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Orientações para Recuperação 2021 II ETAPA LETIVA

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Academic year: 2021

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II ETAPA LETIVA

Orientações para

Recuperação 2021

Área do Conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias

Componente Curricular: Literatura

Ano/Série: 3ª Série do Ensino Médio

Prezado(a) Estudante,

Esta Trilha de Aprendizagem apresenta possíveis caminhos para o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao componente curricular e tem o objetivo de auxiliá-lo(a) na sua rotina de estudos para que você alcance o desempenho esperado.

No decorrer da Trilha, você poderá compreender melhor os temas estudados e ampliar seus conhecimentos, por meio de diferentes estratégias que visam contribuir para o seu processo de aprendizagem.

Segue abaixo a relação de Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades a serem desenvolvidas.

UNIDADES

TEMÁTICAS CONHECIMENTOOBJETOS DE HABILIDADES

AS VANGUARDAS

EUROPEIAS Vanguardas europeias (ENEM – H12) Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais. A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO Modernismo: a linguagem do Modernismo O Modernismo no Brasil

(ENEM – H15) Estabelecer relações entre o texto

literário e o momento de sua produção, situando as-pectos do contexto histórico, social e político.

(ENEM – H16) Relacionar informações sobre

con-cepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

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PRÁTICAS DE

LINGUAGEM CONHECIMENTOOBJETOS DE HABILIDADES

A SEGUNDA FASE DO MODERNISMO O romance de 30 Características gerais do romance de 30 A poesia de 30 Características gerais da poesia de 30

(ENEM – H15) Estabelecer relações entre o texto literário

e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

(ENEM – H16) Relacionar informações sobre concepções

artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

(ENEM – H17) Reconhecer a presença de valores sociais

e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

1. APROXIMAÇÃO

Videoaulas:

► Assista às videoaulas referentes aos objetos de conhecimento, gravadas pelo(a) pro-fessor(a) na ferramenta Microsoft Teams. Registre, em seu caderno, os pontos mais impor-tantes e pause as videoaulas para consultar o livro didático.

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2. PERCEPÇÃO E PREPARAÇÃO

Videoaulas relacionadas ao objeto de conhecimento com a proposta de aula invertida, na qual o estudante registra tópicos relevantes durante a realização da atividade, por meio de mapas conceituais, nuvens de palavras, resumos ou esquemas.

► AS VANGUARDAS EUROPEIAS

https://www.youtube.com/watch?v=qW_EAxtT51I ► MODERNISMO NO BRASIL

https://www.youtube.com/watch?v=GRKio1yJeXA ► SEMANA DE ARTE MODERNA

https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=LdO_ebONK9I&feature= emb_logo

► VIAJANDO PELO MODERNISMO – ASPECTOS DA CULTURA BRASILEIRA https://www.youtube.com/watch?v=uhhGEtmxMGc&feature=emb_title ► MAM RELEMBRA EXPOSIÇÃO QUE MARCOU O MOVIMENTO MODERNISTA

NO BRASIL

https://globoplay.globo.com/v/5694062/ ► O MODERNISMO NAS ARTES PLÁSTICAS

tarsila-do-amaralpara-quem-nao-sabe-nada-de-pintura.shtml https://www1.folha.uol.com.br/podcasts/2019/08/expresso-ilustrada-explica-tarsi la-do-amaralpara-quem-nao-sabe-nada-de-pintura.shtml ► O MODERNISMO: O ROMANCE DE 30 https://www.youtube.com/watch?v=AAznN-qIj_8 https://www.youtube.com/watch?v=QDSgClU0NQQ ► O MODERNISMO: A POESIA DE 30 https://www.youtube.com/watch?v=UY6m9qOyMhc https://www.youtube.com/watch?v=lu47oyenwPo

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3. AMPLIAÇÃO

01. Observe a reprodução da pintura e leia o poema a seguir.

TEXTO I

DALÍ, Salvador. A metamorfose. Óleo sobre tela, 50,8 x 78,2 cm. Galeria Tate, Londres, Inglaterra,1937.

TEXTO II

Aperitivo

A felicidade anda a pé Na Praça Antônio Prado São 10 horas azuis

O café vai alto como a manhã de arranha-ceús. Cigarros Tietê

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a) A pintura A metamorfose, de Salvador Dalí, remete ao mito grego de Narciso, jovem que, apaixonado pelo próprio reflexo, foi transformado em flor pelos deuses.

IDENTIFIQUE um traço do Surrealismo presente na pintura A metamorfose, de Salvador Dalí.

b) Por que a composição do poema “Aperitivo”, de Mário de Andrade, pode ser comparada a uma pintura cubista?

02. Leia este comentário crítico de Mário de Andrade.

Bruta sacudidela nas artes nacionais! Lembremos agora a revolução naturalista, recorde-mos a transição parnasiana: é indiscutível que jamais reviravolta de arte movimentou e apaixo-nou e enlouqueceu mais a monotonia brasileira que o chamado Futurismo. Encheu-te de tintas, vulcões de lama, saraivada de calúnias. Muito riso e pouco siso. De ambas as partes. (…) Maluqui-ce, imprevidência é o que foi. Disparatada, sem norma, contraproducente. Confusão e caos em que as orientações opostas, em vez de covizinharem, libertas umas das outras, se confundiam numa barafunda de estardalhaço. Oh! Semana sem juízo. Desorganizada, prematura. (…) A Se-mana de Arte Moderna não representa nenhum triunfo, como também não quer dizer nenhuma derrota. Foi uma demonstração que não foi. Realizou-se. Cada um seguiu para seu lado, depois. Precipitada. Divertida. Inútil. A fantasia dos acasos fez dela uma data que, creio, não poderá mais ser esquecida na história das artes nacionais. Eis a famosa Semana.

ANDRADE, Mário. Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br. Acesso em: 28 jul. 2021.

a) Por que Mário de Andrade utiliza o termo “Futurismo” para caracterizar a revolução artística sentada na Semana de Arte Moderna?

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03. Observe a reprodução da pintura e leia o poema a seguir.

TEXTO I

Descobrimento

Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De supetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido

Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus! muito longe de mim

Na escuridão ativa da noite que caiu

Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos, Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu.

ANDRADE , Mário de. Antologia. São Paulo: Moderna, 1998. p. 08.

TEXTOII

CAVALCANTI, D. Pescadores. Óleo sobre tela, 14,5 x 162 cm. Museu de Arte Moderna, São Paulo,1951.

Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra/pescadores. Acesso em: 3 ago. 2021.

Com vista nos aspectos temáticos, EXPLIQUE por que o poema “Descobrimento”, de Mário de Andrade, e a pintura Pescadores, de Di Cavalcanti, estão inseridos no Modernismo.

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04. Leia este poema de Oswald de Andrade. pronominais Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro

ANDRADE, Oswald de. Pau brasil. São Paulo: Globo, 2003. p. 53.

No poema “pronominais”, nota-se a irreverência com que Oswald de Andrade trata a gramática.

EXPLIQUE uma contribuição do Modernismo para a linguagem literária.

05. Leia este poema.

Mãos dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.

Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela. Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.

Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.

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O poema “Mãos dadas” faz parte do livro Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade. Segundo o crítico Paulo Rónai, o poema “revela a perplexidade ante os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial”.

EXPLIQUE em que medida o contexto histórico influencia a abordagem social na poesia da segunda

geração modernista.

06. (UNICAMP) Leia os excertos a seguir:

Um dia... Sim, quando as secas desaparecessem e tudo andasse direito... Seria que as secas iriam desaparecer e tudo andar certo? Não sabia.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 118. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 25.

Nunca vira uma escola. Por isso não conseguia defender-se, botar as coisas nos seus luga-res. O demônio daquela história entrava-lhe na cabeça e saía. Era para um cristão endoidecer. Se lhe tivessem dado ensino, encontraria meio de entendê-la. Impossível, só sabia lidar com bichos.

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 118. ed. Rio de Janeiro: Record, 2012. p. 35.

a) Nos excertos citados, a seca e a falta de educação formal afetam a existência das personagens. Levando em conta o caráter crítico e político do romance, RELACIONE o problema da seca com a questão da escolarização no que diz respeito à personagem Fabiano.

b) Na literatura, o período entre 1930 e 1945 caracteriza-se pela tendência do posicionamento gico, político e social dos intelectuais brasileiros. A rebeldia estética da primeira fase modernista cedeu lugar à literatura socialmente comprometida, sobretudo no que diz respeito à prosa de ficção. Com vista nos aspectos temáticos, EXPLIQUE por que a obra São Bernardo, de Graciliano mos, insere-se no projeto literário da prosa de ficção de 30.

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4. USO

VANGUARDAS EUROPEIA

01. (ENEM 2015)

Máscara senufo. Mati. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.

As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas modernos do início do século XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. A máscara remete à A) preservação da proporção.

B) idealização do movimento. C) estruturação assimétrica. D) sintetização das formas. E) valorização estética.

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02. (ENEM 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

TEXTO I

SEVERINI, G. A hieroglífica dinâmica do Bal Tabarim. Óleo sobre tela, 161,6 x 156,2 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, 1912.

Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 18 maio 2013.

TEXTO II

A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais compli-cada do que a das pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por imagem, fica menos fixa, o objeto em si mesmo se expõe menos do que antes. Uma paisagem rasgada por um automóvel, ou por um trem, perde em valor descritivo, mas ganha em valor sintético. O homem moderno registra cem vezes mais impressões do que o artista do século XVIII.

LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989.

A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a estética do A) Cubismo, que questionava o uso da perspectiva por meio da fragmentação geométrica.

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03. (ENEM 2017 – 2ª APLICAÇÃO)

TEXTO I

DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. Aço e madeira, 1,3 m x 64 cm x 42 cm, 1913. Museu de Arte Moderna de Nova York. DUCHAMP, M. Roda de bicicleta. Barcelona: Polígrafa, 1995.

TEXTO II

Ao ser questionado sobre seu processo de criação de ready-mades, Marcel Duchamp afirmou: — Isto dependia do objeto; em geral, era preciso tomar cuidado com o seu look. É muito difícil escolher um objeto porque depois de quinze dias você começa a gostar dele ou a detestá-lo. É preciso chegar a qualquer coisa com uma indiferença tal que você não tenha nenhuma emoção estética. A escolha do ready-made é sempre baseada na indiferença visual e, ao mesmo tempo, numa ausência total de bom ou mau gosto.

CABANNE, P. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido. São Paulo: Perspectiva, 1987 (adaptado).

Relacionando o texto e a imagem da obra, entende-se que o artista Marcel Duchamp, ao criar os

ready-mades, inaugurou um modo de fazer arte que consiste em

A) designar ao artista de vanguarda a tarefa de ser o artifície da arte do século XX. B) considerar a forma dos objetos como elemento essencial da obra de arte. C) revitalizar de maneira radical o conceito clássico do belo na arte.

D) criticar os princípios que determinam o que é uma obra de arte. E) atribuir aos objetos industriais o status de obra de arte.

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A PRIMEIRA FASE DO MODERNISMO

04. (ENEM 2016 – 2ª APLICAÇÃO)

Descobrimento

Abancado à escrivaninha em São Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De sopetão senti um friúme por dentro. Fiquei trêmulo, muito comovido

Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no norte, meu Deus! Muito longe de mim,

Na escuridão ativa da noite que caiu,

Um homem pálido, magro de cabelos escorrendo nos olhos Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,

Faz pouco se deitou, está dormindo. Esse homem é brasileiro que nem eu...

ANDRADE, M. Poesias completas. São Paulo: Edusp, 1987.

O poema Descobrimento, de Mário de Andrade, marca a postura nacionalista manifestada pelos escri-tores modernistas. Recuperando o fato histórico do “descobrimento”, a construção poética problema-tiza a representação nacional a fim de

A) resgatar o passado indígena brasileiro. B) criticar a colonização portuguesa no Brasil. C) defender a diversidade social e cultural brasileira. D) promover a integração das diferentes regiões do país. E) valorizar a Região Norte, pouco conhecida

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05. (ENEM 2014)

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro, 1925. Óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP.

O Modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a

A) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. B) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. C) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. D) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. E) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

06. (ENEM 2014 – 2ª APLICAÇÃO)

cena

O canivete voou

E o negro comprado na cadeia Estatelou de costas

E bateu coa cabeça na pedra

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O Modernismo representou uma ruptura com os padrões formais e temáticos até então vigentes na literatura brasileira. Seguindo esses aspectos, o que caracteriza o poema cena como modernista é o(a) A) construção linguística por meio de neologismo.

B) estabelecimento de um campo semântico inusitado. C) configuração de um sentimentalismo conciso e irônico. D) subversão de lugares-comuns tradicionais.

E) uso da técnica de montagem de imagens justapostas. 07. (ENEM 2014)

O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem

A) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. B) forma clássica da construção poética brasileira.

C) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol.

D) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética. E) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

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08. (FUVEST 2014 – ADAPTADA)

Revelação do subúrbio

Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro, vendo o subúrbio passar.

O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes que mal têm tempo de brilhar. A noite como o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça,

até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.

Segundo o crítico e historiador da literatura Antonio Candido de Mello e Souza, justamente na déca-da que presumivelmente corresponde ao período de elaboração do livro a que pertence o poema, o modo de se conceber o Brasil havia sofrido “alteração marcada de perspectivas”. leitura do poema de Drummond permite concluir corretamente que, nele, o Brasil não mais era visto como país

A) agrícola (fornecedor de matéria-prima), mas como industrial (produtor de manufaturados).

B) arcaico (retardatário social e economicamente) mas, sim, percebido como moderno (equiparado aos países mais avançados).

C) provinciano (caipira, localista) mas, sim, cosmopolita (aberto aos intercâmbios globais).

D) novo (em potência, por realizar-se), mas como subdesenvolvido (marcado por pobreza e atrofia). E) moderno (economia exportadora), mas também desenvolvimento (devido aos intercâmbios comerciais).

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09. Leia os poemas a seguir.

TEXTO I

Mensagem à poesia

Não posso Não é possível

Digam-lhe que é totalmente impossível Agora não pode ser

É impossível Não posso.

Digam-lhe que estou muito tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar

Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.

Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo

A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe

Que a vergonha, a desonra, o suicídio ronda e os lares, e é preciso reconquistar a vida.

MORAES, V. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (fragmento).

TEXTO II

Ode ao cinquentenário do poeta brasileiro

[...] — mas haverá lugar para a poesia?

Efetivamente o poeta Rimbaud fartou-se de escrever, o poeta Maiakovski suicidou-se,

o poeta Schmidt abastece de água o Distrito Federal...

Em meio a palavras melancólicas, ouve-se o surdo rumor de combates longínquos (cada vez mais perto, mais, daqui a pouco dentro de nós).

E enquanto homens suspiram, combatem ou simplesmente ganham dinheiro, ninguém percebe que o poeta faz cinquenta anos.

DRUMMOND, C. A. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

Os poemas de Vinícius de Moraes e de Carlos Drummond de Andrade referem-se a um contexto histórico-social angustiante e expressam a ideia de que

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10. Leia o poema a seguir.

Os inocentes do Leblon

Não viram o navio entrar. Trouxe bailarinas?

Trouxe imigrantes?

Trouxe um grama de rádio?

Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram, Mas a areia é quente, e há um óleo suave

Que eles passam nas costas, e esquecem.

ANDRADE, C. D. Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Esse poema faz parte do livro Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade, obra caracte-rizada por inquietações de cunho político-social, como a ascensão de regimes totalitários, o egoísmo entre os homens, a perda progressiva de valores humanistas. Nesse texto, a utilização da palavra “ino-cente” evidencia uma visão

A) irônica, pois demonstra que a inocência é, de fato, alienação aos acontecimentos descritos. B) despretensiosa, pois não há emissão de julgamento sobre os “inocentes do Leblon”.

C) preconceituosa, pois evidencia aversão às atitudes dos “inocentes” citados. D) engajada, pois convoca os “inocentes” a derrubar os regimes totalitários. E) simples, pois caracteriza os “inocentes do Leblon” de maneira lírica. 11. (ENEM 2015)

Cântico VI

Tu tens um medo de Acabar. Não vês que acabas todo o dia Que morres no amor.

Na tristeza. Na dúvida. No desejo.

Que te renovas todo dia. No amor. Na tristeza. Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro. Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas Até não teres medo de morrer. E então serás eterno.

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12. (ENEM 2009)

Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,

vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:

esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,

este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho,

esta cabeça baixa...

Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público.

Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!

ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.

Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do poema “Confidência do Itabirano”. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima A) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade.

B) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.

C) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo. D) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em

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compa-MODERNISMO – PROSA DE 30

13. Observe a pintura abaixo.

AMARAL, T. Segunda Classe, 1933. Óleo sobre tela, 110 x 151 cm. Coleção particular, São Paulo.

A pintura Segunda Classe, obra da fase social de Tarsila do Amaral, ilustra o momento político e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, migração de trabalhadores, consolidação do capitalis-mo industrial e de uma classe de trabalhadores marginalizada e explorada. Nessa obra, ao abordar as condições da família, Tarsila usa sua arte para

A) mostrar a origem de diferenças sociais marcantes. B) apresentar o cansaço dos trabalhadores.

C) provocar uma reflexão sobre a realidade.

D) propor alternativas para resolver as desigualdades sociais. E) retratar diferenças sociais e culturais.

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14. Leia o texto a seguir.

Todo valor se transforma — ilusoriamente — em valor de troca. E toda relação humana se transforma — destruidoramente — numa relação entre coisas, entre possuído e possuidor. Tal é a relação estabelecida entre Paulo Honório e o mundo. Seu desenvolvido sentimento de pro-priedade leva-o a considerar todos que o cercam como coisas que se manipulam à vontade e se possuem.

LAFETÁ. J. L. O mundo à revelia. In: RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, 1979.

O fragmento do romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, que evidencia a análise do crítico literário José Luiz Lafetá é

A) “Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever.”

B) “Madalena entrou aqui cheia de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os tos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo.”

C) “ Bichos. As criaturas que me serviram durante anos eram bichos. Havia bichos domésticos, como o Padilha, bichos do mato, como Casimiro Lopes, e muitos bichos para o serviço do campo, bois mansos.”

D) “E a desconfiança terrível que me aponta inimigos em toda a parte! desconfiança também uma consequência da profissão.”

E) “culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. 15. Leia o seguinte texto.

Emoções indefiníveis me agitam, inquietações terríveis, desejo de voltar, tagarelar nova-mente com Madalena, como fazíamos todos os dias, e esta hora. Saudade? Não, não é isto, é desespero, raiva, um peso enorme no coração. Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me; bato na mesa e tenho vontade de chorar. Continuam Aparen-temente estou sossegado: as mãos continuam cruzadas sobre a toalha e dos dedos parecem pedras.

RAMOS, G. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record. 1989 (fragmento).

Nesse fragmento do romance São Bernardo, Paulo Honório, narrador-personagem, retoma num liris-mo doloroso a imagem de Madalena. A mistura do real com o imaginário, a atemporalidade em meio do correr dos dias, a saudade transmutada em raiva ajudam a compreender a personalidade de Paulo Honório, que se apresenta

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16. Observe a pintura a seguir.

PORTINARI, C. Retirantes. Óleo sobre tela,190 x 180 cm. MASP, São Paulo, 1944.

O painel Retirantes, de Cândido Portinari, faz parte de uma série composta por mais duas obras: Crian-ça morta e Enterro na Rede. A cena exposta nesse painel confirma que o artista não se preocupava apenas com as questões estéticas, mas com a reflexão social. Nessa obra, o artista

A) revela padrões estéticos do Modernismo, abandonando a linha clássica e rejeitando qualquer traço realista.

B) rejeita a influência das vanguardas europeias, definindo a temática e a forma de representação a partir da tradição pictórica nacional.

C) privilegia o abstracionismo, confirmando a decadência da preocupação figurativa que caracteriza a pintura surrealista.

D) manifesta preocupação social, utilizando elementos expressionistas para realçar a força dramática, acentuada pela distorção das figuras.

E) dialoga com a abstração geométrica, trabalhando a sobreposição de planos para evidenciar a expressão de sofrimento nos corpos raquíticos.

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5. FEEDBACK

Entre em contato com o(a) professor(a), por meio da ferramenta Microsoft Teams – Equipe Chat Professor ou nas aulas remotas, caso necessite de suporte para utilizar a Trilha de Aprendizagem ou esclarecer dúvidas na realização das atividades.

6. AVALIAÇÃO

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