ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO
Saiba o que é Assédio Moral no Trabalho e como enfrentá-lo
sindicato dos bancários
Estado de Goiás
Mesmo não se tratando de novida- de nas relações de trabalho, a prática do ASSÉDIO MO- RAL tem ganhado atenção especial do Sindicato dos Ban- cários do Estado de Goiás em razão da grande quantidade
de denúncias e de indícios dessa odiosa ação na atividade bancária.
Estamos em campanha permanente contra esse mal que graça impunemente em muitas agências bancárias goianas. Para combater o ASSÉDIO, é preciso que os bancários se cons- cientizem das características específicas desse crime, suas causas e suas consequências que vão desde o simples sentimento de humilha-
Vamos conhecer o
ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO
Sergio Luiz da Costa, presidente do SEEB-GO
ção até o comprometimento da identidade, da dignidade e das relações afetivas e sociais do trabalhador, com danos à sua saúde física e mental.
A publicação desta cartilha tem como obje- tivo esclarecer questões relativas ao ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, para que o bancário conheça melhor o inimigo que está enfrentan- do e possa combatê-lo, na busca de condições dignas nas relações de emprego, com vistas à liberdade no exercício de suas funções.
Conclamamos gestores e subordinados a envidarem esforços para a convivência pacífi- ca, mantendo o clima de trabalho respeitoso e agradável.
A organização e condições de trabalho, as- sim como as relações amistosas entre bancá- rios, chefes e subordinados são condicionantes para a qualidade e desempenho nas funções e a garantia de preservação da saúde de todos.
O que é
ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?
O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO é a exposição intencional da pessoa a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas relativas ao desempenho das fun- ções no local de trabalho, o que pode ofender a personalidade, a dignidade e a integridade da vítima.
Onde ocorre o
ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?
O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO pode ocorrer tanto em instituições públicas quan- to nas empresas privadas. Caracteriza-se por situa ções constrangedoras referentes às rela- ções de emprego, podendo ocorrer dentro do ambiente de trabalho ou fora dele, desde que interfira de alguma forma nas relações de tra- balho.
O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO só ocorre quando um empregado é humilhado
ou constrangido por seu superior?
Não. ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO pode ocorrer de superiores para subordinados, entre colegas de trabalho ou mesmo de subor- dinados para superiores.
O Assédio Moral pode ser classificado em:
4 VERTICAL:
Ocorre de superio- res para subordinados, ou vice-versa, predo- minam a manipulação do medo, os desman- dos, humilhações e incentivo exagerado à competitividade.
4 HORIZONTAL:
O fator hierarquia não é importante, pois neste caso a ação é produzida pelos próprios
colegas de trabalho, sendo caracterizada nor- malmente pela indiferença, competitividade excessiva, agressividade e zombarias.
Podemos vê-lo ainda na estrutura da em- presa, nas bases de sua política, nas estratégias e métodos de gestão usados com o intuito de produzir violência psicológica, como intimida- ção, pressão, humilhação, constrangimento, medo de perder o emprego ou transferência para lugar indesejado.
“Me senti humilhado ou constrangido em uma situação que aconteceu em meu trabalho.
Como saber se sofri ASSÉDIO MORAL?”
Um ato isolado não é considera- do assédio moral.
Para con- figurar o ato é necessário*:
4 Repetição. Exposição da vítima a situa- ções humilhantes e constrangedoras, repetiti- vas e prolongadas (podendo ocorrer por dias, meses...).
4 Intenção de ofender, humilhar ou cons- tranger, de forma a forçar a vítima a abrir mão de seu emprego ou função.
4 Direcionalidade: o assédio moral é dirigi- do a pessoa(s) específica(s).
4 Degradação clara das condições de tra- balho.
* Relação meramente explicativa, podendo ocorrer de outras formas.
“Em que situações posso entender que fui vítima de ASSÉDIO MORAL NO
TRABALHO?”
fragilizado, ridicularizado, inferiorizado e me- nosprezado na frente de outras pessoas na ins- tituição;
4 O empregado está se sentindo desestabi- lizado emocional e profissionalmente em virtu- de dos constrangimentos sofridos no trabalho, o que tem feito com que perca a autoconfiança e o interesse para continuar trabalhando;
4 O trabalha- dor está passan- do por situações vexatórias, cons- trangedoras e hu- milhantes durante o exercício de sua função no traba- lho;
4 Está sendo Pode ocorrer de várias formas, como nos seguintes casos:
4 Está sendo hostilizado e desacreditado entre os colegas de trabalho, o que faz com que se sinta isolado, sem laços afetivos com ninguém;
4 O trabalhador está se submetendo a si- tuações vexatórias com medo de perder o em- prego;
4 Está sendo alvo de piadas e comentários relacionados à sua opção sexual, situação física ou de saúde;
4 Os superiores ou colegas de trabalho ig- noram a sua presença, não o cumprimentam,
sugerem que ele peça demissão, delegam ta- refas sem sentido, repassam tarefas através de terceiros ou mudam seu posto de trabalho sem avisar;
4 Passa por constrangimentos, tais como:
controle do tempo de idas ao banheiro, expo- sição de situações íntimas de sua vida e, princi- palmente, não encontra explicação para a per- seguição que tenha sofrido;
4 Sofre penalidades quando não consi- gue atingir as metas. As penalidades incluem o pagamento de
“prendas”, como dançar em cima de mesas com m o v i m e n t o s constrangedores, marchar no pátio, fazer flexões, ves- tir fantasias, rece- ber troféu depre- ciativo (abacaxi, tartaruga, pig, etc.).
Que situações NÃO caracterizam o ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?
4 Atos praticados pelo empregador ou che- fia no exercício regular de seu poder de coman- do, de acordo com as legislações pertinentes (CLT, Estatuto dos Servidores, etc.)
4 Atos praticados pelo empregador ou che- fia com o propósito de acompanhar e fiscalizar os serviços do trabalhador, visando definir so- bre sua continuidade e permanência na empre- sa ou instituição.
Pode comprometer a identidade, a dignida- de e as relações afetivas e sociais do trabalha- dor, ocasionando graves danos à sua saúde fí- sica e mental. Esses problemas podem evoluir para: a incapacidade de trabalhar, o aumento do consumo de medicamentos, bebidas alcoó- licas, drogas, tentativa de suicídio e morte.
Nos casos graves, podem apresentar os se- guintes sintomas: palpitações, tremores, dis- túrbios do sono, problemas digestivos, dores generalizadas, alterações da libido, além do desenvolvimento da depressão e hipertensão.
Que efeitos o ASSÉDIO MORAL pode gerar na vida do trabalhador?
Que medidas a instituição pode tomar para que o ASSÉDIO MORAL NO
TRABALHO deixe de ocorrer?
4 A empresa ou instituição pode criar um mecanismo para ouvir as vítimas;
4 Pode, depois de apurados os fatos, pro- mover reuniões entre Recursos Humanos da empresa e o assediador, para que ele justifi- que a sua conduta e reflita a respeito dos seus atos;
4 A empresa pode ainda punir o assediador por sua conduta desrespeitosa e ao mesmo
tempo conscientizá-lo da necessidade de mu- dança de comportamento;
4 A empresa deverá acompanhar a condu- ta do assediador, de modo a verificar se efeti- vamente modificou a sua postura;
4 Caso o ofensor não altere seus procedi- mentos, a melhor punição é a rescisão contra- tual (esse ato demonstra o comprometimento da empresa com o combate ao assédio).
Que outras irregularidades trabalhistas podem ser consideradas ASSÉDIO
MORAL, dependendo da forma e frequência de tratar com o subordinado?
4 Cobrança exagerada para atingir metas;
4 Gestor exigindo que subordinado traba- lhe usando a sua senha para burlar o ponto ele- trônico;
4 Ameaças de dispensa, rebaixamento de cargo ou transferências para lugares indeseja- dos, promovendo o terror psicológico;
4 Chefe dirigindo-se de forma prepotente ou agressiva ao subordinado;
4 Levantar dúvidas sobre atestados médi- cos e considerar válidos apenas os emitidos por profissionais da própria empresa;
4 Exigir a prorrogação ilegal da jornada de trabalho com insinuações de perda de comis- sões ou dificuldade de comissionamento no futuro;
4 Exercício do poder de mando de forma a intimidar o subordinado;
4 Proibir o livre arbítrio do subordinado quanto à participação nas lutas da categoria ou ameaçando-o de dificuldades futuras para as- censão profissional;
4 Exigir que o empregado trabalhe doente;
4 Cobrança de realização de tarefas com equipamentos inadequados;
4 Fazer chacotas com subordinados aco- metidos por LER/DORT ou outras doenças;
4 Vistoriar gavetas de mesas de subordina- dos com autoritarismo;
4 Exigir que os subordinados tirem férias de apenas 20 dias;
4 Orientar subordinado a pedir demissão ou aderir a planos de desligamentos da empresa;
4 Brincadeiras de mau gosto visando hu- milhar o subordinado.
“O que devo fazer caso esteja sofrendo ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?”
Primeiro você deve distinguir o Assédio Moral de outras tensões ocasionais, regras, normas de trabalho ou eventuais desavenças.
Se constatado o Assédio Moral, o trabalhador assediado deve:
4 Resistir, anotar com detalhes todas as hu- milhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, pessoas que teste- munharam, conteúdo da conversa e o que mais considerar importante);
4 Dar visibilidade, procurar ajuda, princi- palmente das pessoas que presenciaram o fato ou que já passaram por situação semelhante;
4 Evitar conversar com o agressor sem tes- temunhas;
4 Exigir por escrito, explicações dos atos do agressor e permanecer com cópia do docu- mento enviada ao Departamento Pessoal ou Recursos Humanos;
4 Buscar os órgãos e instituições compe- tentes.
Para mais informações sobre ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO, ou caso queira denunciar o Assédio em locais de traba- lho, procure:
sindicato dos bancários
Estado de Goiás
l Sindicato dos Bancários de Goiás: Rua 4 n° 987 - Centro. Goiânia-GO.
Tel.: (62) 3216-6500. www.bancariosgo.org.br.
E-mail: sindicato@bancariosgo.org.br twitter.com/bancariosgo
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l Ministério Público do Trabalho: Av. T-63 esquina com Av. T-4, n° 984 Centro Comercial Monte Líbano, 1° andar Setor Bueno - Goiânia - Goiás - CEP: 74.230-100. Tel.: (62) 3507-2700.
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Goiânia, fevereiro de 2012