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Saudação aos novos Bibliotecários de 1981 :: Brapci ::

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(1)

Cad. Bibliateeon.,

Reci6e,

(5)

7-12, [un, 1982UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA7zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

023.4(81)

SAllDAÇÃO ~ ,NOVOS BIBLIOTECÁRIOS DE 1981*

M\RIALECTfCIAIE ANDRADE LIMA

Professor Adjunto

DEPARTMENTO DE BIBLIOTECON<MA- U.F.PE.

Numdia como

o

de hoje

é

de praxe, depois das habi

-tuais referências

ã

convivência acadêmica, fazer previsões. encarando

as possibilidades de futuro sucesso profissional.

Revendo o curto período wriversitário de vocês. creio

que nada mais adequado que tomar ~amo texto para reflexões o artigo.

publicado há vários dias, num de nossos diários. pelo cientista

exem-pl.ar , humanista dedicado e analista profundo de nossos problemas e

ca-rências - o Professor Nelson Chaves.

Encarando a ooi versidade, o Professor Nelson Chaves se

referiu

às

três nmções que lhe podem ser atribuidas

e

que são instl!!

nentos de sua atuação nas sociedades humanast influenciando a estrut!!

ra e contribuindo para a própria estabilidade das instituições.

Comoprofessora, creio que o emmci.ado dessas funções

será um bom roteiro para, aproveitando a solenidade do momento,

veri-ficar se nossa atividade docente tem se orientado, de modo posi ti v o ,

no sentido de tornar eficiente o trabalho educativo

a

que vocês

fo-ram submet.idos.

A primeira função. geralmente aceita como atribuição

fundamental da universidade,

é

a.formação profissional.

Nesse capítulo, o obstáculo com o qual lutamos. em nos

sa área. é o de um prazo extremamente curto para essa formação.

Toda profissão exige conhecimentos especlals. geralre~

te só atingidos através de preparação longa e intensiva.

(2)

Será que o reconhecimento da impossibilidade de

com-pletar a f'ormaçao profUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAiss iona l nos três anos comumente dedicados a

esse fim, nos rcur-sos universitários. oxpli ca um fato observado por

t o.los : l i b ib li otcconomi a t e m se preocupado, ate agora, mais com as

técnicas que com os conhecimentos tcóri cos?

E : i ~,!Ih,;t;-lncjtl da formação bib liot economi ca nZlo pode

estar restrita U comuni cnçào de técnicas, pr inc ipa lmentc se levarmos

em. conta que a bibl i.otcconomi a é uma mct.ac iénc ia . .inc l ui da no grupo

. d a s c icnci a s q u e interligam out rus ciências ,:como l i t cor ia dos sis te

nns , a lógica c :1 ciene ia da computaçjio.,

i\ rcsponsub i . Ii.dadc 'profissiona] do b ibl íotccár io pode

a inda hoje 5('1' de-ser ita com-as pnlavras sempre repetidas dc Ortcga y

Cas se t que fazem de te ."0 FiI tro que se intcrpõc entre- a torrente de

1jvros c o homem". E essa torrente .dc vl ivros 'tende a se tornar cada

vo ; mais caudalosa. i.nco rporando-sc. agora a o s livros a infinidade de

cami ~ pc l os quai.s se t ransmi te ~ I informaçào : microf'i Imes , fi tas

gra-vadas , impressos · d:1S maiS V31'jadas Iormas.« procedências. pro.lut os

de computadorcs .c toda a gama infj ndave l de matcr ia is que .a b ib l iote

' C l tem que absorver e uti l iza r .

Perante torrente t;lo caudalosa, o papel de filtro se

tOTU:l C I c I a dia m:1iscomplexo, c m a is c x igcnqes devem s e r a s

condi-çocs .de sua prcparuçiio .

j\ segunda Iunçào citada pelo Prof . :-Jdson O K 1 V e s

ê

a

~ ~-~

pcsqui su ci c n t i trca .

Tocamos ~ l í n u m ponto que a b ib l ~oteconomia começa : l

cncara r com certa. preocupação, .pr inc ipa lnent e através dos ÇUl'*O§, de

pós-gradu;lç~io .

. O b ib lí ot cc.irío tem sido vi s.t o , com Frcqüenc iu , como

colaborador de posqui sadorcs . limitando-se, na maior ia dos casos, a

intorv ir COlHO responsável pel-os .aspcct os Iormui.s xla apresentação de

resultados. SdO muitos recentes .. o n t r c . m ó s , os trabalhos.xlc pcsqui su.

Lcvant ament os cs tat

Is

ticos l cva ram ;l dcscobo rt a de modelos de compor

tamcnt o dos usu.ir ios de bib 1iOtCC;1S. Tendo sido Ioca Ii=ad~ls de modo

(3)

r,UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

( " " r.".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

especial as atitudes dos' que as procuram. suas preferências e

neces-' : ; ~ , ; . neces-' " ; !- ' . . .: . . ; - : - -. : : ~ ; _ ' .J.) .I .' '." .~:.' L ' ':" - : .. - . ,o. _'.~:

s idades . O func ioriamento da biblioteca tem sofrido modí.fâcaçóes,

re-~~t~t~s' d~ aplicação d~ novas tocnicas:com~- as que exí.gem áutoIDâ;':

ç ã o ~ 'C ~ Ín o

t~dó'trabaihó be'm pianej~do e bem realizado, '1novaçõe's têm

que se basear no conhecimento da realidade. E nossa realidade bibÚo

teconômica é conhecida de modo muito superficial e incompleto. Num

peri:~do' de transição, co~

o

que vivemos, ~m que se verifica

existi-:rem graves deficT~ncias nos sistemas .adctados , urgindo ~odificâ':'los,

adotando"novos modelos, a realidade de nos~as 'bibliotecas é U in 'campo

quase intocado, clamando por pesquisas que ajudem a conhecê;';10 '100

.-Ihor , Hâ. assim, uma necessidade premente de desenvolver a pesquisa

. ._ :11!'" . ",",\-, ". ; ,.~ -t._ ".. _ ~ .•

cíentffãcâ entre os b'íbt íotecárãos . Devemser, portanto, muito bem

acolhidos os cursos de pós-graciúáção~abrindo novos 'caminhos'e des..;·

pertando vocações de pesquisadores.

~.'.. ' .~":" ~. ". .!. ~ . - .' _. .-.~'.t",-·

... ; A terceí.ra

tarefa

da urrivers ídade

e, crelO;- a

mars--'~

portante se cons iderarmos seu produto final, os jovens diplomados

.co

/.- . ~ ;', - fi:;" :: ;.. - . .' ~ . . . _ _ " "'

c'tOO "êlementos a quem cornpet~ ínodifie àro -q u e extsté-de errado nas ins

"thuiçõêsatuai~. 'Trata..!se da educação do jovem para a vidáptlblidl.

; '~ ;< .' ; "

' " , ' " , .

:,",;" "'Ne'sse aspectovabíbl íctecononí.a tem mui'to aapterider,

nll:l1to':-a

renovar,

mllito ârefo'nnular. 's .

Nosso estudante de biblioteconomia se apega

geralmen-te

às

atívidádes"ÚIliversitârlas de carátér'dl.dâtic(); desprezando qua

se que completamente a vida social e política da universidade •

.. .~' " .

;;> ," :'> '-'~-_r 'Qúase' s e m p r é ,-a"participação" de, alunos d e bibliotecon2

, ma

emdí.retôrãosv- em comitês'

de

ação 'polítiéa;

até

mesmoem

mowre!!

-'tos: de rei víndícàçàé," é -'nula; ..

, ._-,,".~.c: (.

Será que-a Ópçãopor:bibliotecOriomia caracteriza' um

tipo de personalidade que prefere se encerrar em sua torre, afas

tan-,:aó":se das 'pertúrbaçõe:;. , conflitos'

é

'ptoblemas que-nos cercam, pobres

'seres

humanos',:"por.''todos .0s-dad6s '? ' ,,.," (J -, ~':: '.,. , .' ,

A necessidade de Informar , a necessidade de fornecer

(4)

.Lívros aos que não lêein. a necessidade de facultar

a-todos um anti -UTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

. .

-

. . .

ente onde possa se.

desenvcãver

sua curiosidade intelectual· ;

.:e, seu

amor âcuí.tura,

a necessidade de estimular o. desejo de conhecer

en-tre os que ainda não o . manifestaram, são claramente necessidades so

ciais •

A

biblioteconomia e a documentaçãoparticipam, ainda.

ativamente, do desenvolvimento científico

e tecnológico,

como parte

integrante

da ânfra-es'trutura necessârâa

a qualquer tipo 'de·

proje-to ou a qualquer espécie de realização •

.' Encaramaprofâssjio

como

a .

resposta a umanecessidade

social os

q u e

escolhem

a

biblioteconomia?

. ' , . ., , ; . : . . . .

A

imagemdo bibliotecário

. para o.pÚblico ,não

\· · estâ

ligada,

infelizmente,-.ã figura

d e .. u m

agente

d e .midanças -

sociais.

Enbora todo

m m d o r e c o n h e ç a q u e t

para

q u e m

traballia

e m

constante relacionamento compessoas (e

a

prOfissão

é

quase .' que

invariavelmente exercãda dentro de instituições).· as qualidades.

f u n d a

mentais

s ã o

os atributos

sociais

e pessoais.

na prática

isso não

é

reconhecido, pela ênfase

d e m a s ia d a

atribuída

às

habilidades técnicas

e,.

em menor proporçâo,

ã

cultura

geral.

A

biblioteca

gira

e m

torno

d e

bibliotecários· .

s ã o

importantes ~ necessârãos , imprescindíveis

a s

cole

ções, os recursos técnicos,

as

instalações.·

Tudo isso,

entretanto

t

nãOfarâ

n u n c a

biblioteca~

s e m

o sopro

a n im a d o r d a

figura

h u m a n a 'q u e

é

o elo entre todos os componentesde uma órganização

q u e à s

vezes

perde

sua designação tradicional ,assumindo novos tí tutos cano centro

d e

doc:uroontação

ou

centro de análise de infonnações.

-. .Dando

a

essas instituições

o

n o m e

geral de

bibliote-ca, podemosobservar , comoo Prof', Antônio Miranda. que, cano célul',·

viva, ela "está umbilic:almenteligada àqueles que

a

organizam.

q u e fi.

fazem viver; que lhe emprestama marca de sua vontade e de suas

per-sonalidades" •

Se comparannosas bibliotecas

de estilo

.:.· trádicioruil

(5)

comas modernas instituições onde o usuário recebe •

no

vídeo de seu

terminal de computador, informações imediatas, seremos talvez

tenta-dos a dispensar a figura do bibliotecário. substituindo por outros

tipos de técnicos. responsáveis pelas diversas fases da .recuperaçâo .

da informação.

Por mais sofisticados que sejam os recursos,quaisquer

que' sejam os processos usados. o usuário -. o .Jeí.tor , o cliente,

ne-cessita sempre de ajuda. Emnossas bibliotecas de catálogos em

fi-chas.UTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé necessário freqUentemente interferir. auxiliar. orientar. T ~

bém será necessário orientar e encaminhar o' usuário <lT:.ledispõe de re

. .

-cursos eletrônicos. E se, por acaso. essa ação"é aparentemente desn~

cessária, comopassar sem o trabalho humanoe individual de cada pro

fissional de biblioteconomia ou document.açào, nas fases anteriores do

processo, na transfonnação do acervo de informações em material ace~

sível? . ~..'

-,

Há uma infinidade de infonnações a serem recolhidas ,

jukgadas , sel.eci.onadas, tratadas tecnicamente. a fim de que "cheguem

ao estudioso em tempo útil, muitas vezes antes mesmoque ele apresen

te suas solicitações.

. 11

-não

são somente esses técnicos e cientistas' pri vile

giados que' tem direitos aos serviços da biblioteca.

Bibliotecário

ê

o .anal.Lsta de um moderno centro de do

cmentaçâo, mas

ê

tambémbibliotecário o que organiza coleções em bi

bliotecas. escolares, o que atende a crianças em bibliotecas

pÚbli-cas , o que. promovehoras do conto, o que estimula exposições,

exibi-ÇÕesde filmes, sessoes de debates para freqUentadores de

bibi~ote-cas populares ~

o

papel da biblioteca senpre esteve condicionado à s

circunstâncias sociais. De privilégio

para

os sábios, passou a ser

franqueada a todos. emprestando livros. levando-os

às

praças, usando

todos os meios

dísponfveãs

para propagar a cultura. Se a educação é

direito de todos, tambémaberta a todos deve estar a biblioteca.

Infelizmente, questões de prestígio . social parecem

Çad. Bib~otecon.,

Recióe, {5):

7-12,

j~n.

1982

11

(6)

~ . ..zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Nãopretendo que não se possa atingir

o

povo

através

de .recursos sofisticados.

Redes de bibli<?t~~

públicas podem usar

técnicas que representem economiade t.rabalho, funcionando

à

base de

processos automatizados.

estabelecer umaespécie de'hierarquia cultural dentro da profissão.

Tende-se a considerar mais importante o documentalista que se dedica

a atividades junto a pessoas cultas. Por que padrões iremos

qualifi-car comomenosimportante o bibliotecário

cujos usuários são crian

-ças ou adolescentes, o que dedica toda"sua capacidade profissional ao

pÚblico

COllUllll ?

Creio ser necessário um trabalho paciente de

difusão

de princípios para atenuar essa tendência elitista

da profissão.

Ou

não será neces~ário atenuá-Ia, procurando-se

enca-. rar biblioteconomia, documentação

~ ciência da :.infonnaçãodentro

d a

estratégia

do desenvolvimento,cano"exemplificações de

u m a

evolução

semântica que reflete

aperfeiçoamentoprofissional

?

são problemas a serem encarados sob facetas diversas.

Como

.naexpressâo bíblica,

há muitas moradas aguardan

d o

os que trabalham comhonestidade e dedicação.

Bibliotecários de vocação social devemse sentir atraí

dos pelos aspectos educativosda biblioteconomia, transfonila.ndo sua

atividade em elemento incentivador da cultura, a servíçodo

povo em

todas as suas

c a a a d a s ,

Bibliotecários seduzidos pelas inovações técnicas sen

tir-se-ão

tentados a colaborar emprogramasque recorram

ã

automaçã~

Quaisquer que sejam suas tendências, quaisquer que s~

jam suas possibilidades de trabalho. a atividade do

bíb Hoteêarfo d~

ve se central.í.zár

" em torno. do usuário.

g

a ele que devemos: todos

servir,

pois nele está a razão de nossos esforços, programas, inicia

távas ,

Na paráfrase fei ta por

Edson. Nexy da

Fonseca

a o s

versos de Carlos

Drtnmond de

An~de.

uma expressão que resume

o

ponto de encontro das diversas tendências, teorias e corrente:

!tA

ta

refa

é

comum,t.rabalhemos de mãos dadas",

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