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Finibanco RELATÓRIO E CONTAS 2004

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Finibanco

RELATÓRIO E CONTAS

2004

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Índice

Órgãos Sociais Principais Indicadores Apresentação do Relatório

Relatório de Gestão do Grupo 1 Enquadramento Macroeconómico 1.1 Economia Internacional 1.2 Enquadramento Nacional 1.3 Mercado de Capitais 2 Actividade do Finibanco, SA 2.1 Linhas de Acção 2.2 Banca Comercial 2.2.1 Banca de Empresas

2.2.2 Banca de Negócios e Particulares 2.3 Banca de Investimentos

2.3.1 Private Banking

2.3.2 Gestão de Activos e Desintermediação 2.3.3 Mercado de Capitais

2.4 Área Financeira e Internacional 2.5 Gestão do Risco

2.6 Área de Operações, Organização e Sistemas de Informação 2.7 Recursos Humanos

2.8 Análise Económica e Financeira 2.8.1 Balanço

2.8.2 Demonstração de Resultados

3 Aplicação de Resultados

4 Nota Final

Demonstrações Financeiras

Notas às Demonstrações Financeiras Relatório da Andersen

Certificação Legal de Contas e Relatório do Auditor Externo Relatório e Parecer do Fiscal Único

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Órgãos Sociais

Mesa da Assembleia Geral

Presidente António Moreira Barbosa de Melo

Vice-Presidente Vitorino Pereira d’Almeida Borges Allen Brandão Ana Beatriz Magalhães Reis Prado de Castro

Conselho de Administração

Presidente Álvaro Pinho da Costa Leite Vice-Presidente Humberto da Costa Leite

Vogal Armando Esteves

Vogal Daniel Bessa Fernandes Coelho

Vogal Joaquim Mendes Cardoso

Fiscal Único

Efectivo Ernst & Young Audit & Associados SROC, SA

representada por João Carlos Miguel Alves Suplente Óscar Manuel Machado de Figueiredo

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Apresentação do Relatório

Concluído que foi mais um exercício da actividade do nosso Banco, aqui estamos, como nos compete, nos termos da lei e do contrato de sociedade que nos rege, a prestar contas e a dar notícia do modo como evoluíram os negócios e os empreendimentos que nele desenvolvemos.

Como acontecimento marcadamente importante refira-se, antes de mais, o aumento de capital do Finibanco, SA, feito pelo Finibanco-Holding no final do primeiro semestre, de oitenta milhões para cem milhões de euros, através da emissão de vinte milhões de novas acções, do valor nominal de um euro cada.

O aumento de capital efectuado veio sustentar o processo de crescimento do nosso Banco, permitindo alargar a rede de Balcões que o apoia e colocar os “rácios” de solvabilidade em posições consentâneas com os nossos objectivos e com as normas sobre a matéria superiormente estabelecidas.

Em matéria de organização interna, extinguiu-se a Direcção de Crédito e Leasing Imobiliário, incorporando-se o seu conteúdo funcional na Direcção de Gestão de Crédito; extinguiram-se ainda o Comité de Investimentos Imobiliários e a Comissão de Negócios; ajustou-se a estrutura orgânica e funcional da Banca de Negócios e Particulares, agrupando-a em gerências de zona para lhe conferir maior operacionalidade

Em Março de 2004 formalizou-se o processo de adesão do Finibanco ao acordo constitutivo do sistema de liquidação Pexsettle, firmado em conjunto com a OPEX (Sociedade Gestora do Mercado PEX) e com as restantes Instituições interessadas naquele projecto.

A actividade do Finibanco continuou a desenvolver-se apoiada fundamentalmente na sua rede tradicional, constituída agora por noventa e seis Balcões, prevendo-se que no próximo exercício possa ultrapassar a cifra de cento e dez.

A rede de Promotores de Negócios, que se tem afirmado como importante veículo de captação de recursos e de colocação de outros produtos, foi alargada por força da nomeação de setenta e três novos promotores, passando a ser largamente superior às quatro centenas o número daqueles que se encontram em efectivo funcionamento.

Por sua vez o Homebanking tem vindo a merecer o melhor acolhimento por parte dos nossos Clientes, quer Particulares, quer Empresas, e constituirá seguramente num futuro próximo um apoio cada vez mais importante para o desenvolvimento da nossa actividade.

Do ponto de vista conjuntural o exercício começou por mostrar ligeiros sinais de inversão do ciclo económico depressivo, que foram perturbados pela guerra no Iraque e pelo atentado em Espanha, e voltou depois a manifestar uma ténue tendência de melhoria, para acabar de novo abalado pela instabilidade política que se instalou no país.

Estes factos, e ainda o posicionamento das taxas de juro em níveis extraordinariamente baixos, que muito dificultaram a sua adequada gestão de modo a fazer repercutir aquele efeito, reflectiram-se inevitavelmente na evolução dos negócios, no âmbito restrito dos resultados operacionais, e motivaram a tomada de um conjunto de medidas para vencer as contrariedades sentidas.

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Assim foi que nos munimos de especiais cautelas em matéria de assumpção de riscos, praticando uma gestão marcadamente conservadora no crédito novo, com o objectivo de reduzir o efeito dos níveis de provisionamento, cada vez mais exigentes, e de produzir uma sensível melhoria na qualidade da carteira.

Com o esforço conjugado de todas estas acções e outras medidas tomadas, foi possível concluir o exercício com um crescimento do volume de negócios acima da média do mercado e obter resultados superiores em 26% aos do ano precedente, não obstante o efeito provocado pelos 16 Balcões abertos no último ano e meio.

Álvaro Pinho da Costa Leite Presidente do Conselho de Administração

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1. Enquadramento Macroeconómico

1.1 Economia Internacional

A actividade económica mundial acelerou significativamente em 2004, confirmando o amadurecimento da recuperação iniciada dois anos antes, num contexto de incerteza acrescida, associada à subida do preço do barril do petróleo. O crescimento económico terá atingido um pico nos primeiros meses do ano, desacelerando posteriormente em sintonia com o menor dinamismo dos EUA e da China, os dois principais motores do crescimento mundial nos últimos anos.

Projecções sobre a economia mundial (taxas de variação, em %)

2003 2004 2005 PIB Mundial 3,9 5,0 4,3 Economias Avançadas 2,1 3,6 3,9 Área Euro 0,5 2,2 2,2 EUA 3,0 4,3 3,5 Países em Desenvolvimento 6,1 6,6 5,9 China 9,1 9,0 7,5 Volume do Comércio 5,1 8,8 7,2 Importações Economias Avançadas 3,7 7,6 5,6 Países em Desenvolvimento 11,1 12,8 11,9 Exportações Economias Avançadas 2,6 8,1 6,3 Países em Desenvolvimento 10,9 10,8 10,6 Preços no Consumidor Economias Avançadas 1,8 2,1 2,1 Países em Desenvolvimento 6,1 6,0 5,5

Fonte: FMI, World Economic Outlook, Setembro de 2004

No conjunto de 2004, de acordo com as estimativas de Outono do Fundo Monetário Internacional (FMI), a taxa de crescimento do produto mundial acelerou de 3,9% em 2003 para 5,0%, favorecendo o aumento dos fluxos comerciais. O crescimento económico do conjunto das economias mais avançadas situou-se em 3,6% e o dos países em desenvolvimento nos 6,6%, acelerando 2,1% e 6,1% em relação ao ano anterior, respectivamente.

Estas estimativas configuram um cenário para 2004 mais favorável do que o inicialmente previsto, sobretudo devido ao excepcional dinamismo dos EUA no primeiro semestre do ano e ao crescimento acima das expectativas da China e da Índia. O FMI estima que a taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) chinês desacelere marginalmente de 9,1% de 2003 para 9,0% em 2004, o que lhe permitirá manter o estatuto de motor do crescimento mundial. O contributo da China para o crescimento económico mundial deverá situar-se ligeiramente abaixo de 23%, superando o estimado para os EUA no mesmo período (18%).

As pressões inflacionistas mantiveram-se contidas a nível global, observando-se um aumento do ritmo de crescimento dos preços no consumidor em 2004, que estará associado ao robustecimento da actividade económica e, sobretudo, à subida do preço de algumas matérias-primas chave, como é o caso do petróleo, que aumentou em média 33%. As previsões apontam para a manutenção do ritmo de crescimento de preços em 2005, num contexto de ampla capacidade instalada e de um ligeiro abrandamento do ritmo de crescimento, situação que fornece alguma margem de manobra

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Petróleo e Outras Matérias-Primas

Nos últimos 2 anos o preço do barril do petróleo aumentou de cerca de 25 dólares para próximo de 40 dólares, após ter atingido um máximo histórico superior a 52 dólares por barril em meados de Outubro passado. Mais significativo, o preço médio do barril do petróleo aumentou 33% em 2004, após acréscimos de 36,5% e de 16,8% em 2003 e 2002, respectivamente.

Embora em termos percentuais as variações de preço observadas não sejam tão significativas como as que se verificaram em episódios anteriores, o mais recente dos quais em 1999 e 2000 quando o barril do petróleo mais do que duplicou de valor, em termos absolutos representam os preços nominais mais elevados de sempre. Esta situação invoca os receios de um novo choque petrolífero e foi um dos temas que condicionaram a evolução dos mercados financeiros em 2004.

Petróleo e outras matérias-primas continuam a subir

90 100 110 120 130 140 150 160 170 180

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Commodities

Petróleo Brent (USD / Barril)

Fonte: Datastream

Se o petróleo subiu de preço em 2003 por causas associadas ao lado da oferta, nomeadamente pela incerteza dos efeitos da guerra no Iraque na produção de petróleo do Médio Oriente, em 2004 foram desequilíbrios de procura que assumiram um papel de destaque - embora tenham persistido alguns problemas no lado da oferta, desde a instabilidade no Iraque, ao caso da Yucos na Rússia e aos problemas na Venezuela e na Nigéria.

O amadurecimento da recuperação económica e, em especial, o vigoroso crescimento económico (acima das estimativas) dos EUA e da China, conduziram a uma situação em que a procura de combustíveis fósseis rapidamente ultrapassou a oferta disponível, num contexto de reduzida capacidade produtiva instalada não utilizada e de baixas reservas estratégicas dos países de referência, pelos padrões históricos. Por outro lado, a ampla liquidez nos mercados financeiros terá levado o petróleo e outras matérias-primas a serem consideradas como activos de referência, tendo sido procuradas por motivos especulativos.

Relativamente ao impacto da subida do preço do petróleo nas economias mais avançadas, os desenvolvimentos tecnológicos dos últimos anos permitiram uma menor dependência do petróleo para a produção de energia e um consumo mais eficiente desta, o que as tornou menos expostas a um "choque petrolífero".

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Segundo os estudos mais recentes da OCDE e do FMI, uma subida sustentada de 10 dólares por barril, idêntica à que ocorreu entre 2003 e 2004, reduz o crescimento económico global entre 0,2% a 0,6%. As mais recentes projecções do FMI apresentam uma revisão em –0,5 pontos percentuais para o crescimento mundial em 2005, face às estimativas apresentadas pela instituição em Abril. Tal como em 2002 e 2003, o preço do ouro subiu substancialmente no decurso de 2004, de 417,25 dólares por onça troy no último dia de 2003 para pouco mais de 438 dólares por onça troy no final do ano transacto, após ter atingido um máximo de mais de quinze anos de 452 dólares na primeira metade de Dezembro último. Dos vários factores que pesaram no preço do ouro, a depreciação do dólar, o acréscimo de procura para fins industriais e a procura especulativa são talvez os mais importantes.

Queda do Dólar e Apreciação do Euro

O superior dinamismo económico relativo evidenciado pelos EUA, ao estimular as importações, agravou ainda mais o desequilíbrio das contas externas norte-americanas, com a estimativa para o défice da balança de transacções correntes (BTC) em 2004 a superar os 5% do PIB. Por outro lado, a política orçamental expansionista da administração Bush, ao dar prioridade aos estímulos à economia, agravou ainda mas o défice orçamental, para próximo dos 5%, aumentando ainda mais as necessidades de financiamento do país.

Défices gémeos agravam-se

-4,2 -3,8 -4,5 -4,8 -5,4 1,3 -0,7 -4,0 -4,6 -4,9 -6,0 -5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 2000 2001 2002 2003 2004 P

Saldo BTC (em % do PIB)

Saldo da Execução Orçamental (em % do PIB)

Fonte: FMI, World Economic Outlook, Setembro 2004

Normalmente, défices gémeos na ordem dos 5% estão associados a crises cambiais. Até ao momento este cenário extremo tem sido evitado, ocorrendo antes um movimento de correcção do dólar. O problema é que a depreciação do dólar ainda não teve impacto nas contas externas, assistindo-se antes a um agravamento do défice da balança de transacções correntes. Responsáveis da Reserva Federal norte-americana referem-se a esta problemática salientando que os problemas dos desequilíbrios externos dos EUA não podem ser resolvidos pela via cambial, pelo menos a médio prazo, pois existe uma situação de falta de procura global.

Por outro lado, nem todos os países estão a suportar o ajuste do dólar na mesma magnitude. Embora o dólar tenha perdido apenas 6% face às divisas dos principais parceiros comerciais e a actual correcção seja ainda de limitada amplitude quando comparada com a do ciclo económico precedente, quando se atenta ao caso específico do euro, as variações são mais expressivas.

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O euro apreciou-se cerca de 12% face ao dólar em 2004, o que eleva para cerca de 60% a apreciação da divisa europeia desde os seus mínimos de 0,82 euros por dólar em finais de Outubro de 2000.

Taxas de Intervenção

Após um período caracterizado pela intensificação dos riscos geopolíticos, o ano de 2004 marca o regresso a uma normalidade aparente e ao referido amadurecimento da expansão económica em curso. Como consequência, marca também o início do reposicionamento das condições monetárias a uma situação de maior crescimento, num contexto em que as pressões inflacionistas estão contidas e limitadas a um número reduzido de bens.

Política monetária ajusta-se a uma situação de maior crescimento

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out

Fed funds target rate (EUA) Base rate (RU)

2004

Fonte: Datastream

O processo de ajustamento das taxas de intervenção a uma situação de maior crescimento foi iniciado pelo Banco de Inglaterra em Novembro de 2003, quando subiu a sua taxa base em 25 pontos base, para 3,75%, após esta ter atingido um mínimo de 3,5% no Verão de 2003. Posteriormente, e já em 2004, o Banco de Inglaterra procedeu a mais quatro subidas da sua taxa base, para os actuais 4,75%.

Nos EUA, o comité de política monetária (FOMC) da Reserva Federal (Fed) optou por iniciar o processo de ajustamento da política monetária a uma situação de maior crescimento económico no dia 30 de Junho, ao subir em 25 pontos base para 1,25% a fed funds target rate, num movimento amplamente sinalizado e antecipado. Quatro mexidas, em outras tantas reuniões do FOMC, conduziram a “fed funds” aos 2,25% no final de 2004, ainda assim um nível historicamente baixo e que representa a manutenção de uma política monetária acomodatícia.

Economia da Zona Euro

As estimativas de crescimento para a zona euro apontam para um robustecimento da actividade, de uma taxa de crescimento de 0,5% em 2003 para 2,2% em 2004, o que representa um resultado superior ao das projecções divulgadas em 2003 e nos primeiros meses de 2004. Este superior dinamismo decorre de um significativo impulso da procura externa nos primeiros meses do ano, em linha com a melhoria das condições económicas a nível global.

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Variação trimestral do PIB (em %) e taxas de contribuição (em pp) -0,5 0,0 0,5 -0,6 0,4 0,2 -0,7 0,5 -0,1 0,0 1,0 0,3 0,3 1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 2003 2ºT 3ºT 4ºT 2004 2ºT 3ºT 4ºT Procura doméstica

Procura externa (líquida)

Fonte: Eurostat e; GESE (cálculos)

Com o avançar do ano, as condições económicas deterioraram-se e assistiu-se a um abrandamento do crescimento económico, na medida em que a procura interna falhou em dar o necessário impulso num contexto de recuo da procura externa. No terceiro trimestre de 2004 o crescimento reduziu-se praticamente à acumulação de existências, sendo que, excluindo estas do cálculo, verificar-se-ia uma quebra trimestral do PIB de 0,4% e uma taxa de variação homóloga de apenas 0,5%.

A inflação, medida pela variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor, manteve-se próxima do valor de referência de 2,0%, tendo terminado o ano em 2,4%. Tal como no ano anterior, a tendência ascendente dos preços esteve associada ao aumento dos custos da energia e de outras matérias-primas industriais e, em menor escala, aos bens alimentares e tabaco. Excluindo estas voláteis componentes, o acréscimo dos preços reduz-se para 1,8%. Embora persistam alguns riscos à estabilidade de preços, o excesso de capacidade produtiva instalada e a folga no mercado de trabalho devem continuar a limitar os efeitos de segunda ordem na fixação de preços e salários, na economia em geral.

A política económica permaneceu largamente acomodatícia, com o Banco Central Europeu (BCE) a manter inalterada a sua taxa de referência nos 2,0%, pese embora os esforços dos Estados Membros em cumprir os compromissos dos respectivos Pactos de Estabilidade e Crescimento. O défice orçamental para o conjunto da UE12 terá aumentado de 2,7% em 2003 para os 2,9% em 2004. A Alemanha prepara-se para voltar a exceder o limite de 3%, pelo quarto ano consecutivo, e a França apenas deverá conseguir atingir os 3% à custa de medidas excepcionais.

1.2 Enquadramento Nacional

A actividade económica em Portugal caracterizou-se em 2004 pela interrupção do processo de ajustamento dos desequilíbrios dos agentes económicos nacionais. Este processo, que se verificava desde 2001, traduziu-se nos últimos anos na forte contracção da procura interna, na redução dos desequilíbrios externos e no aumento da taxa de poupança.

Em 2004 verificou-se, com maior incidência ao longo do primeiro semestre, um aumento inesperado da procura interna e uma descida da taxa de poupança, bem como um contributo mais negativo da procura externa, em resultado de um forte aumento das importações.

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Tanto o aumento da procura interna como o das importações e a deterioração dos termos de troca (muito por causa da evolução desfavorável do preço do petróleo) implicaram um agravamento do défice conjunto das balanças corrente e de capital, de 3,6% do PIB em 2003, para 5,4% em 2004. Depois da queda de 1,3% do PIB em 2003, a economia portuguesa deverá ter registado um crescimento de 1,1% em 2004.

Projecções económicas para Portugal

2003 2004e 2005p Consumo Privado -0,7 2,2 1,5 Consumo Público 0,5 0,6 0,0 FBCF -9,6 1,8 1,7 Procura Interna -2,5 1,9 1,2 Exportações 4,1 6,8 7,5 Procura Global -1,0 3,0 2,6 Importações -0,5 8,2 5,2 PIB -1,3 1,1 1,6

Balança Corrente + Capital (% PIB) -3,6 -5,4 -5,3

IHPC 3,3 2,5 2,1

Fonte: Banco de Portugal, Boletim Económico, Dezembro de 2004 Notas: e - estimado; p - previsto

A recuperação da actividade económica não foi homogénea ao longo do ano, tendo-se verificado o impacto positivo de factores temporários, que ocorreram no segundo trimestre, cujo posterior desaparecimento implicou uma desaceleração pronunciada da actividade na segunda metade do ano. Este perfil de aceleração/desaceleração da actividade ficou a dever-se a um conjunto de factores anómalos e de natureza temporária que favoreceram o crescimento da economia no segundo trimestre de 2004. Em particular, são de salientar o efeito de base provocado pela forte queda do PIB, em termos reais, no segundo trimestre de 2003 (-2,2%), a realização em Portugal do Campeonato da Europa de Futebol, e bem assim o maior número de dias úteis durante este trimestre, em comparação com o período homólogo.

O consumo privado registou um crescimento significativo em 2004, após a contracção verificada em 2003, se bem que o padrão intra-anual sugere um maior crescimento na primeira metade do ano e uma moderação do dinamismo na segunda.

O forte abrandamento que se verificou no consumo privado desde 2000 reflectiu a compensação de alguns efeitos de substituição intertemporal (que terão contribuído para antecipar algum consumo nos anos anteriores, em particular no caso dos bens duradouros), o maior peso dos encargos com o serviço da dívida e os efeitos do abrandamento da actividade económica no rendimento disponível.

O crescimento do consumo privado em 2004 foi visível nos indicadores qualitativos e quantitativos. Quanto aos qualitativos, os inquéritos de conjuntura ao comércio e os indicadores de confiança dos consumidores apresentaram níveis crescentes desde o segundo trimestre de 2003, se bem que tenham recuado no último trimestre de 2004. No que respeita aos indicadores quantitativos, as vendas de veículos ligeiros de passageiros, incluindo todo-o-terreno, aumentaram 4,1% em 2004, após terem registado uma quebra de 16,1% em 2003. O Índice do Volume de Vendas do Comércio a Retalho (que não considera as vendas de veículos automóveis, motociclos e combustíveis) subiu em termos homólogos 5,2% em Dezembro, tendo registado uma variação média de 3% em 2004.

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A formação bruta de capital fixo deverá ter registado um crescimento de cerca de 2% em 2004, após quedas de 4,9 e 9,6% em 2002 e 2003, respectivamente. Por tipo de bens, a FBCF em material de transporte recuperou para taxas de variação positivas, com as vendas de veículos comerciais ligeiros e de comerciais pesados a apresentarem crescimentos de 3,2 e 23,9%, respectivamente (-12,9 e -21% em 2003). A FBCF em construção deverá ter registado um comportamento ainda negativo, corroborado pelas vendas de cimento para o mercado interno, que caíram 1,7% no conjunto de 2004, depois de terem caído 16,8% em 2003. Este comportamento prende-se com a evolução do investimento público – traduzindo a diminuição das transferências de capital da União Europeia, no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio – e com a evolução do investimento das famílias em habitação, onde o elevado nível de endividamento e a necessidade de fazer face às obrigações decorrentes do serviço da dívida, apesar de as taxas de juro se encontrarem em mínimos históricos, limitaram o crescimento.

Balança de Pagamentos

A forte aceleração da procura interna ao longo do primeiro semestre teve como efeito o robusto crescimento das importações, o que impediu que o maior dinamismo da procura global se transmitisse de forma mais directa ao crescimento do PIB. Esse crescimento das importações, de cerca de 8,2%, terá estado associado aos referidos factores temporários e ofuscou o elevado dinamismo revelado pela procura externa relevante para a economia portuguesa, com a continuação do crescimento das exportações de bens e serviços, estimada em 6,8% em 2004. Concomitantemente, as necessidades de financiamento da economia portuguesa face ao exterior, que correspondem ao défice conjunto das balanças corrente e de capital, aumentaram de 3,6% do PIB, em 2003, para cerca de 5,4%, em 2004. A deterioração evidenciada em 2004, que interrompeu o processo de redução desde 2001, reflectiu não apenas uma perda nos termos de troca relacionada com a subida do preço do petróleo mas também com o referido crescimento anómalo do volume de importações.

Mercado de Trabalho

O emprego total, beneficiando do crescimento do produto ao longo do primeiro semestre, mostrou uma variação ligeiramente positiva face ao período homólogo. No entanto, esta evolução esconde uma alteração das características do emprego, já que se verificou uma criação líquida de emprego associado a trabalhadores por conta própria sem trabalhadores ao serviço e de trabalhadores por conta de outrem com vínculo de trabalho temporário, que mais do que compensou a perda líquida de postos de trabalho com vínculo contratual permanente. A taxa de desemprego aumentou de forma significativa em 2004, sobretudo no terceiro trimestre, tendo-se situado nos 6,8%, face a 6,1% do trimestre homólogo e a 6,3% do trimestre anterior. De acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego aumentou 3,3% e o número de ofertas de emprego diminuiu 7,3% em 2004.

De acordo com o Banco de Portugal, as remunerações por trabalhador no sector privado da economia terão aumentado em média 3,7% em 2004, subindo cerca de meio ponto percentual face a 2003. No entanto, o aumento da produtividade aparente do trabalho em cerca de 1 ponto percentual permitiu que o crescimento dos custos unitários em trabalho abrandasse entre 1 e 1,5 pontos percentuais face a 2003, o que foi insuficiente para reduzir os diferenciais positivos, de cerca de 1,5 pontos percentuais, entre os crescimentos deste indicador para Portugal e para a Zona Euro.

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Comportamento dos Preços

No que respeita ao comportamento dos preços, a inflação média anual, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor, ascendeu 2,5% em 2004, ligeiramente superior à do IPC. Esta diferença é explicada pelo maior impacto que a realização do Campeonato Europeu de Futebol teve no IHPC, cuja estrutura considera as despesas efectuadas por não residentes e, deste modo, contempla um maior peso das despesas efectuadas em serviços de alojamento e hotelaria. Na taxa de inflação global, destaca-se o contributo desfavorável da componente de serviços que, não obstante a dissipação do efeito da subida do IVA em meados de 2003, se mantém em valores próximos de 4%.

Inflação aproxima-se do valor de referência

1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

Jan.01 Jul.01 Jan.02 Jul.02 Jan.03 Jul.03 Jan.04 Jul.04 Homóloga (em %)

Média (em %)

Fonte: Datastream

Endividamento do Sector Privado Não Financeiro

No que concerne ao endividamento do sector privado não financeiro, verificou-se no final de 2004 um aumento assinalável para cerca de 118% do rendimento disponível, face a 111% em 2003. Este valor é elevado em termos internacionais e implica uma crescente sensibilidade do comportamento das famílias portuguesas face a alterações das taxas de juro, pelo facto de os créditos serem essencialmente concedidos a taxas de juro indexadas a taxas do mercado monetário.

O aumento do endividamento prendeu-se com o elevado ritmo de crescimento do stock de dívida para aquisição de habitação, cujo fluxo registou, no primeiro semestre de 2004, um crescimento homólogo de 11,5%. Este crescimento deve estar relacionado com o alongamento dos prazos para amortizações dos empréstimos no sistema bancário e ainda com o benefício de um regime de tributação mais favorável sobre as transacções imobiliárias, desde o segundo semestre de 2003, que resultou numa diminuição substancial dos respectivos custos de transacção.

A dívida contraída por particulares para consumo e outros fins que não a habitação acelerou ao longo do primeiro semestre, em linha com o crescimento do consumo privado. No entanto, alguma restritividade na oferta de crédito por parte das instituições bancárias, face aos riscos associados à situação económica geral, contribuiu para o fraco crescimento deste agregado em 2004.

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Paralelamente, a fraca remuneração dos depósitos (com remuneração real negativa dos depósitos a prazo) também contribuiu para a canalização das disponibilidades para outros activos financeiros com rendibilidades esperadas superiores.

Política Orçamental

No que respeita à política orçamental, o défice do Sector Público Administrativo situou-se em 2,9% do PIB em 2004, ligeiramente acima do previsto no OE2004, mas beneficiando de um montante de receitas extraordinárias acima do que estava implícito (2% do PIB face a 1,1%). Estas medidas incluíram transferências de empresas públicas para o sistema de segurança social dos funcionários públicos (Caixa Geral de Aposentações), como contrapartida pelo pagamento por esta entidade das pensões dos ex-funcionários, num montante de 1,2% do PIB, e ainda vendas de património do Estado, num montante de 0,8% do PIB.

Quanto ao rácio da dívida pública, o Ministério das Finanças estima que tenha atingido 61,6% do PIB no final de 2004, aumentando em cerca de 1,6 pontos percentuais face ao valor registado no final de 2003.

1.3 Mercado de Capitais

A evolução dos principais índices accionistas em 2004 pode ser dividida em três períodos distintos. Um primeiro, coincidente com o primeiro semestre do ano e caracterizado por uma elevada volatilidade, um segundo em que a maioria dos principais índices se precipitaram para os mínimos do ano e, finalmente, um terceiro marcado por uma evolução ascendente dos índices.

Índices atingem máximos no final do ano

86 90 94 98 102 106 110

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

DAX30 NASDAQ

Fonte: Datastream

A elevada volatilidade do primeiro semestre está associada aos diversos factores que afectaram os mercados financeiros, dos quais se destacam, pelo lado macroeconómico, a acentuada subida do preço do petróleo e as expectativas da alteração da “stance” da política monetária nos EUA e, no campo geopolítico, a situação do Iraque, os atentados terroristas em Madrid e o início do processo eleitoral nos EUA.

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Com o início do segundo semestre, e após o Fed ter procedido à primeira subida de taxas de intervenção do corrente ciclo económico, os principais índices ocidentais começaram a acumular perdas, com os mínimos a serem atingidos em meados de Agosto. Esta tendência viria a inverter-se no final de Agosto, marcando o início da recuperação do inverter-segmento accionista, em reacção a uma “earnings season” favorável nos EUA e, posteriormente, à descida do preço do petróleo. Dos factores que influenciaram os mercados nesta metade do ano, destacam-se ainda a depreciação do dólar, o processo eleitoral nos EUA e o abrandamento do crescimento económico nos dois lados do atlântico e posterior revitalização da economia norte-americana.

O último dia de Dezembro, além de marcar mais um mês e trimestre de valorizações, marcou também o segundo ano consecutivo de ganhos para as principais praças internacionais, com muitos dos máximos do ano dos principais índices europeus e norte-americanos a serem atingidos nos últimos dias de negociação.

Evolução de alguns índices de referência em 2004

2004 Mínimo do ano Máximo do ano

31-Dez Variação* valor Variação* data valor Variação* data EUA

Dow Jones 10783,0 3,1 9750,0 -6,7 25-Out 10854,5 3,8 28-Dez Nasdaq 2175,4 8,6 1752,5 -12,5 12-Ago 2178,3 8,7 30-Dez UE12

IBEX35 9080,8 17,4 7578,3 -2,1 13-Ago 9100,7 17,6 29-Dez DAX30 4256,1 7,3 3647,0 -8,0 13-Ago 4261,8 7,5 28-Dez PSI20 7600,2 12,6 6747,4 0,0 01-Jan 7952,5 17,9 08-Mar CAC40 3821,2 7,4 3484,8 -2,1 13-Ago 3844,1 8,0 17-Nov MIB30 312,2 16,9 263,5 -1,4 13-Ago 312,3 16,9 28-Dez EUROSTOXX50 2951,2 6,9 2580,0 -6,5 13-Ago 2959,7 7,2 08-Mar Emergentes

MSCI Russia ($) 479,9 4,1 408,2 -11,5 28-Jul 626,7 35,9 12-Abr ISE100 24971,7 34,1 15922,4 -14,5 17-Mai 24971,7 34,1 29-Dez Hang Seng 14230,1 13,2 10967,7 -12,8 17-Mai 14266,4 13,4 29-Dez MERVAL 1375,4 28,3 839,9 -21,6 17-Mai 1389,5 29,6 29-Dez BOVESPA 26196,0 17,8 17604,0 -20,8 10-Mai 26196,0 17,8 30-Dez Outros

NIkkey225 11488,8 7,6 10365,4 -2,9 10-Fev 12163,9 13,9 26-Abr FTSE100 4814,3 7,5 4287,0 -4,2 26-Jul 4820,1 7,7 30-Dez MSCI World 852,5 9,5 754,9 -3,0 13-Ago 853,2 9,6 30-Dez * Face a 31 de Dezembro de 2003, em %

Fonte: Datastream, Reuters e; GESE

Nos EUA, o Nasdaq findou o ano nos 2175,44 pontos, com uma valorização anual de 8,6%. Por seu turno, a evolução do Dow Jones Industrial Average foi mais moderada, ao subir 3,1% para 10.783,0 pontos, no mesmo período. Na Europa, destaque para o desempenho do IBEX35 de Espanha e do MIB30 de Itália, cujas variações anuais atingiram 17,4 e 16,9%, respectivamente. O DAX30, o CAC40 e o FT100 registaram subidas mais moderadas, ainda que significativas, de 7,3%, 7,4% e 7,5%, respectivamente.

Em Portugal, o PSI20 apresentou uma valorização de 12,6%, terminando o exercício em apreço nos 7.600,16 pontos, num comportamento que teve por base, não apenas subidas significativas nas cotações das empresas de maior capitalização, com destaque para a Sonae (62,12%), Brisa (27,36%) e Portugal Telecom (14,04%), mas também e especialmente, no âmbito das empresas de pequena e média dimensão, com ênfase para a Impresa (65,71%) e Sonaecom (60,34%), entre outras.

Em termos de capitalização bolsista, saliente-se que os índices accionistas dos principais mercados internacionais em análise registaram também valorizações significativas, com o Hang Seng, Ibex35 e Dow Jones a liderarem, com acréscimos de, respectivamente, 36,4%, 26,4% e 19,6%.

(17)

No segmento obrigacionista, e não obstante os agentes económicos continuarem a descontar novas subidas de taxas de intervenção ao longo de 2005, num contexto de manutenção de um significativo dinamismo económico e do esgotamento da capacidade produtiva instalada, as taxas de juro de médio e longo prazo permaneceram em níveis historicamente baixos.

Evolução das yields a 10 anos (em %)

3,50 3,75 4,00 4,25 4,50 4,75 5,00

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez USA - "treasuries" a 10 anos Alemanha - "bund" a 10 anos

Fonte: Datastream

Parte da explicação deste fenómeno reside na mudança de regime, que ocorreu no final do século passado, para uma situação de inflação mais reduzida relativamente a posições cíclicas idênticas. Esta situação é particularmente ilustrada pelo comprometimento na concretização de determinados objectivos para a inflação, por algumas das principais autoridades monetárias, onde o Banco Central Europeu é exemplo por excelência.

Prémios de risco em queda

100 150 200 250 300 350

Jan Abr Jul Out Jan Abr Jul Out

AAA BAA

2004

Fonte: Reserva Federal dos EUA

No entanto, existem fortes evidências de que os reduzidos níveis de taxas de juro decorram de uma excessiva tomada de risco nos mercados financeiros, motivada pela ampla liquidez que resultou da adopção de uma política monetária extremamente expansionista. Este excessivo apetite pelo risco pode ser inferido pelo forte estreitamento dos diferenciais de crédito, pelo aumento da actividade de ofertas públicas, de fusões e aquisições e mesmo de transacções

(18)

Mercado Nacional

No exercício em apreço, a emissão líquida de valores mobiliários em Portugal totalizou 9.018 milhões de euros, um decréscimo de 18,8% quando efectuada uma análise comparativa com o exercício transacto, traduzindo a postura das Instituições Financeiras (IF), Monetárias (IFM) e Não Monetárias (IFNM), de um menor recurso ao financiamento através do mercado de capitais, apesar de os segmentos de Administrações Públicas (AP) e do Sector Não Financeiro (SNF) terem apresentado um maior dinamismo.

No segmento accionista, as emissões registaram um decréscimo, correspondendo a 70% dos montantes emitidos no exercício de 2003, com o aumento das emissões concretizadas por empresas cotadas (68,2%) a não compensar a diminuição das emissões líquidas efectuadas por entidades não cotadas (-56,9%). No âmbito das emissões realizadas por empresas cotadas, que se cifraram em 1.620 milhões de euros, saliente-se que se inverteu a tendência de queda dos últimos anos.

Em termos sectoriais, o Sector Não Financeiro assumiu uma ponderação de 98,8% no total, reflexo de um acréscimo francamente exponencial face ao registado em 2003. A este nível, será de destacar o aumento de capital da EDP, que correspondeu à emissão de 656.537.715 acções, num encaixe ligeiramente superior a 1,2 mil milhões de euros. As Instituições Financeiras Monetárias cotadas não realizaram qualquer emissão líquida accionista, ascendendo o total de emissões efectuadas por Instituições Financeiras Não Monetárias cotadas a 20 milhões de euros. Adicionalmente, saliente-se que ocorreram duas Ofertas Públicas de Venda (Media Capital e Sporting Lisboa SAD), num valor global de 265 milhões de euros, e três Ofertas Públicas de Aquisição (Portucel, Somague e Grão-Pará), no montante total de 365 milhões de euros. As emissões líquidas efectuadas por entidades não cotadas atingiram 1.518 milhões de euros, o que compara com 3.519 milhões de euros referentes ao exercício anterior.

Fo nte : B anc o de P o rtugal; N o v 04

Mercado Primário 9.489 6.045 6.626 4.482 5.876 3.138 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 2002 2003 2004

Títulos de Dívida Acçõ es

M€

Fo nte : B anc o de P o rtugal; N o v 04

Emissões de Empresas Cotadas

573 307 132 931 0 32 0 20 1.600 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2002 2003 2004 IFM IFNM SNF M€

Relativamente ao segmento de títulos de dívida, o montante emitido ascendeu a 5.876 milhões de euros, apresentando uma diminuição de 11,3% face ao período homólogo. Esta performance reflecte o menor recurso ao financiamento através de títulos da dívida realizado pelas Instituições Financeiras Monetárias e Não Monetárias, assim como pelo Sector Não Financeiro, não obstante o aumento registado a nível das Administrações Públicas. Em termos de prazos, saliente-se uma inversão da tendência dos últimos anos, com as emissões líquidas de curto prazo a assumirem a maior ponderação (6.293 milhões de euros), sendo negativas as emissões líquidas a médio e longo prazo (-417 milhões de euros), segmento em que, em termos líquidos, foram preponderantes as emissões a taxa fixa, versus emissões a taxa indexada.

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As emissões de valores mobiliários concretizadas e a sua inerente admissão à negociação, aliadas à evolução das cotações, tiveram como efeito líquido o aumento de 8,2% na capitalização bolsista total, que ascendeu a 170.036 milhões de euros no final do exercício de 2004.

Mercado Secundário

No exercício em análise, o volume de transacções de valores mobiliários, nos mercados regulamentados e não regulamentados, ascendeu a 166.004 milhões de euros, uma subida de 7,5% face ao ano transacto. Esta performance traduz essencialmente os aumentos registados nos segmentos de Mercados de Bolsa, Mercado Especial de Dívida Pública (MEDIP) e Mercados Não Regulamentados. Nos Mercados de Bolsa, destaque para o acréscimo de 39,6% verificado no volume transaccionado no Mercado de Cotações Oficiais (MCO), que mais do que anulou as reduções de 80,9% e 40,5% apresentadas, respectivamente, no volume de transacções do Segundo Mercado (SM) e Sessões Especiais (SE). A nível dos Mercados Não Regulamentados, destaque para o Mercado de Estruturados (ME), cuja actividade teve início a 1 de Outubro de 2004, que movimentou 83 milhões de euros no exercício em questão.

No âmbito das Sessões Normais (SN), saliente-se o segmento accionista, cujo volume transaccionado, ao representar 93,3% do total, ascendeu a 27.745 milhões de euros, reflectindo um aumento de 45,8% quando efectuada uma análise comparativa com o exercício anterior. Paralelamente, refira-se que o volume transaccionado no segmento obrigacionista registou um decréscimo de 48,4%, totalizando 654 milhões de euros. Os restantes segmentos do mercado movimentaram 1.332 milhões de euros, 84,1% dos quais referentes a warrants, o que demonstra o forte dinamismo assumido por este mercado desde a sua constituição, em Outubro de 2000. O volume de transacções nas Sessões Especiais (SE) totalizou 408 milhões de euros, face aos 686 milhões de euros registados no período homólogo de 2003. No exercício em apreço, concretizaram-se duas Ofertas Públicas de Venda (OPV’s) e três Ofertas Públicas de Aquisição (OPA’s), com destaque para a OPA lançada pela Semapa sobre a Portucel, que movimentou 361 milhões de euros.

Fo nte : Euro ne xt Lis bo a (S e s s õ e s N o rm ais )

Volume de Transacções 19.024 1.268 1.402 27.745 654 1.332 0 6.000 12.000 18.000 24.000 30.000 2003 2004 Ac ç õ e s Obriga ç õ e s Outro s M€

Fo nte : Euro ne xt Lis bo a, M e rc ado s R e gulam e ntado s

Capitalização Bolsista 91.180 62.380 3.376 112.724 53.689 2.713 0 25.000 50.000 75.000 100.000 125.000 2003 2004 Ac ç õ e s Obriga ç õ e s Outro s M€

No final do exercício de 2004, a capitalização bolsista dos valores mobiliários admitidos à negociação na Euronext Lisboa cifrou-se, como se disse, em 170.036 milhões de euros, o que reflecte uma variação positiva de 8,2% face ao final de 2003, e evidencia os acréscimos de, respectivamente, 7,9% e 194,1%, verificados na capitalização do MCO e MSC, assim como a já referida constituição do Mercado de Estruturados, não obstante a redução de 5,7% apresentada em termos da capitalização bolsista do SM.

(20)

Saliente-se que o segmento accionista, cuja capitalização bolsista, incluindo mercados regulamentados e não regulamentados, atingiu 113.264 milhões de euros, continuou a assumir a maior ponderação (66,6%) em termos da capitalização bolsista global, e registou um aumento de 24% relativamente ao período homólogo. Para esta performance foi determinante a já referida evolução das cotações, que mais do que compensou o efeito líquido das inclusões/exclusões à negociação. Paralelamente, refira-se que a capitalização bolsista do segmento obrigacionista caiu 13,9%, totalizando 53.689 milhões de euros e representando 31,6% do total. No segmento Outros, merece destaque a capitalização bolsista dos warrants, que totalizou 1.625 milhões de euros e que tem registado, nos últimos anos, uma tendência decrescente.

2. Actividade do Finibanco, SA

2.1 Linhas de Acção

No decurso do exercício de 2004, o Finibanco, no cumprimento do seu objecto social, desenvolveu iniciativas e concretizou acções de que no presente Relatório se dá notícia.

A nível interno, procedeu-se à concentração de alguns Serviços operacionais e executivos, desenvolveram-se aplicativos informáticos visando maior automatização dos serviços e promoveram-se apertados programas de redução de custos, designadamente através da renegociação de contratos de prestação de serviços.

Graças a este conjunto de medidas foi possível conter o aumento dos custos de estrutura em níveis aceitáveis (4,2%), não obstante o impacto que a abertura de onze novos Balcões necessariamente neles produziu.

Visando a optimização da base de capital, privilegiou-se os segmentos de negócio menos consumidores de capital, designadamente a desintermediação financeira, que apesar dos esforços desenvolvidos não evidenciou em 2004 a performance do exercício anterior, e o Crédito à Habitação, menos exigente em matéria de capitais próprios, que cresceu 15,1%, enquanto o crédito total a clientes evoluiu 9,8%.

No seguimento da política que vinha sendo adoptada na área do crédito, as operações em apreciação, foram objecto de cuidadosa análise em matéria de risco, obedecendo a critérios de decisão cada vez maior apertados, em resultado do que a evolução dos indicadores de qualidade dos activos tem vindo a evidenciar substancial melhoria.

Deu-se continuidade à acção de preparação do Finibanco para a adopção do Acordo de Basileia II, com o concurso de conceituadas empresas de consultoria e com o empenhado apoio de equipas internas, visando:

• A avaliação de riscos e de cálculo de requisitos mínimos de capital;

• O desenvolvimento de métodos e procedimentos para minimizar o risco operacional; • A rigorosa gestão do crédito vencido e das provisões;

(21)

Tendo em vista o objectivo de crescimento sustentado do nosso Banco, a dinamização da área comercial tem vindo a merecer atenção redobrada:

• Investindo na melhoria do sistema de objectivos e incentivos, designado SOI, através do qual se procura motivar os agentes comerciais, estabelecendo uma correlação entre os prémios a atribuir e o grau de realização dos objectivos fixados;

• Corroborando o esforço desenvolvido, prioritariamente na conveniente preparação dos elementos de primeira linha da área comercial, mas extensível também aos restantes colaboradores, submetendo-os a acções de formação diversificadas, que abrangem as áreas nevrálgicas da actividade bancária;

• Disponibilizando a toda a população do Grupo o acesso aos programas de formação via Internet – designada por e-learning – em colaboração com o Instituto de Formação Bancária.

A par da aposta nos recursos humanos cuidou-se também do alargamento das redes de distribuição:

• Abriram-se onze novos Balcões;

• Contrataram-se 73 novos Promotores de Negócios;

• Criaram-se novas funcionalidades no NetBanking, designadamente o extracto integrado e o correio electrónico personalizado;

• Lançou-se o projecto da nova Banca Telefónica, que estará disponível em 2005.

Como é sabido, a conjuntura económica não evoluiu no exercício em análise, de molde a justificar o crescimento da actividade bancária a níveis que se possam considerar satisfatórios.

Não obstante todas as dificuldades encontradas e sem prejuízo de se pensar que mesmo assim teria sido possível fazer melhor, regista-se com satisfação que os Recursos de Clientes, incluindo a desintermediação, cresceram 8,8% e que o Crédito sob gestão, incluindo o securitizado, evoluiu 9%, valores relativos que traduzem o crescimento superior à média do mercado na área da Banca Tradicional.

2.2 Banca Comercial

Apoiada nas redes de distribuição disponíveis, a Banca Comercial desenvolveu a sua acção no respeito pelas normas estabelecidas no Regulamento Geral de Crédito e em todo o restante normativo de enquadramento de actuação.

Orientando a sua actividade em diversas iniciativas com prioridades previamente estabelecidas, visando a melhoria constante da carteira de crédito existente e do relacionamento com os clientes, a Banca de Negócios e Particulares e a Banca de Empresas desenvolveram esforços no sentido do incremento dos negócios, respeitando as delimitações definidas aquando da sua criação e preservando o espírito de grande complementaridade e de colaboração que as tem caracterizado. No desenvolvimento da sua actividade, a Banca Comercial angariou recursos e fez desintermediação num montante que se cifrou em cerca de 1.853,7 milhões de euros, com um crescimento de 8,8%.

(22)

O crédito concedido pela Banca Comercial distribuiu-se pelos seguintes Sectores mais representativos:

• Crédito a Particulares 28,0%

• Comércio, Restaurantes e Hotéis 21,6%

• Construção, Obras Públicas e Actividades Imobiliárias 18,6%

• Serviços 6,7%

• Têxteis, Vestuário e Calçado 3,9%

• Produtos Metálicos, Máquinas e Materiais de Transporte 3,6%

• Madeira, Cortiça e Papel 2,2%

• Indústria Química e Actividades Conexas 2,1%

• Alimentação, Bebidas e Tabaco 1,9%

• Empresários em Nome Individual 1,9%

O restante crédito encontra-se disseminado por dez outros Sectores, com pesos relativos que variam entre 0,1% (Electricidade, Água e Gás) e 1,5% (Intermediação Financeira, Seguros e Pensões).

A estrutura da distribuição por Sectores é muito semelhante à do exercício anterior e, com excepção do Sector dos Têxteis, Vestuário e Calçado que, em obediência a instruções dimanadas nesse sentido, reduziu a sua importância relativa, todos os restantes apresentam variações que não são dignas de registo.

2.2.1 Banca de Empresas

A Banca de Empresas trabalha o universo das Empresas e Empresários em Nome Individual com um volume de vendas superior a três milhões de euros anuais.

Analisa, trata e dá seguimento às solicitações de crédito e de outras operações que lhe são apresentadas, no total respeito pelas normas dos Regulamentos instituídos, gere o risco que lhes é inerente e faz o acompanhamento do crédito concedido.

No desenvolvimento da sua actividade, a Banca de Empresas angariou 42,1% do total da carteira de crédito e 17,6% dos recursos, situação que representa um aumento de peso relativo de ambas as componentes. No exercício anterior a posição era de 38,7% e 15,7%, respectivamente.

2.2.2 Banca de Negócios e Particulares

Trabalhando em complementaridade com a Banca de Empresas, a Banca de Negócios e Particulares desenvolve a sua actividade junto de clientes particulares, institucionais e pequenas e médias empresas e empresários em nome individual, com volume de negócios anual até três milhões de euros.

Trata-se da estrutura orgânica da área comercial especialmente vocacionada para a prestação de serviços personalizados junto de clientela com particularidades próprias e muito variadas.

No desenvolvimento da sua actividade, a Banca de Negócios e Particulares foi responsável por 57,9% do crédito concedido e por 82,4% dos recursos angariados, situação ligeiramente inferior à verificada no ano transacto, em que aquela estrutura era responsável por 61,3% do crédito e 84,3% dos recursos.

(23)

2.3 Banca de Investimentos 2.3.1 Private Banking

A actividade de Private Banking desenvolveu-se em obediência à estratégia definida visando a consolidação do negócio e manutenção de elevados níveis de qualidade de serviço.

Privilegiou-se o apoio a clientes existentes não se descurando, contudo, a captação de novos, tarefas em que se empenharam os serviços de aconselhamento patrimonial internacional e a assessoria de investimentos.

Apesar da incerteza experimentada no último quadrimestre, por força, nomeadamente, das substanciais alterações de natureza fiscal, foi possível continuar a apresentar aos nossos clientes soluções interessantes em matéria de aconselhamento patrimonial e estratégico.

A experiência muito positiva adquirida na área específica da gestão discricionária de carteiras de investimento continuou a ser desenvolvida, mas agora no âmbito da responsabilidade da Finivalor-Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, SA.

O apoio creditício teve como sempre uma importância residual, tendo-se privilegiado as operações que, pela sua natureza, traduzem menor exposição ao risco de crédito.

Para o ano de 2005 anima-nos uma forte ambição de crescimento, mas este ficará certamente muito condicionado pelo comportamento dos mercados e pela implementação de um conjunto de medidas de apoio ao desenvolvimento desta actividade.

2.3.2 Gestão de Activos e Desintermediação

Durante 2004 os mercados accionistas mundiais evoluíram positivamente com valorizações sólidas. Como noutro ponto deste Relatório se refere, a recuperação da economia global tornou-se evidente, com um crescimento de 5%, e trouxe dados macroeconómicos encorajadores, assumindo os EUA e a China o principal contributo, com a melhor performance dos últimos 30 anos. As empresas registaram um crescimento de 20% em termos médios, nos seus resultados, situação que em 2003 os mercados accionistas já tinham antecipado, baseados nos bons indicadores económicos, que foram confirmados em 2004, gerando maior optimismo e consequentes ganhos. Nos primeiros dez meses do exercício em análise, os mercados norte americanos transaccionaram com alguma volatilidade dentro de um curto intervalo. Algumas tentativas de subida não foram suportadamente acompanhadas, devido a factores variados como o preço do petróleo, o terrorismo, a instabilidade no Iraque, as eleições presidenciais e a subida das taxas de juro.

Em Junho a Reserva Federal iniciou a sua politica de subida de taxas de juro, tendo o Federal Funds Rate passado do nível mais baixo dos últimos 29 anos, de 1% para 1,25%, e posteriormente subido mais 4 vezes, até ao final do ano. Em Outubro os mercados iniciaram um “rally” que durou até fim de Dezembro, propulsionado pela vitória de Bush e pela queda de aproximadamente 20% do preço de petróleo.

Os mercados europeus acompanharam os mercados norte americanos, em termos de tendência e

de performance. A correlação entre estes e os mercados da Inglaterra e da Alemanha foi de 0,65 e

(24)

O Japão mostrou-se mais volátil e menos correlacionado. Em Abril o mercado já se tinha valorizado 17%, com os investidores a acreditarem que esta economia estava finalmente a sair de um período de estagnação. Contudo, a subida não era sustentada e o mercado acabou por perder os ganhos alcançados, em consequência das mesmas preocupações que contribuíram negativamente para a queda de outros mercados, designadamente as subidas do preço de petróleo e das taxas de juro. No entanto, o mercado japonês terminou o ano com uma valorização de 11,3%.

Valorização Mercados Capitais

12,64% 17,37% 7,40% 7,34% 7,54% 3,15% 17,81% 7,61% 8,99% 8,59% 0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% PSI20 IBEX CAC DAX FTSE BRAZIL JAPÃO DOW JONES SP500 NASDAQ 2004

Concluindo, em termos gerais, 2004 foi um ano relativamente calmo e de pouca volatilidade. Os mercados compensaram os investidores com retornos acima da média, apesar de haver algumas preocupações quanto à sustentabilidade do crescimento, por força das subidas das taxas de juro, do preço de petróleo e das matérias-primas e ainda por causa da vulnerabilidade do dólar.

Finibanco – Representatividade dos Fundos na Finivalor

A evolução dos valores líquidos globais dos fundos geridos pela Finivalor e comercializados na rede do Finibanco, caracterizou-se por alguns desequilíbrios, a exemplo do que se passou com a actividade económica em 2004. Não obstante, os proveitos resultantes dessa pouca homogeneidade foram muito positivos.

Nos fundos imobiliários, o crescimento atingiu 11,2%, cabendo ao Finipredial a parte mais importante desse incremento, em consequência do facto de o Finimobiliário ser um fundo fechado.

8 0.0 00 10 0.0 00 12 0.0 00 14 0.0 00 16 0.0 00 18 0.0 00 20 0.0 00 2 000 2 001 20 02 200 3 200 4

F u n do s M ob iliá rio s F u nd o s Im ob iliário s

(25)

Por esse motivo, as variações registadas neste Fundo correspondem à rendibilidade, que se cifrou em 4,01%.

Nos fundos mobiliários o crescimento anual foi reduzido (1,48%), mas assistiu-se à transferência de fundos de baixo risco para fundos de médio/alto risco, e este facto teve notórias repercussões positivas nas comissões arrecadadas pela sociedade.

Dos seis fundos mobiliários geridos pela Finivalor, três apresentaram taxas de crescimento dos valores sob gestão na casa dos 20%, e os restantes registaram quedas nos seus valores líquidos globais, que se situam entre 3,73% e 6,62%.

A rentabilidade destes fundos variou entre 1,81% (Finirendimento) e 21,32% (Finicapital).

Os activos sob gestão cresceram, em média, 9,48% graças ao comportamento do FiniPPR/E, que evoluiu cerca de 28,7%.

2.3.3 Mercado de Capitais

No ano em análise mereceu especial destaque o aumento de capital social do Finibanco-Holding, de 80.000.000 de euros para 100.000.000 de euros, mediante a emissão de 20.000.000 novas acções, de valor nominal unitário de 1 euro, reservada a Accionistas, e a aplicação do factor 0,25 à quantidade de direitos de subscrição detidos no momento da subscrição.

Fundo

2003

2004

Tx. Cres. 2003

2004

2003

2004

Fundos Mobiliários

176.337

178.938

1,48%

10.605 10.747

Finirendimento

132.021

127.090 -3,74%

6.227

6.436 2,87% 1,81%

Finibond

7.081

6.612 -6,62%

641

542 18,86% 7,23%

Finiglobal

23.399

28.818 23,16%

1.438

1.649 9,67% 2,97%

Finicapital

3.757

5.178 37,82%

493

515 19,42% 21,32%

Acções Internacionais 6.648

7.937 19,39%

626

631 12,65% 3,17%

PPA Finibanco

3.431

3.303 -3,73%

1.180

974 18,54% 17,96%

Fundos Imobiliários 127.100

141.384

11,24%

2.673

2.907

Finimobiliário

74.325

77.306 4,01%

992

949 3,43% 4,01%

Finipredial

52.775

64.078 21,42%

1.681

1.958 3,83% 3,75%

Patrimónios

33.877

37.089

9,48%

Gestão de Carteiras

18.156

16.927 -6,77%

nd

nd

na

na

FiniPPR/E

15.502

19.948 28,68%

nd

nd

na

na

Outros (1)

219

214 -2,28%

nd

nd

na

na

Total

337.314 357.411 5,96%

Participantes

Rendibilidades

VLGF (10

3

Eur)

(1) - Estes valores não incluem as verbas investidas em Fundos da Sociedade no montante de 1,706 milhões de euros em 2003 e de 1,349 milhões de euros em 2004.

(26)

Nesta Oferta Pública de Subscrição, organizada pelo Finibanco, que decorreu entre o dia 24 de Maio e o dia 8 de Junho de 2004, foram subscritas 18.670.674 acções, representativas de 93,35% do total de acções a emitir, ficando disponíveis para rateio 1.329.326 acções, para as quais foram apresentados pedidos de subscrição de acções sobrantes, num total de 36.297.313.

Todas as acções representativas do capital social do Finibanco Holding se encontram admitidas à cotação no Mercado de Cotações Oficiais da Euronext Lisbon.

Ainda no domínio de equity, foi concluída a Oferta Pública de Aquisição sobre as acções da Estoril Praia-Futebol, SAD, passando o oferente a deter, no final da operação, uma participação, directa ou indirecta, de 80,55% do capital social e dos direitos de voto daquela Sociedade.

Com vista à obtenção de funding de médio e longo prazo, foram estruturadas e colocadas 4 novas emissões de obrigações de caixa, por subscrição pública, para o Finibanco, a saber:

“FNB Cabaz de Acções 04/07”

Empréstimo com duração de 3 anos e rentabilidade indexada a um cabaz de 5 acções. A sua rentabilidade efectiva bruta poderá variar entre 0,99% e 6,26%.

“FNB Taxa Garantida 10% 04/09”

Obrigações de caixa “FNB Taxa Garantida 10% 04/09” com prazo máximo de 5 anos, mas podendo ser reembolsadas antecipadamente, a partir do 2º ano.

O reembolso antecipado está dependente da “performance” da Euribor a 12 meses.

Sendo sempre de 10% no final a remuneração do obrigacionista, o produto torna-se tanto mais atractivo quanto mais depressa se verificar a call option.

“FNB Cabaz Europa 04/07”

Empréstimo obrigacionista emitido no mês de Abril de 2004, para um horizonte temporal de 3 anos.

A rentabilidade, com um mínimo de 3%, está indexada à média dos valores de fecho do índice accionista DJ Eurostoxx 50.

“FNB Cupão Semestral 04/09”

Empréstimo obrigacionista “FNB Cupão Semestral 04/09”, que remunera o seu detentor a uma taxa fixa de 4,5%, nos 2 primeiros cupões, e a uma taxa indexada à Euribor a 6 meses, nos cupões seguintes.

Embora tenha um prazo de 5 anos, pode ser reembolsado antecipadamente a partir do segundo ano.

No decurso do exercício foram reembolsados os empréstimos obrigacionistas • “FNB Rentabilidade Assegurada 2001”

• “FNB Wall Street 01/04” • “FNB Cabaz Global 00/04” • “FNB Taxa Crescente 00/04”

de acordo com as condições previamente estipuladas nas respectivas fichas técnicas.

Do mesmo modo, foi efectuado o reembolso parcial das obrigações “FNB Rendimento Mais 02/05”. O montante total reembolsado de obrigações de caixa do Finibanco e de obrigações clássicas, emitidas pela Holding, ascendeu a 27.960 mil euros e a 25.000 mil euros, respectivamente.

No que diz respeito a Private Placements, foram, também, organizados empréstimos obrigacionistas para a Indústrias Jomar-Madeiras e Derivados, S.A. e para a Madeiporto-Madeiras e Derivados, S.A.

(27)

No que concerne a Papel Comercial, o Finibanco interveio, de entre outros, nos seguintes Programas:

EMITENTE MONTANTE DO PROGRAMA (EUR)

Incompol-Indústria de Componentes, S.A. 2.493.989,49

Construtora do Tâmega, S.A. / Construt. Tâmega, S.G.P.S., S.A. 11.700.000,00

2.4 Área Financeira e Internacional

O ano de 2004 foi caracterizado pela elevada estabilidade das taxas de juro interbancárias de curto prazo, particularmente no segundo semestre, e pela acentuada instabilidade no mercado cambial. A actividade do Finibanco nesta área pautou-se por uma adequada gestão dos riscos de liquidez, cambial e de taxa de juro, privilegiando sempre o uso da prudência na sua actuação nos mercados cambial e monetários em que se encontra envolvido.

A gestão do risco de liquidez assentou fundamentalmente nos seguintes vectores: • Cultivo de boa imagem no mercado

• Diversificação de contrapartes interbancárias • Aumento de linhas de negócio

• Criteriosa gestão dos recursos captados junto de clientes Institucionais

Paralelamente, o encaixe resultante do aumento do volume de crédito securitizado veio permitir a obtenção de funding com características de elevada estabilidade, contribuindo para a redução dos

gaps de liquidez.

A gestão do risco cambial baseou-se no estrito cumprimento dos apertados limites instituídos internamente, quer por moeda, quer por posição agregada, e foi desenvolvida em obediência a critérios conservadores.

A gestão do risco de taxa de juro foi caracterizada pelo cumprimento de limites estabelecidos para o grau de exposição da carteira bancária a este risco, por recurso a modelos de repricing e de duração para quantificar impactos, quer ao nível de conta de resultados, quer do valor de mercado dos Capitais Próprios do Banco. Pontualmente, recorreu-se à negociação de swaps de taxa de juro para efectuar o hedging do risco de taxa de juro, numa óptica de microcobertura do risco.

Paralelamente, acentuou-se a comercialização do produto “Finicâmbio” com o desenvolvimento de novos canais de distribuição.

Efectuou-se a renegociação de acordos importantes para a actividade do Banco, designadamente para a negociação de derivados no âmbito do ISDA-International Swaps and Derivatives Association, e efectuaram-se contactos com outros Bancos no sentido de incrementar as relações comerciais.

(28)

Evolução da taxa Euribor a 6 meses em 2004 1,9 1,95 2 2,05 2,1 2,15 2,2 2,25 2,3 02-0 1-20 04 16-0 1-20 04 30-0 1-20 04 13-0 2-20 04 27-0 2-20 04 12-0 3-20 04 26-0 3-20 04 09-0 4-20 04 23-0 4-20 04 07-0 5-20 04 21-0 5-20 04 04-0 6-20 04 18-0 6-20 04 02-0 7-20 04 16-0 7-20 04 30-0 7-20 04 13-0 8-20 04 27-0 8-20 04 10-0 9-20 04 24-0 9-20 04 08-1 0-20 04 22-1 0-20 04 05-1 1-20 04 19-1 1-20 04 03-1 2-20 04 17-1 2-20 04 31-1 2-20 04

Evolução diária do EUR/USD em 2004

1,15 1,2 1,25 1,3 1,35 1,4

(29)

2.5 Gestão do Risco

O Finibanco mantém uma política conservadora na assunção dos riscos, expressa num nível máximo de alocação de fundos próprios, calculados por método interno em função do perfil do cliente, não sendo, em princípio, permitidas operações que exijam níveis superiores.

Em função destes princípios, são rejeitadas todas as operações que não satisfaçam os diversos padrões de risco e outras que não se enquadrem na estratégia definida.

O conhecimento em profundidade dos níveis de exposição e a gestão integrada dos riscos assumidos, tornam-se fundamentais para a prossecução dos objectivos estabelecidos, contribuindo para a criação de valor para os Accionistas.

O modelo de gestão implementado baseia-se na separação das funções de medição, de decisão e de controlo dos riscos, tendencialmente compatíveis com as recomendações do Comité de Basileia. As categorias de risco consideradas são as seguintes: risco de crédito, de mercado (nas suas componentes risco taxa de juro, cambial, cotações e índices) e de liquidez.

Neste âmbito continuamos a acompanhar o processo de revisão dos requisitos de capital, elaborado pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (Acordo de Basileia II). Este processo de revisão, reconhecendo algumas limitações ao actual acordo, propõe uma maior relação entre os perfis de risco assumidos e os requisitos de capital, aproximando os conceitos de capital regulamentar e de capital económico, permitindo às Instituições Financeiras a utilização de parâmetros calculados internamente para a sua determinação. Estabelece ainda um requisito adicional de capitais para os riscos operacionais, reforça o papel das autoridades de supervisão (Pilar II Processo de Supervisão) e reafirma a necessidade de prestar mais e melhor informação aos mercados (informação qualitativa e quantitativa) sobre a gestão do risco das Instituições Financeiras (Pilar III Disciplina de Mercado).

A nova regulamentação traz às instituições financeiras maiores responsabilidades já que as metodologias mais avançadas dependem da capacidade de desenvolvimento de modelos internos válidos, que sejam sensíveis aos riscos específicos de cada instituição. O Finibanco, com o apoio de consultores externos, já tem em curso o processo de desenvolvimento desses modelos.

Risco de Crédito

O risco de crédito encontra-se associado à possibilidade de incumprimento efectivo da contraparte, que se consubstancia no não pagamento integral ou parcial e pontualmente, quer do capital em dívida, quer dos juros correspondentes aos empréstimos efectuados. Representa a componente de risco com maior relevo na actividade do Finibanco.

Os objectivos, políticas e estratégias da gestão do risco de crédito encontram-se consubstanciadas em documento próprio emanado do Conselho de Administração e configuram as linhas mestras de actuação nesta área. Nele se referem, nomeadamente, segmentos, sectores e produtos alvo, bem como a tipologia das operações a privilegiar, sempre assentes nos princípios da diversificação, segurança, rendibilidade, liquidez, avaliação do risco de crédito e colegialidade na decisão de crédito.

A gestão do risco de crédito no Finibanco tem como base os princípios instituídos no Regulamento Geral de Crédito e a independência nas diversas fases do processo creditício: análise, aprovação, acompanhamento das operações e monitorização da carteira.

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