletrobrás, no Centro Nacional de Operação do Sistema - CNOS, de 1996 a 1999. Trabalha no ONS desde 2000 onde

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atuou na área de pós-operação, até 2005. Atualmente desenvolve atividades na área de operação em Tempo Real do Centro Regional de Operação do Norte / Centro Oeste - COSR-NCO. E-mail: mlucio@ons.org.br

Fone: (61) 3362-5226.

Michel dos Santos Moreale – nascido em São Paulo – SP, graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2002. Mestrado em Engenharia Elétrica por esta universidade na área de Sistemas de Potência em 2007. Trabalhou a partir de 1998 na CELESC Distribuição S.A., como operador do Centro de Operação do Sistema desta. Em 2003 tornou-se engenheiro eletricista nesta empresa, assumindo o cargo de gerente comercial da regional de Joaçaba. Em 2004 passou para a ELETROSUL Centrais Elétricas S.A como engenheiro de projetos de proteção e controle de subestações. Ao final de 2005 ingressou no Operador Nacional do Sistema Elétrico, atuando desde então na área de operação em Tempo Real do CNOS e COSR-NCO.

Email: michel@ons.org.br Telefone: (61) 3362-5345

Antônio Mauro Martins, nascido em Brasópolis - MG, graduado em Engenharia Elétrica - ênfase eletrônica - pelo Instituto Nacional de Telecomunicações - INATEL em agosto de 1979 e especializado em Engenharia Elétrica na área de Sistema de Energia Elétrica, pela UFSC, em 2004. Trabalhou na Eletrosul de 1981 a 1999 atuando na área de Sistema de Supervisão e Controle e a partir de 1999 no ONS atua na área de operação do sistema, tanto na Pré-operação quanto na operação em Tempo Real do Centro Regional de Operação Sul - COSR-S.

E-mail: maurom@ons.org.br Fone: (48) 3231-3831.

Gustavo Leonardo Costa Pinheiro de Oliveira, nascido em Laranjeiras do Sul – PR, graduado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Desde 2005 atua no Centro Regional de Operação Sul - COSR-S, do ONS, onde atualmente executa as atividades de engenheiro de tempo-real e pré-operação, co-responsável pelo simulador de treinamento. E-mail: gustavo.leonardo@ons.org.br Fone: (61) 3231-3834.

Marco Aurélio Quadros, nascido em Florianópolis – SC, graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, em 1998. Possui mestrado em Engenharia Elétrica na área de Sistema de Energia Elétrica em 1999 pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Atualmente trabalha como Engenheiro de Sistemas de Potência na área de Tempo-Real do COSR-S/ONS.

E-mail: mquadros@ons.org.br Fone: (48) 3231-3812.

Referências

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