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Rosh hashaná e Iom Kipur Tempo de Teshuvá. Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus erros. (Oseias 14:2)

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(1)

Rosh haShaná

O Ano No vo Judaico acontece no pr imeiro e no segundo dia do mês de

Tishrê, que é o sétimo mês do calendár io bíblico

.

Rosh haShaná difere do ano no vo ocidental não apenas em sua data,

mas

também na for ma de celebração:

ao invés de f estas destinadas a diver

tir e

esquecer, b usca-se lembrar par

a avaliar e apr imorar . P or isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento. Iom Kipur Esta é a data mais popular do calendár

io judaico, quando a maior ia dos

judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do

Perdão , segundo a tr adição, é o último momento par

a o arrependimento

pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance

de-mudar o julgamento f eito em Rosh haShaná, demonstr

ar arrependimento e melhorar os relacionamentos. Na época da Tor á, o Iom Kipur er a comemorado com r ituais de expiação. Porém, durante o per íodo do Segundo Templo a data ganhou o s

ign ific ado

de introspecção e, assim, sua centralidade no calendár

io judaico.

Liturgia

Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que relembram a avaliação do que foi feito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor no futuro. A partir de Rosh haShaná continua sendo recitado pelos dez dias seguintes – Iamím Noraím – até Iom Kipur.

Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur gera polêmica, uma vez que anula antecipadamente todas as

pro-messas que serão feitas no ano que está por vir. Porém é necessário compre-ender que, no judaísmo, as promessas são muito importantes, e essa é uma forma de se relacionar com a imperfeição humana, pois uma vez assumida a imperfeição, podemos nos comprometer, arriscar o esforço e a tentativa, mesmo correndo o risco de falhar.

É importante lembrar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as promessas feitas a outras pessoas, pois quebrar uma promessa com o outro envolve pedir absolvição ao mesmo. Com tanta

polêmi-ca, existem versões da reza que não falam apenas das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encerra Iom Kipur é exclusiva desse dia. A tradução literal de “Neilá” é “fechamen-to”, e se refere simbolicamente ao fechamento das por-tas do céu, entendido como a “última chance” de preparar melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse serviço é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da Torá) permanece aberto. A tradição judaica diz: - “Shaarê Teshuvá einám nenaalím leolám” - que significa “Os portões da Teshuvá nunca se fecham no céu”. É importante lembrar que sempre é tempo para um arrependimento sincero.

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus erros.” (Oseias 14:2) “E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê por si só. E a assinatura

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá Tová, Unetanê Tókef, pág. 198)

Em Iom Kipur jejuamos como forma de retiro espiritual, mas, infelizmente, algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que tenha um porquê e que seja significativo, é importante ter em mente que ainda vivemos em uma sociedade em que mui-tos estão em jejum permanentemente, não por vontade própria, mas sim por forças das circunstâncias. É importante lembrarmos sempre da desigualdade social que infelizmente ainda existe.

Ao redor do mundo, várias sinagogas aproveitam o período das Grandes Festas para abordar o tema da fome e prestar apoio a quem de fato necessita, pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis para participar dos serviços religiosos.

No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar, caracterizada pela ausência de uma alimentação regular saudável. É duro constatar como um país com ampla diversidade alimentar ainda não conseguiu superar esse problema.

Entre os muitos projetos de arrecadação e distribuição de alimentos, está o Mesa Brasil SESC, que visa melhorar a situação de insegurança alimentar através da doação de alimentos, do desenvolvimento de ações educativas e da

promo-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio-nal de alimentos, que luta contra a fome e o desperdício, buscando onde há sobra de alimentos e entregando onde eles es-tão em falta, contribuindo, assim, para a diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegurança alimentar.

Saiba mais: www.sesc.com.br/mesabrasil

Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Tor á, descrev endo que, no pr imeiro dia do mês de Tishrê, dev e-se tocar o shof ar

(e, por isso , esta é a pr incipal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico for am atrib uídos outros significados à festa, como a criação do ser

humano e o começo do ano.

T ambém se atr ibui o nome Zichrón T eruá , pois tr adicionalmente não se toca o shof ar dur ante o Shabat, então nós somente lembr

amos seu toque

quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia

da Lembr ança. Indica que

devemos nos recordar de

nossas ações, bem como do aniv ersár io da humanidade. Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebr ação par a se esquecer, com f estas animadas e acontecimentos extraordinár

ios que nos ajudam

a não lembrar as coisas r uins que se passaram,

no judaísmo esta é uma data para

lembrar , uma v ez que um ano se passou e devemos nos recordar e a

valiar o que

fizemos ou não com o tempo , o que f

oi feito de er rado e que requer conser to, ou

ainda como seremos melhores para o no vo per íodo que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à f esta é Dia do Julgamento, pois nesse per

ío-do, com base no que fiz

emos no ano que passou, nos

autoavaliamos, julgando

nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitár

ia e também como membros da

humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moder no do chag

e o único que não

aparece na Tor á, apenas no T alm ud. Significa, literalmente , “cabeça do ano”. O toque do Shof ar

Feito geralmente de chifre de car neiro, o

shofar é o principal símbolo

de Rosh haShaná. É a par tir do nome de seu toque (ter

uá) que a T or á se

refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição m uito popular escutar o shof

ar ao fim do

serviço de Iom Kipur , ele é or

iginalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu

toque na manhã do Ano No vo Judaico é a pr incipal mitsv

á da data. No total,

são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shof ar são classificados em três tipos, sendo alternados em

grupos dif erentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da

reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são:

• Tekiá: uníssono e prolongado;

• She varím: três toques consecutiv os em um só fôlego , com inter valos muito cur tos; • Teruá: sequência de nove a quinz

e toques muito cur tos, ex

ecutados num

só fôlego .

A Tor á não dá nenhuma razão especifica par

a a mitsv á de ouvir o toque

do shof ar, porém as inter pretações rabínicas sugerem que o som do ins

-trumento mex e com nossos sentidos, ser

vindo como um

lembrete para olhar mos dentro de nós mesmos e nos

arrepender mos dos pecados do ano passado . Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desper

ta para a

necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Ak edát Itzhak (Sacr

i-fício de Isaac) e o shofar

se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O

trecho também representa as dificuldades que passamos

em nossas vidas, e que dev emos vencer

,

assim como Abr aão e Isaac as superar

am.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que

inclui seis regras que se estendem por 25 hor as:

1. não comer ;

2. não beber ;

3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no cor po.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do cor po. O jejum pode ser um contr apeso necessár io par a a vida moder na. Não deve

ser um fim em si mesmo, mas uma opor tunidade para cada um de nós viv

en-ciarmos Iom Kipur de uma f orma mais pessoal e ter

mos a chance de aprender:

• Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada

em piedade. Falar sobre o prob lema da fome do m

undo pode ser simples,

mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome . Assim, sentir a

fome em nosso própr io corpo pode ter um impacto dif

erente e levar do sentimento à ação. • Força de vontade: aparentemente , jejuar é uma ação m uito dif ícil. É a pr

iva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso .

Por isso , em oposição direta à nossa crescente comodidade , o jejum nos mostr

a

a força de v ontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a f

elicidade acima de tudo, no entanto , o jejum nos ajuda a compreender que , por vez es, o sofrimento pode ser benéfico

e nos ajuda a crescer e a nos for talecer.

• Desa pego material: viv

emos em uma sociedade de consumo, e , ao jejuar ,

afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens exter nos. Se mes

-mo necessidades básicas, co-mo comer e beber , podem ser suspensas por 25

horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão par a que consigamos implementar

estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano

.

החילס

Perdão

Quais os erros e transgressões perdoados nas Grandes Festas?

Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo homem contra Deus são perdoados nessa data.

Nossa tradição afirma que os erros cometidos pelo homem con-tra seu semelhante (ofensas, agressões, pecados éticos e morais) não são perdoados nesse dia, a não ser que a busca pela reconciliação e a correção dos erros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur. Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após sermos perdoados pelo semelhante ofendido. Na fé judaica, Deus nunca pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode substituir Deus.

O arrependimento não surge subitamente de um dia para o outro, ou na véspera de Iom Kipur. Originado de um processo interno, o arrependi-mento pelos pecados cometidos contra o semelhante deve ser um acerto físico e espiritual e, para isso, é necessária a devida restituição à vítima, bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços para conseguir o perdão do outro forem em vão, a tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vezes e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima per-sistir na recusa em conceder o perdão, o culpado se torna inocente e a vítima se torna culpada por negar o pedido.

(2)

Rosh haShaná

O Ano Novo Judaico acontece no primeiro e no segundo dia do mês de Tishrê, que é o sétimo mês do calendário bíblico.

Rosh haShaná difere do ano novo ocidental não apenas em sua data, mas também na forma de celebração: ao invés de festas destinadas a divertir e esquecer, busca-se lembrar para avaliar e aprimorar. Por isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento.

Iom Kipur

Esta é a data mais popular do calendário judaico, quando a maioria dos judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do Perdão, segundo a tradição, é o último momento para o arrependimento pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance de-mudar o julgamento feito em Rosh haShaná, demonstrar arrependimento e melhorar os relacionamentos.

Na época da Torá, o Iom Kipur era comemorado com rituais de expiação. Porém, durante o período do Segundo Templo a data ganhou o significado de introspecção e, assim, sua centralidade no calendário judaico.

Liturgia Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que

relembram a a valiação do que foi f

eito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor

no futuro. A par tir de Rosh haShaná continua sendo

recitado pelos dez dias seguintes –

Iamím Nor aím –

até Iom Kipur. Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur ger a polêmica, uma vez que an ula antecipadamente todas as pro

-messas que serão f eitas no ano que está por vir. P

orém é necessário compre

-ender que, no judaísmo , as promessas são m

uito importantes, e essa é uma

for ma de se relacionar com a imperfeição humana,

pois uma vez assumida

a imperfeição , podemos nos comprometer , ar riscar o esf orço e a tentativa, mesmo correndo o r isco de falhar. É importante lembr ar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as

promessas feitas a outr as pessoas, pois quebr

ar uma promessa com o outro

envolv e pedir absolvição ao mesmo. Com tanta polêmi

-ca, existem v ersões da reza que não falam apenas

das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encer ra Iom Kipur é exclusiva

desse dia. A tr adução literal de “Neilá” é “fechamen -to”, e se ref ere simbolicamente ao fechamento das por

-tas do céu, entendido como a “última chance” de prepar

ar

melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse ser viço

é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da

T or á) permanece aber to.

A tradição judaica diz: - “Shaarê

Teshuv á einám nenaalím leolám” - que significa

“Os portões da T eshuvá n unca

se fecham no céu”. É importante lembr

ar que sempre é tempo para um

arrependimento sincero .

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de

Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus err os.” (Oseias 14:2)

“E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê p

or si só. E a assinatur a

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá To vá, Unetanê Tók

ef, pág . 198)

Em Iom Kipur jejuamos como for ma de retiro espiritual,

mas, inf elizmente,

algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que

tenha um porquê e que seja significativ

o, é

importante ter em mente que ainda viv emos em uma sociedade em que mui

-tos estão em jejum permanentemente , não por v

ontade própria, mas sim por

forças das circunstâncias. É importante lembr

armos sempre da desigualdade

social que infelizmente ainda existe .

Ao redor do mundo

, vár ias sinagogas apro

veitam o período das

Grandes

Festas para abordar o tema da f ome e prestar apoio a quem de fato necessita,

pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis par a participar

dos serviços religiosos. No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de

insegurança alimentar , car

acterizada pela ausência de uma alimentação regular

saudável. É duro constatar como um país com ampla diver

sidade alimentar

ainda não conseguiu superar esse prob lema.

Entre os muitos projetos de ar recadação e distrib

uição de alimentos, está o

Mesa Brasil SESC, que visa melhor ar a situação de insegurança alimentar atr

avés

da doação de alimentos, do desen volvimento de ações educativas e da promo

-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio

-nal de alimentos, que luta contr a a fome

e o desperdício, b uscando onde há sobra

de alimentos e entregando onde eles

es-tão em falta, contr ibuindo , assim, para a

diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegur ança alimentar. Saiba mais: www .sesc.com.br/mesabr asil Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Torá, descrevendo que, no primeiro dia do mês de Tishrê, deve-se tocar o shofar (e, por isso, esta é a principal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico foram atribuídos outros significados à festa, como a criação do ser humano e o começo do ano.

Também se atribui o nome Zichrón Teruá, pois tradicionalmente não se toca o shofar durante o Shabat, então nós somente lembramos seu toque quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia da Lembrança. Indica que devemos nos recordar de nossas ações, bem como do aniversário da humanidade.

Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebração para se esquecer, com festas animadas e acontecimentos extraordinários que nos ajudam a não lembrar as coisas ruins que se passaram, no judaísmo esta é uma data para lembrar, uma vez que um ano se passou e devemos nos recordar e avaliar o que fizemos ou não com o tempo, o que foi feito de errado e que requer conserto, ou ainda como seremos melhores para o novo período que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à festa é Dia do Julgamento, pois nesse perío-do, com base no que fizemos no ano que passou, nos autoavaliamos, julgando nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitária e também como membros da humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moderno do chag e o único que não aparece na Torá, apenas no Talmud. Significa, literalmente, “cabeça do ano”.

O toque do Shofar

Feito geralmente de chifre de carneiro, o shofar é o principal símbolo de Rosh haShaná. É a partir do nome de seu toque (teruá) que a Torá se refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição muito popular escutar o shofar ao fim do serviço de Iom Kipur, ele é originalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu toque na manhã do Ano Novo Judaico é a principal mitsvá da data. No total, são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shofar são classificados em três tipos, sendo alternados em grupos diferentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são: • Tekiá: uníssono e prolongado;

• Shevarím: três toques consecutivos em um só fôlego, com intervalos muito curtos;

• Teruá: sequência de nove a quinze toques muito curtos, executados num só fôlego.

A Torá não dá nenhuma razão especifica para a mitsvá de ouvir o toque do shofar, porém as interpretações rabínicas sugerem que o som do

ins-trumento mexe com nossos sentidos, servindo como um lembrete para olharmos dentro de nós mesmos e nos arrependermos dos pecados do ano passado. Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desperta para a necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Akedát Itzhak (Sacri-fício de Isaac) e o shofar se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O trecho também representa as dificuldades que passamos em nossas vidas, e que devemos vencer, assim como Abraão e Isaac as superaram.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que inclui seis regras que se estendem por 25 horas:

1. não comer; 2. não beber; 3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no corpo.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do corpo. O jejum pode ser um contrapeso necessário para a vida moderna. Não deve ser um fim em si mesmo, mas uma oportunidade para cada um de nós viven-ciarmos Iom Kipur de uma forma mais pessoal e termos a chance de aprender: • Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada em piedade. Falar sobre o problema da fome do mundo pode ser simples, mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome. Assim, sentir a fome em nosso próprio corpo pode ter um impacto diferente e levar do sentimento à ação.

• Força de vontade: aparentemente, jejuar é uma ação muito difícil. É a priva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso. Por isso, em oposição direta à nossa crescente comodidade, o jejum nos mostra a força de vontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a felicidade acima de tudo, no entanto, o jejum nos ajuda a compreender que, por vezes, o sofrimento pode ser benéfico e nos ajuda a crescer e a nos fortalecer.

• Desapego material: vivemos em uma sociedade de consumo, e, ao jejuar, afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens externos. Se mes-mo necessidades básicas, comes-mo comer e beber, podem ser suspensas por 25 horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão para que consigamos implementar estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano.

החי

לס

Perdão

Quais os erros e transgr essões perdoados

nas Grandes Festas? Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo

homem contra Deus são perdoados nessa data. Nossa tradição af irma que os er

ros cometidos pelo homem

con-tra seu semelhante (of ensas, agressões,

pecados éticos e morais) não

são perdoados nesse dia, a não ser que a b usca pela reconciliação e a

correção dos er ros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur

.

Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências

por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após

sermos perdoados pelo semelhante of endido. Na f

é judaica, Deus n unca

pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode

substituir Deus. O arrependimento não sur ge subitamente de um dia para o outro

, ou

na vésper a de Iom Kipur. Or

iginado de um processo interno , o ar

rependi-mento pelos pecados cometidos contr a o semelhante dev e ser um acer to físico e espir itual e, par a isso, é necessár ia a devida restituição à vítima,

bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços par a conseguir o perdão do outro forem em vão , a

tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vez es e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima

per-sistir na recusa em conceder o perdão, o

culpado se torna inocente e a vítima se

(3)

Rosh haShaná

O Ano Novo Judaico acontece no primeiro e no segundo dia do mês de Tishrê, que é o sétimo mês do calendário bíblico.

Rosh haShaná difere do ano novo ocidental não apenas em sua data, mas também na forma de celebração: ao invés de festas destinadas a divertir e esquecer, busca-se lembrar para avaliar e aprimorar. Por isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento.

Iom Kipur

Esta é a data mais popular do calendário judaico, quando a maioria dos judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do Perdão, segundo a tradição, é o último momento para o arrependimento pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance de-mudar o julgamento feito em Rosh haShaná, demonstrar arrependimento e melhorar os relacionamentos.

Na época da Torá, o Iom Kipur era comemorado com rituais de expiação. Porém, durante o período do Segundo Templo a data ganhou o significado de introspecção e, assim, sua centralidade no calendário judaico.

Liturgia Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que

relembram a a valiação do que foi f

eito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor

no futuro. A par tir de Rosh haShaná continua sendo

recitado pelos dez dias seguintes –

Iamím Nor aím –

até Iom Kipur. Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur ger a polêmica, uma vez que an ula antecipadamente todas as pro

-messas que serão f eitas no ano que está por vir. P

orém é necessário compre

-ender que, no judaísmo , as promessas são m

uito importantes, e essa é uma

for ma de se relacionar com a imperfeição humana,

pois uma vez assumida

a imperfeição , podemos nos comprometer , ar riscar o esf orço e a tentativa, mesmo correndo o r isco de falhar. É importante lembr ar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as

promessas feitas a outr as pessoas, pois quebr

ar uma promessa com o outro

envolv e pedir absolvição ao mesmo. Com tanta polêmi

-ca, existem v ersões da reza que não falam apenas

das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encer ra Iom Kipur é exclusiva

desse dia. A tr adução literal de “Neilá” é “fechamen -to”, e se ref ere simbolicamente ao fechamento das por

-tas do céu, entendido como a “última chance” de prepar

ar

melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse ser viço

é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da

T or á) permanece aber to.

A tradição judaica diz: - “Shaarê

Teshuv á einám nenaalím leolám” - que significa

“Os portões da T eshuvá n unca

se fecham no céu”. É importante lembr

ar que sempre é tempo para um

arrependimento sincero .

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de

Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus err os.” (Oseias 14:2)

“E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê p

or si só. E a assinatur a

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá To vá, Unetanê Tók

ef, pág . 198)

Em Iom Kipur jejuamos como for ma de retiro espiritual,

mas, inf elizmente,

algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que

tenha um porquê e que seja significativ

o, é

importante ter em mente que ainda viv emos em uma sociedade em que mui

-tos estão em jejum permanentemente , não por v

ontade própria, mas sim por

forças das circunstâncias. É importante lembr

armos sempre da desigualdade

social que infelizmente ainda existe .

Ao redor do mundo

, vár ias sinagogas apro

veitam o período das

Grandes

Festas para abordar o tema da f ome e prestar apoio a quem de fato necessita,

pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis par a participar

dos serviços religiosos. No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de

insegurança alimentar , car

acterizada pela ausência de uma alimentação regular

saudável. É duro constatar como um país com ampla diver

sidade alimentar

ainda não conseguiu superar esse prob lema.

Entre os muitos projetos de ar recadação e distrib

uição de alimentos, está o

Mesa Brasil SESC, que visa melhor ar a situação de insegurança alimentar atr

avés

da doação de alimentos, do desen volvimento de ações educativas e da promo

-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio

-nal de alimentos, que luta contr a a fome

e o desperdício, b uscando onde há sobra

de alimentos e entregando onde eles

es-tão em falta, contr ibuindo , assim, para a

diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegur ança alimentar. Saiba mais: www .sesc.com.br/mesabr asil Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Torá, descrevendo que, no primeiro dia do mês de Tishrê, deve-se tocar o shofar (e, por isso, esta é a principal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico foram atribuídos outros significados à festa, como a criação do ser humano e o começo do ano.

Também se atribui o nome Zichrón Teruá, pois tradicionalmente não se toca o shofar durante o Shabat, então nós somente lembramos seu toque quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia da Lembrança. Indica que devemos nos recordar de nossas ações, bem como do aniversário da humanidade.

Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebração para se esquecer, com festas animadas e acontecimentos extraordinários que nos ajudam a não lembrar as coisas ruins que se passaram, no judaísmo esta é uma data para lembrar, uma vez que um ano se passou e devemos nos recordar e avaliar o que fizemos ou não com o tempo, o que foi feito de errado e que requer conserto, ou ainda como seremos melhores para o novo período que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à festa é Dia do Julgamento, pois nesse perío-do, com base no que fizemos no ano que passou, nos autoavaliamos, julgando nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitária e também como membros da humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moderno do chag e o único que não aparece na Torá, apenas no Talmud. Significa, literalmente, “cabeça do ano”.

O toque do Shofar

Feito geralmente de chifre de carneiro, o shofar é o principal símbolo de Rosh haShaná. É a partir do nome de seu toque (teruá) que a Torá se refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição muito popular escutar o shofar ao fim do serviço de Iom Kipur, ele é originalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu toque na manhã do Ano Novo Judaico é a principal mitsvá da data. No total, são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shofar são classificados em três tipos, sendo alternados em grupos diferentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são: • Tekiá: uníssono e prolongado;

• Shevarím: três toques consecutivos em um só fôlego, com intervalos muito curtos;

• Teruá: sequência de nove a quinze toques muito curtos, executados num só fôlego.

A Torá não dá nenhuma razão especifica para a mitsvá de ouvir o toque do shofar, porém as interpretações rabínicas sugerem que o som do ins-trumento mexe com nossos sentidos, servindo como um

lembrete para olharmos dentro de nós mesmos e nos arrependermos dos pecados do ano passado. Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desperta para a necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Akedát Itzhak (Sacri-fício de Isaac) e o shofar se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O trecho também representa as dificuldades que passamos em nossas vidas, e que devemos vencer, assim como Abraão e Isaac as superaram.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que inclui seis regras que se estendem por 25 horas:

1. não comer; 2. não beber; 3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no corpo.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do corpo. O jejum pode ser um contrapeso necessário para a vida moderna. Não deve ser um fim em si mesmo, mas uma oportunidade para cada um de nós viven-ciarmos Iom Kipur de uma forma mais pessoal e termos a chance de aprender: • Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada em piedade. Falar sobre o problema da fome do mundo pode ser simples, mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome. Assim, sentir a fome em nosso próprio corpo pode ter um impacto diferente e levar do sentimento à ação.

• Força de vontade: aparentemente, jejuar é uma ação muito difícil. É a priva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso. Por isso, em oposição direta à nossa crescente comodidade, o jejum nos mostra a força de vontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a felicidade acima de tudo, no entanto, o jejum nos ajuda a compreender que, por vezes, o sofrimento pode ser benéfico e nos ajuda a crescer e a nos fortalecer.

• Desapego material: vivemos em uma sociedade de consumo, e, ao jejuar, afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens externos. Se mes-mo necessidades básicas, comes-mo comer e beber, podem ser suspensas por 25 horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão para que consigamos implementar estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano.

החי

לס

Perdão

Quais os erros e transgr essões perdoados

nas Grandes Festas? Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo

homem contra Deus são perdoados nessa data. Nossa tradição af irma que os er

ros cometidos pelo homem

con-tra seu semelhante (of ensas, agressões,

pecados éticos e morais) não

são perdoados nesse dia, a não ser que a b usca pela reconciliação e a

correção dos er ros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur

.

Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências

por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após

sermos perdoados pelo semelhante of endido. Na f

é judaica, Deus n unca

pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode

substituir Deus. O arrependimento não sur ge subitamente de um dia para o outro

, ou

na vésper a de Iom Kipur. Or

iginado de um processo interno , o ar

rependi-mento pelos pecados cometidos contr a o semelhante dev e ser um acer to físico e espir itual e, par a isso, é necessár ia a devida restituição à vítima,

bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços par a conseguir o perdão do outro forem em vão , a

tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vez es e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima

per-sistir na recusa em conceder o perdão, o

culpado se torna inocente e a vítima se

(4)

Rosh haShaná

O Ano Novo Judaico acontece no primeiro e no segundo dia do mês de Tishrê, que é o sétimo mês do calendário bíblico.

Rosh haShaná difere do ano novo ocidental não apenas em sua data, mas também na forma de celebração: ao invés de festas destinadas a divertir e esquecer, busca-se lembrar para avaliar e aprimorar. Por isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento.

Iom Kipur

Esta é a data mais popular do calendário judaico, quando a maioria dos judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do Perdão, segundo a tradição, é o último momento para o arrependimento pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance de-mudar o julgamento feito em Rosh haShaná, demonstrar arrependimento e melhorar os relacionamentos.

Na época da Torá, o Iom Kipur era comemorado com rituais de expiação. Porém, durante o período do Segundo Templo a data ganhou o significado de introspecção e, assim, sua centralidade no calendário judaico.

Liturgia Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que

relembram a a valiação do que foi f

eito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor

no futuro. A par tir de Rosh haShaná continua sendo

recitado pelos dez dias

seguintes – Iamím Nor aím –

até Iom Kipur. Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur ger a polêmica, uma vez que an ula antecipadamente todas as pro

-messas que serão f eitas no ano que está por vir. P

orém é necessário compre

-ender que, no judaísmo , as promessas são m

uito importantes, e essa é uma

for ma de se relacionar com a imperfeição humana,

pois uma vez assumida

a imperfeição , podemos nos comprometer , ar riscar o esf orço e a tentativa, mesmo correndo o r isco de falhar. É importante lembr ar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as

promessas feitas a outr as pessoas, pois quebr

ar uma promessa com o outro

envolv e pedir absolvição ao mesmo. Com tanta polêmi

-ca, existem v ersões da reza que não falam apenas

das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encer ra Iom Kipur é exclusiva

desse dia. A tr adução literal de “Neilá” é “fechamen -to”, e se ref ere simbolicamente ao fechamento das por

-tas do céu, entendido como a “última chance” de prepar

ar

melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse ser viço

é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da

T or á) permanece aber to.

A tradição judaica diz: - “Shaarê

Teshuv á einám nenaalím leolám” - que significa

“Os portões da T eshuvá n unca

se fecham no céu”. É importante lembr

ar que sempre é tempo para um

arrependimento sincero .

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de

Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus err os.” (Oseias 14:2)

“E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê p

or si só. E a assinatur a

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá To vá, Unetanê Tók

ef, pág . 198)

Em Iom Kipur jejuamos como for ma de retiro espiritual,

mas, inf elizmente,

algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que

tenha um porquê e que seja significativ

o, é

importante ter em mente que ainda viv emos em uma sociedade em que mui

-tos estão em jejum permanentemente , não por v

ontade própria, mas sim por

forças das circunstâncias. É importante lembr

armos sempre da desigualdade

social que infelizmente ainda existe .

Ao redor do mundo

, vár ias sinagogas apro

veitam o período das

Grandes

Festas para abordar o tema da f ome e prestar apoio a quem de fato necessita,

pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis par a participar

dos serviços religiosos. No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de

insegurança alimentar , car

acterizada pela ausência de uma alimentação regular

saudável. É duro constatar como um país com ampla diver

sidade alimentar

ainda não conseguiu superar esse prob lema.

Entre os muitos projetos de ar recadação e distrib

uição de alimentos, está o

Mesa Brasil SESC, que visa melhor ar a situação de insegurança alimentar atr

avés

da doação de alimentos, do desen volvimento de ações educativas e da promo

-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio

-nal de alimentos, que luta contr a a fome

e o desperdício, b uscando onde há sobra

de alimentos e entregando onde eles

es-tão em falta, contr ibuindo , assim, para a

diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegur ança alimentar. Saiba mais: www .sesc.com.br/mesabr asil Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Torá, descrevendo que, no primeiro dia do mês de Tishrê, deve-se tocar o shofar (e, por isso, esta é a principal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico foram atribuídos outros significados à festa, como a criação do ser humano e o começo do ano.

Também se atribui o nome Zichrón Teruá, pois tradicionalmente não se toca o shofar durante o Shabat, então nós somente lembramos seu toque quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia da Lembrança. Indica que devemos nos recordar de nossas ações, bem como do aniversário da humanidade.

Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebração para se esquecer, com festas animadas e acontecimentos extraordinários que nos ajudam a não lembrar as coisas ruins que se passaram, no judaísmo esta é uma data para lembrar, uma vez que um ano se passou e devemos nos recordar e avaliar o que fizemos ou não com o tempo, o que foi feito de errado e que requer conserto, ou ainda como seremos melhores para o novo período que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à festa é Dia do Julgamento, pois nesse perío-do, com base no que fizemos no ano que passou, nos autoavaliamos, julgando nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitária e também como membros da humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moderno do chag e o único que não aparece na Torá, apenas no Talmud. Significa, literalmente, “cabeça do ano”.

O toque do Shofar

Feito geralmente de chifre de carneiro, o shofar é o principal símbolo de Rosh haShaná. É a partir do nome de seu toque (teruá) que a Torá se refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição muito popular escutar o shofar ao fim do serviço de Iom Kipur, ele é originalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu toque na manhã do Ano Novo Judaico é a principal mitsvá da data. No total, são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shofar são classificados em três tipos, sendo alternados em grupos diferentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são: • Tekiá: uníssono e prolongado;

• Shevarím: três toques consecutivos em um só fôlego, com intervalos muito curtos;

• Teruá: sequência de nove a quinze toques muito curtos, executados num só fôlego.

A Torá não dá nenhuma razão especifica para a mitsvá de ouvir o toque do shofar, porém as interpretações rabínicas sugerem que o som do

ins-trumento mexe com nossos sentidos, servindo como um lembrete para olharmos dentro de nós mesmos e nos arrependermos dos pecados do ano passado. Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desperta para a necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Akedát Itzhak (Sacri-fício de Isaac) e o shofar se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O trecho também representa as dificuldades que passamos em nossas vidas, e que devemos vencer, assim como Abraão e Isaac as superaram.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que inclui seis regras que se estendem por 25 horas:

1. não comer; 2. não beber; 3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no corpo.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do corpo. O jejum pode ser um contrapeso necessário para a vida moderna. Não deve ser um fim em si mesmo, mas uma oportunidade para cada um de nós viven-ciarmos Iom Kipur de uma forma mais pessoal e termos a chance de aprender: • Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada em piedade. Falar sobre o problema da fome do mundo pode ser simples, mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome. Assim, sentir a fome em nosso próprio corpo pode ter um impacto diferente e levar do sentimento à ação.

• Força de vontade: aparentemente, jejuar é uma ação muito difícil. É a priva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso. Por isso, em oposição direta à nossa crescente comodidade, o jejum nos mostra a força de vontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a felicidade acima de tudo, no entanto, o jejum nos ajuda a compreender que, por vezes, o sofrimento pode ser benéfico e nos ajuda a crescer e a nos fortalecer.

• Desapego material: vivemos em uma sociedade de consumo, e, ao jejuar, afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens externos. Se mes-mo necessidades básicas, comes-mo comer e beber, podem ser suspensas por 25 horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão para que consigamos implementar estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano.

החי

לס

Perdão

Quais os erros e transgr essões perdoados

nas Grandes Festas? Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo

homem contra Deus são perdoados nessa data. Nossa tradição af irma que os er

ros cometidos pelo homem

con-tra seu semelhante (of ensas, agressões,

pecados éticos e morais) não

são perdoados nesse dia, a não ser que a b usca pela reconciliação e a

correção dos er ros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur

.

Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências

por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após

sermos perdoados pelo semelhante of endido. Na f

é judaica, Deus n unca

pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode

substituir Deus. O arrependimento não sur ge subitamente de um dia para o outro

, ou

na vésper a de Iom Kipur. Or

iginado de um processo interno , o ar

rependi-mento pelos pecados cometidos contr a o semelhante dev e ser um acer to físico e espir itual e, par a isso, é necessár ia a devida restituição à vítima,

bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços par a conseguir o perdão do outro forem em vão , a

tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vez es e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima

per-sistir na recusa em conceder o perdão, o

culpado se torna inocente e a vítima se

(5)

Rosh haShaná

O Ano Novo Judaico acontece no primeiro e no segundo dia do mês de Tishrê, que é o sétimo mês do calendário bíblico.

Rosh haShaná difere do ano novo ocidental não apenas em sua data, mas também na forma de celebração: ao invés de festas destinadas a divertir e esquecer, busca-se lembrar para avaliar e aprimorar. Por isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento.

Iom Kipur

Esta é a data mais popular do calendário judaico, quando a maioria dos judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do Perdão, segundo a tradição, é o último momento para o arrependimento pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance de-mudar o julgamento feito em Rosh haShaná, demonstrar arrependimento e melhorar os relacionamentos.

Na época da Torá, o Iom Kipur era comemorado com rituais de expiação. Porém, durante o período do Segundo Templo a data ganhou o significado de introspecção e, assim, sua centralidade no calendário judaico.

Liturgia Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que

relembram a a valiação do que foi f

eito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor

no futuro. A par tir de Rosh haShaná continua sendo

recitado pelos dez dias seguintes –

Iamím Nor aím –

até Iom Kipur. Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur ger a polêmica, uma vez que an ula antecipadamente todas as pro

-messas que serão f eitas no ano que está por vir. P

orém é necessário compre

-ender que, no judaísmo , as promessas são m

uito importantes, e essa é uma

for ma de se relacionar com a imperfeição humana,

pois uma vez assumida

a imperfeição , podemos nos comprometer , ar riscar o esf orço e a tentativa, mesmo correndo o r isco de falhar. É importante lembr ar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as

promessas feitas a outr as pessoas, pois quebr

ar uma promessa com o outro

envolv e pedir absolvição ao mesmo. Com tanta polêmi

-ca, existem v ersões da reza que não falam apenas

das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encer ra Iom Kipur é exclusiva

desse dia. A tr adução literal de “Neilá” é “fechamen -to”, e se ref ere simbolicamente ao fechamento das por

-tas do céu, entendido como a “última chance” de prepar

ar

melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse ser viço

é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da

T or á) permanece aber to.

A tradição judaica diz: - “Shaarê

Teshuv á einám nenaalím leolám” - que significa

“Os portões da T eshuvá n unca

se fecham no céu”. É importante lembr

ar que sempre é tempo para um

arrependimento sincero .

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de

Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus err os.” (Oseias 14:2)

“E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê p

or si só. E a assinatur a

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá To vá, Unetanê Tók

ef, pág . 198)

Em Iom Kipur jejuamos como for ma de retiro espiritual,

mas, inf elizmente,

algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que

tenha um porquê e que seja significativ

o, é

importante ter em mente que ainda viv emos em uma sociedade em que mui

-tos estão em jejum permanentemente , não por v

ontade própria, mas sim por

forças das circunstâncias. É importante lembr

armos sempre da desigualdade

social que infelizmente ainda existe .

Ao redor do mundo

, vár ias sinagogas apro

veitam o período das

Grandes

Festas para abordar o tema da f ome e prestar apoio a quem de fato necessita,

pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis par a participar

dos serviços religiosos. No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de

insegurança alimentar , car

acterizada pela ausência de uma alimentação regular

saudável. É duro constatar como um país com ampla diver

sidade alimentar

ainda não conseguiu superar esse prob lema.

Entre os muitos projetos de ar recadação e distrib

uição de alimentos, está o

Mesa Brasil SESC, que visa melhor ar a situação de insegurança alimentar atr

avés

da doação de alimentos, do desen volvimento de ações educativas e da promo

-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio

-nal de alimentos, que luta contr a a fome

e o desperdício, b uscando onde há sobra

de alimentos e entregando onde eles

es-tão em falta, contr ibuindo , assim, para a

diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegur ança alimentar. Saiba mais: www .sesc.com.br/mesabr asil Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Torá, descrevendo que, no primeiro dia do mês de Tishrê, deve-se tocar o shofar (e, por isso, esta é a principal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico foram atribuídos outros significados à festa, como a criação do ser humano e o começo do ano.

Também se atribui o nome Zichrón Teruá, pois tradicionalmente não se toca o shofar durante o Shabat, então nós somente lembramos seu toque quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia da Lembrança. Indica que devemos nos recordar de nossas ações, bem como do aniversário da humanidade.

Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebração para se esquecer, com festas animadas e acontecimentos extraordinários que nos ajudam a não lembrar as coisas ruins que se passaram, no judaísmo esta é uma data para lembrar, uma vez que um ano se passou e devemos nos recordar e avaliar o que fizemos ou não com o tempo, o que foi feito de errado e que requer conserto, ou ainda como seremos melhores para o novo período que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à festa é Dia do Julgamento, pois nesse perío-do, com base no que fizemos no ano que passou, nos autoavaliamos, julgando nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitária e também como membros da humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moderno do chag e o único que não aparece na Torá, apenas no Talmud. Significa, literalmente, “cabeça do ano”.

O toque do Shofar

Feito geralmente de chifre de carneiro, o shofar é o principal símbolo de Rosh haShaná. É a partir do nome de seu toque (teruá) que a Torá se refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição muito popular escutar o shofar ao fim do serviço de Iom Kipur, ele é originalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu toque na manhã do Ano Novo Judaico é a principal mitsvá da data. No total, são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shofar são classificados em três tipos, sendo alternados em grupos diferentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são: • Tekiá: uníssono e prolongado;

• Shevarím: três toques consecutivos em um só fôlego, com intervalos muito curtos;

• Teruá: sequência de nove a quinze toques muito curtos, executados num só fôlego.

A Torá não dá nenhuma razão especifica para a mitsvá de ouvir o toque do shofar, porém as interpretações rabínicas sugerem que o som do

ins-trumento mexe com nossos sentidos, servindo como um lembrete para olharmos dentro de nós mesmos e nos arrependermos dos pecados do ano passado. Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desperta para a necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Akedát Itzhak (Sacri-fício de Isaac) e o shofar se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O trecho também representa as dificuldades que passamos em nossas vidas, e que devemos vencer, assim como Abraão e Isaac as superaram.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que inclui seis regras que se estendem por 25 horas:

1. não comer; 2. não beber; 3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no corpo.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do corpo. O jejum pode ser um contrapeso necessário para a vida moderna. Não deve ser um fim em si mesmo, mas uma oportunidade para cada um de nós viven-ciarmos Iom Kipur de uma forma mais pessoal e termos a chance de aprender: • Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada em piedade. Falar sobre o problema da fome do mundo pode ser simples, mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome. Assim, sentir a fome em nosso próprio corpo pode ter um impacto diferente e levar do sentimento à ação.

• Força de vontade: aparentemente, jejuar é uma ação muito difícil. É a priva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso. Por isso, em oposição direta à nossa crescente comodidade, o jejum nos mostra a força de vontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a felicidade acima de tudo, no entanto, o jejum nos ajuda a compreender que, por vezes, o sofrimento pode ser benéfico e nos ajuda a crescer e a nos fortalecer.

• Desapego material: vivemos em uma sociedade de consumo, e, ao jejuar, afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens externos. Se mes-mo necessidades básicas, comes-mo comer e beber, podem ser suspensas por 25 horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão para que consigamos implementar estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano.

החי

לס

Perdão

Quais os erros e transgr essões perdoados

nas Grandes Festas? Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo

homem contra Deus são perdoados nessa data. Nossa tradição af irma que os er

ros cometidos pelo homem

con-tra seu semelhante (of ensas, agressões,

pecados éticos e morais) não

são perdoados nesse dia, a não ser que a b usca pela reconciliação e a

correção dos er ros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur

.

Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências

por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após

sermos perdoados pelo semelhante of endido. Na f

é judaica, Deus n unca

pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode

substituir Deus. O arrependimento não sur ge subitamente de um dia para o outro

, ou

na vésper a de Iom Kipur. Or

iginado de um processo interno , o ar

rependi-mento pelos pecados cometidos contr a o semelhante dev e ser um acer to físico e espir itual e, par a isso, é necessár ia a devida restituição à vítima,

bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços par a conseguir o perdão do outro forem em vão , a

tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vez es e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima

per-sistir na recusa em conceder o perdão, o

culpado se torna inocente e a vítima se

(6)

Rosh haShaná

O Ano No vo Judaico acontece no pr imeiro e no segundo dia do mês de

Tishrê, que é o sétimo mês do calendár io bíblico

.

Rosh haShaná difere do ano no vo ocidental não apenas em sua data,

mas

também na for ma de celebração:

ao invés de f estas destinadas a diver

tir e

esquecer, b usca-se lembrar par

a avaliar e apr imorar . P or isso é conhecida também como Iom haZicarón, Dia da Recordação, e como Iom haDin, Dia do Julgamento. Iom Kipur Esta é a data mais popular do calendár

io judaico, quando a maior ia dos

judeus dedica o dia a ir à sinagoga e a pensar em suas atitudes. O Dia do

Perdão , segundo a tr adição, é o último momento par

a o arrependimento

pelas transgressões cometidas no ano que passou. É mais uma chance

de-mudar o julgamento f eito em Rosh haShaná, demonstr

ar arrependimento e melhorar os relacionamentos. Na época da Tor á, o Iom Kipur er a comemorado com r ituais de expiação. Porém, durante o per íodo do Segundo Templo a data ganhou o s

ign ific ado

de introspecção e, assim, sua centralidade no calendár

io judaico.

Liturgia

Avínu Malkênu: é composta por 20 linhas que relembram a avaliação do que foi feito de mal no ano que se passou e o desejo de fazer o melhor no futuro. A partir de Rosh haShaná continua sendo recitado pelos dez dias seguintes – Iamím Noraím – até Iom Kipur.

Col Nidrê: a reza que abre a noite de Iom Kipur gera polêmica, uma vez que anula antecipadamente todas as

pro-messas que serão feitas no ano que está por vir. Porém é necessário compre-ender que, no judaísmo, as promessas são muito importantes, e essa é uma forma de se relacionar com a imperfeição humana, pois uma vez assumida a imperfeição, podemos nos comprometer, arriscar o esforço e a tentativa, mesmo correndo o risco de falhar.

É importante lembrar que essa reza não possui nenhum efeito sobre as promessas feitas a outras pessoas, pois quebrar uma promessa com o outro envolve pedir absolvição ao mesmo. Com tanta

polêmi-ca, existem versões da reza que não falam apenas das promessas futuras, como também das passadas.

Neilá: a reza que encerra Iom Kipur é exclusiva desse dia. A tradução literal de “Neilá” é “fechamen-to”, e se refere simbolicamente ao fechamento das por-tas do céu, entendido como a “última chance” de preparar melhor a nossa alma e pensamento. O destaque desse serviço é o longo período em que o Arón haCódesh (a arca da Torá) permanece aberto. A tradição judaica diz: - “Shaarê Teshuvá einám nenaalím leolám” - que significa “Os portões da Teshuvá nunca se fecham no céu”. É importante lembrar que sempre é tempo para um arrependimento sincero.

Rosh haShaná e Iom Kipur

Tempo de Teshuvá

“Retorne Israel até a divindade, pois tropeçou nos seus erros.” (Oseias 14:2) “E Ele abrirá o Livro das Recordações, o qual se lê por si só. E a assinatura

de cada ser humano ali se encontra”

(Machzor Chatimá Tová, Unetanê Tókef, pág. 198)

Em Iom Kipur jejuamos como forma de retiro espiritual, mas, infelizmente, algumas pessoas não jejuam por opção em nossos dias.

Na busca por um jejum que tenha um porquê e que seja significativo, é importante ter em mente que ainda vivemos em uma sociedade em que mui-tos estão em jejum permanentemente, não por vontade própria, mas sim por forças das circunstâncias. É importante lembrarmos sempre da desigualdade social que infelizmente ainda existe.

Ao redor do mundo, várias sinagogas aproveitam o período das Grandes Festas para abordar o tema da fome e prestar apoio a quem de fato necessita, pedindo que todos colaborem com alimentos não perecíveis para participar dos serviços religiosos.

No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas encontram-se em situação de insegurança alimentar, caracterizada pela ausência de uma alimentação regular saudável. É duro constatar como um país com ampla diversidade alimentar ainda não conseguiu superar esse problema.

Entre os muitos projetos de arrecadação e distribuição de alimentos, está o Mesa Brasil SESC, que visa melhorar a situação de insegurança alimentar através da doação de alimentos, do desenvolvimento de ações educativas e da

promo-ção de solidariedade social em todo país. O Mesa Brasil SESC é um banco nacio-nal de alimentos, que luta contra a fome e o desperdício, buscando onde há sobra de alimentos e entregando onde eles es-tão em falta, contribuindo, assim, para a diminuição do desperdício e reduzindo o problema da insegurança alimentar.

Saiba mais: www.sesc.com.br/mesabrasil

Os quatro nomes: Iom Teruá: este é o nome do chag na Tor á, descrev endo que, no pr imeiro dia do mês de Tishrê, dev e-se tocar o shof ar

(e, por isso , esta é a pr incipal mitsvá da data). Somente de-pois do período bíblico for am atrib uídos outros significados à festa, como a criação do ser

humano e o começo do ano.

T ambém se atr ibui o nome Zichrón T eruá , pois tr adicionalmente não se toca o shof ar dur ante o Shabat, então nós somente lembr

amos seu toque

quando esta data incide no Shabat.

Iom haZicarón: Dia

da Lembr ança. Indica que

devemos nos recordar

de

nossas ações, bem como do aniv ersár io da humanidade. Enquanto o começo do ano na cultura ocidental é uma celebr ação par a se esquecer, com f estas animadas e acontecimentos extraordinár

ios que nos ajudam

a não lembrar as coisas r uins que se passaram,

no judaísmo esta é uma data para

lembrar , uma v ez que um ano se passou e devemos nos recordar e a

valiar o que

fizemos ou não com o tempo , o que f

oi feito de er rado e que requer conser to, ou

ainda como seremos melhores para o no vo per íodo que está por vir.

Iom haDin: outro nome dado à f esta é Dia do Julgamento, pois nesse per

ío-do, com base no que fiz

emos no ano que passou, nos

autoavaliamos, julgando

nossas próprias ações e acreditando que estamos diante de um julgamento de nossa vida pessoal, comunitár

ia e também como membros da

humanidade.

Rosh haShaná: é o nome mais moder no do chag

e o único que não

aparece na Tor á, apenas no T alm ud. Significa, literalmente , “cabeça do ano”. O toque do Shof ar

Feito geralmente de chifre de car neiro, o

shofar é o principal símbolo

de Rosh haShaná. É a par tir do nome de seu toque (ter

uá) que a T or á se

refere ao chag.

Apesar de ser uma tradição m uito popular escutar o shof

ar ao fim do

serviço de Iom Kipur , ele é or

iginalmente ligado a Rosh haShaná, e ouvir seu

toque na manhã do Ano No vo Judaico é a pr incipal mitsv

á da data. No total,

são emitidos 100 toques em cada dia da festa.

Os toques do shof ar são classificados em três tipos, sendo alternados em

grupos dif erentes e divididos em quatro momentos: um antes do início da

reza de Mussáf e os outros três no decorrer da mesma reza.

Os três tipos de toque são:

• Tekiá: uníssono e prolongado;

• She varím: três toques consecutiv os em um só fôlego , com inter valos muito cur tos; • Teruá: sequência de nove a quinz

e toques muito cur tos, ex

ecutados num

só fôlego .

A Tor á não dá nenhuma razão especifica par

a a mitsv á de ouvir o toque

do shof ar, porém as inter pretações rabínicas sugerem que o som do ins

-trumento mex e com nossos sentidos, ser

vindo como um

lembrete para olhar mos dentro de nós mesmos e nos

arrepender mos dos pecados do ano passado . Em resu-mo, o shofar é como um alarme que nos desper

ta para a

necessidade de fazer teshuvá.

Em Rosh haShaná lemos o trecho da Ak edát Itzhak (Sacr

i-fício de Isaac) e o shofar

se relaciona ao carneiro que Abraão

acabou sacrificando no lugar de Isaac. O

trecho também representa as dificuldades que passamos

em nossas vidas, e que dev emos vencer

,

assim como Abr aão e Isaac as superar

am.

Jejum – Corpo e alma

A principal mitsvá de Iom Kipur é o jejum, que

inclui seis regras que se estendem por 25 hor as:

1. não comer ;

2. não beber ;

3. não tomar banho; 4. não usar sapatos de couro; 5. não manter relações conjugais; 6. não passar perfumes e cremes no cor po.

A essência dessas proibições é a dedicação ao cuidado da alma, não do cor po. O jejum pode ser um contr apeso necessár io par a a vida moder na. Não deve

ser um fim em si mesmo, mas uma opor tunidade para cada um de nós viv

en-ciarmos Iom Kipur de uma f orma mais pessoal e ter

mos a chance de aprender:

• Compaixão: baseada em empatia, é mais consistente do que se baseada

em piedade. Falar sobre o prob lema da fome do m

undo pode ser simples,

mas é superficial quando não se sabe de fato o que é fome . Assim, sentir a

fome em nosso própr io corpo pode ter um impacto dif

erente e levar do sentimento à ação. • Força de vontade: aparentemente , jejuar é uma ação m uito dif ícil. É a pr

iva-ção de coisas que estão constantemente a nossa volta e que são de fácil acesso .

Por isso , em oposição direta à nossa crescente comodidade , o jejum nos mostr

a

a força de v ontade e domínio que temos sobre nós mesmos.

• Penitência: aprendemos a buscar a f

elicidade acima de tudo, no entanto , o jejum nos ajuda a compreender que , por vez es, o sofrimento pode ser benéfico

e nos ajuda a crescer e a nos for talecer.

• Desa pego material: viv

emos em uma sociedade de consumo, e , ao jejuar ,

afirmamos que não somos dependentes de todos esses bens exter nos. Se mes

-mo necessidades básicas, co-mo comer e beber , podem ser suspensas por 25

horas, outras atividades não essenciais podem, sim, ser abandonadas.

Por fim, Iom Kipur é um dia de reflexão par a que consigamos implementar

estas ações no decorrer de nossas vidas, começando já no próximo ano

.

החילס

Perdão

Quais os erros e transgressões perdoados nas Grandes Festas?

Segundo a tradição judaica, apenas as transgressões cometidas pelo homem contra Deus são perdoados nessa data.

Nossa tradição afirma que os erros cometidos pelo homem con-tra seu semelhante (ofensas, agressões, pecados éticos e morais) não são perdoados nesse dia, a não ser que a busca pela reconciliação e a correção dos erros cometidos tenham sido feitas antes de Iom Kipur. Afinal, os atos do homem continuam sendo dele e as consequências por eles são de sua responsabilidade. Deus somente nos perdoa após sermos perdoados pelo semelhante ofendido. Na fé judaica, Deus nunca pode substituir um ser humano, assim como nenhum ser humano pode substituir Deus.

O arrependimento não surge subitamente de um dia para o outro, ou na véspera de Iom Kipur. Originado de um processo interno, o arrependi-mento pelos pecados cometidos contra o semelhante deve ser um acerto físico e espiritual e, para isso, é necessária a devida restituição à vítima, bem como o recebimento de seu perdão.

Se os esforços para conseguir o perdão do outro forem em vão, a tradição judaica relata que se deve tentar ainda por três vezes e, apenas

após a terceira tentativa, se a vítima per-sistir na recusa em conceder o perdão, o culpado se torna inocente e a vítima se torna culpada por negar o pedido.

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