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Aula: Acidentes com Animais Peçonhentos

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Academic year: 2021

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Aula: Acidentes com Animais Peçonhentos

Prof. Enf. Fernando Ramos Gonçalves – Msc

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OFIDISMO

Epidemiologia

É um dos principais acidentes devido a sua

gravidade e freqüência com que ocorre em

diferentes pontos do Brasil.

De janeiro de 1990 a dezembro de 1993 foram

notificados 81.611 acidentes o que representa

uma média de 20.000 casos por ano.

A

incidência

está

de

aproximadamente

13,5/100.000 habitantes.

Os acidentes na região Sul, Sudeste e

Centro-Oeste, ocorrem com mais frequência no período

de setembro a março e na Região Nordeste

ocorrem no período de janeiro a maio.

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Gênero da serpente com relação aos acidentes:

73% dos acidentes foram com Botrhops

6,2% com Crotalus

1,1% com Lachesis

0,3% com Micrurus

16,3% não foram informados

3,0% não peçonhentos

Local da picada:

70,8% foram em pé e perna

13,4% a mão e antebraço

Faixa etária e sexo:

52,3% das notificações com idade entre 15 e 49

anos

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Serpentes de importância médica:

Importância na identificação das serpentes:

Possibilita a dispensa imediata da maioria

dos pacientes picados por serpentes não

peçonhentas;

Viabiliza o reconhecimento das espécies de

importância médica a nível regional.

É medida auxiliar na indicação mais precisa

do antiveneno a ser administrado

Gêneros de interesse no Brasil:

Bothrops

Crotalus

Lachesis

Micrurus

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Características dos Gêneros de Serpentes

Peçonhentas no Brasil:

Fosseta loreal presente

órgão sensorial termorreceptor

Orifício situado entre o olho e a narina

Encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e

Lachesis

Todas as serpentes destes gêneros são providas de

dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar

Cauda lisa – Bothrops

Chocalho ou guizo – Crotalus

Escamas eriçadas –Lachesis

Fosseta loreal ausente

As serpentes do gênero Micrurus não apresentam

fosseta loreal e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca.

As serpentes não peçonhentas não possuem a

fosseta loreal

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Acidente Ofídico

 Há 2500 espécies de serpentes, sendo que no Brasil há cerca de 250, variando com a região. Destas, apenas 20% são perigosas.

 Existem exatamente nos locais onde o homem vive, uma vez que, este, fazendo desmatamento e causando o desequilíbrio ecológico, aumenta o numero de roedores, os quais atraem as cobras.

 Os acidentes humanos são causados por serpentes dos seguintes gêneros:

 - Bothrops: jararaca – soro anti-Bothrops (todo o Brasil).

 - Crotalus: cascavel – soro anticrotálico ou soro anti botrofico-crotálico (polivalente).

 - Lachesis: surucucu – soro anti-laquético.  - Micrurus : coral – soro anti-elapídico.

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ACIDENTE BOTRÓPICO - JARARACA

Acidentes por filhotes de bothrops, cujo veneno possui apenas

ação coagulante.

Possui fosseta loreal ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda

com escamas e cor geralmente parda

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Características e distribuição geográfica:

Gênero Bothrops:

30 espécies distribuídas em todo o território nacional

Conhecidas como jararaca, jararaca-do-rabo-branco,

urutu-cruzeira, caiçaca.

Habitam zonas rurais e periferias de grandes

cidades;

Preferem ambientes úmidos como matas e áreas

cultivadas e locais onde haja facilidade para

proliferação de roedores (paióis, celeiros, depósitos

de lenha

Tem hábitos noturnos ou crepusculares

Podem apresentar comportamento agressivo quando

se sentem ameaçadas, desferindo botes sem

produzir ruídos.

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Ações do Veneno:

♠ Ação Proteolítica: As lesões locais como edema, bolhas e

necrose, atribuídas inicialmente à “ação proteolítica”,.

♠ Ação coagulante: Atua ativando de modo isolado ou

simultâneo o fator X, protrombina, fibrinogênioPrimeiro

Momento.

Ação hemorrágica: Decorre da presença de hemorraginas,

que provocam lesões na membrana basal dos capilares,

associada

à

plaquetopenia

e

alterações

da

coagulação.Provoca hemorragias no local da picada ou a

distância (gengivorragia, epistaxe, hematemese, hematúria e

na borda umgueal).

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Quadro clinico:

Quadro local:

1. Dor; 2. edema + endurecimento; 3.equimose; 4. linfadenopatia regional 5. bolhas + necrose (pode ou ñ)

Quadro sistêmico

Manifestações gerais: Cefaléia; Vômitos; Calafrios; Sudorese;

Manifs hemorrágicas: Gengivorragias; Equimose local; Petequias, púrpura Hematúria microscópica; Epistaxe; Hematêmese; Sangramento no SNC

Manifestações cardiocirculatórias (precoces – 1ªs 24 hrs): Taquicardia; Hipotensão; Choque

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JARARACA

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EDEMA NO ACIDENTE BOTRÓPICO

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18 ACIDENTES BOTRÓPICOS CASO Edema/ Equimose Gengivor ragia Manif. Sist. TC Soro SAB,SAB C,SABL Tto comp + sintom LEVE Leve Leve ou ñ há Não Nml /  2-4 amp. - Analgésico - Hidratação - Profilaxia do tétano

MOD. Evidente Evidente Não ou

sim

Nml

/  4-8 amp.

GRAVE intenso intensa Sim

Nml / 

12 ou + amp

Tratamento

Obs 1: no caso leve, pode não haver alteração do TC. Obs 2: -TC normal: até 10 min

- TC prolongado: 10 a 30 min - TC incoagulável: + 30 min

Obs 3: A determinação do TC tem sido usada como

parâmetro de eficácia da soroterapia. Se após 12 horas do início do tto o sangue estiver incoagulável, deve-se realizar uma soroterapia adicional p/ neutralizar 100mg de veneno (3 a 4 amp).

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OFIDISMO

ACIDENTE BOTRÓPICO

Manifestações Sistêmicas:

Gengivorragias, epistaxes, hematêmese e hematúria. Em

gestantes há riscos de hemorragia uterina.

Náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e mais

raramente o choque.

Classificação dos Acidentes

Leve - forma mais comum, caracterizada por dor, edema local

pouco intenso ou ausente, manifestações hemorrágicas discretas ou ausente, com o sem alteração do Tempo de Coagulação (TC). Acidentes com filhotes podem somente apresentar a alteração do TC.

Moderado - dor e edema evidente que ultrapassa o segmento

anatômico picado, pode ter ou não alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas, como gengivorragia, epistaxe e

hematúria.

Grave – edema local intenso e extenso, dor intensa, pode ter

presença de bolhas. Pode ter isquemia local. Manifestações sistêmicas como hipotensão arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas definem o caso como grave.

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Complicações do Acidente

Botrópico

1 – Abscesso no local da picada

2 – Necrose ou Gangrena

3 – Fenômenos Hemorrágicos

4 – Trombose Venosa Profunda

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ACIDENTE CROTÁLICO – CASCAVÉIS

 # > coeficiente de letalidade dentre todos os acidentes ofídicos (1,87%), pela freq. com que evoluem p/ IRA.

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Características do veneno:

A crotoxina é o principal componente tóxico e promove a destruição dos

músculos (rabdomiólise) e paralisia dos nervos cranianos e músculos

estriados. O veneno destrói os músculos e libera a mioglobina que aparece na urina (mioglobinúria).

g. O veneno crotálico tem as seguintes ações:

v Neurotóxica bloqueio neuromuscular, do qual decorrem as

paralisias motoras apresentadas pelos pacientes.

v Miotóxica – Produz lesões de fibras musculares esqueléticas

(rabdomiólise), com liberação de enzimas e mioglobina para o sangue,

v Coagulante – ação trombina-like, ou seja, ativando o fibrinogênio.

Decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio direta// em fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à incoagulabilidade sangüínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.

Obs: não confundir a urina escura (“em coca-cola”) do acidente crotálico

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Quadro clinico:

- Não há dor, ou se existe, é de pequena intensidade.

- Parestesia local (formigamento) + edema discreto ou

eritema no ponto da picada.

Manifestações Sistêmicas

- Gerais: Mal-estar, sudorese, náuseas, vômitos, cefaléia,

secura da boca precoce, prostração e sonolência ou

inquietação.

NEUROTÓXICA: Fácies miastênica

(“neurotóxica de

Rosenfeld”)típica: ptose palpebral uni ou bilateral +

flacidez da musc. da face.

v Oftalmoplegia (por comprometimento dos III, IV e VI nn

cranianos), podendo ocorrer diplopia, de acordo com o

grau de paralisia dos músculos oculares extrínsecos.

v Dificuldade de acomodação visual (visão turva).

v Midríase.

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41 FACIES NEUROTÓXICA

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- MIOTÓXICA:

v Mialgias (aparecimento precoce) + discreto edema

no local da picada.

v Urina cor avermelhada

pode chegar até marrom

(“cor coca-cola”) = mioglobinúria (pigmento liberado pela

necrose musc esquelético (rabdomiólise) + eliminação

mioglobina no sangue filtrada pelo rim). Evidencia a

intensidade

da

rabdomiólise.

Em

conseq.,

creatininofosfoquinase (CPK) e da desidrogenase láctica

(DHL)

.

- COAGULANTE: gengivorragias. Tempo de coagulação

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ACIDENTES CROTÁLICOS

Quadro Fácies miastênica

+ visão turva Mialgia

Urina escurecida Oligúria / Anúria TC SAC / SABC Tto comp + sintomátic o

Leve Ausente ou tardia Discreta ou

ausente Ausente Ausente Nml /  5 Amp EV

- Analgésico - Hidratação - Diurese Osmótica - ventilação artificial Moderad

o Discreta ou evidente Discreta

Discreta ou

ausente Ausente Nml /  10 amp EV

Grave Evidente Intensa Presente Presente ou

Ausente Nml /  20 amp EV

Obs: 1 amp (10ml); 1 ml neutraliza 1,5 mg de veneno, logo, em casos moderados é preciso neutralizar 150 mg

de veneno e nos graves, 300 mg.

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46 

ACIDENTE ELAPÍDICO – CORAIS

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Generalidades:

 Termo derivado de Elapídeos, família de serpentes que inclui o

gênero Micrurus (de micr (o) + oura, do grego  cauda) ao qual pertencem as serpentes corais venenosas. Os acidentes elapídicos têm baixa incidência (<0,5%).

Características do veneno:

- Só tem ação neurotóxica (precoce) (III e IV pares) - Não há alteração local

- Bloqueia os receptores no músculo para a Acetilcolina (ibiboboca e lemniscatus)

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Quadro Clínico

 O surgimento da sintomatologia costuma ser rápido (45-75min) após o acidente, em virtude do baixo peso molecular das NTXs. Apesar de poucos casos relatados no Brasil, a sintomatologia é a seguinte:

 - Fáscies miastênica + ptose palpebral bilateral

 - Mialgia (local ou generalizada) + fraqueza musc progressiva.

 - Paralisia da musculatura respiratória (paralisia flácida), pode evoluir p/ apnéia e Insuf. resp.

 - Oftalmoplegia, sonolência, sialorréia, perda do equilíbrio  - Paralisia velopalatina: dificuldade p/ deglutir e afonia  - Paralisia flácida dos membros

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50 ACIDENTES ELAPÍDICOS

Quadro Manifs Locais Manifs Sists Alts Laborat SAE Tto Comp e Sintomático GRAVE - Nenhuma ou dor local e parestesia discretas - Fácies miastênica - Mialgia

__________ 10 Amp I.V. - Neostignina

- Ventilação artificial

Obs: O quadro apresenta gravidade > que o dos acidentes crotálicos devido a alta

incidência de paralisia respiratória de rápido desenvolvimento. Portanto, todos os casos

de acidentes por coral com manifs clínicas devem ser considerados como potencial// graves.

TRATAMENTO

Obs.: O bloqueio da junção mioneural em alguns acidentes elapídicos ocorre pós-sinapticamente. A reversão

deste bloqueio é possível através do uso de anticolinesterásicos (neostigmina) que permite uma rápida reversão da sintomatogia respiratória (Insuf. Resp. aguda), enquanto o paciente é removido para centros que disponham de recursos de assistência ventilatória mecânica.

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A cobra muçurana alimenta-se de cobras

venenosas. Ela deve ser identificada e

protegida pelo homem.

É importante no equilíbrio ecológico.

Tem cor cinza escuro, quase negro, barriga

branca, podendo alcançar até 3 metros.

Seu prato preferido são as colegas do

gênero botrópico ( jararacuçu e jararaca).

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ESCORPIÕES

 Vivem em baixo de pedras, em casas antigas, cemitérios, lixo etc. Pertencem, na maioria, ao gênero Tytius. No Brasil, as principais espécies são:

 - Tytius bahiensis – marrom  - Tytius serrulatus – amarelo

 - Tytius stigmurus (NE) – amarelo com faixas pretas tranversais.  A notificação do acidente para o CEATOX é obrigatória.

 Os acidentes, em geral, causam dor local. Usam-se anestésicos locais e soro antiescorpiônico no tratamento

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ESCORPIÃO AMARELO

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Manifs. Clínicas:

a) Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa.

b) TGI: náuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente, dor abdominal e diarréia.

c) SCV: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.

 d) Resp: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo.

e) Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.

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ESCORPIÃO PRETO

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Referências

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