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Rev. adm. empres. vol.43 número4

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Academic year: 2018

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O U T / D E Z / 2 0 0 3 • ©RAE • 5 Nesta edição veiculamos o segundo RAE-documento:

Pesquisa em Administração. Essa iniciativa tem como obje-tivo registrar o “estado das coisas” da produção acadêmica brasileira e fomentar o debate sobre perspectivas e cami-nhos para nosso campo.

Um rápido exame dos textos publicados nas duas últimas edições induz-nos a conclusões inequívocas. Primeiro, pro-dução há! Ao longo da década de 1990, período coberto pela maioria dos trabalhos, a produção local cresceu vigorosamen-te. Foi também razoavelmente bem-sucedida no delineamento de suas próprias fronteiras e subdivisões internas. Segundo, os problemas já apontados em avaliações anteriores persis-tem: nossa produção acadêmica permanece nos subterrâne-os da produção mundial e sofre de problemas crônicsubterrâne-os de qualidade. Como assinalou um agudo avaliador da própria RAE, ao se deparar com mais um trabalho sobre cultura or-ganizacional, “é como se nos dedicássemos permanentemente a ‘reinventar a roda’, trazendo para os trópicos teorias gastas, que utilizamos, freqüentemente sem entender, para explicar fenômenos semi-reais, que projetamos na realidade para via-bilizar nosso exercício investigativo”.

Em suma: evolução há, porém continuamos a uma boa distância de gerar conhecimento relevante, seja para o de-senvolvimento teórico, seja para a prática administrativa. Convém observar que essa relativa “inutilidade” não é pri-vilégio nosso: nos Estados Unidos, berço da disciplina, a comunidade acadêmica também enfrenta crise similar, lá marcada pela fragmentação e pela incapacidade de gerar impacto sobre o “mundo real”.

Se o diagnóstico é transparente e persistente, o que nos impede de nos movermos para outra direção? Será o estado atual das coisas de interesse de nossos pesquisadores? Se-rão as viagens turísticas a congressos, o desenvolvimento autocentrado, o prazer autotélico e o permanente culto ao

ego suficientes para sustentar o status quo? Ou será que fal-tam caminhos e diretrizes, além da burocracia apaixonada por avaliações e índices de produtividade?

O observador mais sensível talvez perceba no ar o desejo de um “Projeto Genoma”, um grande empreendimento co-letivo, com um objetivo claro, um tema bem delineado, um ciclo definido, pesquisadores capacitados, recursos adequa-dos e, principalmente, um produto de valor a ser entregue. Levado adiante pela comunidade, tal projeto talvez repre-sentasse o mesmo divisor de águas que significou para os pesquisadores da Biologia, em especial a demonstração de que a comunidade acadêmica é capaz de se mobilizar como um corpo único e gerar conhecimento útil e de impacto.

Naturalmente, não são pequenos os desafios: a escolha do tema, o desenvolvimento dos recursos, o monitoramen-to da evolução, entre muimonitoramen-tos outros. Tampouco serão pe-quenas as dificuldades para acomodar visões e interesses. A chance de realizar uma utopia viria sempre acompanhada do risco de gerar uma distopia.

EDITORIAL

ALIMENTO PARA A MENTE E PARA A ALMA

Nesta edição, a RAE traz mais uma vez um “cardápio” variado de conteúdos e provocações.

No efervescente campo da Estratégia, Denise L. Fleck retoma a literatura clássica deste domínio e discute o “mo-tor do crescimento contínuo da empresa” e o “mo“mo-tor de co-evolução de empresas e indústrias”.

No campo das Organizações, Arménio Rego busca de-senvolver uma contribuição original para a questão do comprometimento organizacional, tido como fator-cha-ve para o desempenho organizacional e para a competiti-vidade.

No campo da Mercadologia, Filipe Campelo Xavier da Costa e Juliano A. Larán propõem um modelo de antece-dentes e conseqüências da compra por impulso no co-mércio eletrônico. O objetivo dos autores é contribuir para uma melhor compreensão do comportamento do consumidor.

RAE-documento traz quatro artigos com reflexões so-bre a evolução de nosso campo. No primeiro, Carlos Osmar Bertero, Flávio Carvalho de Vasconcelos e Marce-lo Pereira Binder mostram a evolução da produção brasi-leira no campo da Estratégia entre 1991 e 2002. No se-gundo artigo, Regina Silva Pacheco mostra um retrato crítico da pesquisa recente em Administração Pública no Brasil. No terceiro, dois jovens pesquisadores, Eduardo Davel e Rafael Alcadipani, fazem um balanço de uma abor-dagem também jovem: os Estudos Críticos das Organi-zações. Fechando o grupo, há um artigo estrangeiro, aqui incluído para fazer contraponto aos demais: Eric W. Ford e colaboradores apresentam uma reflexão sobre a ques-tão da utilidade e do impacto da pesquisa em gesques-tão.

Em Pensata, Paula Chies Schommer apresenta um in-teressante registro de inovações na gestão pública brasi-leira, um trabalho de pesquisa baseado no exemplar Pro-grama Gestão Pública e Cidadania.

Completam esta edição duas resenhas e duas indica-ções bibliográficas.

CONVITE

Desejamos que esta edição parcialmente dedicada a re-flexões sobre o desenvolvimento do campo da Administra-ção no Brasil alimente polêmicas e motive pesquisadores a enviarem suas colaborações.

Boa leitura!

Thomaz Wood Jr.

Referências

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