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Rev. Assoc. Med. Bras. vol.58 número5

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Academic year: 2018

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AUTORIA

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial, Colégio Brasileiro de Radiologia

PARTICIPANTES

Santos AF, Felix F, Martins GSQ, Hausen Pinna M, Bento RF, Monteiro TA, Gebrim EMS, Daniel MM, Gomes RLE, Haetinger R, Toyama C, Cevasco FKI, Mello SBM, Passos UL, Andrada NC

ELABORAÇÃO FINAL 30 de setembro de 2011

CONFLITO DE INTERESSES

Nenhum conflito de interesse declarado.

DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIA

Para a elaboração desta diretriz foi consultada a base de dados primária MEDLINE (PubMed) e outras fon-tes de pesquisa, sem limite de tempo. A estratégia de busca utilizada baseou-se em perguntas estruturadas na forma P.I.C.O. (das iniciais “Paciente”, “Interven-ção”, “Controle” e “Outcome”). Foram utilizados como descritores: “hearing loss”; “neuroma, acoustic”; “me-ningioma”; “otosclerosis”; “otospongiosis”; “ear neo-plasm/diagnosis”; “ear, inner/abnormalities”; “ear, inner/ radiography”; “cochlear nerve/abnormalities”; “cochlear nerve/radiography”; “tomography”; “tomography, X-ray computed”; “pneumoencephalography”; “magnetic res-sonance imaging”; “echo planar imaging”; “follow-up studies”; “false positive reaction”; “sensitivity and specifi-city”; “diagnosis”; “differential diagnosis”; “time factors”

e “cochear implantation”.

GRAUSDE RECOMENDAÇÃOE FORÇADE EVIDÊNCIA:

A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor

consistência.

B: Estudos experimentais ou observacionais de menor

consistência.

C: Relatos de casos (estudos não controlados).

D: Opinião desprovida de avaliação crítica,

basea-da em consensos, estudos isiológicos ou modelos animais.

Perda auditiva neurossensorial: diagnóstico radiológico

©2012 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.

OBJETIVO

Esta diretriz tem como objetivo orientar a utilização dos exames radiológicos para diagnóstico e seguimento de perda auditiva. Inclui indicações para realização de exames e as evidências de benefícios que as justiicam. Causas adquiridas (trauma) e infecciosas (otites médias crônicas) de surdez não foram abordadas nesta diretriz. Os diagnósticos clínicos e audiológico da surdez serão abordados em outra diretriz. Tem como público-alvo otorrinolaringologistas e pediatras.

INTRODUÇÃO

O diagnóstico radiológico apresenta um papel funda-mental na avaliação de diversos problemas otorrinola-ringológicos. Os exames mais utilizados são a tomograia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), cintilograia e angiograia. O osso temporal apresenta anatomia complexa, contendo importantes estruturas vasculares e nervosas no seu interior. Portanto, para se obterem informações com esses exames de alta tecnolo-gia, é necessário o conhecimento minucioso dessa arqui-tetura. A maioria dos otologistas já é bem familiarizada com os detalhes ósseos, incluindo orelha interna, cadeia ossicular e janela oval, que podem ser avaliados na TC de osso temporal de alta resolução. Entretanto, a RM apre-senta vantagem na detecção de anormalidades de tecidos moles, como obliteração coclear, aplasia de nervo coclear, alargamento de saco endolinfático e lesões retrococlea-res. A análise das evidências atuais na literatura contribui para o adequado emprego desses exames. Porém, é sem-pre importante enfatizar que os exames subsidiários ape-nas ajudam a conirmar a hipótese diagnóstica, e devem ser solicitados conforme a suspeita clínica.

1. QUALÉOPAPELDA TC NASUSPEITA DESCHWANNOMA

DE VIII PARCRANIANO?

A TC com contraste foi muito utilizada na suspeita clí-nica de schwannoma de VIII par craniano quando a RM ainda não era uma técnica consagrada, apresentando sensibilidade de 58%1(B).

Nessa época, quando a TC com contraste era negati-va, procedia-se à realização da TC com cisternograia a ar, aumentando a sensibilidade do exame para 100%. En-tretanto, por essa técnica ser mais complicada, invasiva e expor o paciente à radiação, perdeu espaço para RM1(B).

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de 100%; para tumores no ângulo ponto-cerebelar, a sensibilidade da TC contrastada foi de 68% e a da RM, de 100%1(B).

RECOMENDAÇÃO

Na suspeita de schwannoma de VIII par craniano a TC contrastada pode ser utilizada como primeiro exame no rastreamento quando a RM não estiver disponível. Ressal-va-se que o resultado negativo da TC não exclui a presença das lesões retrococleares, por apresentar baixa sensibilida-de. A conirmação com RM é necessária, principalmente quando a lesão é restrita ao conduto auditivo interno1(B).

2. QUALEXAMEÉINDICADOPARAODIAGNÓSTICODECASOS

SUSPEITOSDESCHWANNOMADE VIII PAR CRANIANO?

A RM contrastada com gadolínio em T1 é considerada o exame padrão ouro para o diagnóstico de schwannoma de VIII par craniano desde o inal da década de 19802(A).

Ela possibilita a identiicação e visualização do VII e VIII pares cranianos dentro do conduto auditivo inter-no com clareza3(A). Em pacientes com suspeita clínica

de schwannoma de VIII par craniano, compararam-se imagens de RM não contrastadas fast spin echo (T2 FSE) com as contrastadas com gadolínio (T1). Obteve-se uma sensibilidade de 54,5% nas imagens não contrastadas, além de falha no diagnóstico de tumores intracanalicu-lares e diiculdade de interpretação nos casos de conduto auditivo interno estreito3(A). A associação das imagens

obtidas nas RM não contrastadas e contrastadas pode trazer informações adicionais para suspeita de outras etiologias que clinicamente mimetizam o schwannoma de VIII par craniano, além de detectar todos os casos desse3(A). Atualmente, acredita-se que a estratégia com

maior custo-benefício para o diagnóstico de casos sus-peitos de schwannoma de VIII par craniano, a ser rea-lizada após o exame de audiometria, deva ser a RM de alta resolução não contrastada com aquisição volumétri-ca tridimensional (3D) gradiente-eco balanceado (steady state), que viabiliza o detalhamento das estruturas do labirinto membranoso, assim como dos nervos no inte-rior do conduto auditivo interno (CAI)4-8(B). Em alguns

aparelhos, as sequências volumétricas submilimétricas T2 fast spin echo (FSE) possibilitam melhor avaliação das estruturas da orelha interna8(B). Às vezes, é necessário

utilizar meio de contraste paramagnético (gadolínio) para identiicação de lesões no interior do CAI3(A); a não

utilização desse contraste retarda o diagnóstico de lesões pequenas e aumenta a taxa de falsos negativos no diag-nóstico dos schwannomas7(B). Quando a sequência T2

gradiente-eco balanceado (FSE) evidenciar alterações no conduto auditivo interno ou no labirinto membranoso, deve-se complementar uma sequência T1 pós-contraste, necessitando reconvocar o paciente6(B). Pacientes com

sintomas audiovestibulares devem realizar as sequências

fast spin echo com T2 e T1 pós-contraste, pois essa técni-ca possibilita maior detecção de neurinoma do acústico e/ou identiicar seus diagnósticos diferenciais4(B). RM

com sequência T2 gradiente-eco balanceado (FSE) via-biliza excelente representação anatômica do osso tempo-ral e ângulo ponto-cerebelar, com identiicação do VII e VIII pares cranianos; identiica qual o ramo acometido pelo schwannoma de VIII par craniano e sua extensão na orelha interna. A deinição de normalidade por essa técnica é dada pela identiicação adequada do VII e VIII pares cranianos sem alterações no meato acústico inter-no e ângulo ponto-cerebelar, além da cóclea e estruturas do labirinto4(B). As desvantagens correspondem a não

identiicação de inlamação e outros processos no cére-bro e osso temporal (meningioma, metástase, lipoma, cavernoma e alça vascular), que podem apresentar os mesmos sintomas do schwannoma de VIII par craniano, não identiicação de schwannoma de VIII par craniano menor que 5 mm, se os ramos nervosos do VII e VIII pares cranianos não forem adequadamente identiicados ou pela presença de artefato ou se o tumor ainda não dis-torceu a anatomia das estruturas da orelha interna4(B).

Assim, os casos duvidosos ou com alterações devem ser reconvocados para RM contrastada, no intuito de eluci-dar melhor o diagnóstico. Adotando essa estratégia, es-peram-se 86% exames negativos, dos quais 1% será falso negativo, e 14% de resultados positivos, dos quais 0,9% serão falsos positivos e 3 a 5% dos casos suspeitos não conirmados pela sequência adotada4(B).

RECOMENDAÇÃO

O exame indicado para investigação de casos suspei-tos de schwannoma de VIII nervo craniano é a RM, que deve incluir as sequências FSE T2, sequências T1 pré e pós-contraste e a aquisição volumétrica 3D gradiente-eco balanceado (steady state)4-8 (B). A RM contrastada

perma-nece como o exame de referência, sendo recomendada em casos suspeitos indeterminados e naqueles com alteração inicial, para melhor elucidação diagnóstica3(A)4,6(B).

3. COMODIFERENCIARRADIOLOGICAMENTEOSCHWANNOMA

DE VIII PARCRANIANODOMENINGIOMADEÂNGULOPONTO

-CEREBELAR?

O schwannoma de VIII par craniano e o meningioma são os tumores mais frequentes no ângulo ponto-cerebelar, correspondendo a 80-90% e 10-15%, respectivamente9 (C).

Os achados radiológicos sugestivos de schwannoma de VIII par craniano são: formato globular, tumor com su-perfície petrosa adjacente e com presença de áreas císti-cas; componente intracanalicular com alargamento do meato acústico interno e ângulo agudo entre as porções ântero-lateral ou póstero-lateral com o osso petroso ad-jacente10 (C). Já para o meningioma, os sinais

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o osso petroso ou tentório, ângulo obtuso com o osso petroso, realce homogêneo pelo contraste, cauda du-ral, calciicação intratumoral e hiperostose. Entretan-to, desses sinais radiológicos descritos na literatura, a presença de hiperostose na TC é o único especíico de meningioma10(C). Na RM, a presença de

micro-hemor-ragias intratumorais apresenta sensibilidade de 93,8% e especiicidade de 100%, valor preditivo positivo de 100% e valor preditivo negativo de 83,3% (com p  <  0,01), na sequência ponderada em T2 FSE (gradiente-eco) para o schwannoma vestibular11(B). Isso fornece razão de

ve-rossimilhança positiva elevada com RV+  = 94 (IC95% 13,36 - 661,23%), aumentando a certeza diagnóstica de 2% (prevalência estimada do tumor antes do exame) para 66% de probabilidade de ter schwannoma diante de exa-me alterado. Os exa-meningiomas não costumam apresentar micro-hemorragias e, sim, calciicações, que podem ser puntiformes ou grosseiras, esparsas ou difusas. RM por meio da sequência gradiente-eco T2 tem diiculdade de diferenciar micro-hemorragias de calciicações, pois ambas se apresentam com áreas de ausência de sinal, reforçando a necessidade de contraste paramagnético (gadolínio) ou realização de aquisição volumétrica 3D gradiente-eco balanceado (steady state). Já a utilização da sequência ponderada em T2 TSE (turbo spin echo) ou FLAIR (luid-attenuated inversion recovery) apresen-tou baixa sensibilidade, identiicando apenas 12,5% dos casos11(B). Sabe-se que até 25% dos casos de meningioma

podem ser confundidos com schwannoma de VIII par craniano pré-operatoriamente12(C). A diferenciação entre

esses dois tumores previamente irá inluenciar na decisão terapêutica e no prognóstico do tumor. Sabe-se que as chances de preservação auditiva são maiores no menin-gioma, assim como sua recorrência.

RECOMENDAÇÃO

A realização de RM com sequência ponderada em T2 gra-diente-eco (FSE) poderá ter diiculdades para diferenciar schwannoma de VIII par craniano de meningioma11(B). A

identiicação de micro-hemorragias nessa sequência tem alta sensibilidade e especiicidade ao diagnosticar schwan-noma de VIII par craniano, aumentando a certeza diag-nóstica de 2% para 66% diante do exame alterado.

4. COM QUAL FREQUÊNCIA A RM DEVE SER REALIZADA

EM PACIENTES COM SCHWANNOMA DE VIII PAR CRANIANO

TRATADOSCONSERVADORAMENTE?

A opção pelo tratamento conservador do schwannoma de VIII par craniano pode ocorrer por diversas razões (tama-nho inicial do tumor, ausência de sintomas, idade, opção do paciente, comorbidades que contraindiquem outros tratamentos). Nesses pacientes, a frequência da realização do exame de imagem para o seguimento é importante na detecção de tumores que estejam crescendo e necessitem

de outros recursos terapêuticos13(C). Pacientes com

sch-wannoma de VIII par craniano mantidos inicialmente com tratamento conservador e seguidos clinicamente por 10 anos tiveram crescimento tumoral acima de 2 mm/ ano no maior diâmetro, em 22% dos casos. Dentre esses, 53% apresentaram crescimento na primeira RM realiza-da após seis meses do diagnóstico, 29% na segunrealiza-da RM realizada com 18 meses após o diagnóstico, 11% na ter-ceira RM realizada 30 meses após o diagnóstico inicial, 5% na quarta RM realizada 42 meses após o diagnóstico inicial e, inalmente, 2% na RM realizada 66 meses após o diagnóstico13(C). Sugere-se seguimento por imagem na

seguinte frequência: seis meses após o diagnóstico inicial, repetir anualmente por dois anos, repetir após dois anos e a cada cinco anos até o im da vida13(C). Os tumores

cís-ticos representam 6% dos schwannomas acompanhados e 15% dos que apresentaram crescimento. Eles tenderam a crescer de maneira rápida e não previsível, por isso sugere-se maior atenção caso opte-se por tratar conser-vadoramente esse tipo de tumor13(C). Schwannoma com

apresentação de tumor cístico necessita ser reavaliado em menos de seis meses.

RECOMENDAÇÃO

Recomenda-se a realização de RM no seguimento conser-vador de schwannomas de VIII par craniano na frequência de: seis meses, anualmente por dois anos (18 e 30 meses), repetir após dois anos (42 meses) e a cada cinco anos a partir de então13(C). Schwannoma com apresentação de

tumor cístico tem crescimento mais rápido e necessita ser reavaliado em menos de seis meses.

5. QUAL RM MAGNÉTICADEVESERREALIZADAEMPACIENTES

COM SCHWANNOMA DE VIII PAR CRANIANO SUBMETIDOS À

RESSECÇÃOCIRÚRGICACOMPLETADO TUMOR?

A ressecção cirúrgica completa é o tratamento escolhido para schwannoma de VIII par craniano, no entanto, a op-ção pela ressecop-ção parcial pode ser realizada para preser-var estruturas adjacentes. Pacientes submetidos à cirurgia para exérese de schwannoma de VIII par craniano foram seguidos por quatro anos para avaliar recidiva. Foram en-contrados 95,3% dos pacientes com exame dentro da nor-malidade após um ano da cirurgia, 3,3% com realce linear, 1% com realce nodular e 0,3% com granuloma de coleste-rol. No exame realizado após cinco anos de cirurgia, todos que apresentaram exame dentro da normalidade no pri-meiro ano permaneceram assim, da mesma maneira que os pacientes com realce linear. O granuloma de colesterol também permaneceu estável. Dos três pacientes com realce nodular, dois apresentaram crescimento. Em um desses foi deixado tumor residual na cirurgia para preservar o nervo facial e no outro houve recorrência (0,33%)14(B). Deve-se

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ci-rúrgico tenha sido resolvido. Se a RM for normal após um ano, não há necessidade de outros exames de imagem14(B).

No caso de realce na região do meato acústico interno no primeiro exame, repete-se imagem após dois anos. Se o realce linear permanecer estável, não há necessidade de mais exames de imagem. Se o realce nodular permanecer estável, outro exame é repetido em dois anos, pelo risco maior de crescimento. Se nesse novo exame ainda per-manecer estável, então se recomenda repetir a RM a cada cinco anos, já que esse grupo apresentou maior risco de recorrência14(B).

RECOMENDAÇÃO

Recomenda-se a realização de RM no seguimento pós- operatório de pacientes submetidos à ressecção completa de schwannoma de VIII par craniano, para avaliar reci-diva, após um ano, em todos os casos14(B). Os pacientes

que apresentem realce na região do conduto auditivo in-terno deverão ter o exame repetido em dois anos14(B). A

partir daí, o seguimento radiológico dependerá do tipo de realce encontrado. Se o realce linear estiver estável, não há necessidade de outros exames. Se o realce nodular estiver estável, repetir em dois anos e, a partir de então, a cada cinco anos14(B).

6. EMPACIENTESCOMSCHWANNOMADE VIII PARCRANIANO

QUE OPTAM POR ACOMPANHAMENTO NÃO CIRÚRGICO DA

LESÃO, QUAL É O MÉTODO RADIOLÓGICO EFICAZ PARA

DETECTARCRESCIMENTOTUMORAL?

Com o avanço dos métodos de imagem, muitos cirurgiões têm optado por condutas expectantes, em alguns casos especíicos, de pacientes com schwannoma de VIII par craniano. Essa conduta é chamada de “wait-and-scan” e deve ser avaliada individualmente em cada caso. Alguns trabalhos têm acompanhado pacientes que optam por essa conduta conservadora para avaliar o crescimento tumoral, as consequências do wait-and-scan e os métodos radioló-gicos utilizados para esse acompanhamento. É importante, no entanto, que se adote um padrão único e simples de medidas realizadas a partir das imagens de RM, para que os futuros exames de controle sejam comparáveis entre si e reprodutíveis, uma vez que o ideal diicilmente aconte-cerá: exames realizados pelo mesmo proissional, na mes-ma instituição e no mesmo equipamento médico. Deve-se conhecer o volume tumoral no seu diâmetro máximo, in-cluindo a porção intracanalicular. Com esse propósito, foi realizado o acompanhamento de pacientes com schwan-noma de VIII par craniano durante 20 anos. As imagens radiológicas foram cegamente analisadas por neurorradio-logistas. O crescimento tumoral foi mensurado por meio da avaliação anual do diâmetro e volume tumorais e pela taxa relativa de crescimento do volume tumoral15(C). Em

20 anos, tivemos 74% de crescimento tumoral, 18% de au-sência de crescimento e 8% de crescimento negativo16(C).

No seguimento de 27 anos dessa mesma população, a taxa de crescimento tumoral foi de 85%, 11% sem crescimen-to e 6% de crescimencrescimen-to negativo. Nesse último período, 42% dos pacientes permaneceram vivos e o crescimento do tumor não exigiu intervenção, 28% foram tratados ci-rurgicamente e 19% morreram de causas não relacionadas com o tumor16(C). Em tumores pequenos e médios,

mane-jados conservadoramente, que apresentaram crescimento, não se observou diferença estatisticamente signiicante em relação à idade, sexo, tamanho inicial do tumor, tumor in-tra ou exin-tracanalicular e presença de sintomas17(B). Além

disso, a progressão da perda auditiva não apresenta corre-lação com o crescimento tumoral, 50% dos pacientes com progressão da surdez tinham tumores estáveis18(B)19(C).

Sabe-se que tumores císticos apresentam maior chance de crescerem e de modo imprevisível13(C) e que pacientes

jo-vens apresentam taxas de crescimento mais rápidas20(C).

Pacientes que optam por tratamento não cirúrgico devem ser monitorizados com RM, com avaliação do volume e não apenas do diâmetro tumoral; esses pacientes devem manter o acompanhamento, mesmo se o volume tumo-ral estiver estabilizado por dois anos14(B). A realização de

RM com avaliação volumétrica do tumor é o método mais acurado para a detecção precoce da progressão tumoral. O crescimento é estatisticamente signiicativo quando o tu-mor cresce pelo menos 50%, no entanto, é importante res-saltar que a ausência de progressão radiológica não signii-ca necessariamente ausência de crescimento tumoral21(B).

RECOMENDAÇÃO

Não existem dados clínicos capazes de predizer o cres-cimento tumoral, por isso a importância do seguimento radiológico17(B). Em pacientes que optam por seguimento

não cirúrgico de schwannoma de VIII par craniano, a ava-liação anual do crescimento volumétrico tumoral com RM é o exame radiológico mais acurado para avaliar o cresci-mento do tumor21(B). Esses pacientes devem ser

informa-dos de que, durante o acompanhamento, existe a possibili-dade de mudança de prognóstico da lesão15(C).

7. A RM PODE APRESENTAR RESULTADO FALSO POSITIVO

PARA SCHWANNOMASDE VIII PARCRANIANO?

A RM é o método mais sensível para a identiicação pre-coce de pequenos schwannomas de VIII par craniano. Imagens de T1 com gadolínio identiicam lesões de até 2 mm22(B). No entanto, esse exame pode apresentar

re-sultados falsos positivos. A avaliação prospectiva da RM com aquisição volumétrica 3D gradiente-eco balancea-do (steady state) entre dois observadores independentes encontrou sensibilidade, especiicidade e acurácia, res-pectivamente, de 100%, 99,5%, 99,5% para o observador 1 e 99,7%, 99,7% e 99,8% para o observador 223(B). Isso

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resultado falso positivo é maior para pequenos tumores intracanaliculares, podendo chegar a 32%24(B). Em todos

os exames que apresentaram resultado falso positivo, a imagem observada sempre foi no fundo do conduto audi-tivo interno (CAI) com tamanho menor do que 6 mm no maior diâmetro. Desses pacientes, nos que foram submeti-dos à cirurgia, durante o procedimento, não foi visualizada imagem sugestiva de neoplasia e o material encaminhado para paraina também afastou o diagnóstico de schwanno-ma de VIII par craniano. Nos pacientes em que se optou por acompanhamento conservador, as RM sequenciais de-monstraram regressão parcial ou completa da lesão, afas-tando a hipótese de schwannoma24,25(B).

RECOMENDAÇÃO

Apesar de a RM com gadolínio e de a RM com aquisi-ção volumétrica 3D gradiente-eco balanceado (steady state) serem os métodos diagnósticos mais sensíveis para identiicação precoce de tumores do ângulo ponto- cerebelar22,23(B), os resultados desses exames nunca

de-vem ser avaliados isoladamente. Em lesões pequenas, deve-se considerar a realização de RM sequenciais para conirmação diagnóstica, antes de algum procedimento cirúrgico24,25(B).

8. QUAL É A ACURÁCIA DA TC DE OSSOS TEMPORAIS NO

DIAGNÓSTICODAOTOSCLEROSE?

A otosclerose é uma osteodistroia primária focal da cáp-sula ótica de etiologia desconhecida. Pode evoluir com perda auditiva progressiva condutiva, mista ou neurossen-sorial, quando acomete a junção estapédio-vestibular e/ou estruturas da orelha interna26(B). O diagnóstico deinitivo

consiste na identiicação de focos macroscópicos na janela oval com ixação da platina do estribo27(B). A tomograia

computadorizada de alta resolução (TCAR) é um método utilizado na identiicação de focos de otosclerose nos pa-cientes com suspeita clínica, com sensibilidade de 95,1% e especiicidade de 99,5%, com RV+ = 95% (IC 95% 13,51-668,19%), com probabilidade de certeza diagnóstica de 66%. A tomograia computadorizada de baixa resolução apresenta sensibilidade de 91,3%27(B). O foco mais

fre-quente localiza-se na região fenestral anterior (96,6% dos casos)27(B). Foco fenestral isolado pode ser identiicado

em 69,04% dos pacientes19(C). Em 78,7% dos casos, os

fo-cos são bilaterais, podendo ser simétrifo-cos (38,3%) ou assi-métricos (40,4%)26(B). Os casos não detectados

radiologi-camente e identiicados no intraoperatório correspondem a focos isolados e supericiais na issula ante fenestram. Esses casos podem estar associados a maior mobilidade do estribo e risco aumentado de platina lutuante. Portan-to, os casos negativos à TCAR não excluem otosclerose e podem indicar maior diiculdade intraoperatória por pro-blemas com a platina27(B). Foco obliterativo da platina do

estribo foi identiicado em 5,55% das orelhas, sendo sua

identiicação importante para alertar o cirurgião de maior diiculdade técnica intraoperatória26(B). O papel da TCAR

consiste não apenas em conirmar a suspeita clínica, mas em prever possíveis diiculdades técnicas, identiicar doenças associadas (malformação de cadeia ossicular, i-xação do martelo, deiscência de canal semicircular supe-rior etc.) e orientar o paciente sobre maior risco de perda auditiva neurossensorial em decorrência da extensão dos focos otoscleróticos26,27(B). Ela faz o estudo do osso

tem-poral com colimação (espessura entre 0,6-1 mm), com al-goritmo de reconstrução óssea27(B).

RECOMENDAÇÃO

Recomenda-se a realização da TC de ossos temporais com colimação (espessura) entre 0,6-1 mm, com algoritmo de reconstrução óssea27(B) em pacientes com suspeita clínica

de otosclerose, para conirmação diagnóstica e planeja-mento cirúrgico26(B).

9. QUALÉAMELHORMANEIRADEAVALIARMALFORMAÇÕES

DEORELHAINTERNAECONDUTOINTERNO?

Malformações congênitas da orelha interna são resultantes de alterações no desenvolvimento dessa estrutura, poden-do ser hereditárias, mutações adquiridas geneticamente ou outros fatores ainda pouco explicados. As malforma-ções podem aparecer em qualquer parte da orelha interna, ocorrem na estrutura óssea em 20% dos casos e no restan-te, na maior parrestan-te, é constituída por alterações celulares, portanto não identiicáveis em exames de imagem28(C).

Hoje, com o uso de exames cada vez mais apurados para o diagnóstico de malformações da cóclea, uma nova classii-cação foi estabelecida28(C), dividindo essas anomalias em:

a) Deformidade de Michel – ausência completa de estru-turas cocleares e vestibulares; b) Aplasia coclear – ausência completa de estruturas cocleares, com ou sem alteração vestibular; c) Cavidade comum – a cóclea e o vestíbulo formam uma cavidade única; d) Partição incompleta tipo I – nesse caso, tanto a cóclea quanto o vestíbulo adqui-rem aspecto cístico; e) Partição incompleta tipo II – os tamanhos estão normais, mas a cóclea só tem um giro e meio, conhecida também como deformidade de Mondini. Ela é acompanhada de aumento do vestíbulo com canais semicirculares normais e dilatação do aqueduto vestibu-lar; f) Hipoplasia cocleovestibular – conforme o nome diz, ambas as estruturas estão hipoplásicas. O diagnóstico da aplasia de Michel pode ser feito com TCAR. Esse exame ainda é útil para diagnóstico diferencial de labirintite os-siicante, já que, nessa última, a convexidade da parede la-teral do canal semicircular lala-teral é mantida assim como o promontório, diferente da aplasia de Michel, onde tudo é plano29(C). O alargamento do aqueduto vestibular é a

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seu tamanho for maior que 1,5 mm, medido no meio dessa estrutura. TCAR mostra alargamento do aqueduto vesti-bular e RM ponderada em T2 demonstra a dilatação de seu conteúdo membranoso, o ducto endolinfático e o saco endolinfático30(D). A deformidade de Mondini ou

par-tição incompleta tipo II (IP-II) é uma das malformações mais conhecidas e cursa com fusão do giro médio e apical da cóclea, preservando o giro basal. Assim, na TCAR, em vez de se observarem dois giros e meio na cóclea, observa--se apenas um giro e meio. Essa alteração pode vir asso-ciada a outras malformações da orelha interna em 20% dos casos, além de cursar frequentemente com ausência de modíolo31(B). Na estenose de conduto auditivo interno,

a TCAR leva à suspeita de hipoplasia ou aplasia de nervo vestíbulo-coclear, com sensibilidade de 42% e especiici-dade de 89%32(B). A RM ponderada em T2 conirma o

diagnóstico. Condutos auditivos internos aparentemente normais na TC não afastam o diagnóstico de hipoplasia de nervo coclear33(B)34(D).

Recomendação: Algumas malformações da orelha in-terna podem ser identiicadas por meio da TCAR29(C). A

presença do nervo vestíbulo-coclear no conduto auditivo interno só pode ser conirmada na RM com sequência ponderada em T2 por aquisição volumétrica 3D gradien-te-eco balanceado. As razões de verossimilhança entre es-ses exames são semelhantes.

10. QUAISEXAMESDEIMAGEMDEVEMSERREALIZADOSNO

PACIENTECANDIDATO AOIMPLANTECOCLEAR?

A avaliação por imagem do osso temporal fornece dados importantes para candidatos ao implante coclear, como a potência da luz coclear, a presença ou ausência de nervo co-clear, a presença de malformações da orelha interna e a ana-tomia do nervo facial35(B). Essa avaliação inluencia

tam-bém na decisão do lado a ser operado, na técnica cirúrgica e na escolha do tipo de feixe de eletrodos a ser utilizado36(B).

A RM é o método mais indicado para o diagnóstico de anormalidades de tecidos moles da orelha interna quan-do comparaquan-do à TC35,37(B). A RM proporciona excelente

visualização do labirinto membranoso, do saco endolinfá-tico, dos nervos coclear, facial e vestibulares e do sistema nervoso central36(B). A TCAR é importante na avaliação da

parte óssea da cápsula ótica, das estruturas da orelha média e do canal de Falópio35(B). Comparando as anormalidades

identiicáveis por TCAR em relação às observadas pela RM de alta resolução com reconstrução 3D (fast spin echo T2 weighted), a TCAR diagnostica 88% das anormalidades do vestíbulo, 42% das alterações cocleares, 35% do modíolo, 6% de anormalidades no saco endolinfático e 100% das anomalias de ducto endolinfático35(B). Em relação à

ossi-icação coclear, a RM tridimensional de alta resolução (fast spin echo T2 weighted) apresenta sensibilidade de 94,1% (IC 95% 71-99%) e especiicidade de 87,5% (IC 95% 47-99) em detectar obstrução coclear em pacientes com

antece-dente de meningite bacteriana36(B). Na maior avaliação

multicêntrica retrospectiva, a TCAR demonstrou acurácia de 94,6%, especiicidade de 100% e sensibilidade de 71% na identiicação de ossiicação coclear. A TCAR apresen-ta limiapresen-tações na detecção de tecido ibroso no interior da cóclea, bem como de seus compartimentos36(B). Essa

al-teração de partes moles no interior da cóclea é mais bem avaliada com RM, principalmente nos casos de labirintite ossiicante36,37(B). A RM tridimensional em sequência CISS

(constructive interference in the steady-state), também de-nominada de FIESTA (fast imaging employing steady-state acquisition), é um método que também demonstra com boa deinição as estruturas da orelha interna e pode ser usado na avaliação dos candidatos ao implante coclear. Essa técnica apresenta desvantagens em relação à maior presença de ar-tefato e maior sensibilidade ao movimento. Porém, quando bem realizada, apresenta maior deinição de imagem para a avaliação da integridade do nervo coclear no meato acús-tico interno38(B). Em pacientes com labirintite ossiicante,

o meio de contraste paramagnético é útil na avaliação da natureza da ibrose do labirinto membranoso. Se apresentar realce, deve-se considerar uma fase proliferativa da labirin-tite ossiicante, devendo o implante ser priorizado39(D). Há

controvérsias na literatura sobre qual é o melhor exame de imagem a ser realizado na avaliação pré-operatória dos can-didatos ao implante coclear: somente tomograia, somente ressonância ou a associação dos dois métodos40(B).

RECOMENDAÇÃO

Ainda há controvérsias sobre qual é o melhor exame de imagem a ser realizado na avaliação pré-operatória dos candidatos ao implante coclear40(B). O paciente

candida-to ao implante coclear deve realizar TC de osso temporal com colimação (espessura) entre 0,6-1 mm, com algo-ritmo de reconstrução óssea(B). A investigação deve ser

complementada com RM não somente apenas T2, mas incluindo sequências T2, T1 pré e pós-contraste e, se pos-sível, a aquisição volumétrica 3D gradiente-eco balancea-do (steady state) para o diagnóstico de anormalidades de tecidos moles da orelha interna, visualizando o labirinto membranoso, deinindo obstrução da luz coclear por i-brose e/ou ossiicação, anormalidades do saco endolinfáti-co e presença ou não do nervo endolinfáti-coclear35,36(B).

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