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Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial vol.10 número2

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Academic year: 2018

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R Dental Press Ortodon Ortop Facial 5 Maringá, v. 10, n. 2, p. 5, mar./abr. 2005

Novos tempos, novos pacientes.

E

D I T O R I A L

- Doutor, eu vou ter que usar "freio de burro"? Acreditamos que, em quase todo o Brasil, o nosso respeitável AEB (Aparelho Extrabucal) é refenciado dessa forma jocosa pelos pacientes. Nas grandes metrópoles ou nos rincões interioranos parece-nos que, cada vez mais, os re-beldes adolescentes o têm assim chamado, manifestando-se, já na primeira consulta, contrários ao seu uso. Independente de qual região do mundo o paciente provenha, é certo que o perfil da população ortodôntica atual é mais reticente ao uso de aparelhos extrabucais, assim como qualquer aparelho que dependa da colaboração (i.e., aparelhos removíveis). Talvez em função disso, desde a década de 90 temos observado uma invasão na literatura de novos dispositivos que se propõem a driblar os desafios decorrentes da falta de colaboração, para sucesso dos tratamentos ortodônticos. Dispositivos de avanço fixos, distalizadores intrabucais, implantes de ancoragem, entre outros, são exemplos de abordagens que significantemente tiveram o seu uso au-mentado nas clínicas ortodônticas, além de serem objeto de diversas pesquisas.

Controle é a palavra de ordem. O ortodontista con-temporâneo consciente sabe que nem sempre os pacientes colaboram e o prognóstico torna-se desafiador. Por isso, ele precisa de uma estratégia de tratamento adequado. A exigência por tratamentos eficientes (custo x tempo x benefício) requer planejamentos atentos para cada perfil de paciente. Nesta edição, esta temática é brilhantemente abordada pelos autores Torres Maria et al. ao relatarem, com uma abordagem objetiva, o índice de sucesso de extrações de apenas dois pré-molares superiores versus distalização com o uso de aparelho extrabucal para o tratamento da Classe II. A comparação desses dois métodos confirma que a objeti-vidade deve imperar nestes tempos atuais. Com o enfoque no diagnóstico, e conseqüente prognóstico do paciente face longa, Cardoso et al. apresentam as características cefalo-métricas em conformidade com a proposta de Capelozza Fº. Outro aspecto bastante polêmico, também abordado nessa edição, é a discussão sobre a fase mais apropriada para o início do tratamento ortodôntico, principalmente o da Classe II. Trabalhos clínicos clássicos prospectivos randomi-zados, da Carolina do Norte e da Flórida, mostraram a ausên-cia de evidênausên-cias científicas que, até o momento, justifiquem um tratamento precoce para esta má oclusão. Nesta edição, Eto e Mazzieiro questionam os referenciais dentários para a localização da fase do crescimento. Já os autores Almada Santos et al. exploraram, de forma bastante objetiva, o uso do índice de maturidade esquelética avaliada pelas vértebras cervicais, método cada vez mais incorporado ao consultório ortodôntico, e cada vez mais usado em pesquisas.

Torna-se oportuna a qualificação dos pacientes quanto à proximidade do surto pubertário, época dos tratamentos mais eficientes Como chama a atenção, o trabalho de Pi-nheiro et al. que trata a respeito da percepção estética e da necessidade de tratamento entre pacientes e ortodontistas, devemos estar atentos à satisfação dos nossos pacientes. Se folhearmos qualquer manual de Marketing hoje, veremos que a satisfação do cliente está no topo da pirâmide das necessidades. E o bem estar do paciente é um dos objetivos precípuos de qualquer área da saúde.

Além disso, nesta edição também é abordada a influ-ência do agente clareador peróxido de carbamida sobre a resistência da colagem de braquetes. Essa verdadeira febre de procura pela clareação dentária seria, há algum tempo, inimaginável, evidência de como os anseios dos pacientes influenciam, de forma direta, o dia-a-dia do ortodontista. A publicação ainda é enriquecida por ar-tigos sobre o efeito da expansão rápida da maxila sobre a postura natural da cabeça, por um relato de um caso periodontal em adulto (situação cada vez mais freqüente nos consultórios), por um artigo que trata dos efeitos expansivos dos aparelhos ortopédicos funcionais, além de uma avaliação da altura facial inferior em crianças com Classe I.

Na seção Entrevista, o leitor encontrará a continuação da agradável conversa com o Dr. Cléber Bidegain, com mais 4 interlocutores. Por último, o Tópico Especial resgata uma abordagem diferenciada para o tratamento da mordida aberta anterior, destacando a iniciativa do ortodontista mineiro Francisco Nogueira que, apoiado por uma empresa nacional, introduziu no mercado brasileiro os esporões colados. Novamente esse material retoma a questão do fator colaboração, reforçando como são importantes novos recursos que independam do empenho do paciente.

Como em geral as abordagens na área de saúde têm feito, a Ortodontia baseada em evidências vem acertando mais quando busca o melhor para o paciente, oferecendo a melhor relação custo-benefício. A atenção a cada perfil de paciente (além da atenção ao tradicional “perfil”, é claro!) também é requerida para individualizar os protocolos de tratamento. Esperamos que a cada nova edição da Revista Dental Press possamos oferecer, junto com nossos colaboradores e autores, mais evidências que respondam às perguntas e exigências, freqüentes e instigantes, dos nossos pacientes exigentes!

Referências

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