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PERCEPÇÕES DA ANÁLISE DE STAKEHOLDERS NUMA EMPRESA DO SEGMENTO SIDERÚRGICO

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Área temática: Gestão Ambiental & Sustentabilidade

Rodrigo Goyannes Gusmão Caiado

rodrigoggcaiado@gmail.com

Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas

quelhas@latec.uff.br

Gilson Brito Alves Lima

glima@id.uff.br

Resumo: As discussões no contexto da Sustentabilidade Empresarial estão cada vez mais presentes na agenda das organizações dos diversos setores da economia. Neste contexto, a proposta deste artigo foi levantar percepções da análise dos stakeholders na sustentabilidade organizacional, como suporte ao processo decisório. Como opção metodológica, foi inicialmente aplicado um questionário com especialistas com posterior análise de um caso em uma empresa do setor siderúrgico, buscando caracterizar a definição das perspectivas sustentáveis do negócio a partir das prioridades e expectativas dos stakeholders identificados na survey. Como resultado do estudo, verificou-se quais stakeholders possuem maior grau de importância e de influência para a empresa e respectiva análise de correlação entre essas variáveis.

Palavras-chaves: Sustentabilidade Organizacional;Gestão de stakeholders; Relatórios de

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1. INTRODUÇÃO

De acordo com Roca et Searcy (2012), questões de sustentabilidade estão ganhando maior destaque entre corporações e seus stakeholders em todo mundo. Ao longo dos últimos anos, o número de empresas que compartilham detalhes sobre suas iniciativas sustentáveis em relatórios disponíveis publicamente foi crescendo rapidamente. Os nomes para se referir a esses relatórios variam amplamente, incluindo sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, responsabilidade social corporativa, triple bottom line, e relatórios de prestação de contas, entre muitos outros. No entanto, apesar da proliferação desses relatórios, permanecem perguntas sobre quais informações estes devem conter e como eles devem ser estruturados (DAVIS; SEARCY, 2010).

O atual cenário exige, além de uma postura mais competitiva, um comportamento mais cooperativo. Um novo modelo de gestão prevalece com a busca pela sustentabilidade empresarial. A base do desenvolvimento sustentável é um sistema de mercado aberto e competitivo no qual a total transparência nas relações é pré-requisito fundamental. Para as organizações, isto significa ouvir e considerar em suas decisões, as opiniões e expectativas de todas as partes interessadas (NORO et al. 2010)

Dentro deste contexto, esta pesquisa apresenta a seguinte problemática. Qual a relevância da análise dos stakeholders para a sustentabilidade organizacional de uma empresa do setor siderúrgico?

As empresas com visão de futuro também estão tentando estabelecer maneiras de quantificar o impacto da sustentabilidade na inovação, marca e produtividade. Essas empresas buscam construir sustentabilidade em suas marcas e alcançar vantagens competitivas decorrentes de uma boa reputação no mercado (LEITE et al. 2011). A função da empresa não fica mais limitada à satisfação dos acionistas e a uma gestão fechada, pois a organização, atualmente, passa a interagir e comprometer-se com todos, colaboradores, acionistas, sociedade, parceiros comerciais, etc.

Para Fiksel et al. (1999), a adoção de princípios sustentáveis gera benefícios que vão além das áreas ambientais e sociais, gerando também melhora no valor econômico da empresa.

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2. ABORDAGEM METODOLÓGICA

Essa pesquisa pode ser classificada como exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória porque o objetivo é levantar que informações sociais, econômicas e ambientais são disponibilizadas pela organização e identificar o grau de importância e influência dos seus stakeholders. É também descritiva porque busca revelar como as informações podem ser apresentadas e seus reflexos pra a organização estudada. O método de elaboração da pesquisa é a pesquisa documental e bibliográfica.

O trabalho realizado é de caráter quali-quantitativo, pois a análise dos dados é realizada de forma intuitiva e indutiva, mas também emprega instrumentos estatísticos para coleta de dados e análise de resultados.

A estratégia de pesquisa é um estudo de caso. O caso deste trabalho foi a unidade brasileira de uma organização multinacional atuante em mais de 30 países, com desempenho expressivo no setor siderúrgico e integrante do Índice Dow Jones de Sustentabilidade.dos métodos de medição de desempenho em sustentabilidade, com destaque para o Global Report Initiative (GRI)

O método de pesquisa utilizado é constituído por etapas que se sucedem e podem ser descritas: Etapa 1: revisão de literatura, utilizando-se das palavras chave: desenvolvimento sustentável, gestão de stakeholders e relatórios de sustentabilidade. Pesquisou-se no portal de periódico Capes, na base de dados ScienceDirect (Elsevier), na revista Sistemas & Gestão, em notas de aula, livros, teses, dissertações e artigos do CNEG.

Etapa 2: estudo e análise dos relatórios de sustentabilidade e publicações da empresa no período de 2009 a 2013.

Etapa 3: Adaptação do TBL às expectativas dos stakeholders a partir da análise dos relatórios de sustentabilidade da uma empresa e realização de um survey com especialistas para verificar o grau de importância e influência de cada stakeholder para o negócio. O critério de escolha dos entrevistados foi ter nível superior e estes foram escolhidos a partir de uma lista de alunos de mestrado, doutorado e professores, especialistas em gestão sustentável.

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4 O presente artigo está dividido em seis seções, iniciando com uma breve introdução, seguida pela abordagem metodológica de construção do artigo. A seção posterior é a contextualização teórica de sustentabilidade organizacional, gestão de stakeholders e relatórios de sustentabilidade. O item seguinte apresenta o estudo de caso a partir da análise e avaliação dos stakeholders, um survey com especialistas para verificar o grau de importância e influência de cada parte interessada. Na quinta seção são apresentados os resultados a partir de gráficos, análise da média e correlação linear simples. Por fim, na última seção são feitas conclusões acerca dos temas.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Sustentabilidade organizacional

Embora o desenvolvimento sustentável seja um conceito social, está cada vez mais sendo aplicado como um conceito corporativo sob o nome de "sustentabilidade empresarial" (STEURER et al., 2005). Uma definição representativa deste conceito é “adotar estratégias e atividades de negócio que atendam às necessidades da empresa e seus stakeholders hoje, protegendo, sustentando e aumentando recursos naturais e humanos que serão necessários no futuro” (IISD, 1992).

De acordo com Harris et al. (2001), empresas buscando a gestão sustentável tinham de entender que a mesma não seria alcançada ou realizada com uma única perspectiva, como por exemplo, a visão financeira da questão, mas sim, com um tripé: 1) Econômico: um sistema economicamente sustentável deve ser capaz de produzir produtos e serviços continuamente, sem causar problemas de ordem fiscal ou financeira nos diversos setores produtivos; 2) Social: um sistema socialmente sustentável obtém justiça na distribuição de renda e oportunidades, com serviços sociais, principalmente saúde e educação, e igualdade de tratamento para todos os seus membros; 3) Ambiental: um sistema ambientalmente sustentável não compromete as bases de recursos, renováveis ou não renováveis, utilizando-os parcimoniosamente, além de procurar manter a biodiversidade, a estabilidade da atmosfera e as demais funções do ecossistema.

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5 restrito de stakeholders (como funcionários, fornecedores e clientes) que são diretamente afetados por meio de relações transacionais (HUBBARD, 2006).

Para Sikdar (2003), desenvolvimento sustentável pode ser visto como um balanço entre desenvolvimento econômico, gestão ambiental e igualdade social e a sustentabilidade somente ocorrerá quando as condições econômicas e sociais forem melhoradas ao longo do tempo sem exceder a capacidade ambiental. Assim, atividades de cunho social, ambiental e a preocupação com o desenvolvimento sustentável, têm gerado um fenômeno reflexivo que repercute tanto nas empresas como no meio acadêmico (DIAS, 2013).

A ideia da criação de valor por meio da sinergia entre as três dimensões foi destacada por Van Marrewijk (2002) considerando a proposta de inserção da sustentabilidade nas organizações e ainda afirmando que a vantagem competitiva provém desta sinergia que também inclui os stakeholders. A organização deve considerar todas as partes que podem ser envolvidas em seu negócio, isso inclui a preocupação com o ambiente e com a sociedade, sugerindo a incorporação de conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social empresarial nos negócios (MENEZES et al., 2010).

3.2 Gestão de stakeholders

Fernandes (2012) explica em seu artigo que a primeira vez em que o termo stakeholder foi utilizado em 1960 no Stanford Research Institute, 24 anos após com a pesquisa de Edward Freeman, teve popularidade tanto no meio acadêmico quanto no meio empresarial. O termo stakeholder foi criado para definir como sendo qualquer indivíduo que seja afetado, ou possa ser afetado, pelo desempenho de uma empresa (LOPES et al. 2013).

A Teoria dos Stakeholders (FREEMAN, 1984), afirma que as organizações têm obrigações para com muitas pessoas e grupos que tanto afetam e são afetados pela organização. Estes incluem acionistas, clientes e funcionários, entre outros. Assim, a teoria dos stakeholders é o mais proeminente modelo teórico usado para explorar a noção de sustentabilidade.

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6 financeiros para a organização. A história está repleta de situações constrangedoras ou mesmo catastrófica de empresas que decidiram simplesmente ignorar os interesses dos seus stakeholders (GESSER et al. 2009)

Boechat e Paro (2007), citam dois elementos que caracterizam uma gestão como responsável e sustentável: o permanente diálogo com os stakeholders e a inserção dos interesses das partes interessadas no planejamento estratégico. Segundo Noro et al. (2010), os mesmos autores afirmam que a busca pela sustentabilidade empresarial apresenta um novo modelo de gestão, onde a atuação em projetos de cunho social e ambiental, transparência com os stakeholders, interferem positivamente na imagem da organização, de onde se pode hipotetizar que agrega valor à organização, aumentando a competitividade, portanto, tornando-se uma vantagem competitiva sustentável.

Os fatores que determinam a relevância dos stakeholders em três partes são: o poder, significando a força que pode impor sobre outros indivíduos; a urgência, significando quando o relacionamento entre as partes há uma natureza sensível ao tempo exigindo atenção imediata; e a legitimidade, que é a percepção aceita que as ações sejam desejáveis ou dentro de uma norma, crença ou leis da empresa (TEIXEIRA; DOMÊNICO, 2008; apud NORO et. al, 2010). De acordo com Lopes et al. (2013), o ponto inicial é classificar os stakeholders em três tipos: os que estão dentro da empresa (internos), aqueles que negociam (cadeia de valor) e os que se estão fora da empresa (externos, principalmente os clientes).

Conforme Rocha e Goldschmidt (2010) o que leva as organizações a envolverem seus stakeholders em suas ações são: identificar as demandas de públicos relevantes; os stakeholders possuem maior conhecimento em relação às ações da empresa; antecipar e gerir conflitos; facilidade na obtenção de informações no ambiente interno e externo para melhor tomada de decisão; gerenciamento de consenso com relação a opiniões divergentes; melhoria na compreensão de ameaças e oportunidades, verificando opiniões de pessoas do ambiente externo da organização; e criação de laços de confiança entre empresa e stakeholders.

Na concepção de Brito e Terra (2009) ainda existem lacunas no gerenciamento dos

stakeholders, pois ainda é uma fonte pouco explorada e valorizada, sendo que raramente compõe os

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7 qualidade total). Neste plano ideal, o relacionamento com os stakeholders passa a ser um patrimônio organizacional de alto valor.

A abordagem gerencial da teoria de stakeholder é diferenciada das demais por afirmar que é necessário um equilíbrio entre os interesses dos diversos públicos ao longo do tempo (NORO et al. 2010). Segundo Teixeira e Domênico (2008), não basta que as empresas formulem estratégias para gerar riqueza, mas é necessário que os gerentes se perguntem como querem que as organizações alcancem os seus propósitos, e a resposta deve estar no equilíbrio dos interesses dos diversos grupos que afetam ou por elas são afetadas.

3.3 Relatórios de sustentabilidade

De acordo com Sebhatu (2011), uma variedade de métodos e iniciativas foi desenvolvida nas últimas décadas para medir o desempenho das organizações com relação à sustentabilidade. Entre esses métodos, pode-se citar: as medidas de princípios de sustentabilidade, a contabilidade sustentável, o relatório de sustentabilidade, e as outras medidas econômicas.

De acordo com Ibelli (2014), os relatórios de sustentabilidade são a divulgação pública de um conjunto de informações sobre o envolvimento da empresa com a comunidade, funcionários, meio ambiente e mercado, e no Brasil não há obrigatoriedade legal na divulgação de demonstrações de natureza social pelas empresas, exceto às companhias de capital aberto que são obrigadas a evidenciar a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), conforme a Lei nº 11.638/2007.

Diversas empresas têm utilizado ferramentas para melhorar seus desempenhos nas áreas sociais e ambientais, assim como tem aderido a programas corporativos e balanços sociais. De acordo com Jin et High (2004), relatórios que abordam diretamente a sustentabilidade constituem uma das maiores oportunidades de vantagem competitiva. Entre os objetivos pretendidos pelas empresas com a adoção de uma estratégia que vise à sustentabilidade, têm-se: obtenção de informações para o benchmarking interno e externo de suas atividades, obediência a leis e normas, melhora na imagem da companhia e finalmente, monitoramento constante visando à melhoria da eficiência operacional no tempo. As ações de benchmarking fazem parte dos programas de melhoria contínua,

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8 sustentabilidade e uma série de indicadores de desempenho da organização, em um sistema de gestão sustentável deve permitir o relato da empresa para gerir melhor suas questões de sustentabilidade

4. ESTUDO DE CASO EM EMPRESA SIDERÚRGICA

4.1 Perfil organizacional da empresa

A empresa estudada é líder mundial na produção de alumínio primário, alumínio transformado, assim como a maior mineradora de bauxita e refinadora de alumina do mundo. No Brasil a companhia atua em toda a cadeia produtiva do alumínio, desde a mineração da bauxita até a produção de transformados.

Visando à perenidade dos negócios, a empresa adota práticas responsáveis por toda a sua cadeia de valor, desde a mineração e auto geração de energia renovável, até a otimização de processos e a avaliação de fornecedores. Assim, a companhia oferece soluções modernas, tecnológicas e mais sustentáveis, por meio de seus produtos, nos diversos mercados em que está presente.

Por meio de uma atuação em rede com as partes interessadas, a empresa atua com soluções inovadoras para diversos setores e mercados. A empresa propõe soluções inovadoras para os mercados aeroespacial, automotivo, industrial, de embalagens, de construção civil, de transporte comercial, de petróleo e gás, de produtos elétricos e eletrônicos, de refratários, de tratamento de água e de siderurgia. A qualidade do produto, o atendimento ao cliente e o suporte técnico estão entre os fatores mais valorizados pelos clientes.

A sustentabilidade é definida como a aplicação de seus valores para alcançar o sucesso financeiro, a excelência ambiental e a responsabilidade social, em parceria com todos os públicos de interesse, a fim de apresentar benefícios concretos de longo prazo aos seus acionistas, funcionários, clientes, fornecedores e às comunidades onde atua.

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4.2 Diálogo com stakeholders

No presente estudo foi feito um diálogo com os stakeholders da empresa a partir das análises dos relatórios de sustentabilidade buscou-se entender o que a empresa necessita do stakeholder, a estratégia dela para influencia-lo e o plano de comunicação do negócio em relação a cada parte interessada, são elaborados com base nos relatórios de sustentabilidade da empresa, na revisão da literatura sobre Teoria dos Stakeholders, TBL e Sustentabilidade organizacional e no conhecimento dos autores sobre o tema.

Assim, as perspectivas do negócio são analisadas em sentido mais amplo, considerando o conceito de sustentabilidade que a empresa acredita, de forma a alinhar conceitos teóricos e práticos para determinar as perspectivas sustentáveis do negócio.

O Quadro 1 a seguir apresenta de forma consolidada o processo de discussão das necessidades, estratégias para influenciar e respectivo plano de comunicação para cada stakeholder identificado para o processo de análise.

Quadro 1 – Necessidades, estratégia para influenciar e plano de comunicação

Stakeholders Necessidades Estratégia para

influenciar Plano de Comunicação

Funcionário Práticas socioambientalmente conscientes, respeito ao código de conduta e cumprimento da Foreign Corrupt Practices (FCP) Criar programas de treinamento e capacitação, benchmarking, reestruturação da plataforma de aprendizado, workshops mensais, premiações

Atuar em fóruns específicos regionais, participar de discussões perante a rede

sindical , engajar funcionários brasileiros à participarem de programas de conservação e fornecer periódicos, workshops, treinamentos e

demais instrumentos de informação existentes.

Cliente Demanda, fidelidade,

divulgação, conscientização

Divulgar na mídia as boas práticas de produção

sustentável

Utilizar uma ferramenta de Gestão da Satisfação do Cliente; realizar pesquisas periódicas com relação às expectativas dos clientes com relação

ao produto e à organização

Fornecedor

Considerar critérios de preço, qualidade, durabilidade do produto, entrega, produção

sustentável, aspectos socioambientais e cumprimento dos direitos

humanos

Oferecer vantagens para os fornecedores que atuarem

de maneira sustentável. Criação de programa de desenvolvimento de fornecedores, estabelecer parcerias, fidelização e pagamento no prazo

Promoção de seminários bimestrais para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, realização de workshops,

participação de fóruns sobre sustentabilidade na cadeia de fornecedores e planejamento de visitas

a fornecedores das categorias críticas de fornecimento

Governo Tecnologia, regulamentações

favoráveis

Fomento de políticas públicas, participação nas discussões promovidas pelo

Ministério de Minas e Energia (MME) sobre o novo marco regulatório da

mineração brasileira e contribuir ativamente para a

produção do inventário de

Divulgação de relatórios bimestrais com os marcos mais relevantes da

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emissões de GEE do setor de mineração

ONG

Não denegrir a imagem da empresa

Participação em instituições e ONGs focadas em temas públicos estratégicos (como

mudanças climáticas e biodiversidade)

Realização de seminários, palestras e emissão de relatórios de sustentabilidade mais claros (também

para quem é de fora), com informações que colaborem para a

interpretação

Comunidade Reputação, mão de obra

qualificada e capacitada

Estabelecimento de programas ambientais em parceria com ONG's e Comunidade

Criação de eventos, workshops, palestras para divulgação de

informação com pesquisa de satisfação para comunicação. Realização de reuniões abertas mensais junto à comunidade e criação de um canal de críticas e sugestões Acionista Fidelização e comprometimento Boas políticas de recompensa Divulgação de relatórios de desempenho e demonstrações dos

resultados do exercício

Fonte: elaborado pelos autores

Nesse sentido, conforme as informações estruturadas no quadro acima, foi visto que os relatórios de sustentabilidade da empresa são primordiais para estabelecer um Plano de Comunicação com as partes interessadas, essencialmente para o Acionista, o Governo e as ONGs.

Além disso, foi visto que a realização de seminários e workshops são ótimas estratégias para influenciar positivamente a Comunidade, os Fornecedores e os Funcionários, pois promovem a conscientização e aprendizado das partes.

A partir do Quadro 1, é possível notar também, que o stakeholder Governo possui alto potencial de colaborar com/ameaçar a organização, pois estabelece por meio de políticas públicas e leis os marcos regulatórios do setor e pode favorecer ou não a organização através de tributos que impactam diretamente o custo do produto.

4.3 Grau de importância – influência dos stakeholders da organização

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11 A coleta de dados foi obtida através da aplicação de um questionário eletrônico, tendo sido utilizado para envio o site Survey Monkey (www.surveymonkey.com). A pesquisa foi aplicada com o objetivo de compreender o grau de importância e influência dos stakeholders nas organizações. O questionário foi enviado para 35 especialistas em gestão sustentável.

Com a finalidade de organizar o questionário em uma sequência lógica e melhor compreender o assunto estudado, o mesmo foi dividido em dois blocos, assim estruturado:

i) Bloco A: Denominado “Perfil do participante” e constituído por três questões fechadas, com

escolha múltipla. Buscou-se compreender as principais características dos respondentes, como área de formação, tempo de formação e experiência no tema gestão sustentável.

ii) Bloco B: Denominado “Análise dos Stakeholders” e constituído por sete questões, baseadas em

escala do tipo Likert. Buscou-se analisar o grau de importância (intensidade de sua participação) e o grau de Influência (potencial de colaborar com /ameaçar a organização) dos stakeholders em um projeto, através da percepção de especialistas da influência e da importância dos stakeholders nos contextos econômico, ambiental e social.

A escala Likert utilizada para avaliar o grau de importância e o grau de influência dos

stakeholders organizacionais está apresentada na tabela 1.

Tabela 1 – Escala Likert empregada para avalição dos stakeholders

1 3 5 7 9 Importância não é importânte pouca importânte média importância muito importânte extremamente importânte Influência não é influênte pouca influênte média influência muito influênte extremamente influênte Fonte: elaborada pelos autores

5. – ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

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Figura 1 – Área de formação dos participantes Fonte: Adaptado de Survey Monkey (2014)

No que diz respeito ao tempo de formação dos participantes do survey, há uma distribuição relativamente variada quanto aos intervalos de tempo, como mostrado na Figura 2.

Figura 2 – Tempo de formação dos participantes Fonte: Adaptado de Survey Monkey (2014)

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Figura 3 – Experiência em gestão sustentável Fonte: Adaptado de Survey Monkey (2014)

Além disso, cerca de 80% da amostra possui no mínimo experiência média no tema gestão sustentável.

O segundo bloco, a “Análise dos Stakeholders” com o software Survey Monkey, primeiramente resultou em um gráfico que avalia a média de importância x influência dos sete stakeholders, de acordo com a Figura 4.

Figura 4 – Avaliação média de importância x influência dos stakeholders Fonte: Adaptado do Survey Monkey (2014)

De acordo com a Figura 4, o stakeholder funcionário possui maior importância e os stakeholders Governo e Funcionário apresentam maior influência. Algumas das razões disso são o valor agregado direto do funcionário em seus processos, exercendo de forma eficiênte e eficaz suas atividades e o posicionamento do Governo em relação à políticas públicas, estabelecendo leis ambientais e tributos sobre a utilização de recursos e energia.

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14 Em seguida, com os resultados das médias das respostas atribuidas a cada stakeholder, buscou-se entender o grau de correlação entre as variáveis importância e influência. A Figura 5 mostra o gráfico de dispersão da importância (eixo y) em relação a influência (eixo x), a reta de regressão e o coeficiênte de correlação de Pearson (R) que varia de -1 a 1, sendo que entre 0 e 1 há uma correlação positiva e entre -1 e 0 há uma correlação negativa. Conforme a classificação de Dancey e Reidy (2005), R = 0,10 até 0,30 é fraco, R = 0,40 até 0,6 é moderado e R = 0,70 até 1 é forte. É importante ressaltar que o coeficiente de correlação de Pearson não diferencia entre variáveis independentes e variáveis dependentes. Dessa forma, o valor da correlação entre X e Y é o mesmo entre Y e X (FILHO, 2009).

Figura 5 – Correlação linear importância x influência dos stakeholders Fonte: elaborada pelos autores

Assim, como pode ser observado, há uma correlação linear positiva forte entre as variáveis, o que mostra que na opinião dos especialistas o fato de um stakeholder ser influente explica 85% do fato dele ser importante.

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6. – CONCLUSÕES

Observa-se que questões ligadas à sustentabilidade estão cada vez mais presentes na agenda de muitas organizações e setores da economia, visto que as empresas sofrem pressões de seus

stakeholders para alcançar o desenvolvimento econômico em paralelo com a preservação do meio

ambiente.

Partindo-se do objetivo de verificar a relevância da análise dos stakeholders para a sustentabilidade organizacional de uma empresa do setor siderúrgico, constatou-se que a incorporação de informações ambientais à gestão aumenta a competitividade da empresa e gera benefícios aos acionistas, empregados, clientes e para toda a sociedade. Portanto a preservação do meio ambiente e a sua divulgação aos seus usuários são essenciais para a longevidade das próprias empresas.

Dessa forma, é importante que as empresas promovam relações efetivas com seus stakeholders, para desenvolver uma compreensão clara do que se espera de cada grupo para alcançar os objetivos da empresa e dos próprios stakeholders.

Este trabalho ajuda ainda, a entender necessidades e expectativas dos stakeholders, a relevância de um bom diálogo com stakeholders e pode servir de benchmarking para a contrução de futuros relatórios de sustentabilidade ao explanar o que cada parte interessada espera da empresa e qual parte interessada merece maior atenção, sendo um importante referencial teórico.

Os resultados apresentados neste trabalho demonstraram que projetos, programas e outras práticas que a empresa realiza, servem como canal de comunicação para intensificar e estreitar o relacionamento entre os stakeholders, conseqüentemente, promovem o desenvolvimento da cadeia produtiva e de toda a comunidade local.

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