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SUMÁRIO AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 2 AULA 02 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 4 AULA 03 CONCEITOS E FONTES.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

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SUMÁRIO

AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ... 2

AULA 02 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ... 4

AULA 03 – CONCEITOS E FONTES ... 5

AULA 04 - CONCEITOS E FONTES... 6

AULA 05 – ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - AUTARQUIA ... 8

AULA 06 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - FUNDAÇÕES PÚBLICAS ... 9

AULA 07 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - EMPRESAS PÚBLICAS ... 11

AULA 08 ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - SOCIENDADES DE ECONOMIA MISTA ... 11

AULA 09 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - ORGÃOS PÚBLICOS E PARAESTATAIS ... 12

AULA 10 - ÉTICA E CIDADANIA ... 15

AULA 11 - ÉTICA E CIDADANIA ... 16

AULA 12 - ÉTICA E CIDADANIA ... 17

AULA 13 - INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CF DE 1988 ... 21

AULA 14 - INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CF DE 1988 ... 22

AULA 15 – GESTÃO DE CONTRATOS ... 25

AULA 16 – GESTÃO DE CONTRATOS ... 26

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AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 – ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

O estudo da Administração Pública em geral deve partir da definição de Estado no seu sentido amplo, sobre o qual repousa toda a concepção moderna de organização e funciona- mento dos serviços públicos a serem prestadores aos administrados.

O objetivo não é aprofundar o estudo sobre o Estado, o que é objeto do Direito Constituci- onal, mas estabelecer premissas para melhor compreender os institutos do Direito Administra- tivo. Para tanto, é necessário compreender que a origem da Administração Pública está no surgi- mento do Estado, criado para substituir os anseios sociais, para representar o Povo.

1.1 Conceitos

O Estado, sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica territorial soberana; é uma nação politicamente organizada, dotada de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de di- reito público que contém seus elementos e três Poderes. Como ente personalizado, o Estado tanto pode atuar no campo do direito público quanto no direito privado, mantendo sempre sua personalidade de direito público.

O conceito de Estado está relacionado com o modo de exercício do poder político em fun- ção do território de um dado Estado. Surgiu para auxiliar e cuidas dos objetivos da sociedade, sendo que no Brasil as atividades foram distribuídas constitucionalmente entre os entes federati- vos, dai que não somos um Estado unitário, e sim um Estado Federativo.

A figura do Governo surge a partir da necessidade de organização desse Estado. O conceito de Governo refere-se à maneira como se dá a instituição do poder na sociedade, e como se dá a relação entre governantes e governados.

A Administração Pública surge para exteriorizar as necessidades de perseguição do bem público e dos serviços pela sociedade. Atualmente, divide-se em direta (composta pelos en- tes federativos) e indireta (composta por autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas).

Cumpre esclarecer ainda que o Estado é composto de três elementos originários e indis- sociáveis: o povo, que representa o componente humano; o território, que é a sua base física, e o governo soberano, que é o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder abso- luto de autodeterminação e auto-organização, emanado pelo povo.

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1.2 Elementos: Direito Público e Direito Privado

O Direito Público interno é aquele destinado a regular, precipuamente, os interesses esta- tais e sociais, subdividindo-se em Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Processual, Direito do Trabalho, Direito Eleitoral e Direito Municipal.

O Direito Público externo regulamenta as relações entre os Estados Soberanos (Direito Internacional Público) e entre cidadãos de um Estado com Estados diversos (Direito Internacio- nal Privado). Por fim, o Direito Privado tutela preponderantemente os interesses individuais, bi- partindo-se em Direito Civil e Direito Comercial.

Uma nova corrente busca o elemento diferenciador no titular da relação jurídica (sujeito).

Desse modo, o Direito Público é aquele que regula as relações das quais o Estado participa, en- quanto que o Direito Privado disciplina as relações entre particulares.

Para ambas as classificações, o Direito Administrativo é um ramo do Direito Público Interno.

1.3 Estado de Direito: Origem, Princípios e Fins

Estado de Direito é o que se subordina ao Direito, vale dizer, que se sujeita a normas jurí- dicas reguladoras de sua ação. A finalidade do Estado resume-se na busca do bem comum, da garantia do fornecimento das necessidades de toda a coletividade. A Administração Pública passa a ser a limitadora das liberdades individuais em prol dos interesses coletivos.

1.4 Formação do Direito Administrativo

A formação do Direito Administrativo, como ramo autônomo, teve início com as Revolu- ções do final do século XVIII (Francesa e Americana), que resultaram no Estado de Direito, jun- tamente com o Direito Constitucional e outros ramos do Direito Público.

De fato, a ideia de Direito Público não se coadunava com o Estado Absolutista, que não reconhecia ordenamento jurídico disciplinador sua atividade, e, tampouco, a separação dos po- deres, que eram concentrados nas mãos do Soberano.

1.5 Conceito de Administração Pública

Há dois (2) sentidos mais comuns dados à expressão Administração Pública, consoante lição de Maria Sylvia Zanella di Pietro.

a) sentido subjetivo, formal ou orgânico: designa os entes que exercem a atividade administra- tiva: compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos. É o conjunto de órgãos e de pes- soas jurídicas, aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Alguns au- tores até admitem como sinônimo de Estado, quando pensando no aspecto físico, estrutural.

Nesse sentido, conforme convenciona parte da doutrina, a expressão Administração Pública

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Esse sentido está diretamente associado ao seguinte questionamento: QUEM FAZ a Administra- ção Pública?

b) sentido objetivo, material ou funcional: designa a própria função administrativa, que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. É a atividade concreta e imediata que o Estado desen- volve sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos. Nessa aplicação, a expressão administração pública deve ser grafada com as letras iniciais minúsculas.

Esse sentido está diretamente associado ao seguinte questionamento: O QUE FAZ a Administra- ção Pública?

1.6 Divisão da Administração Pública

Representa toda atividade desenvolvida pela Administração, protegendo os interesses da coletividade e decorre do fato de o Brasil ser uma República, em que toda atividade desenvol- vida deve privilegiar a coisa pública. Desse modo, a atuação da Administração Pública divide-se em direta e indireta.

a) Administração Direta: Formada por entidades políticas (também conhecidas por entidades federativas) que recebem as suas atribuições da própria Constituição Federal. São consideradas pessoas jurídicas de direito público interno (possuem poderes políticos). São elas: União, Esta- dos, DF e Municípios.

b) Administração Indireta: Formada por entidades administrativas que exercem suas compe- tências conforme estabelecida na lei que as instituiu (elas não detêm poderes políticos e nem le- gislam). São elas: Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas.

AULA 02 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1.7 Formas de prestação da atividade administrativa:

a) Centralizada: Atividade prestada pela Administração Direta, composta por entes políticos.

Ocorre sempre que a titularidade e execução do serviço for realizada pelo próprio ente federativo sem passar por interposta pessoa.

b) Descentralizada: Ao contrário do que ocorre com a centralização, entre a pessoa federativa competente (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) e o cidadão beneficiário da atuação estatal haverá uma pessoa interposta, qual seja, a entidade descentralizada. Retira a atividade do núcleo e transfere para outra pessoa jurídica, seja da administração indireta ou particular. As concessionárias, permissionárias, SESC, SESI, SENAI e outros, não compõem a administração indireta, pois se tratam de particulares, até mesmo se enquadrando como paraestatais. Ex:

INSS; FUNASA, FUNAI, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás.

c) Desconcentrada: Divisão de atividades dentro da mesma pessoa jurídica, por meio do poder hierárquico. Existe hierarquia dentro da pessoa jurídica, diferente da descentralização, em que

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só há fiscalização. Ex: Ministros e Ministérios; Secretários e Secretarias; Procuradores e Procu- radorias.

1.8 Modalidades de Descentralização:

a) Outorga: Transferência de titularidade, que só é possível através de lei. A doutrina majoritária entende que só pode ser transferida à Administração Indireta de Direito Público (autarquias e fundações públicas).

b) Delegação: Transferência apenas da execução da obra ou serviço. A Administração detém a titularidade. Pode ser feita por lei (para as pessoas jurídicas de direito privado) ou por contrato (para os particulares, como concessões e permissões de serviço público). Também é possível a delegação através de convênios ou por ato unilateral (autorização de serviço).

AULA 03 – CONCEITOS E FONTES

2 – DIREITO ADMINISTRATIVO

2.1 Conceito

Ramo do Direito Público Interno que tem como objeto a busca pelo bem da coletividade e pelo interesse público.

Para Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo brasileiro sintetiza um conjunto harmô- nico de princípios jurídicos que regem os órgãos, aos agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

2.2 Fontes

Por não se encontrar codificado, o direito administrativo apresenta dificuldades de identifi- cação de suas fontes. Temos quatro fontes principais: a lei, a jurisprudência, a doutrina e os cos- tumes.

- A Lei, que em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo, abrangendo esta ex- pressão desde a Constituição até os regulamentos executivos. E compreende-se que assim seja, porque tais atos, impondo o seu poder normativo aos indivíduos e ao próprio Estado, estabele- cem relações de administração de interesse direto e imediato do Direito Administrativo;

- A Doutrina, formando o sistema teórico de princípios aplicáveis ao Direito Positivo, é elemento construtivo da Ciência jurídica à qual pertence a disciplina em causa. Influi ela não só na elabo- ração da lei como nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo;

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- A Jurisprudência, traduzindo a reiteração dos julgamentos num mesmo sentido, influencia po- derosamente a construção do Direito, e especialmente a do Direito Administrativo, que se res- sente de sistematização doutrinária e de codificação legal.

- O Costume, no Direito Administrativo brasileiro, exerce ainda influência, em razão da deficiên- cia da legislação. A prática administrativa vem suprindo o texto escrito, e, sedimentada na cons- ciência dos administradores e administrados, a praxe burocrática passa a suprir a lei, ou atua como elemento informativo da doutrina.

2.3 Princípios administrativos constitucionais: Art. 37 da CF/88

a) Legalidade b) Impessoalidade c) Moralidade d) Publicidade e) Eficiência

AULA 04 - CONCEITOS E FONTES

2.4 Princípios Gerais do Direito Público

O ordenamento jurídico é composto de duas espécies de normas: princípios e regras.

Princípios são as normas basilares de um sistema jurídico, de hierarquia superior às regras e de- terminantes do alcance e sentido destas. Os princípios condicionam a interpretação das regras (preceitos de comportamento).

Vejamos alguns princípios que não estão previstos no texto constitucional, mas que são utilizados para solucionar conflitos que a Administração Pública:

- Submissão do Estado à ordem jurídica – significa que o Estado apenas pode agir quando autorizado pela lei.

- Igualdade dos particulares perante o Estado – insculpido no art. 5º, da CF/88. O tratamento desigual entre os particulares apenas é possível quando possua causa justificadora, isto é, na medida de suas desigualdades.

- Devido processo – implica em garantia aos indivíduos em relação ao processo legislativo, judi- cial e, também, ao processo administrativo, que devem guardar observância com as regras cons- titucionais e infraconstitucionais.

- Responsabilidade objetiva – A Administração Pública será responsável pelos prejuízos que seus agentes causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa. O único caso que a adminis- tração pode se eximir de responsabilizar será a culpa exclusiva da vítima. Após o pagamento da

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indenização a terceiros, a administração poderá ingressar com ação regressiva contra o servidor, visando receber os valores pagos com a indenização.

- Igualdade das pessoas políticas – sendo o Estado Brasileiro federado e não unitário, as fun- ções administrativas e políticas estão divididas entre as pessoas políticas (União, Estados, Muni- cípios e Distrito Federal), que, sob a ótica jurídica são iguais entre si, encontrando suas compe- tências diretamente no texto constitucional. Não há hierarquia entre União e Estados ou Estados e Municípios, todos merecem tratamento isonômico.

- Supremacia do interesse público sobre o privado – A Constituição Federal garante os direi- tos de liberdade e propriedade aos indivíduos, entretanto, a Administração Pública cuida dos in- teresses de toda a sociedade, de modo que, nos casos em que houver conflito entre particular e Poder Público, os interesses deste último sempre prevalecem.

- Continuidade do serviço público – Diz respeito ao fornecimento dos serviços essenciais à população, ou seja, indispensáveis à coletividade. Tais serviços são de competência da Adminis- tração Pública e suas autarquias, concessionárias ou permissionárias, de maneira ininterrupta, para que o interesse da coletividade não venha a ser prejudicado.

- Indisponibilidade do interesse público – Serve para limitar a atuação do agente público, re- velando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia, podendo se afir- mar que, em nome da supremacia do interesse público o Administrador pode muito, pode quase tudo, mas não pode abrir mão do interesse público.

- Isonomia – Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na me- dida de suas desigualdades. Todavia, a dificuldade é fixar quais os parâmetros e definir quem são os iguais ou os desiguais e, o que é pior ainda, qual é a medida da desigualdade.

- Razoabilidade – Proíbe a atuação do administrador de forma despropositada quando, com a desculpa de cumprir a lei, age de forma arbitrária e sem qualquer bom-senso. Trata-se do princí- pio da proibição de excessos. Desse modo, as decisões que violarem a razoabilidade não serão inconvenientes, e sim ilegais e ilegítimas, porque ofenderão a finalidade da lei, admitindo corre- ção inclusive pelo Poder Judiciário.

- Proporcionalidade – Para a maioria dos autores, inclusive Hely Lopes Meirelles e Maria Silvia Zanella di Pietro, este princípio está contido no da razoabilidade. O princípio da proporcionali- dade exige o equilíbrio entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar, segundo padrões comuns da sociedade em que vive, analisando sempre cada caso concreto.

- Autotutela – Esclarece que a Administração Pública pode controlar os seus próprios atos, seja para anulá-los, quando ilegais, ou revogá-los, quando inconvenientes ou inoportunos, indepen- dente de revisão pelo Poder Judiciário.

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- Especialidade – Decorre dos princípios da indisponibilidade e da legalidade. Surgiu com base na ideia de descentralização administrativa, apesar de a doutrina também admitir a sua aplica- ção pela própria Administração Direta.

- Motivação – Implica para a Administração Pública o dever de justificar seus atos, apontando- lhes o fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre os eventos e situa- ções que lhes deram causa, a providência tomada, a sua compatibilidade com a previsão legal e, quando necessário, o juízo de valor, as razões de conveniência e oportunidade que justificaram a prática desses atos.

- Segurança Jurídica – Prioriza o direito adquirido.

AULA 05 – ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - AUTARQUIA

NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: Administração Direta e Indireta.

A organização da Administração é a estruturação das pessoas, entidades e órgãos que desem- penharão as funções administrativas; é definir o modelo do aparelho administrativo do Estado.

A Administração Pública brasileira hoje é dividida em direta e indireta, cada qual com as suas atribuições próprias. Antes de adentrarmos no estudo de cada um dos entes, faz-se necessário o entendimento acerca dos setores da administração existentes no País.

DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

- distribuição dentro da mesma pessoa jurídica

- deslocamento para uma nova pessoa (pode ser física ou jurídica)

- baseia-se na hierarquia (há subordinação)

- não existe hierarquia, ,as há controle e fiscalização (sem subordinação)

- ex: transferência entre órgãos da mesma pessoa política

- ex: transferência para as pessoas da Administração Indireta ou para particulares.

3.1 Administração Indireta

A administração indireta decorre da descentralização administrativa por outorga, que consiste no mecanismo onde se atribui uma atividade de interesse público a uma pessoa jurídica.

Conforme já visto anteriormente, a administração indireta é composta pelas Autarquias, Funda- ções Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

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3.1.1 AUTARQUIAS:

 Entidades autônomas;

 Criadas por lei específica;

 Personalidade jurídica de Direito Público, adquirida com a edição da lei que as cria;

 Patrimônio e receita próprios;

 Executam atividades típicas da Administração Pública;

 Sujeitas ao controle da entidade estatal a qual pertencem;

 Forma descentralizada, com outorga de serviço público típico;

 Capazes de se auto-administrar;

 Não há subordinação, apenas mera vinculação à entidade que a criou;

 Não possuem capacidade política (poder de legislar, como ocorre com os entes federati- vos). Possuem apenas capacidade de auto-administração para desempenho de uma fun- ção específica típica do Estado;

 Pode ser criada por qualquer entidade estatal;

 Ao ser extinta, seu patrimônio retorna para a entidade que a criou;

 Contratos sujeitos a licitação;

 Pessoal sujeito ao regime jurídico da entidade que a criou, sendo proibidas acumulações de cargos, empregos e funções remuneradas;

 Imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finali- dades essenciais ou delas decorrentes;

 Impenhorabilidade de seus bens, pois se os bens são públicos deve incidir o sistema dos precatórios (art. 100 da CF/88);

 Prerrogativas processuais: prazo em dobro para contestar e recorrer;

 Exemplos: IAA, IBC, ANATEL, BACEN, IBAMA, UFC, IPM, INCRA, SUDENE, DNOCS etc.

AULA 06 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - FUNDAÇÕES PÚBLICAS

3.1.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS:

 Patrimônio personalizado, com vinculação a um fim não-lucrativo e externo a quem criou a Fundação. O elemento humano que as compõe é mero instrumento para a consecução de suas finalidades;

 Pode ser instituída tanto por particulares (Exemplos: Fundação Bradesco, Fundação Ro- berto Marinho, Fundação Edson Queiroz, Fundação Airton Senna etc) como pelo Poder Público (Exemplos: FUNAI, FUNECE etc). Entretanto, o grupo que interessa ao estudo do Direito Administrativo são as fundações criadas pelo Poder Público, as chamadas Funda- ções Públicas ou Estatais;

 Integram a administração indireta;

 Lei específica autoriza sua criação;

 Para funcionar necessita do registro do estatuto;

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 Atividade não lucrativa e atípica do poder público e de interesse coletivo;

 Contratos feitos por licitação;

 Pessoal concursado;

 Proibida acumulação remunerada de cargo, emprego ou função;

 Exemplos: FUNAI, FUNASA, etc.

3.5 AGÊNCIAS:

Agências Reguladoras:

Autarquias sob regime especial, pois possuem uma maior autonomia e independência em relação ao Ente que a criou, sobretudo quando comparadas ao modelo tradicional de autarquias;

Possuem um caráter técnico e amplo Poder Normativo, tendo a finalidade de regulamentar, fiscalizar e controlar a prestação de serviços públicos e as atividades econômicas monopolizadas presentes no art. 177 da CF/88;

Submetem-se às normas constitucionais do regime jurídico administrativo, em especial o art. 37 da CF/88.

Não há um estatuto padrão e único sobre as Agências Reguladoras. Cada lei que cria essas enti- dades trata de estabelecer a sua própria disciplina;

Possuem amplo Poder Normativo para regulamentar a execução dos serviços que fazem parte de sua alçada (Exemplo: Resolução nº 426/ANATEL). Entretanto, segundo entendimento do STF, es- sas normas expedidas subordinam-se aos preceitos legais e regulamentares, não podendo inovar no ordenamento jurídico;

Regulamentam a execução de serviços públicos prestados pelo setor privado;

Instituídos por lei específica;

Independência administrativa;

Autonomia financeira;

Pessoal celetista em regime de emprego público;

Compras e contratação de serviços seguem regime especial de licitação (consulta e pregão), exceto obras e serviços de engenharia;

Dirigentes nomeados pelo Presidente da República;

Recursos próprios oriundos da taxa de fiscalização ou de autorização específica relativa à sua ati- vidade;

Exemplos: ANP, ANEEL, ANAC, ANS, ANVISA, etc.

Agências Executivas:

 São Autarquias e Fundações que já existem e se apresentam em pleno funcionamento de suas atividades, razão pela qual despertam interesse do Estado para incentivá-las;

 Celebrado um contrato de gestão e regido por este. No contrato serão definidas as metas a serem alcançadas a longo prazo. Caso a agência não supra as expectativas estatais, voltará a ser um mero ente administrativo;

 Ampliação da autonomia da Autarquia ou Fundação, resultando no crescimento de sua eficiência;

 Tanto a Autarquia como a Fundação tem que ter em andamento um plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional;

 USP, INMETRO, etc.

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AULA 07 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - EMPRESAS PÚBLICAS

3.1.3 EMPRESAS PÚBLICAS:

 Pessoas jurídicas de Direito Privado;

 Autorizadas por lei;

 Patrimônio próprio público;

 Prestar serviço público ou executar atividade econômica de natureza privada;

 Contratação de obras, serviços e compras são sujeitas a licitação, no caso de empresas prestadoras de serviços públicos; já as que exploram atividade econômica, a licitação e a contratação ficam sujeitas aos princípios da Administração Pública;

 Autônomas administrativa e financeiramente;

 Pessoal sujeito as normas trabalhistas e acidentárias;

 Capital exclusivo do poder público;

 Pode ser instituída sob qualquer forma admitida no direito;

 Instituídas e criadas por qualquer das entidades políticas;

 Patrimônio exclusivamente público;

 Submissas ao regime próprio das empresas privadas;

 Não possuem privilégios administrativo, tributário ou processual.

AULA 08 ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - SOCIENDADES DE ECONOMIA MISTA

3.1.4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:

 Pessoas jurídicas de Direito Privado;

 Autorizadas por lei para a exploração de atividade econômica ou prestação do serviço pú- blico, sob a forma de S/A (sempre), cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria (pelo menos 50% + 1) ao poder público;

 Capital do poder público e de particulares;

 Administração do poder público e de particulares;

 Realiza atividade econômica ou serviço público outorgado pelo Estado;

 Admitem lucro;

 Têm a forma de S/A, sujeitando-se a Lei das S/A;

 Podem ser instituídas por qualquer entidade política;

 Não têm qualquer privilégio estatal;

 Patrimônio público e privado;

 Pessoal concursado e regido pelas normas da CLT;

 Exemplos: Banco do Brasil S/A, Petrobrás S/A, Eletrobrás S/A, Cagece S/A.

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AULA 09 - ADMINSTRAÇÃO INDIRETA - ORGÃOS PÚBLICOS E PARAESTATAIS

3.2 Órgãos Públicos

Como já visto anteriormente, o Estado, para prestação de suas atividades, pelas diversas funções que exerce, tem que distribuir em seu setor interior os encargos de sua competência com diversas unidades, exercendo cada qual uma parcela de suas atribuições.

Essas unidades são chamadas de órgãos públicos e, em razão de sua especialização, conseguem desenvolver serviços mais eficientes.

Os agentes públicos integram os órgãos e realizam em última instância a vontade estatal.

Desse modo, toda atuação do agente público, seja lícita ou ilícita, sempre é imputada ao ente es- tatal. Trata-se da “Teoria do Órgão” ou “Teoria da Imputação”.

Esta teoria determina que o órgão, como mero ente despersonalizado de competências, é uma parte da pessoa jurídica estatal. O órgão não é pessoa e classicamente não é sujeito de di- reitos, nem de obrigações. O órgão é, na verdade, um círculo de poderes e atribuições.

Não possuem personalidade jurídica própria, ou seja, os atos que praticam são atribuídos ou imputados à entidade estatal a que pertence;

Os órgãos também não se confundem com a pessoa jurídica, porque esta representa o todo em que os órgãos são partes. Também não se confundem com a pessoa física, porque re- presentam uma reunião de funções a serem exercidas pelos agentes que compõem o órgão;

Entre os órgãos existe um vínculo hierárquico; alguns órgãos podem ter representação própria, isto é, ter seus próprios procuradores, apesar de em regra não ter capacidade para estar em juízo, salvo em situações excepcionais em que lhes é atribuída a personalidade jurídica.

3.3.1 Classificação dos órgãos públicos

a) Quanto à posição estatal:

- Órgãos independentes: São os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica e funcional, e sujeitos apenas aos controles jurisdicionais de um sobre o outro. Exemplo: a Chefia do Executivo, as Casas Legislativas e os órgãos do Poder Judiciário.

- Órgãos autônomos: São os localizados na cúpula da Administração, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Podem participar das de- cisões governamentais. Exemplo; Ministérios, Secretarias de Estado e de Município, Procurado- ria Geral de Justiça.

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- Órgãos Superiores: São os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos as- suntos de sua competência específica, mas sempre sujeitos à subordinação e ao controle hierár- quico de uma chefia mais alta. Não gozam de autonomia administrativa e nem financeira. Exem- plo: Inspetorias-Gerais, Departamentos e Divisões.

- Órgãos Subalternos: São os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos de deci- são, exercendo principalmente funções de execução. Exemplo: Seções de Almoxarifado, de Pes- soal, Zeladoria.

b) Quanto à estrutura:

- Órgãos Simples ou Unitários: São constituídos por um único centro de atribuições, sem sub- divisões internas. Exemplo: Conselho de Defesa Nacional.

- Órgãos Compostos: São constituídos por vários outros órgãos. Exemplo: Ministérios, Secreta- rias de Estado e Congresso Nacional.

c) Quanto à composição:

- Órgãos singulares ou unipessoais: São os integrados por um único agente. Exemplo: Presi- dência da República.

- Órgãos coletivos, colegiados ou pluripessoais: São os constituídos por vários agentes.

Exemplo: Tribunais e Congresso Nacional.

3.4 PARAESTATAIS

Essas pessoas jurídicas são conhecidas por entes de cooperação ou entidades paraesta- tais, porque colaboram ou cooperam com o Estado no desempenho de uma atividade de inte- resse coletivo, embora não integrem a Administração, residindo apenas ao lado dela.

São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, realizam projetos de interesse do Estado, prestando serviços não exclusivos e viabilizando o seu desenvolvimento.

Por isso recebem ajuda do Estado, desde que preenchidos determinados requisitos esta- belecidos em lei específica para cada modalidade.

Sujeitam-se a controle pela Administração Pública e pelo tribunal de Contas. O seu regime jurídico é predominantemente provado, contudo parcialmente derrogado por regras de direito pú- blico.

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 Pessoas jurídicas de Direito Privado;

 Dispostas ao lado do Estado;

 Executam serviços não privativos do Estado, de interesse coletivo;

 Criadas por lei;

 Patrimônio próprio;

 Autônomas administrativa e financeiramente;

 Vinculadas a determinados órgãos da entidade estatal;

Compreendem entes de cooperação: os serviços sociais autônomos; as entidades de apoio;

as organizações sociais e as organizações da sociedade civil de interesse público.

Serviço Social Autônomo (Sistema “S”): SESI, SESC, SEBRAI, SENAI.

– Servem para incentivar as diversas categorias profissionais.

– Pode receber recurso orçamentário.

– Está sujeito a controle pelo Tribunal de Contas.

– Estão sujeitos à licitação.

O regime pessoal é celetista e a escolha é feita através de um processo seletivo simplificado.

Entidade de Apoio: Mais comum nas universidades públicas e nos hospitais. São pessoas jurí- dicas de natureza privada que exercem, sem fins lucrativos, atividade social e/ou serviços sociais não exclusivos do Estado.

– Instituída pelos próprios servidores públicos, em nome próprio e com recursos próprios.

– Pode ter natureza de fundação (maioria), associação e cooperativa.

– Estabelecida por meio de convênio.

– Recebem fomento do Estado, quer por meio de dotações orçamentárias específicas, quer por meio de cessão provisória de servidores públicos e também por permissão pro- visória de uso de bens públicos.

Organização Social (OS): Surgiu em razão de extinção de estruturas da Administração Pública.

As atividades por elas desenvolvidas são aquelas acessíveis aos próprios particulares indepen- dentemente de intervenção estatal.

– Tem como função desenvolver atividades ligadas à prestação de serviço público.

– Presta serviços ligados à educação, à cultura, à tecnologia etc.

– É o contrato de gestão que fornece às OS’s essa capacidade.

– Estão sujeitos a controle pelo Tribunal de Contas.

– São dispensados de licitação.

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OSCIP’s: Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei nº 7.790/99. É conceituada como pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular, sem fins lucrativos, para a pres- tação de serviços sociais não exclusivos do Estado (serviços socialmente úteis), sob incentivo e fiscalização desse Estado e que consagre, em seus estatutos, uma série de normas sobre estru- tura, funcionamento e prestação de contas.

– Não foram criadas da extinção de um órgão. São pessoas jurídicas que já existiam no mercado há pelo menos um ano.

– As finalidades são as mesmas da OS.

– A OSCIP não participa diretamente do orçamento, apesar de receber recursos públicos, pago através de ordem bancária.

AULA 10 - ÉTICA E CIDADANIA

Ética e cidadania.

Os doutrinadores estão cada vez mais preocupados em conceituar e ao mesmo tempo diferenciar os conceitos de ética e moral. Trata-se de uma preocupação da sociedade contemporânea, no intuito de definir aquilo que deve ser protegido e garantido pelo Estado.

A ética é uma ciência de estudo da filosofia e, durante toda a história, vários pensadores se ocuparam de entendê-la, visando à melhoria nas relações sociais. As normas éticas revelam a melhor forma de o homem agir durante o seu relacionamento com a sociedade e em relação a si mesmo.

Vejamos algumas diferenças entre os dois institutos:

1) ÉTICA

A ética trata das finalidades do agir, é de natureza teleológica, isto é, estuda a teoria dos fins. Ela visa a auxiliar o julgamento do homem e guiá-lo no comportamento da ação, cujo fim é realizar o bem.

Em um sentido amplo, o estudo da ética visa determinar o que é certo ou errado, bom ou mau, permitido ou proibido, para analisar se uma ação será considerada ética, tendo como base o conjunto de valores e normas admitidos pela sociedade.

Com esse escopo, surgiram os códigos de ética profissional, justamente para sistematizar os princípios de orientação para os seus profissionais.

Ética é a parte da filosofia que se ocupa do estudo do comportamento humano e investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser verdadeiramente feliz e alcançar, como diriam os gregos, o "Bem viver".

2) MORAL

A moral é o conjunto de normas de conduta prescrito por um grupo social, sugerida por um determinado autor, imposta pela religião ou corrente de pensamento, que dispõe o homem para, no âmbito de sua consciência e no uso de sua razão, distinguir entre o bem e o mal, para fazer as suas escolhas. Ela possui fundamento no dever e, por essa razão, ressalta a importância da ética, no tocante à análise da finalidade do agir, ao indicar as prioridades a respeito das finalidades mais importantes.

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O termo moral deriva do latim — mos —, e significa costumes. A moral é a "ferramenta" de trabalho da ética. Sem os juízos de valor aplicados pela moral, seria impossível determinar se a ação do homem é boa ou má.

Moral é o conjunto de normas, livre e consciente, adotado que visa organizar as relações das pessoas, tendo como base o bem e o mal, com vistas aos costumes sociais.

Apesar de serem semelhantes, ética e moral são termos aplicados diferentemente.

Enquanto ÉTICA trata o comportamento humano como objeto de estudo e normatização, procurando tomá-lo o mais abrangente possível, MORAL se ocupa de atribuir um valor à ação.

Esse valor tem como referências as normas e conceitos do que vem a ser bem e mal baseados no senso comum.

- Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:

• Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;

• Ética é permanente, moral é temporal;

• Ética é universal, moral é cultural;

• Ética é regra, moral é conduta da regra;

• Ética é teoria, moral é prática.

Após os esclarecimentos acerca dos conceitos e diferenças entre ética e moral, devemos esclarecer que, sendo a ética uma moral positivada é preciso definir os princípios e valores que o norteiam.

- Princípio é onde alguma coisa ou conhecimento se origina. Também pode ser definido como conjunto de regras ou código de (boa) conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas ações.

- Nas mais diversas sociedades, independentemente do nível cultural, econômico ou social em que estejam inseridas, os valores são fundamentais para se determinar quais são as pessoas que agem tendo por finalidade o bem.

AULA 11 - ÉTICA E CIDADANIA

3) Ética: Exercício da Cidadania

Etimologicamente, o termo democracia vem do grego demokratía, em que demo significa governo e kratía, povo. Logo, a definição de democracia é "governo do povo".

A democracia confere ao povo o poder de influenciar na administração do Estado. Por meio do voto, o povo é que determina quem vai ocupar os cargos de direção do Estado, tornado-se responsável por seus atos.

A relação entre a ética e democracia nos garante, portanto, o exercício da cidadania, que por sinal está inserido entre os fundamentos da República Federativa do Brasil, em conformidade com o disposto no art. 1º da CF/88.

Os princípios constitucionais devem ser observados para que a função pública se integre de forma indissociável ao direito. Vejamos os principais princípios destacados no art. 37 da CF/88:

a) Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fielmente os meandros da lei. Este princípio garante a segurança jurídica.

b) Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de igualdade, de modo que todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o que a lei prevê. Os agentes públicos, no exercício de sua função pública, não podem utilizar sua vontade pessoal nos seus atos.

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c) Moralidade: consiste no respeito ao padrão moral para não comprometer os bons costumes da sociedade. Dificilmente é possível desmembrá-lo do princípio da impessoalidade.

d) Publicidade: refere-se à transparência de todo ato público, salvo os casos previstos em lei, tais como intimidade e necessidade de segurança nacional.

e) Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização dos meios que são postos a sua disposição para a execução do seu mister. Este princípio é o mais recente, já que foi inserido através da EC nº 19/98, que tratou da reforma administrativa do Estado brasileiro.

4) Ética e Atividade Policial

A aplicação da ética impele que a ação policial seja desenvolvida com fundamento no respeito da dignidade da pessoa humana, dos quais os Direitos Humanos é pressuposto inerente e desempenhada de tal forma que não colida com os direitos e garantias individuais, na concepção constitucional de que não são limitados por rol taxativo.

Como ela se materializa através da ação do policial, está suscetível aos caprichos da imperfeição humana, cujo aperfeiçoamento se traduz na preocupação primeira da ética.

O homem constrói os seus valores éticos fundamentais (justiça, probidade, honestidade, benevolência, cordialidade, respeito, autodisciplina, moderação, amizade, generosidade, diligência, imparcialidade, confiança, compaixão, prudência, cooperação, coragem, lealdade, tolerância) ao longo de seu amadurecimento como ser humano, no relacionamento com a família, amigos e na escola.

5) Ética e Função Pública

Os servidores públicos estaduais, categoria na qual se incluem os servidores policiais militares, estão submissos as normas éticas, deontológicas, regimentais e disciplinares dispostas aos funcionários públicos estaduais de uma forma geral e, algumas vezes, em particular.

A Lei nº 13.407/2003, institui o Código Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Ceará e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, em que trata da Deontologia Policial Militar, dos valores policiais militares e de seus deveres. Nesse normativo é possível constatar a necessidade de cumprimento de preceitos, sob pena de responsabilidade disciplinar, com a condenação nas sanções dispostas.

Vejamos alguns dispositivos importantes acerca do normativo:

AULA 12 - ÉTICA E CIDADANIA

Da Deontologia Policial-Militar

No tocante à atividade policial, algumas iniciativas para definição de um código de ética policial foram realizadas por algumas organizações policiais do mundo, geralmente fundamentadas nas normas gerais definidas por organismos internacionais ligados à proteção dos direitos humanos, das quais se destacam a “Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU”, editada após o término da Segunda Guerra Mundial; o “Código de Conduta para funcionários de fazer cumprir a lei”, editada através da Resolução nº 34/169, da Assembléia Geral da ONU; a

“Convenção Interamericana de Direitos Humanos”, conhecida como “Pacto de São José”; e a

“Declaração sobre a Polícia”, adotada pela Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa, na

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No âmbito policial, convém citar a “Ata da Polícia Metropolitana de Londres”, de 1829; o

“Projecto de Código Deontológico do Serviço Policial”, datado de 2000, do Ministério de Administração Interna de Portugal; e o “Código de Ética da Polícia de Investigações do Chile”.

Em relação à Polícia Militar do Estado do Ceará, o art. 6º do citado normativo trata da matéria. Vejamos:

Art. 6º - A deontologia militar estadual é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão do militar estadual atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, mediante:

I - relativamente aos policiais militares, a preservação da ordem pública e a garantia dos poderes constituídos;

II - relativamente aos bombeiros militares, a proteção da pessoa, visando sua incolumidade em situações de risco, infortúnio ou de calamidade.

§ 1º. Aplicada aos componentes das Corporações Militares, independentemente de posto ou graduação, a deontologia policial-militar reúne princípios e valores úteis e lógicos a valores espirituais superiores, destinados a elevar a profissão do militar estadual à condição de missão.

§ 2º - O militar do Estado prestará compromisso de honra, em caráter solene, afirmando a consciente aceitação dos valores e deveres militares e a firme disposição de bem cumpri-los.

Dos Valores Militares Estaduais

Art. 7º - Os valores fundamentais, determinantes da moral militar estadual, são os seguintes:

I - o patriotismo;

II - o civismo;

III - a hierarquia;

IV - a disciplina;

V - o profissionalismo;

VI - a lealdade;

VII - a constância;

VIII - a verdade real;

IX - a honra;

X - a dignidade humana;

XI - a honestidade;

XII - a coragem.

Dos Deveres Militares Estaduais

A autonomia policial é influenciada pela discricionariedade característica da ação do policial e, portanto, amparada pelos critérios de profissionalismo acima comentados. O policial encarregado das funções de Polícia Judiciária e Administrativa não está ligado a métodos rígidos de investigação, pois a todo o momento se depara com situações novas, previsíveis e imprevisíveis, em que deverá exercitar a sua criatividade para superá-las, devendo agir amparado da autonomia que é natural a sua atividade. É óbvio que a sua ação só será considerada válida sob o ponto de vista ético se respeitar a dignidade da pessoa humana e os seus direitos fundamentais.

Vejamos o disposto na lei acerca dos deveres policiais militares no Estado do Ceará:

Art. 8º - Os deveres éticos, emanados dos valores militares estaduais e que conduzem a atividade profissional sob o signo da retidão moral, são os seguintes:

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I - cultuar os símbolos e as tradições da Pátria, do Estado do Ceará e da respectiva Corporação Militar e zelar por sua inviolabilidade;

II - cumprir os deveres de cidadão;

III - preservar a natureza e o meio ambiente;

IV - servir à comunidade, procurando, no exercício da suprema missão de preservar a ordem pública e de proteger a pessoa, promover, sempre, o bem estar comum, dentro da estrita observância das normas jurídicas e das disposições deste Código;

V - atuar com devotamento ao interesse público, colocando-o acima dos anseios particulares;

VI - atuar de forma disciplinada e disciplinadora, com respeito mútuo a superiores e a subordinados, e com preocupação para com a integridade física, moral e psíquica de todos os militares do Estado, inclusive dos agregados, envidando esforços para bem encaminhar a solução dos problemas surgidos;

VII - ser justo na apreciação de atos e méritos dos subordinados;

VIII - cumprir e fazer cumprir, dentro de suas atribuições legalmente definidas, a Constituição, as leis e as ordens legais das autoridades competentes, exercendo suas atividades com responsabilidade, incutindo este senso em seus subordinados;

IX - dedicar-se em tempo integral ao serviço militar estadual, buscando, com todas as energias, o êxito e o aprimoramento técnico-profissional e moral;

X - estar sempre disponível e preparado para as missões que desempenhe;

XI - exercer as funções com integridade e equilíbrio, segundo os princípios que regem a administração pública, não sujeitando o cumprimento do dever a influências indevidas;

XII - procurar manter boas relações com outras categorias profissionais, conhecendo e respeitandolhes os limites de competência, mas elevando o conceito e os padrões da própria profissão, zelando por sua competência e autoridade;

XIII - ser fiel na vida militar, cumprindo os compromissos relacionados às suas atribuições de agente público;

XIV - manter ânimo forte e fé na missão militar, mesmo diante das dificuldades, demonstrando persistência no trabalho para superá-las;

XV - zelar pelo bom nome da Instituição Militar e de seus componentes, aceitando seus valores e cumprindo seus deveres éticos e legais;

XVI - manter ambiente de harmonia e camaradagem na vida profissional, solidarizando-se com os colegas nas dificuldades, ajudando-os no que esteja ao seu alcance;

XVII - não pleitear para si, por meio de terceiros, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro militar do Estado;

XVIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e particular;

XIX - conduzir-se de modo não subserviente, sem ferir os princípios de hierarquia, disciplina, respeito e decoro;

XX - abster-se do uso do posto, graduação ou cargo para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros, exercer sempre a função pública com honestidade, não aceitando vantagem indevida, de qualquer espécie;

XXI - abster-se, ainda que na inatividade, do uso das designações hierárquicas em:

a) atividade político-partidária, salvo quando candidato a cargo eletivo;

b) atividade comercial ou industrial;

c) pronunciamento público a respeito de assunto militar, salvo os de natureza técnica;

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XXII - prestar assistência moral e material ao lar, conduzindo-o como bom chefe de família;

XXIII - considerar a verdade, a legalidade e a responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal;

XXIV - exercer a profissão sem discriminações ou restrições de ordem religiosa, política, racial ou de condição social;

XXV - atuar com prudência nas ocorrências militares, evitando exacerbá-las;

XXVI - respeitar a integridade física, moral e psíquica da pessoa do preso ou de quem seja objeto de incriminação, evitando o uso desnecessário de violência;

XXVII - observar as normas de boa educação e de discrição nas atitudes, maneiras e na linguagem escrita ou falada;

XXVIII - não solicitar publicidade ou provocá-lo visando a própria promoção pessoal;

XXIX - observar os direitos e garantias fundamentais, agindo com isenção, eqüidade e absoluto respeito pelo ser humano, não se prevalecendo de sua condição de autoridade pública para a prática de arbitrariedade;

XXX - não usar meio ilícito na produção de trabalho intelectual ou em avaliação profissional, inclusive no âmbito do ensino;

XXXI - não abusar dos meios do Estado postos à sua disposição, nem distribuí-los a quem quer que seja, em detrimento dos fins da administração pública, coibindo, ainda, a transferência, para fins particulares, de tecnologia própria das funções militares;

XXXII - atuar com eficiência e probidade, zelando pela economia e conservação dos bens públicos, cuja utilização lhe for confiada;

XXXIII - proteger as pessoas, o patrimônio e o meio ambiente com abnegação e desprendimento pessoal;

XXXIV - atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente;

XXXV - manter atualizado seu endereço residencial, em seus registros funcionais, comunicando qualquer mudança;

XXXVI – cumprir o expediente ou serviços ordinário e extraordinário, para os quais, nestes últimos, esteja nominalmente escalado, salvo impedimento de força maior.

§ 1º - Ao militar do Estado em serviço ativo é vedado exercer atividade de segurança particular, comércio ou tomar parte da administração ou gerência de sociedade empresária ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista, cotista ou comanditário.

§ 2º - Compete aos Comandantes fiscalizar os subordinados que apresentarem sinais exteriores de riqueza, incompatíveis com a remuneração do respectivo cargo, provocando a instauração de procedimento criminal e/ou administrativo necessário à comprovação da origem dos seus bens.

§ 3º - Aos militares do Estado da ativa são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, sujeitando-se as manifestações de caráter individual aos preceitos deste Código.

§ 4º - É assegurado ao militar do Estado inativo o direito de opinar sobre assunto político e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse público, devendo observar os preceitos da ética militar e preservar os valores militares em suas manifestações essenciais.

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AULA 13 - INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CF DE 1988

7. Inovações introduzidas pela Constituição de 1988: agências executivas; serviços essen- cialmente públicos e serviços de utilidade pública; delegação de serviços públicos a tercei- ros; agências reguladoras; convênios e consórcios.

AGÊNCIAS

O Estado se organiza em Governo (parte estatal que define os ideais, diretrizes, e políticas – tratado pelo Direito Constitucional) e Administração Pública (parte do Estado encarregada de efetivar os ideais estatais – tratado pelo Direito Administrativo). O Direito Administrativo existe para administrar o interesse público, regendo a Administração Pública.

A Administração Pública visa atender o interesse público primário (atendimento das neces- sidades da Administração Pública – interesse da coletividade) e secundário (interesse privado da Administração Pública que se justifica pelo primário).

Assim, temos na estrutura da Administração Pública Indireta as Autarquias, que são frutos da descentralização governamental, criando pessoas jurídicas de direito público que exerçam ati- vidades típicas de Estado. Dessa conceituação, tiramos várias espécies, dentre elas, as Agências Reguladoras e Agências Executivas. Veremos aqui a distinção dessas espécies.

AGÊNCIAS REGULADORAS

Consistem em autarquias de regime especial, instituídas em razão do fim do monopólio estatal e são responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, ati- vidades e bens transferidos ao setor privado. Admite-se a criação dessas agências também na ordem estadual e municipal.

Os seus dirigentes serão nomeados pelo Presidente da República (quando federais), mas ao contrário das demais autarquias, essa nomeação depende de prévia aprovação pelo Senado Federal. Esses dirigentes têm a garantia de mandato a prazo certo, os quais serão fixados na norma de criação de cada agência.

São criadas para disciplinar e controlar atividades determinadas. Elas foram instituídas em razão do fim do monopólio estatal, sendo responsáveis pela regulamentação, controle e fiscaliza- ção de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. Espécies de agências:

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a) Serviços públicos propriamente ditos – ex: ANATEL, ANAC, ANTT;

b) Atividades de fomento e fiscalização de atividade privada – ex: ANCINE;

c) Atividades que o Estado e o particular prestam – ex: ANVISA, ANS;

d) Atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo – ex: ANP;

e) Agência reguladora do uso de bem público – ex: ANA.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS

As agências executivas foram legalmente definidas por intermédio dos arts. 51 e 52 da Lei nº 9.649/98, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e seus Ministérios.

São autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência, desde que preenchidas algumas condições, visando a uma maior eficiência e redução de custos.

Não podem ser confundidas com as agências reguladoras, porque estas têm como função precípua exercer controle sobre os particulares, o que não é o caso das agências executivas, que se destinam a exercer atividade estatal, com melhor desenvoltura e operacionalidade, não tendo nada de inovador nisso. Elas continuam exercendo os normais objetivos das autarquias e funda- ções.

Para sua criação, o Presidente da República expede decreto, concedendo a qualidade de agência executiva, desde que preenchidos dois requisitos:

Tenham um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em anda- mento;

- Hajam celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor, momento em que o Executivo, obedecendo aos limites legais, definirá as regras para garantir a essas pessoas jurídi- cas uma maior autonomia de gestão e disponibilidade de recursos para a implementação de suas metas, em um prazo mínimo de um ano.

Por meio desse contrato de gestão, a autarquia ou fundação comprometem-se a proceder a uma reestruturação da gestão para tornarem-se mais eficientes, otimizando recursos, reduzindo custos, aperfeiçoando os serviços que prestam em troca de uma maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, recebendo algumas prerrogativas e privilégios.

O status de agência executiva não é permanente. Uma vez extinto o contrato, ela voltará a ser uma simples autarquia ou fundação. Por paralelismo jurídico, a desqualificação também se efeti- vará via decreto, não levando à extinção da pessoa jurídica, somente a despindo do qualitativo de agência executiva. De acordo com a doutrina, um exemplo de agência executiva seria o INMETRO.

AULA 14 - INOVAÇÕES INTRODUZIDAS PELA CF DE 1988

Serviços essencialmente públicos e serviços de utilidade pública; delegação de ser- viços públicos a terceiros.

Os Serviços Públicos são o modo como a Administração Pública exerce, de modo direito ou indi- reto, visando solver as necessidades da coletividade. Como se sabe a atuação da Administração Pública tem como finalidade geral o atendimento do interesse público.

Na persecução desse objetivo, a mesma pode criar mecanismos para agilizar a prestação dessas atividades. Nesse momento, surge o instituto da outorga e delegação dos Serviços Públicos.

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Classificação de Serviços Públicos

a) Serviços delegáveis e indelegáveis: delegáveis são os serviços que, por sua natureza ou em virtude de lei, podem ser prestados pelo Estado, diretamente, ou mediante delegação do Es- tado. Ex: serviços de transporte público, telefonia e fornecimento de água. Indelegáveis são aque- les passíveis de prestação somente pelo Estado, diretamente, por meio de seus órgãos. Ex.: se- gurança interna, fiscalização e serviços judiciários.

b) Serviços administrativos e de utilidade pública: administrativos são os serviços que o Estado presta com o objetivo de melhor se estruturar para o desempenho de funções administrativas; de utilidade pública são os prestados diretamente pelos administrados.

c) Serviços coletivos e singulares: coletivos (uti universi) são prestados a destinatários inde- terminados. Ex.: serviços de iluminação pública e conservação de vias públicas; singulares (uti singuli) são os serviços que atingem apenas destinatários determináveis, devendo ser mensurável a utilização individual.

d) Serviços sociais e econômicos: sociais são aqueles de caráter eminentemente assistencial, e que se voltam, precipuamente, para a parcela mais necessitada da população. Em regra são custeados pela arrecadação tributária; Econômicos são aqueles que permitem sua prestação de forma economicamente superavitária, ou seja, com lucro. A CF/88 autoriza que o Estado os preste no caso de interesse coletivo ou de imperativos de segurança nacional, quando enquadrados den- tro do domínio propriamente econômico. Há, todavia, diversos serviços essencialmente públicos, tais como o fornecimento de água e de energia elétrica, que também se caracterizam como econô- micos, e que também podem ser prestados pelo Estado.

e) Serviços próprios e impróprios: próprios seriam os serviços, de interesse coletivo, que o Estado presta direta ou indiretamente, mediante delegação à iniciativa privada; e impróprios são aqueles, também de interesse coletivo, que são prestados por particulares, independentemente de delegação, cabendo ao Estado regulamentar e fiscalizar sua execução. Na visão de Hely Lopes Meirelles, próprios são os serviços que, pelo fato de corresponderem de forma mais próxima às atribuições do Estado e aos interesses da comunidade, são prestados apenas pelo ente estatal ou por suas entidades administrativas de direito público, no uso de sua supremacia sobre o particular.

Impróprios, por sua vez, são aqueles que não correspondem às necessidades mais primárias da coletividade, de forma que podem ser prestados pelo Estado, por suas entidades administrativas ou mediante delegação à iniciativa privada.

Delegação de serviços públicos a terceiros

Em algumas circunstâncias o Poder Público decide repassar a execução do serviço público para pessoas privadas, visando garantir maior eficiência à atividade.

Concessão:

Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do serviço nas mãos do Poder Público.

Por meio de contrato administrativo, a Administração delega a outrem a execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe a remu- neração mediante tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da explora- ção do serviço.

a) Concessão comum: É a antiga concessão (Lei 8987, atualizada pela Lei 11.185).

- Delegação de um serviço feita pelo poder concedente a pessoa jurídica ou consórcio de empre- sas. Não se admite a pessoa física.

- A primeira formalidade é o contrato administrativo, portanto, com prazo determinado.

- A segunda formalidade é a autorização legislativa expressa.

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- Está sujeito à licitação na modalidade concorrência. A Lei Nacional de Desestatização permite que os serviços do programa podem utilizar leilão.

b) Concessão Especial (PPP) – Parceria Público Privada.

Embora existam várias espécies de parceria entre os setores público e privado, a Lei nº 11.079/04 reservou a expressão “parceria público-privada” para duas modalidades específicas.

Trata-se de um contrato administrativo (de parceria não tem nada), pois as partes são con- tratantes e não parceiras. As parcerias público-privadas foram introduzidas no ordenamento jurí- dico brasileiro, em âmbito federal, por intermédio da Lei nº 11.079, de 30.12.2004. É o contrato administrativo realizado entre o Estado e o particular para a consecução de uma atividade comum, de serviços públicos ou obras.

As PPPs constituem espécies do gênero “concessão”, e se dividem em PPPs patrocinadas e PPPs administrativas, conforme definidas no art. 2º, §§1º e 2º, da Lei nº 11.079/2004:

Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patroci- nada ou administrativa.

§1º . Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

§2º . Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

A norma deixa claro que a característica que distingue as PPPs das demais concessões, disciplinadas pela Lei nº 8.987/1995 (denominadas pela lei “concessões comuns”), consiste na contraprestação pecuniária por parte da Administração Pública. Nesse sentido, dispõe o art. 2º,

§3º, da Lei nº 11.079/2004:

§3º . Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

A legislação exige, ainda, que o vencedor da licitação para contratação por intermédio de PPP constitua sociedade de propósito específico para o projeto, cujo controle não poderá ser alterado sem a prévia aprovação do poder público (art. 9º, Lei nº 11.079/2004). A licitação para contratação das PPPs deverá ser por meio da modalidade concorrência, e ser precedida de estudo técnico que comprove a conveniência e a oportunidade de contratação pela modalidade PPP, bem como que os recursos empenhados pelo poder público na parceria não levarão ao descumprimento das metas estatuídas pela legislação de responsabilidade fiscal (art. 10).

Permissão:

É contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito e oneroso, intuito personae.

Trata-se de delegação, permanecendo a titularidade do serviço público nas mãos do Es- tado. Depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da CF/88. Seu objeto é a execução de serviço público, continuando a titularidade do serviço com o Poder Público. Assim, o serviço é executado em nome do permissionário, por sua conta e risco. O permissionário sujeita-se às con- dições estabelecidas pela Administração e a sua fiscalização.

Como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer momento pela Administração, por motivo de interesse público. Não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem a

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doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permissionário direito à indenização.

Autorização:

Constitui ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual o poder público delega a execução de um serviço público de sua titularidade, para que o particular o execute pre- dominantemente em seu próprio benefício. Exemplo típico é o da autorização dos serviços de energia elétrica.

- O ato é precário porque não tem prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a qualquer tempo.

- Não necessita ser precedida de procedimento licitatório. Sua contratação consiste em mero termo de autorização.

- O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o grau de precariedade. A autori- zação de serviço público tem precariedade acentuada e não está disciplinada na Lei nº 8.987/95.

Em regra, é aplicada para execução de serviço público emergencial ou transitório (serviços de taxi, de despachantes, de guarda particular em estabelecimentos, de pavimentação de ruas pela pró- pria população etc.)

Convênios e consórcios

Quanto aos participantes, no convênio qualquer pessoa jurídica de direito público ou pessoa jurídica de direito privado (fundação ou associação) pode ser convenente. Quanto ao consórcio podem participar pessoas jurídicas de direito público da mesma espécie, entre municípios, entre Estados, entre autarquias.

- Convênio: São acordos firmados por entidades públicas entre si ou com organizações particu- lares (partícipes diferentes), para a realização de objetivos de interesses recíprocos. Utilizados para grandes obras ou serviços.

- Consórcio: Acordos firmados entre entidades estatais, autarquias ou paraestatais, sempre da mesma espécie (partícipes da mesma espécie), para a realização de interesse comum. O consór- cio público deve ser constituído por meio de um contrato, surgindo, assim, uma nova espécie de contrato administrativo. Para a celebração dessa avença, a condição prévia é a subscrição do protocolo de intenções, em que os partícipes definem as diretrizes dessa associação.

AULA 15 – GESTÃO DE CONTRATOS

GESTÃO DE CONTRATOS

A expressão “gestão de contratos” é utilizada, em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja sob regime de direito público, seja sob re- gime de direito privado. E a expressão contrato administrativo é reservada para designar tão so- mente os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a concessão de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público.

Não se deve confundir ato jurídico bilateral e contrato bilateral. O contrato é ato jurídico bilateral, na acepção de que se forma a partir da declaração de vontade usualmente de duas par- tes. Porém, o contrato pode gerar direitos para uma das partes (contrato “unilateral”), como ocorre na doação. Não é da essência dos contratos a produção de obrigações “recíprocas”.

Os contratos celebrados pela Administração compreendem, quanto ao regime jurídico, duas modalidades:

Referências

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