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A Z E I T E S AZEITES

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Academic year: 2021

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AZEITES

Conhecido e produzido desde a Antiguidade,

o azeite é um dos principais alimentos da cultura de

muitos países, não apenas do Mediterrâneo.

Mas na culinária italiana, o azeite é um elemento

básico e assim tem sido durante milhares de anos.

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Ouro líquido

O azeite é o quarto símbolo da tradi-cional trilogia dos ícones da Tavola Italiana

- Vino, Panne e Sale; sem o azeite de oliva

não há cozinha italiana. O azeite dá sabor, aroma e cor, integra os alimentos, personaliza e identifica um prato.

O azeite faz parte da cultura e do de-senvolvimento do país; a culinária italiana gira em torno do azeite de oliva, sendo que a grande maioria dos pratos sem esse ingre-diente fundamental seria impensável.

O azeite é produzido a partir da azeito-na, fruto advindo das oliveiras, cujo cultivo está presente em 18 das 20 regiões italianas, sendo principalmente difundido nas ilhas e nas regiões meridionais, particularmente Pu-glia, Calábria, Sicília, Basilicata e Sardenha, onde atinge 88% da produção nacional. Os azeites extra virgens da Toscana, Úmbria, Vêneto e Ligúria são listados como alguns dos melhores do mundo.

Com seus 19 Conselhos Reguladores de Denominações de Origem Protegida, a Itália é o segundo maior produtor de azeite do mundo - o primeiro é a Espanha - e o pri-meiro exportador de azeite embalado. Para se ter uma ideia, os azeites italianos embalados representam 74% da demanda dos Estados Unidos, 72% da demanda canadense e 59% da demanda japonesa.

Segundo dados da Associação Italiana

da Indústria de Azeite (Asociación Italiana

de la Industria Oleícola - ASSITOL), a

produção de óleo de bagaço de azeitona na safra 2017/18 cresceu 135% em relação a safra anterior.

De acordo com o Instituto de Serviços para o Mercado Agrícola Alimentar (Istituto

di Servizi per il Mercato Agricolo Alimentare

- ISMEA), a produção atingiu aproximada-mente 428.900 toneladas, com crescimento particularmente significativo, especialmente nas regiões do Sul. Na safra 2017/2018, o crescimento foi particularmente importante, especialmente nas regiões do Sul do país.

Na Itália, o azeite de oliva não é im-portante apenas economicamente, mas faz parte da sua cultura.

A atribuição de signifi-cados simbólicos e re-ligiosos, bem como as celebrações artísticas e literárias fizeram do azeite um verdadeiro arquéti-po cultural. Símbolo de fertilidade e renascimento, de resistência, de paz e valor, o azeite e o óleo produzido a partir dele, representam na mitologia, na religião e nas cerimô-nias sagrados, elementos

naturais de força e purificação.

A importância da oliveira encontra sua mais alta consagração na Bíblia, quando o fim do Dilúvio foi simbolizado pelo voo de uma pomba branca carregando um ramo de oliva em seu bico. Na Grécia antiga, os atletas vencedores das competições esportivas recebiam uma coroa de ramos de oliveira entrelaçados e uma ampola com o seu óleo. As raízes da cultura da oliveira remontam a pré-história e, mais precisamente, ao tempo em que as populações que habitavam essa área geográfica iniciaram seu lento e revolu-cionário processo de civilização, cujo passo fundamental foi a domesticação de espécies animais e vegetais nativas.

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Nativa da Ásia Menor, a planta da oli-veira se espalhou pelo Ocidente e por toda a bacia do Mediterrâneo graças aos fenícios e aos gregos. O clima e a fertilidade da terra propiciaram uma grande difusão do cultivo da oliveira; o uso da planta e de seus frutos encontraram tantas aplicações que a oliveira logo se tornou indispensável.

Na Itália, graças aos gregos, a olivicultura se espalhou principalmente nos territórios da Magna Grécia e especialmente nas áreas de Sibari e Taranto. No resto da Itália, a oliveira foi cultivada apenas no território de Venafro e ao longo da costa da Ligúria. Foi com os romanos que a oliveira se espalhou por toda a Itália e além dela, de modo que rapidamente o azeite se tornou um dos ele-mentos mais procurados em todo o território imperial, tanto para a iluminação como para a gastronomia.

Nos tempos antigos, além do cozimento, o azeite de oliva era amplamente utilizado na medicina, como evidenciado por numerosos textos clássicos disponibilizados na Europa por traduções árabes.

Hipócrates de Coo (460 a.C.), o pai da medicina ocidental, foi provavelmente o primeiro médico a entender as virtudes tera-pêuticas do azeite de oliva, usado sozinho ou em composição com outras substâncias. Teo-frasto (371 a.C.), cientista e filósofo sucessor de Aristóteles, considerado o maior botânico da Antiguidade, muitas vezes mencionou o azeite de oliva e suas virtudes terapêuticas em seus escritos. Dioscorides Pedani, médico naturalista grego do século I d.C., dedicou

um longo capítulo de seus escritos às virtudes do azeite de oliva, descrevendo pela primeira vez em nível científica os benefícios associa-dos a seus possíveis usos. Entre os latinos, os primeiros a descrever as ações medicinais e os benefícios à saúde do azeite de oliva foram Cato e Plínio, o Velho.

Na culinária, o azeite de oliva repre-sentava um elemento fundamental, junto com o vinho e o trigo, embora seu uso, com exceção de um breve período durante a lon-ga era imperial, fosse predominantemente prerrogativa das classes abastadas. No “De re coquinaria”, ou Ars Magirica, ou ainda,

Apicius Culinaris, um compêndio de receitas

culinárias da Roma antiga, de autoria do gastrônomo Marcus Gavius Apicius (25 a.C. - 37 d.C.), um dos textos mais importantes para o estudo da culinária romana na época imperial, 60% das receitas transcritas pela gastronomia latina citam o azeite de oliva entre os ingredientes fundamentais.

Em 1300, o azeite de oliva era o pro-duto principal de todas as culturas da bacia Mediterrânea e, 200 anos mais tarde, em 1492, os exploradores espanhóis levaram a árvore para as Américas. De Sevilha, as primeiras oliveiras chegaram as Antilhas, antes de propagarem-se pelo resto

do continente americano. Em cerca de 1600, já se podia ob-servar olivais na Argentina, Chile, México, Peru e na área que seria mais tarde conhecida como a Califórnia. As oliveiras

também apareceram nas Índias ocidentais. A oliveira continuou sua expansão fora da área do Mediterrâneo, implantando-se em regiões bastante distantes de seu lugar de origem, tais como África do Sul, Austrália, Japão e China.

O azeite de oliva

Como já mencionado, o azeite é produ-zido a partir da azeitona, fruto advindo das oliveiras, que pertence à família das oleáceas. Existem mais de 30 espécies diferentes e os botânicos chamam a oliveira cultivada de

Olea europaea L. Os nomes mais comuns

usados na bacia Mediterrânea derivam de duas fontes únicas, o oleum, termo originá-rio dos povoados do mar Egeu, que passou diretamente do grego ao latim olea, e do hebráico zait ou sait, que passou para o árabe

zaitum. Outras fontes dizem que o nome foi

legado diretamente pelos árabes (az + zait = sumo de azeitona). Os italianos chamam de

oliva; os espanhóis dizem olivo ou olivera e,

na Andaluzia, aceituno (oliveira cultivada) ou azebruche (para as oliveiras selvagens) e, em Portugal, a oliveira cultivada é chamada de oliveira, enquanto que a selvagem é o zambugeiro.

A oliveira é uma árvore de porte médio, que raramente ultrapassa os seis metros de altura. Tem folha persistente, tronco contorcido de casca grossa e

ra-mos relativamente delgados. As folhas são compridas (de 3 a 9 cm de comprimento) e

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estreitas, verdes escuras na página superior e verdes acinzentadas ou esbranquiçadas na página inferior. As flores, reunidas em ca-chos, são pequenas, brancas e aromáticas. Os frutos são constituídos por um caroço, que contém a semente, e por uma camada externa carnuda. Esse fruto, a azeitona, possui alto teor em óleo, o qual é extraído em lagares, obtendo-se a partir dele, o azeite de oliva.

A azeitona é uma fruta invernal cuja colheita, dependendo da região, escalona--se de outubro até fevereiro. Durante sua maturação, a cor passa do verde ao violeta, até chegar ao preto. A qualidade do óleo é determinada pelas condições climáticas, as características do solo e de seu cultivo, o método de colheita, o processo de prensagem e a duração entre a colheita e a extração do óleo ou a prensagem. Pode ser colhida em diferentes estágios da sua maturidade, escolha que também determina o aroma e a qualidade futura do azeite.

Tradicionalmente, a colheita é efetuada de forma manual, o que garante que sejam colhidas somente as azeitonas no ponto exato de maturação, de modo que os frutos não sejam danificados ao cair no chão ou que não fiquem por vários dias no chão ou armazenados antes de serem processados. É importante que a fruta, uma vez colhida, seja encaminhada o mais rapidamente pos-sível até o moinho; por ser tão frágil, com o decorrer dos dias, tem a tendência em oxidar-se e sua acidez aumenta. Além disso, a azeitona impregna-se facilmente dos odores do lugar onde está estocada.

Depois de serem lavadas, as azeitonas são esmagadas até a obtenção de uma pasta. Durante essa fase do processo, deve-se tomar muito cuidado para evitar o aquecimento da polpa acima de

35°C. Dessa pasta extrai-se uma mis-tura de óleo e água, cuja operação de separação é feita por centrifugação, seguida por filtra-ção para remover as impurezas. Essas operações devem ser efetuadas em ritmo acelerado porque, mais uma vez, o produto pode oxi-dar-se, aumentando sua acidez e

desen-e ndesen-em mdesen-esmo água. Possui aroma desen-e sabor inconfundíveis, frutado. Sua acidez expressa em ácido oléico é, no máximo, de 1%. É, obviamente, o óleo da melhor qualidade, com a maior quantidade de benefícios para a saúde. É, justamente, chamado de extra virgem por não passar por nenhum trata-mento químico ou térmico, sendo o mais puro suco da azeitona.

O azeite de oliva virgem é obtido por prensagem mecânica adicional, após a pri-meira prensagem que dá origem ao extra virgem. Não são usados nem calor nem químicos, apenas água como auxiliar na prensagem. Sua acidez expressa em ácido oléico está entre 1% e 2%. Pode ser usado para misturar com o óleo refinado, para adicionar flavor e baixar sua acidez.

Os principais atributos do azeite de oliva virgem incluem: amendoado, que lembra frutos secos; frutado, que reflete um conjunto de sensações de aromas diferentes para cada variedade da azeitona; amargo, com sabor mais ou menos intenso percebido na parte posterior da língua e característico de uma azeitona mais verde; doce, que dá uma sensação doce na boca, notada na parte anterior da língua, e que mascara o sabor amargo e picante; denso, devido a viscosi-dade ou aspereza presentes em alguns tipos; fragrante, que após a avaliação sensorial no aspecto olfativo é identificado como limpo, fresco e com riqueza de aroma (a fragrância do azeite é um atributo positivo e varia de acor-do com a varie-dade da azeitona e com o método de processamen-to); herbáceo, com aromas e sabores de ervas recém cortadas; maçã, um atri-buto positivo que marca os azeites com aroma e sa-bor que lembram maçã; picante, que quando inge-rido produz uma sensação de ardor na garganta, um atributo positivo que significa que a azeitona usada volvendo gosto rançoso. Como mencionado,

se a cadeia produtiva não for perfeitamente asséptica, o óleo corre o risco de impregnar-se com algum gosto parasitário no processo. Cinco quilos de olivas são necessários para produzir um litro de azeite.

O IOOC (International Olive Oil

Coun-cil) estabeleceu várias categorias de azeite, as

quais correspondem, em suas grandes linhas, às definidas pela Comunidade Econômica Europeia. As três grandes categorias de azeite de oliva são extra virgem, virgem e, simples-mente, azeite de oliva ou puro.

O azeite de oliva extra virgem é obtido da primeira prensagem, a frio, sem químicos

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é a do começo da colheita; e verde, com aroma de ervas recém cortadas ou de folhas das oliveiras, obtido de azeitonas processadas com os talos, as folhas e as ramas verdes.

O óleo de oliva refinado é extraído quimicamente com solventes, em alta tem-peratura, a partir da pasta que sobra após as primeiras prensagens a frio. Não possui mais gosto, sabor ou flavor até que seja adicionado outro óleo de maior qualidade. A acidez não pode ser superior a 1,5%, após a adição de outro óleo. Na ausência de mistura com outros óleos, é comercializado para uso in-dustrial, como por exemplo, para a fabricação de sabonetes, cosméticos e outros. Não apre-senta nenhum ou quase nenhum benefício para a saúde, já que a presença dos princípios ativos é quase inexistente. É comercializado como azeite de oliva ou azeite de oliva puro.

Os italianos consomem 40% de azeite extra virgem, 50% de azeite virgem e refinado e 10% de bagaço de azeitona, proveniente das muitas variedades de azeitonas que podem ser encontradas na península.

Entre os principais tipos de azeitonas italianas estão a Biancolilla, cultivada no Centro-Leste da Sicília, cujo óleo de cor clara exala aroma de folhas, amêndoas e maçã verde, tendo notas amargas e picantes; a Carolea, cultivada na Calábria, que produz um óleo de cor clara, amarelo dourado com reflexos esverdeados, apresentando aroma

de fruta madura, intensidade média e gosto amargo e picante; a Coratina, cultivada na Puglia, de cor amarelo dourado muito in-tenso com nuances verdes, tendo aroma de especiarias, com toques de alcachofra e ervas, que lembram alecrim e menta, e sabor com forte amargor e picante; a Frantoio, cultivada na região Central da Itália, que apresenta cor dourada com reflexos esverdeados e aroma frutado com notas de grama e flores, sendo o seu sabor harmoniosamente picante e amargo com notas de alcachofra; a Leccino, cultivada na Toscana e na Úmbria, visual-mente de cor verde com reflexos dourados, cujo óleo tem aroma intenso e sabor frutado, amargo; a Moraiolo, cultivada na região Central da Itália, com aroma de intensidade média e sabor forte de ervas frescas, alca-chofra e levemente frutado, sendo uma das azeitonas usadas para a produção de azeite com Denominação de Origem Protegida; a Ogliarola Barese, cultivada na Puglia, de sabor frutado médio, ligeiramente amargo e um pouco picante; a Pendolino, cultivada na Itália Central, variedade que proporciona alto rendimento em óleo e excelente sabor frutado; a Rosciola, também cultivada na Itália Central, com aroma suave e sabor delicado; a Taggiasca, cultivada na Ligúria, de tamanho pequeno comparando às outras e cujo óleo, de cor amarelo pálido, apresenta sabor ligeiramente frutado; e a Nocellara

del Belice, azeitona típica da Sicília, de cor esverdeada e com suave sabor de avelã verde, amargo e picante, cujo aroma frutado lembra alcachofra e tomate verde.

Outras variedades incluem a Bosana (Sardenha); Canino (Lácio); Casaliva (Vêne-to); Cassanese (Calábria); Cellina di Nardó (Puglia); Dolce Agogia (Úmbria); Dritta (Abruzzos); Grignan (Vêneto e Lombar-dia); Ottobratica (Calábria); e Pisciottana (Campânia).

Características e componentes

Típico da dieta mediterrânea e um pro-duto antigo e valioso, o azeite é, de acordo com a legislação italiana, o produto obtido por prensagem da fruta Olea Europaea

lecci-no. Presente em todas as áreas limítrofes do

mar Mediterrâneo, a oliveira tem suas raízes na cultura italiana há milhares de anos e, por alguns anos, tem sido exportada com sucesso para a América e a Oceania. Seu crescimento e propagação estão ligados principalmente ao clima, ou seja, a temperatura e umidade e, embora seja altamente exportado, predomina o consumo e a produção de azeite nas zonas autóctones.

A União Europeia é, sem dúvida, o maior produtor e o maior consumidor mundial de azeite. Este produto, que está sempre entre os ingredientes básicos da cozinha mediterrâ-nea, espalhada por todo o território europeu, tornou-se parte da tradição culinária de um número crescente de consumidores que descobriram e valorizaram as suas qualidades intrínsecas.

Os benefícios do azeite para a saúde resultam dos seus compostos ativos. Histo-ricamente, a folha da oliveira é empregada como remédio popular para combater a febre e outras enfermidades, como a malária. Publicações mostram que o extrato da folha de oliveira tem a capacidade de reduzir a pressão sanguínea, aumentar o fluxo do sangue nas artérias coronárias, melhorar as arritmias e prevenir os espasmos dos músculos intestinais. O composto amargo, a oleuropeina, principal membro da famí-lia dos secoiridóides na Olea Europaea l., demonstrou ser um potente antioxidante, dotado de propriedades anti-inflamatórias. A oleuropeina foi descoberta em 1908 e sua estrutura foi caracterizada como um éster de ácido elenólico e dihidroxifeniletanol. Em 1970, diversos artigos abordaram a atividade antiviral e bactericida do enolato cálcico

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(obtido por hidrólise da oleuropeina). Pos-teriormente, novos artigos informaram que a oleuropeina também apresentava atividade antimicrobiana frente a vírus, retrovírus, bac-térias, leveduras, fungos, mofos e outros pa-rasitas. Outros efeitos clínicos da oleuropeina são a potencialização da proteção celular e do organismo, através de uma resposta mediada por macrófagos; a inibição da agregação plaquetária e da produção de eicosanóides; e a redução, em torno de 30%, do nível de LDL. Experiências clínicas comprovaram que um suplemento de oleuropeina (como o extrato da folha de oliveira) pode contri-buir beneficamente no tratamento de uma grande variedade de enfermidades infecciosas e crônicas, tais como sintomas de gripe e resfriados, síndrome de fadiga crônica, artrite reumatoide, tuberculose, malária, pneumo-nia, gonorreia, infecções do trato urinário, diarreias severas, envenenamento do sangue, infecções dentárias e herpes. Além da oleuro-peina, o extrato da folha de oliveira contém outros compostos fenólicos constitutivos da folha, tais como ácido vanílico, ácido caféi-co, ácido p-cumaricaféi-co, e flavonóides, como catequina, rutina e luteolina-7-glucosídeo, os quais também apresentam alta atividade antioxidante.

Já a azeitona contém ácidos oléico, li-noléico, palmítico e esteárico, sais minerais, traços de vitamina A e D e oleoeuropeosídio. Enquanto a maior parte do azeite (> 95%) é constituída por ácidos graxos ligados ao glicerol, os chamados triglicérides, há um elevado número de componentes que apenas estão presentes em pequenas quantidades. No entanto, estes componentes secundá-rios desempenham um papel importante, sendo que alguns deles são benéficos para a saúde, enquanto outros melhoram a esta-bilidade do próprio azeite e, outros ainda, são responsáveis pelo seu paladar único. Os componentes secundários do azeite podem ser subdivididos em tocoferóis, fenóis, compostos aromatizantes, hidrocarbonetos e esteróis.

O azeite contém α-tocoferol, um tipo de tocoferol com a mais elevada atividade de vitamina E, em quantidades que va-riam entre 1,2 a 43mg/100g. Em média, a quantidade presente no azeite é de cerca de 12 a 25mg/100g; outras fontes determi-nam valores ainda mais elevados, de 24 a 43mg/100g. O processo de cultura, a ma-turidade dos frutos, as condições e o tempo de armazenamento têm especial importância

para o azeite. Outros tocoferóis (α e α) estão presentes apenas na forma de traços.

A polpa das azeitonas contém compostos fenólicos, na sua maioria hidrossolúveis. No entanto, o azeite contém ainda algumas pequenas quantidades de fenóis. A classe dos fenóis inclui uma série de substâncias dife-rentes, das quais fazem parte os compostos fenólicos simples, como o ácido vanílico, o ácido gálico, o ácido cumárico e o ácido caféico, além do tirosol ou hidroxitirosol. Em média, estes fenóis simples represen-tam 4,2mg/100g no azeite extra virgem e 0,47mg/100g no azeite refinado. Além disso, o azeite contém secoiridóides, como a oleuro-peina e o ligstrosido (2,8mg/100g no azeite extra virgem e 0,93mg/100g no azeite refi-nado, respectivamente), ou moléculas mais complexas, como lignanos (4,15mg/100g no azeite extra virgem e 0,73mg/100g no azeite refinado, respectivamente), além de flavonói-des, como a apigenina ou a luteolina. O teor do azeite em compostos fenólicos depende da forma de cultura e da maturidade dos frutos na colheita; por exemplo, a concentração de hidroxitirosol, tirosol e luteolina é maior quanto maior for o grau de maturidade das azeitonas, enquanto que o teor total em compostos fenólicos e α-tocoferol diminui quanto maior for o grau de maturidade.

Mais de 70 compostos contribuem para o aroma e o paladar das azeitonas e do

azeite, entre os quais se encontram produ-tos resultantes da degradação oxidativa dos ácidos graxos insaturados, designadamente os aldeídos, como o hexanal, nonanal, 1-he-xanol ou o 2,4-decadienal. Além disso, os hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, os alcoóis, as cetonas, os éteres e ésteres, assim como os derivados do furano e do tioterpeno, contribuem de forma apreciável para o aroma e o paladar do azeite.

O principal hidrocarboneto contido no azeite é o esqualeno, um triterpeno e um produto intermédio do processo de biossíntese do colesterol. O azeite extra vir-gem contém uma quantidade de esqualeno próxima dos 400 a 450mg/100g, enquanto que o azeite refinado contém cerca de 25% menos. Alguns estudos concluíram que os níveis de esqualeno do azeite extra virgem se situam em cerca de 200 a 700mg/100g. Além do esqualeno, encontram-se igualmen-te no azeiigualmen-te outros hidrocarbonetos, como a provitamina A (α-caroteno), embora em quantidades ínfimas.

Os esteróis são componentes essenciais da membrana celular, sendo produzidos tanto pelos animais como pelas plantas. A cadeia de esteróis apresenta uma caracterís-tica comum a todos os esteróis, residindo as diferenças na cadeia lateral. O colesterol é exclusivamente um esterol animal. Até o momento, foram identificados mais de 40

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fitoesteróis. No azeite extra virgem, o núme-ro de esteróis encontrados pelos diferentes grupos varia entre 113 a 265mg/100g de azeite. Dois dos fatores que influenciam este valor são o processo de cultura e o grau de maturidade das azeitonas. O principal esterol do azeite é o α-sitosterol, que representa até 90% a 95% da porcentagem total de esteróis. O campesterol e o estigmasterol constituem cerca de 3% e 1%, respectivamente. Os estanóis são esteróis saturados, praticamente ausentes nas dietas típicas.

Finalmente, a casca da oliveira contém olivile, uma matéria branca e fusível a 70°, não azotada e que se dissolve nos álcalis.

O azeite de oliva é o mais utilizado não apenas por ser de melhor qualidade, mas também por ser o mais saudável. É um dos poucos alimentos cujas características e qualidades permanecem inalteradas ao longo dos milênios. Não é por acaso que é considerado um dos principais alimentos da dieta mediterrânea, oficialmente registrada desde novembro de 2010 na lista represen-tativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Principais produtores mundiais

Os principais produtores de azeite estão localizados na região mediterrânea, que concentra aproximadamente 95% da pro-dução mundial. Os três maiores produtores são Espanha, com aproximadamente 50% do total mundial, seguida pela Itália, com 22% e Grécia com 14%. Apesar de Portugal ser o principal fornecedor de azeites para o Brasil, sua representatividade mundial como produtor de azeite é muito pequena, sendo de pouco mais de 1% da produção global.

A Espanha é, sem dúvida, o maior pro-dutor de azeite do mundo. Sua produção está concentrada em Andaluzia, responsável por cerca de 70% da produção de azeite do país. Nessa região, a província de Jaén responde por 50% da produção espanhola, sendo a maior região produtora do mundo. A maior parte da produção da Espanha é comercia-lizada no mercado internacional a granel, principalmente para a Itália. Recentemente, o país tem se preocupado com a qualidade da sua produção, criando diversas zonas demarcadas para certificação (DOP - Deno-minação de Origem Protegida). A Espanha é também a sede do COI (Comitê Oleícola Internacional), importante órgão regulador de azeite no mundo.

Diferente da Espanha, as oliveiras na Itália não se concentram em uma determi-nada região; praticamente todo o país possui produção de azeite. A nota dominante é a diversidade. Modos de produção, de colheita, resultados de cor e sabor são apenas algumas das variações por regiões. Tais diferenças es-tão muito relacionadas com o clima e com as particularidades do terreno. A generalidade do terroir na Itália, mais seco e quente, gera árvores mais altas e frutos maiores, colhidos cedo, quase verdes. O seu óleo é mais amar-go e marcante e, por isso, é habitual fazer a mistura de inúmeras variedades até atingir um equilíbrio. É o país que mais possui variedades de azeitona, com mais de 400 tipos, algumas delas mencionadas anterior-mente neste artigo.

A Grécia é o terceiro maior produtor de azeite de oliva no mundo e quando se trata do consumo per capita, os gregos ficam em primeiro lugar, consumindo cerca de 20 li-tros por ano por pessoa. O óleo de oliva grego possui apenas nove variedades de azeitona e em quase sua totalidade o azeite é produzido a partir de um mesmo cultivar, o Koroneiki, encontrado ao longo de todo o país. Esta variedade é um óleo muito estável, man-tendo o sabor e frescor por longo período, utilizado em blends, já que não possui sabor tão forte e distinto. A produção se encontra basicamente nas mãos de pequenos produto-res familiaproduto-res, o que ajuda a compreender o consumo tão elevado, pois 42% do consumo origina-se de produções próprias e o restante,

em sua maioria, é comercializado a granel, tanto para o consumidor final quanto para empresas que o utilizam em blends. Uma baixa porcentagem do óleo grego é envasado, apesar da qualidade do azeite grego ser boa, pois 70% do azeite produzido na Grécia é extra virgem.

Depois de Espanha, Itália e Grécia, a Tunísia é o quarto maior produtor mun-dial de azeite de oliva. O país conta com 56.000.000 de oliveiras. Como o país é um

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dos poucos que produz muito mais do que consome, cerca de dois terços da produção total é exportada. O azeite é enviado a granel para outros países do Mediterrâneo, onde é misturado, engarrafado e comercializado como sendo originário do país importador.

A Turquia, conhecida como a região do berço da oliveira, está entre os cinco maiores produtores de azeite do mundo e é também um importante produtor de azeitonas. É, depois da Tunísia, o país da bacia do Mediterrâneo que menos consome o produto, possuindo excedente para exportação a granel que, como na Tunísia, é misturado ao azeite do importador e comer-cializado como sendo local.

Portugal é também um país com tradição no azeite e a oliveira está presente em prati-camente todo as regiões. Não é um produtor relevante no cenário mundial. Sua produção sofreu declínio no século XX e, inclusive, o volume atual é insuficiente para o consumo interno, havendo necessidade de importação. Entretanto, o azeite português é muito apre-ciado no Brasil, um dos maiores mercados consumidores do mundo, o que faz com que o país tenha uma exportação significativa em relação a sua produção. Recentemente, o país tem elevado a qualidade de seus azeites, criando as marcas DOP e Premium, que têm se destacado em concursos internacionais.

A França apresenta uma produção de

azeite reduzida. Sua produção interna é pequena em relação ao consumo, que é de 90 mil toneladas. Entretanto, seus produtores primam pela qualidade e o azeite francês é exportado e premia-do. Existem sete regiões demarcadas (AOP - Appellations d’Origine Proteggé) na França, todas ao Sul, ao redor de Provence.

O Brasil não possui tradição no comércio de azeite, mas está iniciando sua produção. Não é uma produção relevante e constante; ainda é pouca e, às vezes, incerta, por problemas climá-ticos. Por enquanto, a produção está concentrada na serra da Mantiqueira (entre São Paulo e Minas Gerais) e no Rio Grande do Sul. O aprendizado é constante e espera-se em alguns anos uma produção relevante.

A indústria chilena de azeite tem conseguido unir o uso de tecnologia moderna com uma seleção das me-lhores variedades de azeitonas, como Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Frantoio, Leccino, Coratina e Picual, obten-do azeites de excelente qualidade, saborosos e aromáticos, capazes de competir com os melhores azeites do mundo. Atualmente, o Chile possui aproximadamente 30 produto-res de azeite com mais de 17.000 toneladas de azeite de oliva extra virgem. Os azeites extra virgem chilenos são produzidos sob um trabalho delicado e cuidadoso de colheita, que tenta preservar a integridade natural da fruta. Todo o processo é desenvolvido no campo: a colheita, a extração do azeite e o engarrafamento, chegando à mesa dos consumidores azeites frescos, de qualidade superior e verdadeiramente extra virgens.

A produção de azeite no Uruguai é recente e quase artesanal, voltada para a produção de azeite de qualidade em um es-forço de pessoas ligados a famílias europeias, principalmente da Itália, com tradição na produção de azeite. Boa parte dos produ-tores possuem também empreendimentos turísticos associados.

Com terras férteis e virgens, capacidade técnica e um grande investimento financeiro com a injeção de capital estrangeiro de países produtores europeus, a Argentina marca sua presença para o consumidor refinado de azei-te, apresentando produtos de alta qualidade e sabor diferenciado. A produção de azeite na Argentina está concentrada na região vinícola de Mendonza e é voltada à produção de azeite

de alta qualidade.

É importante ressaltar que o azeite apre-senta diferenciações de sabor e características em grande parte devido aos diferentes tipos de variedades de azeitonas usadas na sua elaboração. Há mais de mil variedades de azeitonas catalogadas no mundo inteiro. O azeite pode conter apenas uma variedade de azeitona, denominado monovarietal, ou ser resultado da combinação harmoniosa de diversas variedades, denominado como blend de varietais ou multivarietal. Geralmente, as grandes empresas de azeite utilizam um

blend de varietais, de tal forma que as suas

marcas tenham características e persona-lidade própria. Entretanto, ultimamente, vem se observando entre estas empresas um crescente número de lançamentos de azeites monovarietais, bem como de outras apresen-tações diferenciadas, como versões orgânicas, obtidos de olivais com práticas de cultivo orgânico; reserva especial, feito de azeitonas selecionadas ou de regiões específicas; e azeite novo ou de primeira colheita, produzido a partir de azeitonas colhidas na etapa inicial de colheita.

Os azeites gourmets, normalmente produzidos por pequenos proprietários ou cooperativas de pequenos produtores, geral-mente produzem monovarietais ou blends de variedades da sua região produtora.

Nos países da União Europeia há uma regulamentação para regiões produtoras de azeites, que certifica os produtores com selos de qualidade de origem, denominados de DOP (Denominação de Origem Protegida), prática semelhante a empregada em vinhos. Um azeite com certificado DOP assegura que o produto além de ter sido produzido em uma região geográfica delimitada, utili-zou variedades específicas de azeitonas, com práticas regulamentadas de cultivo e proces-samento, bem como o produto final possui determinadas características avaliadas e apro-vadas por análises laboratoriais e painéis de degustadores especializados. Adicionalmente ao fato destes produtos terem qualidades e características de sabor e aroma, que tendem a se repetir ao longo das sucessivas safras, os produtos DOP geralmente são comercializa-dos com preços superiores aos demais azeites. Algumas marcas de azeites informam em seus rótulos as variedades de azeitona que compõe o produto, mas esta prática ainda não é muito usual. Produtos no qual não se mencionam as variedades em seus rótulos normalmente são multivarietais.

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além das conhecidas garrafas de vidro de 500ml e 250ml. E para harmonizar com os pratos diferenciados, oferece a linha de especialidades Marcante, Equilibrado e Frutado, além dos Aromáticos, assinada pelo renomado chefe Ferran Adria.

AZEITES BORGES E MARIA GANHAM CADA VEZ

MAIS ESPAÇO NO MERCADO DE FOOD SERVICE

A Cargill, uma das maiores empresas de alimentos no Brasil, conta com uma solução completa de óleos para cada tipo de negócio e de aplicação. Além das soluções para fritura mais conhecidas como Liza Soja e Liza Al-godão, abrange um portfólio robusto voltado para demais aplicações: Liza Óleos Especiais, Óleos Compostos Maria e Olivia, e Azeites Borges e Maria.

Os azeites Borges e Maria são provenien-tes da Espanha, principal região produtora e exportadora de azeites do mundo. As marcas estão presentes nas mesas e cozinhas de restaurantes, hotéis, bares, padarias e resorts de todo o país, levando toda a qualidade e tradição da Borges Branded Foods junto à excelência técnica e de execução da Cargill.

Com mais de 120 anos de história,

Borges está presente em mais de 110 países, é líder de mercado de azeites espanhóis no Brasil e de produtos de alimentação medi-terrânea (azeites, vinagres, azeitonas, frutos secos e massas). A marca conta com um portfólio robusto de azeites extra virgem e azeite tipo Único, disponíveis em diferentes soluções de embalagem para Food Service,

Os azeites Maria possuem qualidade e tradição já reconhecidas no mercado bra-sileiro através da linha de óleos compostos, sendo a melhor opção em custo-benefício. Atualmente, seu portfólio contempla a linha extra virgem tanto na versão de 500 ml para as mesas como de 3L ideal para uso na cozinha.

Sobre a Cargill

Os 155 mil funcionários em 70 países trabalham para atingir o propósito de nutrir o mundo de maneira segura, responsável e sustentável. Todos os dias, conectamos agri-cultores com mercados, clientes com ingre-dientes e pessoas e animais com os alimentos que precisam para prosperar. Unimos 153 anos de experiência com novas tecnologias e insights para sermos um parceiro confiável aos clientes dos setores de alimentos, agricul-tura, financeiro e industrial em mais de 125 países. Lado a lado, estamos construindo um futuro mais forte e sustentável para a agri-cultura. No Brasil desde 1965, somos uma das maiores indústrias de alimentos do País. Com sede em São Paulo, SP, a Cargill está presente em 17 Estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em 160 municípios e mais de 10 mil funcionários.

Cargill

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MIRAZEITE - UMA EMPRESA COM TRADIÇÃO

“E com um ramo de oliveira o homem se purifica totalmente”. Virgílio, eneida.

A cultura da oliveira vem desde os

tem-pos remotos e era considerada um símbolo de sabedoria, paz, abundância e glória. Os egípcios, há seis mil anos, atribuíam à deusa Ísis, mulher de Osíris, o mérito de ensinar a cultivar a oliveira.

Foi sempre patrimônio dos países me-diterrânicos, mas hoje em dia encontra-se disseminada um pouco por toda a parte, desde a Argentina, Austrália, Chile, Estados Unidos da América, até ao Japão, México, China e República da África do Sul, entre outros, passando por Portugal, obviamente. Em Portugal, a cultura da oliveira perde-se nos tempos imemoriais. Rezam as crônicas que a cultura da oliveira que os Visigodos a terão herdado dos Romanos e que estes, muito provavelmente a tinham encontrado na Península Ibérica. Os Árabes mantiveram a cultura e fizeram-na prospe-rar, sendo que a palavra Azeite tem origem no vocábulo árabe az-zait, que significa “sumo de azeitona”.

Existem registros que, no século XIII, o Azeite ocupava um lugar importante no comércio externo de Portugal, podendo afirmar-se que esta gordura era um produto muito abundante na Idade Média.

O azeite esteve sempre presente nos recantos da vida diária dos portugueses, atravessando gerações e estratos sociais.

Nas últimas décadas assistimos a uma nova aposta na produção de azeite, com a plantação de novos olivais a uma escala pouco vulgar no nosso país, recorrendo a técnicas e tecnologias mais avançadas para otimizar todo o processo, desde a produção da azeitona até à obtenção do azeite.

O azeite é uma gordura obtida a partir

do fruto da oliveira através de processos exclusivamente físicos (pressão ou centri-fugação), sem qualquer produto químico. Existem 3 tipos de azeite conforme o grau ou percentagem de acidez.

Azeite Virgem Extra: Azeite de quali-dade superior, com sabor e cheiro intensos a azeitona sã. Não apresenta nenhum defeito organoléptico. Acidez igual ou inferior a 0,8%. Apto para o consumo direto e ideal para temperar a cru. Os azeites virgem extra de sabor mais suave são ideais para o tempero de saladas e alimentos com sabor mais suave, bem como para a doçaria. Por outro lado, os azeites virgem extra de sabor mais intenso vão melhor com alimentos de sabor mais marcado e poderão ser utilizados para a confecção de alguns molhos.

Azeite Virgem: Azeite de boa qualida-de, com sabor e cheiro a azeitona sã. Acidez igual ou inferior a 2%. Apto para consumo direto e apropriado para assados, sopas, refogados ou marinadas.

Azeite: Contém azeite refinado e azeite virgem: Trata-se de azeite refinado,

enriquecido com azeite virgem, aromático e frutado, com grau de acidez igual ou infe-rior a 1,0%. É ideal para frituras dada a sua elevada resistência às altas temperaturas. É mais barato, mantém o valor nutritivo do azeite e tem um ponto de fumo bastante elevado o que permite aumentar o seu número de utilizações. Além disso, forma uma crosta na superfície dos alimentos, que impede a penetração do Azeite no interior dos mesmos. Com a utilização do Azeite para a fritura obtêm-se fritos mais secos e apetecíveis.

Azeite e saúde

As gorduras representam 33% do total da energia ingerida diariamente. Para uma alimentação saudável, seria essencial subs-tituir o consumo de gorduras saturadas por mono insaturadas, como é o caso do azeite - chave para uma saúde melhor.

Numerosos pesquisadores, médicos e nutricionistas afirmam que o azeite de é uma fonte rica em vitamina E, que protege

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contra o cancro e as doenças do coração. Por ser extraído da fruta e especialmente rico em antioxidantes, retarda o processo de envelhecimento celular. Outros benefícios do azeite são:

• Reduz o colesterol e ajuda a prevenir doenças cardiovasculares.

• Ajuda a prevenir a arteriosclerose e os seus riscos.

• Melhora o funcionamento do estômago e do pâncreas.

• Digere-se com maior facilidade do que qualquer outra gordura comestível; não tem colesterol e proporciona a mesma caloria dos outros óleos.

• Acelera as funções metabólicas

• Produz efeito protetor e tônico da epiderme.

• Estimula o crescimento e favorece a absorção de cálcio e a mineralização.

O azeite é a gordura mais adequada para ser consumida tanto ao natural como em frituras. Em virtude de sua composição, o azeite mantém as suas propriedades, mesmo nas temperaturas mais elevadas. Uma fritura feita em azeite, na temperatura adequada, protege os alimentos mantendo as suas propriedades e incorporando seus elementos positivos.

O azeite na Alimentação

Há um ditado popular que diz: “A melhor cozinheira é a azeiteira” e os livros de receitas tradicionais portuguesas com-provam-no. O azeite aparece em quase todas. Utilizado em cru (como tempero), em cozinhados (como ingrediente), bem quente (como meio de cozedura) ou a frio (como agente conservador de enchidos, azeitonas, alguns legumes e queijos), o azeite marca presença na cozinha, não

conhecendo limites nos doces e salgados. O azeite dá sabor, aroma e cor. Melhora as texturas. Transmite o calor. Versátil como poucos ingredientes culinários, ele integra os alimentos, personaliza e identifica um prato. O bom e velho azeite de oliva faz parte dos hábitos das regiões mediterrâni-cas e está presente em boa parte de nossa história.

Quer numa cozinha tradicional, quer na mais sofisticada, o fundamental é esco-lher um azeite de qualidade e saber fazer as combinações certas. Ao comprar o azeite, o consumidor deverá fazer a escolha de acordo com a utilização pretendida.

A dieta mediterrânica é um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo, na qual abundam alimentos de origem vegetal (cereais, legumes e frutos), a carne é comi-da moderacomi-damente, preferindo-se o peixe e ovos. O azeite é utilizado regularmente e o queijo e iogurtes são consumidos diaria-mente. É também frequente o consumo de quantidades moderadas de vinho tinto às refeições. Em associação com todos estes alimentos, o azeite proporciona todos os nutrientes necessários à preservação da saúde. A popularidade da dieta mediterrâ-nica, praticada em alguns países europeus, contribuiu para aumentar o prestígio do azeite. Vários estudos provam que o azeite é um elemento fundamental da “dieta mediterrânica”.

O azeite é um produto muito versátil. De há muito conhecido pelas populações mediterrânicas como essencial para a saúde e o regime alimentar, é hoje largamente apreciado na Europa e no mundo pelas suas propriedades nutritivas e organolépticas e ao nível da saúde. A União Europeia é o primeiro produtor mundial, com 80 % da produção e 70 % do consumo de azeite.

Dentro da ampla gama de azeites hoje disponíveis no mercado, deverá eleger o

azeite em função da sua utilização culinária. Com a prática, e dependendo de seu gosto pessoal, poderá aprender a selecionar um azeite pelas suas características sensoriais ou pelo seu local de origem. Cada azeite tem as suas características próprias, sem que isto implique que um seja melhor que outro.

Azeites de excelente qualidade

Desde 1977, a Mirazeite tem se dedicado à produção e a comercialização de azeite, com vasta experiência na exportação para vários continentes.

A filosofia da empresa é permanecer fiel a nobre tradição portuguesa subjacente à produção de azeite, obtendo assim um produto que se distingue pela sua pureza e qualidade, garantindo a todos suas proprie-dades magníficas.

A Mirazeite está equipada com a mais recente tecnologia e trabalha com rigoroso controle de qualidade, em todo o processo, para que o produto final garanta a plena satisfação dos seus clientes e consumidores.

O azeite “Bom Dia” é um azeite de quali-dade superior, extraído à frio exclusivamente por processos mecânicos, disponível em vidro, PET e lata. Alem do azeite tradicional e extra virgem, a marca “Bom Dia” disponi-biliza ainda o azeite extra virgem com ervas aromáticas.

A empresa também produz os azeites “Ouro da Terra” e “Imperial”, ambos azei-tes de qualidade superior, extraídos à frio exclusivamente por processos mecânicos, disponíveis em vidro, PET e lata.

Mirazeite, SA

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AZEITE DE OLIVA EXTRAVIRGEM: SABOR E SAÚDE

As oliveiras, árvores das azeitonas, têm uma história tão antiga e rica quanto a das videiras que dão as uvas. Apesar de ninguém saber exatamente onde elas se originaram, existem indícios que datam de milhares de anos, reforçando que azeite e vinho são delícias conhecidas desde que o mundo é mundo.

As oliveiras são árvores comuns na re-gião do Mediterrâneo, pois gostam de clima seco e quente, além de muita luminosidade. Estas plantas que podem viver centenas de anos - ou até milênios - tendem a ser pro-dutoras bienais, isso quer dizer que em um ano a colheita será muito boa e no próximo haverá queda de produção enquanto a planta se recupera para, no ano seguinte, produzir em grande escala novamente.

Do fruto na árvore até a garrafa na sua mesa o caminho é longo, mas deve ser rápido. Isso por que quanto mais ágil o processo en-tre a colheita e a extração do azeite, menor o risco de oxidação das azeitonas, o que resulta em um produto com qualidade superior.

Apresentamos alguns dos melhores azeites de oliva extravirgem, trazidos ao Brasil pelas importadoras Porto a Porto e Casa Flora.

Azeite de oliva extravirgem

Paganini - Itália

Elaborado com as azeitonas Frantoio, Coratina, Nocellara e Leccino. Fresco e aro-mático, apresenta suaves notas de maçã verde e excelente fluidez. A garrafa é escura para preservar as qualidades do produto e o bico é uma peneira. A acidez máxima é de 0,5%.

Grezzo Naturale Paganini - Itália

Fruto da primeira prensagem das melho-res azeitonas italianas, apmelho-resenta característi-cas organolépticaracterísti-cas perfeitas, condizentes com um excelente azeite extravirgem, sendo que a coloração, os aromas e os sabores estão em plena harmonia. Entre os aromas notam-se

ervas, tomates, maçã verde e algo floral. Em boca destacam-se os frutados, o sabor marcante e uma agradável picância. Possui acidez abaixo de 0,5%.

Oliveira Ramos - Portugal

É produzido em Estremoz, no Alentejo, a partir de azeitonas da variedade Galega, Cobrançosas e Picual colhidas mais cedo que de costume para dar um perfil elegante. A produção é pequena para manter a elevada qualidade. Entre os aromas estão o frutado intenso de azeitonas verdes, notas de maçã e frutos secos. Em boca possui frescor e equilíbrio exato e excelente persistência. A acidez máxima é de 0,2%.

Marquês de Tomares - Espanha

Azeite espanhol elaborado com a varie-dade Arbequina, na Rioja. Anualmente são apenas 1,5 mil garrafas Magnum, de 1,5 litro, produção pequena e caprichosa. Vem em uma embalagem de madeira, o que dá um toque de requinte a este excepcional azeite espanhol. A acidez é inferior a 0,2%.

Josep Llorens - Espanha

A acidez de 0,2% é sinônimo de azei-tonas muito saudáveis, que foram colhidas no exato tempo de maturação, atendendo aos mais rigorosos controles de qualidade, e transformando-as em azeite 12 horas depois da colheita. Saboroso e persistente.

Deleyda Premium - Chile

Azeite produzido no Vale do Colchagua e Vale do Leyda, de boa intensidade, com aroma de ervas e notas de maçã. Na boca é fresco, com bom amargor e um agradável toque picante. São nove variedades de azeito-nas que entregam uma delicada combinação de sabores e aromas. Este azeite recebeu o

prêmio “Melhor Blend Ligeiro de Azeite de Oliva” pelo prestigiado guia Flos Olei 2017. A acidez é menor que 0,2%.

Azeite Extravirgem La

Cumparsita - Argentina

Elaborado na Argentina, com a azeitona Arbequina e outras variedades, é um azeite extravirgem suave, agradável no paladar e de delicada picância. Apresenta aromas herbá-ceos e sabor que lembra tomates verdes. A acidez máxima é de 0,8%. A embalagem é de 500 ml.

Alguns dos benefícios do azeite

de oliva para a saúde

• É rico em ômega 9.

• Protege o sistema cardiovascular. • Reduz o mau colesterol (LDL). • Reduz o nível de triglicerídeos no sangue. • Possui oleocantal, um agente anti-infla-matório e antioxidante que combate subs-tâncias que estão relacionadas a diversas enfermidades e doenças como Alzheimer. • Possui oleoeuropeína, extraída principal-mente da folha da oliveira, que possui propriedades benéficas à saúde, inclusive sendo usada na área da cosmetologia.

Porto a Porto Com. Imp. Exp. Ltda.

portoaporto.com.br

Casa Flora

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AZEITES DE OLIVA

DIFERENCIAL DE QUALIDADE ESTÁ NO EQUILÍBRIO

ENTRE PICÂNCIA, FRESCOR E AROMA

A Vale Fértil garante a

máxima qualidade em sua

linha de azeites graças a

proximidade do processo

produtivo na Argentina

e a distribuição aqui no

Brasil.

total controle sobre todas as etapas do pro-cesso produtivo, da plantação das oliveiras na Argentina, passando pela colheita, produção, envase e distribuição do seu mix de produtos em todo o Brasil. Segundo Vidal, tal processo garante que apenas as melhores azeitonas sejam usadas, resultando em máxima quali-dade, aroma e baixa acidez em seus azeites. Para se ter uma ideia, para fabricar 1 litro de azeite, são necessários de 4 a 6 kg de azeitona. “Azeite é como vinho, depende muito

do paladar de cada consumidor. O sabor final depende de muitos fatores como a variedade do fruto, condições climáticas e processo de colheita. O melhor será aquele que se encaixa no paladar, mas que apresente um equilíbrio perfeito entre a picância, frescor e aroma”,

acrescenta Marcelino.

Sobre a Vale Fértil

A marca é líder de vendas no país, demonstrando a aceitação dos planos de expansão da marca que já atua de norte a sul do país, em todos estados. “O plano é atender

grande parte da população brasileira nos pró-ximos anos, levando produtos que transmitem qualidade e confiança para os consumidores,

O azeite de oliva é um item presente em quase toda cozinha bra-sileira, não é mesmo? Dados do COI - Conselho Oleícola Internacional -, para o último trimestre de 2017 e primeiro de 2018, apontam um consumo de 2,95 mil toneladas de azeite de oliva no Brasil e, de acordo com o Ministério da Indústria, Co-mercio Exterior e Serviços, tivemos 38.9 mil toneladas de azeite provenientes de importações brasileiras no primeiro semestre deste ano, ajudando a explicar essa verdadeira paixão por azeitonas e seus derivados.

Com tanta procura é de se esperar que haja uma infinidade de tipos e rótulos di-ferentes nas prateleiras dos supermercados, mas os especialistas no assunto alertam para os critérios de escolha, afinal de contas, um bom azeite deve ter frescor, picância e aro-ma, além de precisar ser produzido com um tempo curto entre a colheita, moagem das azeitonas e envase. “Para garantir a máxima

qualidade é imprescindível que o campo e a fábrica estejam próximos e que as azeitonas estejam no exato momento de madurez para evitar a oxidação dos frutos. Essa é a nossa maior preocupação no mix de azeites que produzimos”, diz Marcelino Vidal, diretor

comercial da Vale Fértil. Ele explica ainda que a marca também busca azeites em outras regiões produtoras, como Espanha e Chile, para oferecer aromas diferentes para os mais variados paladares.

A Vale Fértil, localizada em São José dos Pinhais (PR), é a única empresa agroindus-trial do setor no país, ou seja: é a única a ter

para todos os momentos do dia a dia”, destaca

Marcelino Vidal, diretor-comercial da Vale Fértil.

A empresa se mantém líder nacional desde a publicação da 1º pesquisa realizada pela Nielsen em parceria com a Abras e vei-culada na revista Superhiper, veículo oficial da Associação Brasileira de Supermercados na venda de azeitonas. Além delas e dos azei-tes, a VF ainda tem em seu mix de produtos conservas como pepino, palmito, cebolinha, alcachofras, entre outros. “Temos o total

domínio da qualidade da produção do campo à fábrica, garantindo um absoluto controle de qualidade. Sabemos tudo que é usado desde o processo de plantio, colheita, transporte e envase das azeitonas. Tudo isso reflete na aceitação dos consumidores”, finaliza o diretor.

Vale Fértil

Referências

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