Sessão APIRAC
Hotel Ipanema, Porto
15-3-2007
Eduardo Maldonado
2
Introdução Histórica
O início dos requisitos térmicos para sistemas energéticos (AVAC) nos edifícios em Portugal -
O
RQSECE de 1992: DL 156/92, de 27 de
Julho.
– Nunca foi aplicado, pois foi publicado com deficiências estruturais e teve de ser revogado também por falta de notificação (obrigatória) à Comissão Europeia (protecção do mercado livre – o regulamento poderia ser entrave à livre circulação de produtos).
Em 1998, foi publicado um regulamento revisto e devidamente
notificado à Comissão Europeia: o
RSECE, DL 118/98, de 7 de Maio
:– Por dificuldade de impor previsão de consumos, então exigindo meios de aplicação muito especializada, foi um regulamento que limitava a potência instalada – objectivo: dimensionar correctamente as instala-ções AVAC, evitar os habituais sobredimensionamentos exagerados; – Impor o recurso a técnicas e equipamentos eficientes;
3
Objectivos do novo RSECE, DL 79/2006
Definir as
condições de conforto térmico e de QAI
exigidas
nos edifícios;
Melhorar a
eficiência energética de todos os sistemas
energéticos
dos edifícios abrangidos, novos,
reabilitações, e existentes;
Estabelecer
regras de eficiência nos sistemas de
climatização
abrangidos;
Monitorizar as práticas de
manutenção dos sistemas
de climatização
durante o seu funcionamento
corrente;
Monitorizar a
QAI nos edifícios durante o seu
4
O Novo RSECE, DL 79/2006
Estabelece requisitos m
Estabelece requisitos m
í
í
nimos (Energia e QAI) para:
nimos (Energia e QAI) para:
–
– Grandes EdifíGrandes Edifícios de Servicios de Serviços (com uma ços (com uma áárea rea úútil superior a 1000 til superior a 1000
m
m22)*, com ou sem sistemas de climatizaç)*, com ou sem sistemas de climatização;ão;
–
– Pequenos EdifíPequenos Edifícios de Servicios de Serviçços ou Edifíos ou Edifícios de Habitacios de Habitaçção (com ão (com
uma
uma áárea rea úútil menor do que 1000 mtil menor do que 1000 m22)* mas com sistemas )* mas com sistemas mecâ-mecâ
-nicos
nicos de climatizaçde climatização (Pão (P>>25 kW);25 kW);
–
– Grandes ReabilitaçGrandes Reabilitações destas duas tipologias de edifões destas duas tipologias de edifíícios cios ––
interven
intervençções no edifões no edifíício e nos seus sistemas energcio e nos seus sistemas energééticos cujo ticos cujo custo seja superior a 25% de 630
custo seja superior a 25% de 630 €€/m/m22;;
–
– Novos sistemas de climatizaçNovos sistemas de climatização com Pão com P>>25 kW em edif25 kW em edifíícios jcios jáá
existentes (residenciais e servi
existentes (residenciais e serviçços);os);
–
– InspecInspecçções ões ààs caldeiras e aos sistemas AVAC.s caldeiras e aos sistemas AVAC.
*
*
Nota:
Nota:
excep
excep
ç
ç
ão para algumas tipologias: 500 m
ão para algumas tipologias: 500 m
22de
de
á
5
Grandes Edifícios de Serviços
Todos os edifícios não-residenciais com
mais de 1000 m
2
de área útil de
pavimento, excepto:
–
Centros Comerciais
–Hipermercados
–
Supermercados
–Piscinas cobertas
6
Exclusões do RSECE
Estão isentos das exigências do RSECE:
– edifícios industriais;
– armazéns e similares não climatizados; – igrejas e outros locais de culto;
– monumentos e edifícios classificados;
– infraestruturas militares de acesso reservado;
– Pequenos edifícios de serviços (ou fracções autónomas) sem
sistemas de climatização (P≤25 kW).
Nas ampliações que não atinjam o limiar da definição de
7
todos os pequenos edifícios sem sistemas de climatização ou com P ≤25 KwRCCTE
Energéticos
Pequenos
Áreas ≤500/1000 m2 todos os edifícios com P >25 KwRSECE
Energéticos
e
Qualidade do ar
Grandes
: Áreas>500/1000m2 todos os edifíciosRSECE
e
Energéticos
Qualidade do ar
Novos Edifícios8
Técnicos responsáveis
pela aplicação do RSECE
Nos termos do Protocolo assinado pelas entidades oficiais
Nos termos do Protocolo assinado pelas entidades oficiais
(DGGE, IA e CSOPT) e pelas Associa
(DGGE, IA e CSOPT) e pelas Associa
ç
ç
ões Profissionais (AO, OE
ões Profissionais (AO, OE
e ANET), podem responsabilizar
e ANET), podem responsabilizar
-
-
se pelos
se pelos
projectos de
projectos de
Climatiza
Climatiza
ç
ç
ão (demonstra
ão (demonstra
ç
ç
ão do RSECE)
ão do RSECE)
a apresentar
a apresentar
à
à
s
s
entidades licenciadoras:
entidades licenciadoras:
–
– Eng.ºEng.º Especialista em Eng.ªEspecialista em Eng.ª de Climatizaçde Climatização;ão; –
– Eng.ºEng.º ou Eng.ºou Eng.º TéTécnico Mecânico;cnico Mecânico; –
– Eng.ºEng.º ElectrotéElectrotécnico ou Eng.cnico ou Eng.ºº TéTécnico de Energia e Sistemas de cnico de Energia e Sistemas de
Potência Potência
;
;
–
– Outros profissionais reconhecidos, na base do seu CV e Outros profissionais reconhecidos, na base do seu CV e experiênexperiên-
-cia
cia profissional, pela respectiva associaçprofissional, pela respectiva associação profissional (OE ou ão profissional (OE ou ANET).
ANET).
Este reconhecimento profissional não exige qualquer formaçEste reconhecimento profissional não exige qualquer formação ão
espec
específica, mas os projectos RSECE terão que ser posteriormente ífica, mas os projectos RSECE terão que ser posteriormente objecto de verifica
objecto de verificação por um Perito Qualificado, que emitirção por um Perito Qualificado, que emitiráá o o Certificado Energ
Certificado Energético (no fim da construético (no fim da construção) ou Declaração) ou Declaraçção de ão de Conformidade Regulamentar (antes da emissão da licen
Conformidade Regulamentar (antes da emissão da licença ou ça ou autoriza
9
Técnicos responsáveis
pela aplicação do RSECE (continuação)
Os técnicos que se podem responsabilizar pela
construção de
sistemas AVAC
, bem como para coordenar a
Manutenção dos
sistemas AVAC
e a realização de
Auditorias Energéticas
,
devem ter as mesmas qualificações exigidas para a
elaboração de projectos de Climatização;
Para efectuar
Auditorias da QAI
, as qualificações possíveis
são diferentes:
– Especialistas em Engenharia de Climatização; – Eng.º ou Eng.º Técnico do Ambiente;
– Eng.º ou Eng.º Tec. Mecânicos; – Eng.º ou Eng.º Tec. Químicos;
– Outros profissionais reconhecidos, na base do seu CV e
10
Fases de Aplicação
O RSECE aplica-se em fase de projecto bem
como ao edifício construído e durante a sua
utilização corrente, segundo metodologias que
variam com a tipologia dos edifícios:
1.
Na obtenção de licença ou autorização de construção
–
análise do projecto
2.
Na obtenção de licença ou autorização de utilização –
análise do que foi construído
3.
Durante o funcionamento normal do edifício –
auditoria às condições de manutenção e
11
Procedimentos Legais para
Licenciamento
Para obter
licença ou autorização de construção
:
–Processo RSECE assinado pelo Projectista;
–
Declaração de Conformidade Regulamentar, emitida pelo
SCE (via Perito Qualificado);
Para obter
licença ou autorização de utilização
, no
final da construção:
–
Declaração de conformidade do construído com o
projecto e o RSECE (assinado pelo responsável pela
construção da instalação);
12
Auditorias Periódicas
aos Edifícios Existentes
Os
edifícios de serviços
(e apenas estes) ficam sujeitos a
auditorias energéticas (só grandes edifícios) e da QAI (todos)
durante o seu funcionamento normal:
– 1ª auditoria ENERGÉTICAao fim de 3 anos de utilização* do edifício –
objectivo: confirmar que o desempenho energético efectivo previsto, conforme simulação detalhada no pedido de licença de construção, corresponde à realidade – necessidade de reposição dos níveis
legalmente previstos de consumo caso contrário – passa ao regime de “Edifício Existente” depois desta auditoria.
– Auditorias ENERGÉTICAS subsequentes de 6 em 6 anos – objectivo:
confirmar que o desempenho energético do edifício continua abaixo dos níveis máximos permitidos pelo RSECE – caso contrário, obrigatório fazer Plano de Reabilitação Energética e implementação de todas as medidas com viabilidade económica;
– Em todas as auditorias ENERGÉTICAS - objectivo: verificar o
cumprimento do Plano de Manutenção (e inspecção às caldeiras e sistemas de ar-condicionado).
13
Auditorias Periódicas
aos Edifícios Existentes (cont.)
Todos os edifícios de serviços existentes
, abrangidos pelo
RSECE,
grandes ou pequenos
, ficam sujeitos a auditorias
QAI, após a atribuição da licença de utilização:
– de dois em dois anos: edifícios ou locais que funcionem como
estabelecimentos de ensino ou de qualquer tipo de formação, desportivos e centros de lazer, creches, infantários ou
instituições e estabelecimentos para permanência de crianças, centros de idosos, lares e equiparados, hospitais, clínicas e similares;
– de três em três anos no caso de edifícios ou locais que
alber-guem actividades comerciais, de serviços, de turismo, de transportes, de actividades culturais, escritórios e similares;
14
Licença (ou Autorização) de construção
O projectista deve elaborar o projecto RSECE, em que demonstra, por
fracção autónoma - FA (se as houver):
– Levantamento dimensional de cada FA
– Satisfação dos requisitos energéticos sob condições nominais de projecto:
IEE calculado por simulação detalhada ≤ IEErefpara grandes edifícios de
serviços;
IEE calculado por método simplificado ≤ IEEref para pequenos edifícios
de serviços;
Nic ≤ 0,8 Ni para pequenos edifícios de serviços e edifícios residenciais
– Satisfação dos requisitos de QAI: garantia de taxas de renovação
efectivas mínimas em cada espaço (tendo em conta a eventual presença de materiais não-ecologicamente limpos);
– Satisfação dos requisitos de qualidade dos sistemas energéticos e dos principais componentes;
– Satisfação dos requisitos mínimos de qualidade da envolvente (RCCTE). Termo de responsabilidade do projectista (e prova de capacidade
profissional emitida pela OE ou ANET);
15
Estabelecimentos de Saúde s/ InternamentoEstabelecimentos de Saúde c/ Internamento 3040 2131 HOSPITAIS 13 15 Estabelecimentos de Ensino ESCOLAS 17 20 Estabelecimentos Prisionais 14 15Tribunais, Ministérios e Câmaras Municipais
10 15 Museus e Galerias 11 15 Bibliotecas 28 30 Comunicações 26 35
Filiais de Bancos e Seguradoras
38 45
Sedes de bancos e Seguradoras
30 35 Escritórios SERVIÇOS 17 20
Clubes desportivos s/ piscina
20 25
Clubes desportivos c/ piscina
14 15
Bingos e Clubes Sociais
17 40 Discotecas 7 10 Cinemas e teatros ENTRETENIMENTO 19 25
Hotéis de 3 ou menos estrelas
30 45
Hotéis de 4 ou mais estrelas HOTÉIS 159 170 PRONTO A COMER 122 140 Pastelarias 120 120 Restaurantes SERVIÇO DE REFEIÇÕES 31 35 Pequenas lojas 58 95 Centros Comerciais 55 70 Supermercados 27 35
Vendas por Grosso
93 110
Hipermercados
COMERCIAL
IEE (kgep/m2.ano)
IEE (kgep/m2.ano)
Aquecimento Aquecimento e Arrefecimento
Tipologia do Edifício Tipos de Actividade
Edif
Edif
í
í
cios novos
cios novos
Ap
Ap
> 1000 m
> 1000 m
2216
Requisitos QAI no projecto
I.
Na obtenção de licença ou autorização de construção –
análise do projecto
– Verificação de que o projecto permite obter a QAI imposta:
– Verificação de fontes de poluição previstas (materiais e
acaba-mentos, equipamentos e processos previstos – tipologia do edifício, etc.)
– Verificação das Taxas de Renovação efectivas previstas, sala a
sala (tendo em conta os padrões de circulação – eficiência de ventilação)
– Verificação dos locais e condições de Captação de Ar Novo
– Verificação que as especificações do projecto exigem adequada
limpeza durante a construção e montagem do sistema, bem como
17
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
1.
Verificação de fontes de poluição
previstas (materiais e acabamentos,
equipamentos e processos previstos –
tipologia do edifício, etc.).
– O Perito Qualificado deve fazer a análise do projecto de
arquitectura e verificar se há a presença de materiais não ecologicamente limpos ou fontes especiais de poluição.
– No caso da presença de quaisquer destes materiais num
18
Materiais considerados
“
Não ecologicamente Limpos
”
Aglomerados de Madeira Aglomerados de Madeira Aglomerados de Corti
Aglomerados de Cortiçça de a de LiganteLigante FenFenóólicolico Tintas de Base Solvente (Esmaltes
Tintas de Base Solvente (Esmaltes AlquAlquíídicosdicos)) Colas de Base Solvente
Colas de Base Solvente
Mastiques de Base Solvente (silicone e base aquosa O.K.) Mastiques de Base Solvente (silicone e base aquosa O.K.) Lã Mineral
Lã Mineral
Têxteis de Fibra Curta Têxteis de Fibra Curta
Amianto ou Respectivos Tecidos (
Amianto ou Respectivos Tecidos (““ASBESTOASBESTO””)) Fibrocimento ou Comp
Fibrocimento ou Compóósitos de Amiantositos de Amianto Betumes e Massas de Regulariza
Betumes e Massas de Regularizaçção com COVão com COV’’ss
19
Há uma rede internacional de
laboratóri-os (Portugal, Alemanha, Finlândia, EUA,
…) que fazem este tipo de ensaios e
20
Identificação de
Fontes Poluidoras Internas ou Externas
Deve confirmar se há:
–
Quaisquer actividades a desenvolver no interior do
edifício que sejam fontes potenciais de poluição;
–
Quaisquer actividades exteriores, na proximidade do
edifício, que possam ser fontes poluidoras;
–
Quaisquer riscos de poluição derivados do solo.
Se houver fontes internas, o projecto deve demonstrar
que adopta medidas (limpeza do ar, diluição por
ventilação adequada, etc.) para que não venham a ser
excedidas as concentrações máximas admissíveis;
Se houver fontes externas, o projecto deve adoptar as
21
Exemplo: Abordagem do Radão
Face aos resultados dos estudos disponíveis,
devem ser tomados cuidados especiais com a
ventilação de espaços enterrados e com
impermeabilização cuidadosa nos locais
identificados como tendo as maiores
concen-trações naturais de Radão.
Não se devem limitar aos distritos referidos
no RSECE (que os indica como
“nomeada-mente em…”) – o ênfase é nas zonas
graníti-cas.
< 25 25 - 50 50 - 200
22
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
2.
Verificação das Taxas de Renovação efectivas
previstas, espaço a espaço.
– Devem garantir-se os valores previstos para os caudais de
renovação de ar em cada espaço (parte 3 da Ficha 3 – Anexo V do RSECE), conforme Anexo VI do RSECE;
– Caso, no ponto anterior, tenha identificada a presença de
materiais não-ecologicamente limpos, deve confirmar que o sistema AVAC está preparado para satisfazer os requisitos do Anexo VI agravados em 50%.
– Deve notar-se que o sistema AVAC não tem necessariamente de
funcionar com taxas de renovação agravadas em 50%: só tem que estar preparado para essa situação, caso tal se revele
23
Taxas de
Renovação
mínimas
exigidas
pelo
RSECE
[m3/(h.ocupante)] [m3/(h.m2)] Residencial Salas de estar e quartos 30Salas de espera 30 Lojas de comércio 5 Áreas de armazenamento 5 Vestiários 10 Supermercados 30 5 Salas de refeições 35 Cafetarias 35 35 Bares, Salas de cocktail 35 35 Sala de preparação de refeições 30
Quartos / suites 30
Corredores / átrios 5 Corredores / átrios 5 Auditório 30
Zona do palco, estúdios 30
Café/Foyer 35 35 Piscinas 10 Ginásio 35 Gabinetes 35 5 Salas de conferências 35 20 Salas de assembleia 30 20 Salas de desenho 30 Consultórios médicos 35 Salas de recepção 30 15 Salas de computador 30 Elevadores 15 Salas de aula 30 Laboratórios 35 Auditórios 30 Bibliotecas 30 Bares 35 Quartos 45 Áreas de recuperação 30 Áreas de terapia 30 Hospitais Escolas Tipo de Actividade Serviços de Refeições Empreendimentos Turísticos Entretenimento
Caudais mínimos de ar novo
Comercial
24
Artigo 6º
1—Os requisitos energéticos são calculados na base de padrões nominais de utilização dos edifícios definidos e actualizáveis por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente e do ordenamento do território e habitação em função da evolução dos consumos dos edifícios existentes.
2—As condições nominais a aplicar a um edifício ou a uma sua zona específica podem ser modificadas a título excepcional quando exista a necessidade de soluções específicas, desde que se explicitem as causas especiais que as justifiquem, e que as mesmas sejam aceites pela entidade licenciadora.
3—Todos os novos edifícios de serviços, bem como os existentes sujeitos a grande reabilitação, devem ter envolventes cujas propriedades térmicas
obedecem aos requisitos mínimos de qualidade impostos pelo RCCTE.
Comentários:
Os padrões nominais de utilização para cada tipo de uso
referem-se à ocupação, carga de equipamentos e horário
de exploração dos edifícios, conforme anexo XV.
Sugere-se que o cálculo do valor do IEE seja também
efectuado para as condições reais expectáveis.
A verificação dos requisitos mínimos da envolvente passa
25
Artigo 8º
1 - O consumo nominal específico de energia de um novo grande edifício de serviços sujeito ao presente Regulamento, nos termos do nº 1 do artigo 2º, é determinado através de uma simulação dinâmica multizona do edifício, utilizando metodologias de simulação que obedeçam aos requisitos
estabelecidos no nº 2 do artigo 13º e padrões típicos para cada tipologia de edifício definidos e actualizados por portaria conjunta dos ministros
responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente e do ordenamento do território e habitação, e não pode ultrapassar o valor máximo definido na mesma portaria.
2 - … 3 - … 4 - …
Comentários:
A simulação dinâmica multizona poderá ser substituída pelo
STE (zona única) para situações de menor complexidade desde
que se considere a indispensável correcção da interacção
entre as zonas adjacentes.
A qualidade da simulação é da responsabilidade do projectista,
26
Artigo 8º
Ao elaborar a simulação inicial, na fase de projecto, esta pode ser mais simplificada ou mais detalhada;
– A simulação é feita com as condições nominais, para obter o IEE nominal cujo limite é fixado no RSECE, mas deve ser logo calculado também o IEE operacional real, correspondente às condições previstas para funciona-mento do edifício (condições de dimensionafunciona-mento do sistema de clima-tização);
– Assim, aquando da 1ª auditoria, se o IEE real for inferior ao esperado e as condições de uso forem semelhantes às previstas para dimensionamento, será fácil demonstrar que o edifício está regulamentar;
– Se o consumo real for maior do que o esperado, contudo, isso poderá exi-gir uma simulação mais precisa do que a usada aquando do dimensiona-mento para licenciadimensiona-mento, e será na base deste novo modelo que deverá ser recalculado o novo IEE nominal.
27
Limitação da potência instalada em
novos sistemas de climatização
Comentários:
Qualquer software que seja utilizado para efectuar os
cálculos de cargas térmicas deverá cumprir o ASHRAE
Standard 140-2004.
Os cálculos detalhados deverão ser efectuados tendo em
conta as condições de clima de referência, para o local em
questão, e devem reproduzir os parâmetros de qualidade
térmica da envolvente, taxas de renovação de ar e perfis de
utilização reais.
Para efeito do apuramento do valor do IEE:
O cálculo para zona única, no caso dos pequenos edifícios
de serviços e edifícios residenciais, terá que ser efectuado
por meio da utilização do software STE.
Para edifícios multizona, poderá em casos de menor
complexidade ser considerada a utilização do STE, por soma
algébrica, desde que sejam introduzidas as correcções
28
Verificação das Taxas de Renovação
efectivas previstas, espaço a espaço
As taxas de renovação referem-se a “ar novo”, não aos
caudais totais insuflados num espaço. Portanto, para cada
espaço:
– O ar novo só coincide o caudal insuflado em sistemas a 100%
de ar novo;
– Quando há recirculação, há que determinar a fracção “ar novo”
no ar de mistura insuflado (ar novo + ar recirculado) – valor constante para cada UTA (ou equivalente) e respectiva rede de distribuição (condutas);
– Em sistemas não equilibrados, se o caudal extraído for superior
29
Exemplo de um Projecto de Climatização:
Rede de Condutas
Sala a analisar
Condutas na cobertura
30
Caudal de Ar Novo
num Sistema com Recirculação
1.28
20.000 m
3/hr
10.000 m
3/hr
12.000 m
3/hr
22.000 m
3/hr
% de ar novo: 12.000/22.000
% de ar novo = 54,55%
Ar novo insuflado na sala
:
31
Eficiência de
Ventilação
O RSECE obriga a caudais de ar de renovação efectivos.
Portanto, o caudal global insuflado deve ser multiplicado pelo valor da
eficiência de ventilação.
Sistemas “displacement” ou equivalente podem ser considerados como
tendo eficiência de ventilação de 100%.
32
Caudal de Ar Novo Efectivo
num Sistema com Recirculação
Se a Eficiência de ventilação desta configuração for
de 80% (o valor real dependerá dos componentes e
das cargas térmicas):
Caudal efectivo de ar novo
para o espaço:
1.473 * 0,8 =
1.178 m
3/hr
33
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
3.
Verificação dos locais e condições de
Captação de Ar Novo.
•
O Perito Qualificado deve assegurar-se de que a
captação de ar novo é feita em local adequado:
longe das exaustões do edifício ou de edificações vizinhas, e
fora da influência destas nas condições de ventos predominantes;
Colocada a uma altura suficiente que garanta que está fora da
zona de influência de tráfego urbano ou outras fontes de
poluição locais, por exemplo, garagens, cozinhas, locais onde é permitido fumar, torres de arrefecimento, etc., tendo em
conta os ventos dominantes;
Captação de ar em zonas interiores é desaconselhada, mas,
caso seja essa a opção, terá de ser garantido que, no plano de manutenção, será exigida uma limpeza efectiva e franca
34
Distâncias mínimas aconselhadas:
Admissão e Extracção de Ar do Edifício
Admissão de ar a mais de:
– 2,5 m do solo (evitar poeiras e outros poluentes);
– 5 m de grelhas de extracção de ar interior “corrente”; – 10 m de chaminés ou locais de passagem de veículos;
– 20 m de exaustões particularmente poluentes, incluindo instalações sanitárias e respiros de saneamento, ou outros produtos com cheiro desagradável;
– 25 m de torres de arrefecimento ou outros locais onde seja possível haver “Legionella”.
Saídas da extração de ar a uma altura superior aos edifícios
vizinhos de, pelo menos:
– 1 m, para ar “corrente”;
– 2 m, para ar mais poluído ou com cheiro forte;
35
Distâncias mínimas aconselhadas:
Admissão e Extracção de Ar do Edifício
As saídas de chaminés e de exaustões devem ficar fora de
zonas de recirculação de ar nas coberturas, criando situações
por onde possam ser readmitidas no edifício:
As admissões de ar nunca devem ser situadas, relativamente às
exaustões, na direcção dos ventos predominantes.
As distâncias indicadas aplicam-se, também, a qualquer
abertura no edifício por onde possa haver entrada de ar.
36
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
4.
Verificação que as especificações do projecto exigem
adequada limpeza durante a construção e montagem do
sistema, bem como durante o funcionamento da instalação.
–
As especificações técnicas do projecto deverão exigir
que só poderão ser utilizadas condutas e UTAs em que:
O transporte é feito com tamponamento eficaz das
extre-midades das condutas, de aberturas de UTAs, etc.;
A construção assegurará o contínuo tamponamento das
condutas e equipamentos montados, por forma a evitar a deposição de lixo e poeiras no seu interior;
No caso de componentes construídos no local (por ex.,
37
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
4.
Verificação que as especificações do projecto
exigem adequada limpeza durante a construção e
montagem do sistema, bem como durante o
funcionamento da instalação.
– As especificações técnicas do projecto deverão exigir que só
poderão ser utilizadas condutas em que:
Nenhuma conduta é isolada pelo interior, com contacto
directo entre o material de isolamento e o ar circulante;
Estão previstos acessos para limpeza de toda a rede de
condutas (portas de visita – conforme EN 12097) ou, em
alternativa, está garantido o acesso a “robots” de limpeza de tipo já disponível no mercado;
Existem dispositivos de controle e ajuste que permitam
38
Auditoria QAI ao projecto
Licença ou Autorização de Construção
4.
Verificação que as especificações do projecto
exi-gem adequada limpeza durante a construção e
montagem do sistema, bem como durante o
funcionamento da instalação.
–
As especificações técnicas do projecto deverão prever
fácil acesso para manutenção aos seguintes
componen-tes críticos para a QAI:
Filtros
Baterias (permutadores de calor) Tabuleiros de condensados
Torres de arrefecimento
39
Licença (ou Autorização) de construção
O projectista deve elaborar o projecto RSECE, em que demonstra, por
fracção autónoma - FA (se as houver):
– Levantamento dimensional de cada FA
– Satisfação dos requisitos energéticos sob condições nominais de projecto:
IEE calculado por simulação detalhada ≤ IEErefpara grandes edifícios de
serviços;
IEE calculado por método simplificado ≤ IEEref para pequenos edifícios
de serviços;
Nic ≤ 0,8 Ni para pequenos edifícios de serviços e edifícios residenciais
– Satisfação dos requisitos de QAI: garantia de taxas de renovação
efectivas mínimas em cada espaço (tendo em conta a eventual presença de materiais não-ecologicamente limpos);
– Satisfação dos requisitos de qualidade dos sistemas energéticos e dos
principais componentes;
– Satisfação dos requisitos mínimos de qualidade da envolvente (RCCTE). Termo de responsabilidade do projectista (e prova de capacidade
profissional emitida pela OE ou ANET);
40
Artigo 13º - Limitação da potência instalada em novos sistemas de climatização
1 - As potências térmicas de aquecimento ou de arrefecimento dos sistemas de climatização a instalar nos edifícios abrangidos pelo presente Regulamento, nos termos do artigo 2º, não podem exceder em mais de 40 % o valor de projecto estabelecido pelo método de cálculo adoptado para dimensionar os sistemas de climatização do edifício, quer seja por simulação dinâmica
multizona, método obrigatório para os grandes edifícios de serviços, quer seja por simulação dinâmica simplificada, do tipo zona única, admissível para os pequenos edifícios de serviços e para os edifícios residenciais.
2 - Os métodos de dimensionamento adoptados devem ser tecnicamente validados e contabilizar explicitamente, pelo menos, os seguintes factores: a) Para a carga térmica de aquecimento, todos os tipos de perdas
contabilizados no método de cálculo das necessidades de aquecimento especificado no RCCTE;
b) Para a carga térmica de arrefecimento, os ganhos sensíveis e latentes, em regime não permanente, devidos à condução através da envolvente opaca e dos envidraçados, à incidência de radiação solar nos envidraçados, às fontes internas de calor, resultantes de ocupantes, iluminação artificial e
equipamentos, às infiltrações e renovação mecânica de ar, bem como as cargas derivadas dos próprios componentes do sistema de aquecimento,
41
O Estabelecimento do limite da
Potência Máxima a Instalar
A
potência máxima que será permitido instalar é calculada a partir dosperfis previstos para a utilização do edifício (condições de
dimensionamento de sistemas AVAC), não a partir de perfis nominais:
– Os IEEs de referência para edifícios novos são calculados com base em
perfis nominais e um modelo de simulação adequado, detalhado ou simplificado;
– Este mesmo modelo de simulação é depois corrido alterando apenas o perfil
real previsto para o edifício, e será a partir dos resultados desta simulação que se estabelece o limite máximo de potência a instalar;
– Esta mesma simulação com os perfis reais (para dimensionamento) pode
produzir também um IEE esperado para o edifício, que balizará a situação correspondente às auditorias periódicas a realizar posteriormente sob
42
Potência instalada
3 - Em caso de demonstrada necessidade face aos fins a que se
destina o edifício, nomeadamente em hospitais, empreendimentos
turísticos, quando aplicável, de categoria superior ou igual a 3
estrelas e centros comerciais, onde a falta de capacidade
instalada poderia ser inadmissível, é permitido exceder o limite
estabelecido no número anterior com a
instalação de unidades de
reserva
.
Comentário:
A instalação de unidades de reserva deve ser dimensionada
em função da criticidade das aplicações sem, contudo, ter
impacto no IEE real.
Em situações especiais, de reserva activa, poderá verificar-se
43
Potência instalada
4 -É admitida a utilização de equipamentos de série com potência térmica de aquecimento ou de arrefecimento no escalão imediatamente superior à obtida por aplicação do disposto no nº. 1.
5 - No caso de serem usados equipamentos para aquecimento e arrefecimento do tipo bomba de calor, é admissível que a potência do equipamento a
instalar ultrapasse o limite estabelecido no nº. 1, para uma das potências, garantindo-se a conformidade regulamentar da outra.
Comentário:
As possibilidades acima apresentadas fazem sentido na medida da
necessidade do ajustamento dos valores obtidos no cálculo à
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Artigo 14º Requisitos de eficiência energética no projecto de novos sistemas de climatização
1 - Em todos os edifícios de serviços novos, bem como nos existentes sujeitos a
grande reabilitação, sempre que a soma das potências de climatização das
fracções autónomas num edifício, e para um mesmo tipo de uso, seja superior a 4 Pm (100 kW), é obrigatoriamente adoptado um sistema de climatização com produção térmica centralizada, aplicando-se as restrições da EN 378-1, a menos que existam dificuldades técnicas ou impedimentos de outra natureza, devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora, ou que seja demonstrada a não viabilidade económica da adopção de um sistema centralizado nesse edifício.
2 - O recurso a sistemas de climatização servindo mais de uma fracção autónoma ou edifício deve salvaguardar o cumprimento do presente Regulamento
45
Comentário:
A obrigatoriedade de utilizar sistemas centralizados destina-se a
promover o aumento da eficiência energética.
Entende-se por sistema centralizado aquele que utiliza um mesmo
fluido para distribuição de energia útil às unidades terminais.
Numa situação de edifício de utilização mista (p. ex., escritórios com
comércio no(s) piso(s) inferiores), podem considerar-se sistemas de produção distintos.
A norma EN 378-1 refere-se à concentração máxima admissível de
fluidos frigorigéneos, por tipo e por utilização.
Um edifício de serviços com mais de 100 kW no conjunto das fracções
autónomas para uma mesma tipologia de utilização deverá dispor de sistema centralizado de produção de energia térmica (ver exemplos nas tabelas seguintes).
A verificação do RSECE, nestes casos, obriga a uma verificação
global para todo o sistema e a outra para cada fracção, individual-mente.
46
Artigo 14º Requisitos de eficiência energética no projecto de novos sistemas de climatização
8 - O recurso a unidades individuais de climatização para aquecimento ou arrefecimento em edifícios de serviços licenciados posteriormente à data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 118/98, de 7 de Maio, ou em cada uma das suas fracções autónomas, só é permitido nos espaços que
apresentem cargas térmicas ou condições interiores especiais em relação às que se verificam na generalidade dos demais espaços da fracção
autónoma ou edifício, ou não ultrapassarem 12 kW de potência instalada de ar condicionado por edifício ou fracção autónoma, ou quando houver dificuldades técnicas ou impedimentos fortes de outra qualquer natureza devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora.
Comentário:
- A instalação de unidades individuais (vulgo, “splits”) só é permitida
até 12 kW por fracção (em edifícios sujeitos ao RSECE – potência total instalada > 25 kW).
- Como esta obrigação já constava do anterior RSECE, esta limitação é
extensiva a todos os novos sistemas de climatização a instalar em edifícios que foram licenciados quando o anterior RSECE já era exigido.
47
Sistemas centralizados ou descentralizados?
Fracções autónomas Potência de climatização (kW) Análise da situação F1 12 F2 10 F3 12 F4 10 F5 10 F6 8 F7 8 F8 12 F9 10 F10 6 Total 98 Situação 1
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Fracções autónomas Potência de climatização (kW) Análise da situação F1 12 F2 12 F3 10 F4 12 F5 10 F6 12 F7 10 F8 12 F9 12 F10 12 Total 114 Situação 2 Potência total superior a 100 kW, pelo que é obrigatóriaa instalação de sistema centralizado
de climatização
49
Fracções autónomas Potência de climatização (kW) Análise da situação F1 12 F2 6 F3 10 F4 6 F5 10 F6 16 F7 10 F8 8 F9 10 F10 8 Total 96 Situação 3Potência total inferior a 100 kW e potências individuais superiores a 12 kW, pelo que é obrigatória a instalação de sistema centralizado de climatização ou limitar a 12 kW a potência instalada por fracção.
Sistemas centralizados ou
descentralizados?
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3 - É obrigatório o recurso a sistemas de climatização que utilizem fontes renováveis, desde que constem de lista publicada especificamente para este efeito por despacho do director-geral de Geologia e Energia, em função da dimensão dos sistemas e da localização do edifício, e
actualizável em função dos progressos técnicos e das condições
económicas prevalecentes, a menos que seja demonstrada a sua não viabilidade económica.
Até despacho em contrário do Director-geral de Geologia e Energia referido no nº. 3 do artigo 14º, são de consideração prioritária obrigatória nos edifícios novos e nas grandes reabilitações, salvo demonstração de falta de viabilidade económica pelo projectista, ou por outros impedimentos devidamente
justificados e aceites pela entidade licenciadora, os seguintes sistemas de energias alternativas:
a) Sistemas de colectores solares planos para produção de água quente sanitária (AQS);
b) Sistemas de aproveitamento de biomassa ou resíduos, quando disponíveis; c) Sistemas de aproveitamento da energia geotérmica, sempre que disponível; d) Sistemas autónomos, combinando solar térmico, solar fotovoltaico, eólico,
etc., em locais distantes da rede eléctrica pública.
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A metodologia definida no anexo XIII baseia-se no cálculo do Período de Retorno Simples (PRS), dado pela seguinte expressão:
PRS = Ca / P1
em que:
Ca – custo adicional de investimento, calculado pela diferença entre o custo inicial da solução base, isto é, sem a alternativa de maior efi-ciência energética, e o da solução mais eficiente, estimada aquando da construção do sistema, com base na melhor informação técnica e orçamental ao dispor do projectista;
P1 – poupança anual resultante da aplicação da alternativa mais eficiente, estimada com base em simulações anuais, detalhadas ou simplifica-das do funcionamento do edifício e seus sistemas energéticos, con-forme aplicável em função da tipologia e área útil do edifício, nos ter-mos do presente Regulamento, da situação base e da situação com a solução mais eficiente.
52
4 - É obrigatória a ligação de sistemas a redes urbanas de distribuição de calor e de frio, se existirem no local ou nas suas proximidades, a menos que seja aplicável o disposto no número anterior ou que seja demonstrada a não viabilidade económica dessa opção.
Comentário:
A justificação desta obrigatoriedade assenta, por um lado, na
economia de escala associada a este tipo de sistemas, com impacte significativo ao nível da redução da potência instalada e, por outro lado, no facto de as soluções tecnológicas que lhe estão na base serem mais eficientes do que as dos sistemas independentes, sendo frequente a utilização de sistemas de co-geração.
A empresa produtora de fluidos térmicos dos sistemas urbanos de
distribuição de calor e frio deverá disponibilizar o mix de produção em kgep/kWh.
A opção pela não ligação a redes urbanas de distribuição de calor e
de frio tem que ser justificada com base no critério económico (PRS), definido no nº. 1 do Artigo 32º, acima explicitado.
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5 - É obrigatória a instalação de sistemas próprios de co-geração nos grandes edifícios com áreas úteis superiores ao limite fixado no nº. 7 do artigo 27º, actualizado periodicamente por portaria conjunta dos ministros
responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do território e da habitação, sem prejuízo da prioridade das situações previstas nos n.ºs 3 e 4, salvo demonstração da sua não viabilidade económica.
Comentário:
A obrigatoriedade de prever a instalação de sistemas de co-geração
de energia nos edifícios e/ou situações contemplados assenta na perspectiva do aumento da eficiência energética dos edifícios tendo em consideração que esta abordagem consiste no aproveitamento energético do efluente térmico (produtos da combustão) e do bloco e radiador de óleo (no caso dos motores), contribuindo significativa-mente para a redução do IEE. Previasignificativa-mente à decisão de optar por sistemas de co-geração deverá ser efectuada a avaliação económica por meio do cálculo de PRS, seguindo a metodologia acima
apresentada e definida no Anexo XIII.
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6 - A potência eléctrica para aquecimento por efeito de Joule não pode exceder 5 % da
potência térmica de aquecimento até ao limite de 25 kW por fracção autónoma de
edifício, excepto nos casos em que seja demonstrada no projecto a não viabilidade económica da instalação de sistemas alternativos, segundo a metodologia definida no presente Regulamento.
7 - Nos sistemas destinados exclusivamente a arrefecimento é permitida a instalação de
equipamento destinado a reaquecimento terminal, cuja potência não pode exceder 10
% da potência de arrefecimento a instalar, sendo admissível o recurso a resistência eléctrica dentro das condições especificadas no número anterior.
Comentário:
• Estas exigências já figuravam no antigo RSECE (DL 118/98, de 7 de Maio) e fundamentam-se na necessidade de opção pela utilização tecnologias de conversão energética mais eficientes para aproveitamento térmico como, por exemplo, com base na queima de combustíveis gasosos, restringindo ou
eliminado, sempre que possível, a utilização da energia eléctrica dada a carga poluente associada aos processos convencionais de conversão.
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8 - O recurso a unidades individuais de climatização para aquecimento ou arrefecimento
em edifícios de serviços licenciados posteriormente à data da entrada em vigor do Decreto-Lei nº 118/98, de 7 de Maio, ou em cada uma das suas fracções autónomas, só é permitido nos espaços que apresentem cargas térmicas ou condições interiores especiais em relação às que se verificam na generalidade dos demais espaços da fracção autónoma ou edifício, ou não ultrapassarem 12 kW de potência instalada de ar condicionado por edifício ou fracção autónoma, ou quando houver dificuldades
técnicas ou impedimentos fortes de outra qualquer natureza devidamente justificados e aceites pela entidade licenciadora.
Comentário:
Esta situação pretende assegurar a possibilidade de obter condições ambientais
distintas da generalidade dos espaços quando se verifique o desenvolvimento de perfis, quer de carga térmica, quer de horários de exploração, o que acontece tipicamente em espaços técnicos.
Por exemplo, no caso particular dos Centros de Processamentos de Dados
(CPD), supermercados, cinemas, etc. inseridos em centros comerciais, onde se verifiquem horários de funcionamento distintos da generalidade dos
utilizadores, é justificável a consideração de sistemas autónomos.
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9 - É obrigatório o recurso à recuperação de energia no ar de rejeição, na estação de aquecimento, com uma eficiência mínima de 50 %, ou
recuperação de calor equivalente, sempre que a potência térmica de rejeição em condições de projecto seja superior a 80 kW, excepto nos casos em que seja demonstrada em projecto a não viabilidade económica da sua instalação, segundo a metodologia definida no presente
Regulamento.
Comentário:
A recuperação de energia entre o ar extraído e o ar novo admitido é
enquadra-da em termos enquadra-da estação de aquecimento em termos de dimensionamento e exigência mínima, como acima explicitado, sendo igualmente eficaz na estação de arrefecimento, já se encontrando contemplado no regulamento anterior.
Os critérios que definem a necessidade de considerar ou não recuperação de
energia baseiam-se no potencial de recuperação (80 kW) e na viabilidade económica, nos termos anteriormente referidos considerando as economias decorrentes da operação anual, isto é, em modo de arrefecimento e em modo de aquecimento. O âmbito de aplicação da medida consiste na fracção
autónoma ou no sistema, no seu conjunto, conforme o sistema aplicado no edifício.
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10 - Nos sistemas de climatização do tipo «tudo ar», com um caudal de ar de insuflação superior a 10 000 m3/h, é obrigatória a instalação de dispositivos que permitam o arrefecimento dos locais apenas com ar exterior quando a temperatura ou a entalpia do ar exterior forem
inferiores à do ar de retorno, excepto nos casos em que seja
demonstrada a não viabilidade económica da sua instalação, segundo a metodologia definida no presente Regulamento.
Artigo 14º : Requisitos de eficiência energética
no projecto de novos sistemas de climatização
Comentário:
• A utilização de dispositivos que permitam o arrefecimento dos locais ape-nas com o ar exterior (free cooling) é enquadrada em termos de caudal de ar mínimo como critério de dimensionamento, como acima explicitado, já se encontrando contemplado também, nos mesmos níveis, no anterior RSECE. • Os critérios que definem a necessidade de considerar ou não free cooling
baseiam-se no caudal mínimo (10 000 m3/h) e na viabilidade económica,
nos termos anteriormente referidos, considerando as economias decorren-tes da operação anual. O âmbito de aplicação da medida consiste na
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11 - Os sistemas de climatização que são objecto do presente
Regulamento têm necessariamente de dispor de meios de registo do consumo próprio de energia.
12 - Todo o sistema de climatização comum a várias fracções autónomas ou edifícios tem necessariamente de dispor de dispositivos para
contagem dos consumos de energia de cada uma das fracções autónomas ou edifícios servidos pelo sistema.
15 - Todos os equipamentos dos sistemas de climatização com potência eléctrica instalada superior a 12 kW, ou potência térmica máxima em combustíveis fósseis superior a 100 kW, que integram os sistemas que são objecto do presente Regulamento, têm de dispor de meios de
registo individual para contagem dos consumos de energia, autónomos ou através de sistemas centralizados de monitorização.
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13 - A eficiência nominal dos equipamentos de aquecimento e de
arrefecimento dos sistemas abrangidos pelo presente Regulamento, expressa em termos de energia final, não deve ser inferior aos valores indicados nas directivas europeias aplicáveis transpostas para a
legislação nacional.
14 - É obrigatório o recurso à repartição da potência de aquecimento em contínuo ou por escalões, de acordo com o indicado no anexo II,
publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte
integrante, excepto nos casos em que, pelos seus baixos consumos, seja demonstrada a não viabilidade económica desta repartição, segundo a metodologia definida no presente Regulamento.
16 - Os elementos propulsores dos fluidos de transporte, cujos motores
devem ter classificação mínima EFF2, conforme classificação nos termos do acordo voluntário entre os fabricantes de motores eléctricos e a
Comissão Europeia, são seleccionados de modo que o seu rendimento
seja máximo nas condições de funcionamento nominal, e as respectivas potências devem ser adequadas às perdas de carga que têm de vencer, sendo que, no caso dos equipamentos de caudal variável, este requisito se aplica sob condições de funcionamento médio ao longo do respectivo período de funcionamento anual.
60
88,4
87,0
85,7
84,2
82,6
81,0
78,5
76,2
%
11
7,5
5,5
4,0
3,0
2,2
1,5
1,1
kW
eff
eff
2
2
93,9
93,6
93,0
92,5
92,0
91,4
90,5
90,0
89,4
%
90
75
55
45
37
30
22
18,5
15
kW
O rendimento mínimo de motores eléctricos de indução trifásicos com rotor gaiola de esquilo, protecção IP 54 ou IP 55, de 2 ou 4 pólos, de
fabrico de série com potências de 1,1 a 90 kW, deve ser igual ou superior:
O rendimento deve ser medido de acordo com a norma EN 60034-2
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17 - Todas as redes de transporte de fluidos e respectivos acessórios e componentes devem ser termicamente isolados, e ter barreira contra vapor no caso das tubagens de água arrefecida, devendo as
espessuras de isolamento obedecer aos valores mínimos definidos no anexo III, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante, em função da dimensão dos componentes a isolar, do tipo de isolamento e da temperatura do fluido em circulação.
Comentário:
A eficiência energética não se resume ao desempenho dos equipamentos
de conversão de energia e de propulsão de fluidos, pelo que a regulamen-tação também incide nas redes de transporte associadas que, dada a sua extensão em algumas situações, pode quando mal isolada e/ou mantida, competir em pé de igualdade com os componentes mais “nobres” da instalação.
Tendo em consideração uma perspectiva geral do edifício,
designada-mente no seu ciclo de vida, faz todo o sentido projectar, instalar e manter de forma correcta as redes de transporte de energia, devendo para tal respeitar as disposições do anexo III.
62
63
64
Isolamentos de tubos e condutas
1) Os diâmetros indicados são sem isolamento.
2) Espessuras para um isolamento com λλλλ = 0,040 W/(m.K) a 20 ºC.
Corrigir a espessura se necessário (material com λλλλ diferente).
3) No exterior, adicionar pelo menos 20 mm para os fluidos frios
nos casos em que D>60 mm, e 10 mm nos restantes casos de
fluidos quentes e frios.
4) Quando o fluido estiver a temperatura inferior à do ambiente,
deverá ser evitada a formação de condensações superficiais e
intersticiais mediante utilização de barreira anti-vapor.
5) Para tubagens enterradas, poderá justificar-se no projecto uma
solução diferente da aqui exigida.
65
18 - É obrigatória a especificação no projecto de todos os acessórios que permitam uma fácil monitorização e manutenção preventiva dos
sistemas, de acordo com lista especificada no anexo IV, publicado em anexo ao presente Regulamento e que dele faz parte integrante.
Comentário:
A problemática da manutenção, abordada tangencialmente
no parágrafo anterior, assume uma importância capital no
ciclo de vida dos edifícios e das instalações que deles
fazem parte e é nesse sentido que o presente regulamento
dedica uma especial atenção ao tema que será tratado
numa secção separada.
66
Artigo 16º. Sistemas de monitorização e de gestão de energia
1 - A monitorização e a gestão de energia são obrigatórias a partir do limiar de potência térmica do sistema de climatização a instalar definido no nº. 6 do artigo 27º, actualizável por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do
ordenamento do território e da habitação.
2 - O sistema de gestão de energia é obrigatório a partir de um limiar de
potência térmica do sistema de climatização a instalar, conforme definido e actualizável por portaria conjunta dos ministros responsáveis pelas áreas da economia, das obras públicas, do ambiente, do ordenamento do
território e da habitação.
3 - A portaria referida no número anterior fixa também um segundo limiar de potência instalada, a partir do qual o sistema de gestão de energia tem de permitir a optimização centralizada da parametrização do sistema de
climatização.
No presente RSECE, é obrigatória a instalação de:
a) Sistema de monitorização a partir de uma potência instalada de 100 kW; b) Sistema de gestão de energia a partir de uma potência instalada de 200
kW;
67
Licença ou Autorização de Utilização
(aplica-se também a novos sistemas AVAC em edifícios existentes)
Declaração do responsável pela construção do sistema AVAC de que
há conformidade entre o projecto e o construído e que o sistema instalado cumpre o RSECE;
Dossier demonstrativo dos Ensaios de Recepção, devidamente
quantificados e com identificação do respectivo responsável;
Demonstração de Limpeza e Higiene do Sistema, e QAI aceitável; Entrega de Telas Finais;
Entrega do Plano de Manutenção preventiva;
Identificação do Técnico Responsável pela condução e manutenção da
instalação (devidamente qualificado mediante prova de capacidade profissional emitida pela entidade competente);
Termo de responsabilidade do responsável pela construção do sistema
AVAC (e prova de capacidade emitida pela OE ou ANET);
68
Auditoria ao Edifício Novo para emissão de
Licença ou Autorização de Utilização
3.
Verificação das condições de renovação do ar
(continuação):
• Nos casos em que os materiais estão em fase de emissões
iniciais mais fortes, em decaímento, a ocupação (e a licença de utilização) só deve concretizar-se quando se puder garantir que o edifício e os respectivos sistemas não implicam, só por si, que se ultrapassam, garantidamente, as concentrações máximas
permitidas.
Parâmetros Concentração máxima de referência (mg/m3) Partículas Suspensas no Ar (PM10) 0,15 Dióxido de Carbono 1800 Monóxido de Carbono 12,5 Ozono 0,2 Formaldeído 0,1 Compostos Orgânicos Voláteis
Totais
0,6
Microorganismos
500 UFC/m
3Legionella
100 UFC/l
Radão
400 Bq/m
369
1ª Auditoria ao Edifício Existente
(ao fim de 3 anos de utilização)
O processo de licenciamento dos novos edifícios de serviços grandes só fica
concluído com uma auditoria que demonstre que o seu consumo real, em funcionamento normal, se enquadra nos limites máximos permitidos;
Esta auditoria deve realizar-se no final do 3º ano de funcionamento do edifício,
em condições de utilização normal do edifício;
Em caso de mudança de utilizador (ou desocupação) durante estes 3 anos, só
é pertinente o período de ocupação correspondente ao último ocupante, desde que tenha, pelo menos, um historial de ano completo de dados de consumo – caso contrário, a auditoria deve ser adiada;
Esta auditoria é baseada em dados reais de consumo e deve ser baseada em
modelo de simulação detalhada que consiga justificar os consumos reais com a precisão pretendida;
Este modelo pode ser o utilizado para o licenciamento do edifício, ou outro,
melhorado, que se mostre mais adequado;
O modelo validado por esta auditoria é depois utilizado com os padrões
nominais previstos para a tipologia em causa, sendo o IEE produzido por este modelo comparado então com os limites permitidos pelo RSECE;
Em caso de excesso de consumo (IEE) nominal, o edifício deve adoptar todas
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Auditorias Periódicas
em Edifícios Existentes
Os grandes edifícios de serviços
existentes ficam obrigados a fazer uma
auditoria energética de 6 em 6 anos;
Todos os edifícios de serviços, grandes e
pequenos, ficam obrigados a uma
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Auditoria à QAI
(Edifícios de Serviços existentes)
Executada sob a direcção de um Perito Qualificado para o
RSECE-QAI, segundo metodologia a fixar pelo IA;
Implicará medições objectivas das concentrações de alguns
poluentes e observação das condições de limpeza e de
manutenção dos sistemas e instalações;