• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. . vol.72 número5

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. . vol.72 número5"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

714

REVISTA BRASILEIRADE OTORRINOLARINGOLOGIA 72 (5) SETEMBRO/OUTUBRO 2006

http://www.rborl.org.br / e-mail: revista@aborlccf.org.br CASE REPORT

RELATO DE CASO

Rev Bras Otorrinolaringol 2006;72(5):714.

Schwannoma nasal

Nasal schwannoma

Giulliano Enrico Ruschi e Luchi1, Marcos Ribeiro Magalhães2, Soraia Maria Lanzelotti3, José Jarjura Jorge Júnior4, Eduardo Augusto Santana Ferreira de Mendonça5, Sandra Lira B. Magalhães6

INTRODUÇÃO

A topografia mais comum dos Schwannomas é no NC VIII (80%). São mais raros na região nasal (4%). No nariz podem se originar das fibras nervosas autônomas ou de ramos do NC V. Malignização é rara (2%). Segundo Hillstrom1, microscopia

eletrônica e imunohistoquímica permitem a diferenciação entre esse tumor e o neu-rofibroma, este com malignização mais comum (12%)1,2.

Schwannoma nasal pode se apre-sentar com obstrução nasal unilateral progressiva, acompanhada ou não de epistaxe, hiposmia e cefaléia. Ao exame físico, geralmente, a única alteração é uma massa acinzentada na fossa nasal. Pode ter aspecto de lesão vegetativa ou pólipo, muito vascularizados e sangrantes. Nasofibroscopia e TC são necessários para avaliar extensão tumoral e programação ci-rúrgica. O diagnóstico definitivo se dá pelo histopatológico. O tratamento é a exérese cirúrgica do tumor. Biópsia pré-operatória auxilia no diagnóstico diferencial de outras massas nasais.

APRESENTAÇÃO DO CASO

Mulher, 18 anos, com aumento de volume em pirâmide nasal à direita e epistaxes recorrentes que cessavam espon-taneamente, há 6 meses, obstrução nasal e hiposmia. À rinoscopia anterior, presença de massa de aspecto violáceo e consistên-cia amolecida, indolor à palpação, ocluindo a fossa nasal direita. TC de seios paranasais mostrou lesão altamente vascularizada em região anterior da fossa nasal, não atingindo a nasofaringe. Realizada biópsia ambulatorial e anatomopatológico, com diagnóstico de pólipo inflamatório com revestimento metaplásico. Feito rinotomia lateral, com exérese da massa e cauteriza-ção do leito de resseccauteriza-ção. Histopatológico da peça evidenciou schwannoma nasal be-nigno. Após 18 meses não havia evidência de recidiva local.

DISCUSSÃO

Existem cerca de 70 relatos de schwannoma nasal na literatura. A maioria são adultos entre a quarta e sexta décadas de vida, enquanto nossa paciente tem 18 anos de idade. Segundo Hasegawa3, a

ida-de dos pacientes com esse tipo ida-de relato variou entre 12 e 76 anos1-3. No relato de

Leakos4 a paciente apresentava obstrução

nasal, anosmia e deformidade da pirâmide nasal, porém sem epistaxe. Os casos rela-tados por Lacosta5 e Alessandrini6 tinham

como queixa apenas a obstrução nasal. Hasegawa3 revisou 6 casos e conclui que

o sintoma mais comum é a obstrução na-sal, mas inclui também a epistaxe, como ocorria com nossa paciente3-6. À rinoscopia

anterior, a maioria dos relatos descrevem massas acinzentadas, porém no nosso

caso apresentou-se violácea. Mais comu-mente, TC revelou invasão pelo TU das cavidades paranasais, nasofaringe e região intracraniana, mas em nosso caso a massa estava limitada à fossa nasal. A abordagem cirúrgica através da rinotomia lateral, como fizemos, é a técnica preferida pela maioria dos autores consultados, mas também há relatos de remoção por via endoscópica.

COMENTÁRIOS FINAIS

Por ser um tumor raro, assim como nos relatos da literatura, a suspeita diagnóstica de schwannoma nasal não foi levantada inicialmente, tendo o diagnóstico sido confirmado pelo histopatológico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Hillstrom RP, Zarbo RJ. Nerve sheath tumors of the paranasal sinuses. Electron microscopy and histopathologic diagnosis. Otolaryngol Head Neck Surg 1990;102:257-63.

2. Iwamura S, Sugiura S, Nomura Y. Schwan-noma of the nasal cavity. Arch Otolaryngol 1972;96:176-7.

3. Hasegawa S L, Mentzel T, Fletcher C D. Schwannomas of Sinonasal Tract and Naso-pharynx. Mod Pathol 1997;10(8):777-84. 4. Leakos M, Brown D H. Schwannoma of the

Nasal Cavity. J Otolaryngol 1993;22(2):106-7.

5. Lacosta J, Zabaleta M, Sanchez Del Hoyo A, Extracranial Schwannoma. Report of seven cases. Acta otorrinolaringol Esp 1999;50(7):587-9.

6. Alessandrini M, Nucci R, Giacomini P G, Federico F, Bruno E. A Case of Solitary Nasal Schwannoma. Na Otorrinolaringol Ibero Am 2001;28(2):201-8.

Palavras-chave: epistaxe, obstrução nasal, schwannoma nasal, tumor nasal.

Keywords: epistaxis, nasal obstruction, nasal schwannoma, nasal tumor.

1 Médico Otorrinolaringologista, Mestrando em otorrinolaringologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 2 Mestre em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Hospital Heliópolis.

3 Médica.

4 Professor Doutor Titular da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP. 5 Médico Otorrinolaringologista.

6 Médica Otorrinolaringologista. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP.

Endereço para correspondência: Giulliano Enrico Ruschi e Luchi - Av. Francisco Generoso da Fonseca 951 apto. 204 Jardim da Penha Vitória ES 29060-140 E-mail: giuluchi@yahoo.com.br

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 10 de março de 2005. Cod. 68. Artigo aceito em 25 de maio de 2006.

Imagem

Figura 1. Imagem de TC coronal mostrando massa em fossa  nasal direita, com limites intracraniano e orbital íntegros.

Referências

Documentos relacionados

Internal derangement and closed lock conditions are usually associated with common symptoms such as pain, limited mouth opening and altered mandibular function, which

Besides clues of a greater degree of inflammation in pediatric cholesteatomas, we also found, in this case, a direct correlation, from moderate to intense, between the average

Approval was obtained from the Research Ethics Committee for human studies, following which a retros- pective study was made of the medical files of every child undergoing

This study aimed to identify GSTT1 and GSTM1 gene null genotypes in smokers with head and neck squamous cell carcinoma and to compare these frequencies with those seen

Thus, the goal of the present study was to normatize fundamental frequency, jitter, shimmer and noise-har- mony ratio (NHR) measures for the CSL 4300 software, from

The most significant results in our study were: (a) Pure-tone thresholds for tested frequencies in conventional audiometry (250Hz to 8kHz) were increased in the older group

Such study aims at checking if there are differences concerning the assessment of high frequencies in normal hearing individuals due to earphone positioning carried out by

COMENTÁRIOS FINAIS O diagnóstico diferencial do leio- mioma da base da língua deve ser feito com outros tumores que ocorrem nesta região e baseia-se,