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Informativo Mensal nº 12. Outubro/ 2014

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Informativo Mensal nº 12 Outubro/ 2014

ÁFRICA

AÇÕES DO BOKO HARAM

No começo do mês, o grupo publicou um vídeo desmentindo a afirmação do Exército Nigeriano de que o líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, estaria morto. Mostraram também imagens de amputações, apedrejamentos e decapitações de pessoas. A demora do governo nigeriano na busca das meninas sequestradas causou insatisfação na população, que marchou em direção à casa do Presidente do país, Goodluck Jonathan, como forma de protesto. Como resposta do governo, foi anunciado um acordo com o Boko Haram para a libertação das meninas, mas muitos duvidaram da veracidade da informação, visto que fontes relacionadas ao grupo disseram que a negociação foi negada. Também não é certa com qual facção do grupo foi feita essa negociação. No fim do mês, o grupo sequestrou mais de 60 mulheres no Norte da Nigéria. Já no Nordeste do país, o grupo matou 17 pessoas e sequestrou mais de 25 em ataques nas aldeias da comunidade de Mafa. Em Camarões, o grupo libertou 27 reféns, entre eles, a mulher do vice-Primeiro Ministro do país. A ONG Human Rights Watch denunciou a utilização de mulheres e crianças como “linha de frente” nas lutas. Desde 2009, o grupo radical islâmico já raptou mais de 500 mulheres.

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SOMÁLIA E O AL-SHABAB

As Forças Somalis e as tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) tomaram Barawe, uma cidade portuária que era de grande importância para o Al- Shabab. A cidade estava sob controle do grupo desde 1991, e tinha sido transformada num quartel general, além disso, era uma das principais fontes de rendas do grupo, tendo em vista a exportação de carvão através daquele porto para países do Golfo.

OUTROS CONFLITOS

No Mali, nove soldados da missão de paz foram mortos por atiradores fortemente armados no Nordeste do país. No Quênia, o presidente Uhuru Kenyatta abdicou seu cargo porque será julgado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. Na Líbia, o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, e a Ministra das Relações Exteriores da Itália tentaram uma negociação para o final da crise no país, que consiste em conflitos entre milícias e divisão política. Em Moçambique, que vem passando por uma disputa entre dois partidos (RENAMO e FRELIMO), ocorreu as eleições para presidente e deputados. Analistas temem que o resultado mude o quadro pacífico do país caso haja acusações de fraude ou não aceitação. No Congo, 23 pessoas foram mortas em ataque a um vilarejo. Ainda não se sabe quem foram os responsáveis.

Na Tunísia a eleição de um novo parlamento confirma a manutenção de um Estado laico, com a vitória do partido Nidá Tunísia.

AMÉRICA/ EUROPA OCIDENTAL

FRANÇA INTENSIFICA RESPOSTA MILITAR CONTRA O ESTADO ISLÂMICO E ALEMANHA DEMONSTRA PREOCUPAÇÃO COM PRESENÇA

DE JIHADISTAS NO PAÍS

No mês de outubro, decapitações marcaram a estratégia de atuação do Estado Islâmico.

As vítimas da campanha para atemorizar moradores que resistem ao avanço do grupo militante foram habitantes do Norte da Síria e também um refém britânico. Diante deste cenário, a França intensificou os ataques como resposta militar à atuação do EI. O país europeu enviou novos caças e navio de guerra para atacar os militantes do Estado

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Islâmico no Iraque. Já a Alemanha demonstrou preocupação com o islamismo radical que representa uma ameaça crítica à segurança do país, pois além do retorno de jihadistas alemães da Síria, ainda existe o risco de confrontos violentos entre grupos extremistas rivais nas ruas do país europeu, refletindo os conflitos no Oriente Médio.

MASSACRE DE ESTUDANTES NO MÉXICO EXPÕE SUSPEITA DE LIGAÇÕES ENTRE POLÍCIA E CRIME ORGANIZADO

Em outubro, treze cidades mexicanas foram tomadas pelo exército em uma tentativa de averiguar o paradeiro de 43 jovens desaparecidos após um sequestro em massa no estado de Guerrero, um dos mais pobres do país. O incidente, que aconteceu duas semanas após um massacre de estudantes por parte da polícia na cidade de Iguala, vem gerando críticas ao Estado por evidenciar a corrupção das forças armadas do país. Os estudantes desapareceram quando seguiam para um protesto há mais de um mês. As autoridades suspeitam que policiais associados a traficantes sejam responsáveis pelo sequestro. O governo prometeu uma recompensa de US$ 100 mil a quem tiver alguma pista dos desaparecidos.

ORIENTE MÉDIO

O ESTADO ISLÂMICO E A INTERCEPÇÃO DAS ARMAS

Em um vídeo divulgado na internet no mês de outubro, combatentes do Estado Islâmico (EI) aparecem com granadas de mão alemãs. As imagens mostram extremistas desempacotando os objetos cujas embalagens trazem armas, munições e materiais médicos. Esses armamentos capturados foram lançados nas proximidades da cidade síria de Kobani por um avião C-130 das Forças Armadas americanas cujo principal objetivo era o "de apoiar a resistência ante as tentativas do Estado Islâmico de tomar a cidade", afirma um comunicado do Centcom. Segundo fontes, esta foi a primeira missão desse tipo realizada pela Força Aérea dos EUA em Kobani. Essa nova manobra agravou na cidade localizada na fronteira entre a Síria e a Turquia, pois o EI já controla mais da metade de seu território e com a posse desses armamentos a tendência do controle total se torna mais possível. Os EUA responderam com bombardeios na região, que deixaram

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dezenas de mortos, porém não conseguiram retomar o controle da região e reaver das armas. Esse episódio mostra o fortalecimento do EI como grupo, se apoderando de armas inimigas e usando–as de forma estratégica para desgastar a Coligação.

ÁSIA/ LESTE EUROPEU

RÚSSIA FIRMA ACORDO DE FORNECIMENTO DE GÁS E AINDA PERSISTE COM SOLDADOS NA FRONTEIRA COM A UCRÂNIA Mais uma vez a OTAN anunciou que não percebia a retirada de soldados russos de território ucraniano e o Presidente Putin ordenou a retirada de mais tropas das fronteiras.

Contudo, a OTAN afirmou ao final do mês que ainda há soldados no local. Após adiamento de reuniões, Rússia, Ucrânia e UE chegam a acordo sobre fornecimento de gás russo aos ucranianos. Putin anunciou que os resultados da segunda rodada de negociação de paz com a Ucrânia foram bons e o Ministro de Relações Exteriores se pronunciou sobre as eleições parlamentares ucranianas, acreditando ser uma chance para a paz no Leste do país. Contudo, polêmica foi gerada quando o governo russo anunciou que reconheceria as eleições rebeldes na Ucrânia. No âmbito das relações com outros governos, a Rússia afirmou que protegerá cidadãos em caso de conflito armado na Transnístria, região muito instável da Moldávia que possui fortes intenções pró–

Rússia; assinou com a China um acordo de fornecimento de gás; e acordou com os norte-americanos o compartilhamento de informações sobre o Estado Islâmico.

ATAQUES PERSISTEM EM MEIO A ELEIÇÕES NA UCRÂNIA

Ucrânia realizou processo eleitoral para um novo Parlamento. Os partidos pró-Ocidente, tiveram êxito e vão dominar o Parlamento. A UE se mostrou preocupada com onda crescente de ataques e violência em Donetsk, que ocorreram ao longo do mês. França e Alemanha declararam que têm intenção de enviar soldados para fiscalizar o cessar-fogo constantemente desrespeitado. A fim de apaziguar a situação Poroshenko nomeou um novo governador para Donetsk e nomeou o chefe da Guarda Nacional como Ministro da Defesa. A Anistia Internacional acusou Kiev de envolvimento em “execuções extrajudiciais”, por conta de uma vala achada com cerca de 400 corpos havendo indícios

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que as pessoa teriam sido mortas com as mãos atadas as costas. Após a vitória dos partidos pró-Ocidente, os separatistas decidiram organizar suas próprias eleições.

Moscou se mostrou disposta a reconhecer os resultados da mesma, enaltecendo a importância de ter um diálogo com os separatistas, enquanto ONU e UE lamentaram a decisão e a Alemanha e a França pediram à Putin que não reconhecesse os resultados.

Ao final do mês, os separatistas declararam seu novo presidente de Donetsk, Alexander Zakharchenko. O resultado ainda não foi reconhecido pela Rússia.

PROTESTOS SEGUEM EM HONG KONG

O mês teve inicio com o pedido do Ministro das Relações Exteriores chinês de que a soberania de seu país seja respeitada devido às reações de algumas nações em apoio aos protestos pró-democracia. Os protestos voltaram a ocorrer devido às festas nacionais chinesas, mas diminuíram após o feriado. Devido a um cancelamento de negociação do governo com os manifestantes pró-democracia, as manifestações retornaram motivadas pelo: excesso de força policial contra manifestantes evidenciado em um vídeo na TV;

restabelecimento de acampamentos que tinham sido desmontados pela polícia; e impasse nas negociações entre manifestantes e o governo. “Forças estrangeiras” foram acusadas de estarem por trás dos protestos. O líder de Hong Kong afirmou a possibilidade de uma maior abertura no processo eleitoral de 2017 e o Comitê de Direitos Humanos da ONU chegou a pedir a China que garanta o direito de voto dos cidadãos de Hong Kong. No final do mês, os manifestantes comemoraram um mês de reivindicações e os temores em relação a uma possível punição da China para com Hong Kong e sobre que a integridade financeira e a estabilidade da cidade permaneceram.

ATAQUES DO TALIBÃ CONTINUAM NO AFEGANISTÃO

Durante todo o mês ocorreram diversos ataques do Talibã no Afeganistão, as vítimas foram civis, membros do governo, das forças armadas, policiais e até comboios da OTAN. Contudo, outros fatos também foram importantes: o governo assinou com os EUA um acordo de segurança para a permanência das tropas norte-americanas no país após o final do ano, cumprindo a promessa eleitoral do novo presidente; forças de

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segurança afegãs anunciaram a prisão de importantes membros da rede Haqqani - braço da rebelião talibã ligado à Al-Qaeda; e os últimos homens das forças de segurança dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha foram retirados de uma base-chave no Sul do país.

TENSÃO ENTRE PAQUISTÃO E ÍNDIA MARCA O MÊS

Ao início do mês cinco civis indianos e paquistaneses morreram durante tiroteios entre as forças de segurança dos dois países na fronteira disputada na Kashimira. A tensão aumentou quando nenhum dos lados assumiu a agressão. Na semana seguinte, governo indiano ameaçou o governo paquistanês. Um cessar-fogo foi acordado no dia 10 e o Paquistão afirmou que uma guerra com a Índia não é uma opção. Contudo, os tiroteios voltaram a ocorrer. Os confrontos têm causado uma fuga da população da região desde o começo do mês. Ao final do mês ataques reivindicados pelo Talibã voltaram a ocorrer, em um deles com homem-bomba, o grupo alegou ter sido uma resposta às ações do exército paquistanês contra suas posições em áreas tribais na fronteira do Paquistão com o Afeganistão.

Referências

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