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Ação de controle e avaliação no processo de descentralização de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C para Unidades Básicas de Saúde.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva

Curso de Especialização Sobre Gestão das Políticas de DST/AIDS,

Hepatites Virais e Tuberculose

Keyla Cecília Ricardo

AÇÃO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE

DESCENTRALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS DE HIV, SÍFILIS E

HEPATITES B E C PARA UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

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Keyla Cecília Ricardo

AÇÃO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE

DESCENTRALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS DE HIV, SÍFILIS E

HEPATITES B E C PARA UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização sobre Gestão das Políticas de DST/ AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de especialista.

Orientador:

Prof. Dr. Luiz Roberto Augusto Noro

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RESUMO

Historicamente o diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, HIV, e hepatites virais tipo B e C enfrenta diversas dificuldades que permeiam desde o preconceito e medo até problemas técnicos laboratoriais, com resultados tardios dificultando o início do tratamento. Com o surgimento dos testes rápidos para as doenças em questão, pode-se observar uma facilitação na obtenção de resultados confiáveis a um custo reduzido e menor burocracia. A proposta de descentralização dos testes rápidos para as Unidades Básicas de Saúde apresenta duas vertentes: a facilidade do diagnóstico precoce e a falta de preparo das equipes que desconhecem a técnica para execução do procedimento. O projeto de intervenção objetiva sanar a falta de conhecimento por meio de capacitação estruturada com profissionais qualificados e preparados para reproduzir conhecimento. Espera-se que após a implantação nas unidades básicas de saúde, o atendimento seja acolhedor, esclarecedor e seguro.

PALAVRAS-CHAVE: diagnóstico precoce, capacitação, doenças sexualmente transmissíveis.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...7 2. OBJETIVOS ...8 2.1 Objetivo geral...8 2.2 Objetivos específicos...9 3. METODOLOGIA ...9 3.1 Cenário do Projeto...9

3.2 Elementos do Plano de Intervenção...9

3.3 Fragilidades e oportunidades...10

3.4 Processo de avaliação...10

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS...10

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1. INTRODUÇÃO

Historicamente as doenças por transmissão sexual são estigmatizadas por grande parte da população, incluindo os próprios portadores, que não sabem ao certo como proceder, qual postura assumir diante do diagnóstico, momento esse, decisivo e fundamental no sucesso e continuidade do tratamento.

A evolução no atendimento as Doenças Sexualmente Transmissíveis / HIV- vírus da imunodeficiência humana / AIDS - síndrome da imunodeficiência adquirida inclui o acesso aos testes rápidos que viabilizam um diagnóstico rápido, seguro e sigiloso, com redução da burocracia e tempo de espera para resultados. Para que o teste rápido seja devidamente executado, o aconselhamento deve ocorrer a partir da chegada do usuário no serviço, e permanecer até após os resultados, com acolhimento e vocabulário claro, de fácil compreensão (Zakabi, 2012).

Segundo o manual de aconselhamento em DST/AIDS (2004) o processo de aconselhar deve ser um diálogo com relação de confiança estabelecida que proporcione à pessoa condições de avaliar seus próprios riscos e tomar decisões realistas para os problemas relacionados às DST/ AIDS.

De acordo com as diretrizes para a organização da Rede de Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV - PEP 2016 “o acolhimento, como ação que antecede qualquer outra na rotina do atendimento, deve identificar as necessidades do usuário”, como etapa fundamental no início da estruturação do vínculo de confiança entre usuário e equipe de saúde, com ênfase na escuta qualificada, humanizada e empática.

Para Zakabi (2012) a forma de controle encontrada pelo Ministério da Saúde de enfrentamento da epidemia e alcance da população vulnerável para prestação de um atendimento qualificado foi descentralizar as ações locais e testagem e serviços especializados em DST/AIDS.

O surgimento dos testes rápidos para auxilio diagnóstico de HIV, Hepatites B e C e sífilis foi um grande ganho para as equipes de saúde e para os usuários que necessitam conhecer a situação sorológica que os envolve (Brasil, 2016). A facilidade na realização dos testes rápidos viabilizou o diagnóstico precoce em diversas regiões do Brasil, de forma menos burocrática. Segundo o Ministério da Saúde (2012) para tal procedimento as equipes do Programa DST/AIDS e Hepatites Virais foram devidamente capacitadas e atualizadas para o aconselhamento pré, trans e pós-teste, e a conduta desses profissionais tem sido adequada até o momento atual. Com a proposta de descentralização dos testes rápidos para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), o processo não foi equânime em todas as regiões do Brasil, proporcionando diferentes experiências, positivas e negativas, fato que demanda atenção e necessidade de avaliação contínua.

Os Centros de Testagem e Aconselhamento foram incluídos no processo de descentralização devido à experiência e capacitação que as equipes desses serviços

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possuem. Servem de apoio e exercem papel importante como referência em testagem principalmente para populações mais vulneráveis (Brasil, 2012).

Há diferentes realidades econômicas, sociais, culturais e até mesmo religiosas, fato que colocou o procedimento em desconformidade em relação às orientações do Ministério da Saúde para implantação dos testes rápidos na Atenção Básica. A desigualdade gerada proporciona perda da qualidade do aconselhamento e da execução dos testes rápidos nas localidades onde o processo de implantação não foi realizado gradualmente (Zakabi, 2012).

Observam-se alguns limites do acesso aos serviços básicos de saúde: a baixa capacidade de interação entre as equipes da atenção básica; a desintegração entre a Estratégia de Saúde da Família e os demais níveis de complexidade do sistema; e a pouca competência da Atenção Primária a Saúde em suas relações com outros setores da sociedade e do governo (Assis; Jesus, 2012)

As capacitações em teste rápido nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios deverão seguir a proposta pedagógica validada pelo Ministério da Saúde com profissionais colaboradores e adaptadas localmente conforme vivência e pactuações (Brasil, 2012).

A educação permanente é uma importante ferramenta de apoio para Atenção Básica na execução de novos procedimentos, com função de facilitar o planejamento, implantação, execução, avaliação de desempenho das equipes, com verificação das dificuldades encontradas.

A educação permanente pode ser entendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm (Brasil, 2009).

Segundo Lima (2016), entre os membros das sociedades humanas, a cultura se institui a partir da aquisição sistemática de experiências, o que resulta das relações do homem com a realidade, e pode ser orientada à sua reprodução ou transformação. Com ênfase as trocas de conhecimento constituem um método ativo de aprendizagem.

A perspectiva de qualificação e excelência em aconselhamento e execução de testes rápidos é de responsabilidade compartilhada entre os diversos envolvidos: gestão, equipe especializada e Atenção Básica. Há necessidade de linhas de capacitação e monitoramento bem delineadas com respeito às diferenças regionais (Brasil, 2016).

2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral

Promover a educação permanente sobre aconselhamento e execução de testes rápidos de HIV, sífilis e Hepatites B e C na Atenção Básica.

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2.2 Objetivos específicos

Avaliar o processo e os resultados dos procedimentos executados na Atenção Básica por meio de documentação com impressos próprios e encaminhamentos para referência.

Analisar a perícia dos executores de testes rápidos na Atenção Básica pela comparação dos resultados com os resultados dos exames sorológicos laboratoriais.

Instrumentalizar as equipes de Atenção Básica para desenvolvimento de rodas de conversa com usuários e familiares do serviço de saúde, tornando-as fonte de educação em saúde para população.

3.METODOLOGIA

3.1 Cenário do projeto de intervenção

O cenário envolve o serviço de atendimento especializado, o centro de testagem e aconselhamento que contam com equipe qualificada para treinamento e acompanhamento em aconselhamento e realização de testes rápidos, com enfermeira, médica, assistente social e farmacêutica e as unidades básicas de saúde com as equipes a serem capacitadas, e de forma contínua, atualizadas e avaliadas, no município de Três Pontas- MG.

3.2 Elementos do plano de intervenção

O planejamento da periodicidade, local e pautas das reuniões para capacitação das equipes de Atenção Básica de saúde será desenvolvido por meio de reuniões com os representantes do SAE/ CTA, das UBS e gestor para definição de datas e organização da agenda dos serviços envolvidos. A periodicidade envolve um plano global e ações isoladas, com definição de seis meses inicialmente para estruturação e execução das primeiras reuniões de capacitação e, após esse período, avaliação dos resultados. As ações isoladas com atuação interna das unidades de saúde a partir da capacitação deverão ocorrer de forma contínua durante o mesmo período, qual seja, nos seis meses subsequentes. O local escolhido é a sala de reuniões do SAE, a qual conta com estrutura para apresentações, aulas e dinâmicas e o CTA para atividades práticas. As reuniões obedecerão a pautas definidas em ordem didática, seguindo o cronograma: doenças sexualmente transmissíveis, HIV e hepatites virais - revisão de conceitos, formas de transmissão, diagnóstico precoce e tardio e intervenções; formas de diagnóstico, fluxogramas e testes rápidos (teoria e prática); acolhimento, aconselhamento e seus processos; preenchimento de fichas e alimentação de sistemas informatizados, referências em casos de resultados positivos ou dúvidas na operacionalização. Essas atividades serão desenvolvidas por meio de metodologia ativa de aprendizagem, partindo do conhecimento prévio dos alunos e possibilitando a construção do conhecimento.

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Será realizada reunião dos representantes das Unidades com os demais funcionários para informação sobre o novo projeto. Cada representante informa à sua equipe como ocorrerá o processo de implantação do projeto e de seus objetivos, promovendo a organização da escala de participantes de modo a não comprometer o funcionamento da unidade de saúde.

A apresentação da proposta do projeto de intervenção será feita no Conselho de Saúde para evidenciar a importância de um trabalho coerente com a realidade do município visando melhoria da atenção à saúde. Espera-se que após a apresentação e apreciação da proposta, a mesma seja aprovada pelos conselheiros, para que seja realizado dentro das normas estabelecidas em legislação vigente.

Início das atividades com a seleção de palestrantes e executores de testes rápidos devidamente habilitados para iniciar o trabalho de implantação do projeto de intervenção de acordo com o cronograma estabelecido, utilização do local definido e avaliação contínua dos resultados obtidos.

3.3 Fragilidades e oportunidades

A implantação do presente projeto de intervenção é viável devido ausência de utilização de recurso financeiro exorbitante, conta com disponibilidade de recursos humanos e materiais já existentes, poucas alterações de horários, não prejudica nenhum dos serviços participantes. Há necessidade de sensibilização da gestão e dos demais envolvidos quanto a importância e seriedade do projeto.

3.4 Processo de avaliação

A avaliação ocorrerá a partir de acompanhamento periódico das atividades realizadas nas Unidades Básicas de Saúde por profissionais do CTA, conforme planejado, por meio de visitas semanais para acompanhamento da realização do aconselhamento e realização dos testes rápidos, percepção da técnica desenvolvida e da humanização profissional, análise mensal da documentação produzida nas unidades básicas de saúde com verificação da consistência dos dados obtidos e pesquisa de satisfação dos usuários com caixa de sugestões.

4. CONSIDERAÇÔES FINAIS

O presente projeto de intervenção delimita a mudança de um processo delicado e complexo que é o diagnóstico de infecção por HIV, sífilis e hepatites virais, por meio da realização de testes rápidos nas unidades básicas de saúde. Essa descentralização facilita o acesso ao diagnóstico precoce e início do tratamento em tempo oportuno, diferente da forma que ocorria anteriormente, com mais burocracia e exames realizados apenas em ambiente laboratorial, com tempo longo para obtenção dos resultados.

A descentralização dos testes rápidos é uma ferramenta útil e funcional, entretanto, para que ocorra adequadamente, os profissionais que atuarão na linha de frente necessitam

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de capacitação e acompanhamento dos procedimentos, pois se trata de técnicas não utilizadas anteriormente na Atenção Básica.

Com a implantação do processo de trabalho coerente com o presente projeto de intervenção as equipes de Atenção Básica contarão com o apoio dos profissionais qualificados do CTA e SAE para implantação dos testes rápidos da unidade, medida que favorece a adequação e bom funcionamento do trabalho, uma vez que o profissional encontrando dificuldade ou dúvida poderá esclarecer rapidamente.

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REFERÊNCIAS

ASSIS, M. M. A.; JESUS, W. L. A. Acesso aos serviços de saúde: abordagens, conceitos, políticas e modelo de análise. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 11, p. 2865-2875, nov. 2012.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 64 p.

Brasil. Ministério Da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Aconselhamento em DST/HIV/ AIDS para Atenção Básica. Brasília, DF, 2004.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, AIDS e Hepatites Virais. Diretrizes para a organização da Rede de Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco à Infecção pelo HIV - PEP / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 32 p.

LIMA, Valéria Vernaschi. Espiral construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. Interface (Botucatu) [online]. 2017, vol.21, n.61, pp.421-434. Epub Oct 27, 2016. ISSN 1807-5762. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0316.

Zakabi, Denise. Aconselhamento pré e pós-teste anti-HIV na Atenção Básica: a perspectiva dos profissionais de saúde. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

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