Universidade
de Évora
MESTRADO EM CIÊNCIAS
DA
EDUCAÇÃO
"A
CRIANÇA
EM DIFERENTES CONTEXTOS
EDUCATIVOS"
Dissertação
de
Mestrado
'IMAGENS
DAS EMOÇÕES
NA
INFÂNCIA'
Representações Sociais da
Alegria
e
da
Tristeza entre
Crianças em
idade
pré-escolar
Ana Cristina Alves
Leão
Orientador:
Professor
Abílio
Oliveira
|ulho
de 2009EEtr
tl
I
ISEC
'TMAGENS
DAS
EMoÇÕns
NArurÂNCIA'
Representações Sociais da
Alegria
e
da
Tristeza entre
Crianças em
idade pré-escolar
Ana
Cristina Alves
Leão
Dissertação
de
Candidatura
ao
grau
de
Mestre
em
Ciências
de Educação
Orientador:
Professor
Abílio
Oliveira
{
..i r ':, !',ilq
fl
6
Julho
de
2009
Pensando
no
final
deste percurso, não posso deixar deexprimir
os meus agradecimerrtos atodos
aquelesque me
apoiaram, acreditarame
esüveram aomeu lado, famÍlia,
amigos ecolegas.
A
todos devo a compreensão face às minhas ausências e ao ânimo, quepoÍ
vezesperdi.
Dedico esta Dissertação ao meu querido e saudoso Pai e à
miÍúa
Mãe, como agradecimentopela infância
feliz
quevivi
Aos meusfilhos
Ricardo e Joanafonte
de inspiração, de amor ededicação que Íez nascer em
mim
o grande orgulho de ser Mãe.Um
agradecimentomuito
especialao
ProfessorAbflio Oliveir+
que
no
seu
papel
deorientador e
amigo
acreditou emmim,
criando
condições de motivação para seÍ possívelseguir este
peÍcuÍso
académico até aofim.
Agradeço-lhe tambémo
despertar que as suas ideias ehlmto
me pÍovocaÍÍrm como pessoa ao longo do trabalho.Por
último,
queÍo
manifestaro meu
agradecimento aos Agrupamerrtos de Escolas que mefaculAram
a rca7ização deste projecto.A
todos os meninos e meninaÍi do pré-escolar que participaram no meu esfudo,um
carinhomuito
especial,pois
com
a
simplicidade das
suasideias
e
imagenstomaram
possível aImagens das Emoções na Infância
Índice
ResumoAbstract
vu
viii
Introdução
1Parte
I
-
Enquadramento Teórico
Capíhrlo
1-
A Irúância
1..1. Sobre a
Infância
51.2. Ser
Criança
7L.3.
Desenvolvimento cognitivo,
emocional
esocial no
perÍodo
pré-escolar ...9
1,.4.
ADescoberta
de sipróprio
edo outro
naInÍância
721.5.
O
Deserúo InÍantil
como
meio
de expressão ecomunicação
131.6. SÍntese
do
CapÍtulo
17Capítulo
2-
AB Emoções e osSentimentos
2.1. Sobre as emoções e os
sentimentos
192.2.
Sentimentos ou
emoções
21.2.3.
Asociedade
face aossentimentos
e àsemoções
242.4.
Sentimentos típicos
naInÍância
?82.4.1,.
A
Tristeza
naInfância
292.4.2.
A Alegria
naInÍância
322.5.O
Sentido da
Vida
eda
Morte
na
Infância
332.6. SÍntese
do
Capítulo
36Capítulo
3-
As
Representações Sociais
3.1. Sobre as representações
sociais
383.2. Funções das representações
sociais
393.3.Representações sociais,
sentimentos,linguag€rrL
comunicação
eeducação
41.3.4. SÍntese
do
CapÍtulo
42Parte
II -
Apresentação
eDesenvolvimento
daInvestigação Empírica
Capíttrlo
4-
Investigação Empírica
4.2.
Oblectivos da Investi
gaçãoEmpírica
4.3.
Operacionalização
deconceitos
-
algumas hipóteses gerais
4.4.
Metodologia
4.4.1..
População
4.4.2.
Variáveis
4.4.3.Inskumentos
deMedida
eProcedimento
4.4.4.Tratamento
dedados
4.4.5.Resultados
4.5. Discussão deResultados
Capítulo
5Comentárlos Finais
Anexos
47 47 48 49 49 49 50 51 66 74 Pré-teste Gráficos Gráfico 1 e 2Porque está triste a pessoa desenhada? (Eixos 1.
e2
/
2e3)
Gráficos 3 e 4
lnterpretação da educadora sobre o desenho da pessoa triste.
(Eixos 1,e2
/2e3)
GráÍicos 5 e 6
O que é pala
ti
estar triste? (Eixos 1,e2
/
2e3)
Gráficos 7 e 8
O que é que seÍaz quando se está triste? (Eixos 1,
e2
/
2e3)
Gráficos 9 e 10
Quem é e porque está alegre a pessoa deserúrada? (Eixos 1 e 2)
Gráficos 11,
e12
Interpretação da educadora sobre o deserúo da pessoa alegre. (Eixos 1.
e2
/
2e3)
Gráficos 13
elf
O que épara ü estar alegre? (Eixos 1,
e2
/2e3)
GráÍicos 15 e 16
O que seÍaz quando se está alegre?
79 87 88 89 90 91. 92 93 94
Imagens das Emoções na Infância
Resumo
As
crianças sãomuito
sensíveis aqualquer
mudançano
meio
famitiar ou
social.O
modocomo
apreendem,vivenciam
e
exprimem
emoçõesou
sentimentos,em
interacçãocom
omeio
-
pais,
professorese
colegas
-
determina,
em muito,
o
seu
desenvolvimento,nomeadamerrte a nível cognitivo, emocional e social.
Nesb
investigação averiguámos as ÍepÍesentações sociais dos sentimentos, emparticular
daalegria
e da
tristeza, ürfre
criançascom
5
e
6
anos,de
ambosos
sexos,que frequenbm
Jardins
de
InÍfurcia
em
Lisboa.
Enquadrámos teoricamentea
investigaçãona teoria
dasRepresentações Sociais (e. g. Moscovtct, 197 6).
Os dados foram recolhidos ahavés de deserúos e
poÍ
associaçãolivre
de palavras, a questões colocadasindividualmente
às crianças, e tratados através de AFC1. Os resultados revelarambastante aceÍca dos sentimentos das criarças, o que também nos estimula a
reflectir
sobre omodo mais cuidado para actuar com
elas,contribuindo para
o
seu bem-estarpsíquico
esocial, e aprendizageru
Abstract
Children
are deeply sensitive to anyúange in
thefamily
or
social environment. Theway
in
whiú
they perceive, experience, and expÍess emoüons or feelings when interactingwith
theenvironment
-
paÍents, teachers, andfellow
students-
largely determinestheir
development namely on a cognitive, emotional and social level.This resealch examines the social representations of feelings,
particularly
ofjoy
and sadness,among
úildren
aged 5and
6 yeaÍsold,
of
theboth
sexes,and attending
Kindergartensin
Lisbon.
On
a
theoretical perspective,
the
empirical
researchis
framed
on
the
Social Representations theory (e.g., Moscovici, 197 6).The data
was
gatheredusing
drawings and free
associatiorLfrom
questionsindividually
made to theúildren,
and exarrrinedthrough
FCA2. The results showed quite alot
about thefeelings
of
thechildren,
whiú
also leadsus to
reflecton the
most carefulway to
actwith
them, as to contribute to theirpsyúic
and socialwell
being, aswell
as theirleaming
Key-words:
Child,
Emotions,
Fee1ings, Communication,
Social
Representations2
-
lmagens das Emoções na InÍância-Introdução
"Não
é a ruzão que guia o mundo.São as emoções"
(Filliozat, 1997, p. 13\
Num
brevfusimoolhar
pela InÍând.a,é
Íâc:l constatar que a tristeza e a alegriaÍazert
paÍtedas
emoçõesou
sentimentosmais
experimentadose
comruls nas
criartças,em
geral.
Ointeresse
por
este temasurgiu
no
momento da minha
colocaçãonum fardim
de krfância
ondeum
grupo
de crianças se apresentava na suamaioria
comuma
caracterísüca que medeixou
preocupada.Comparando
com outros
grupos
com
quem
já
trabalhei
na
minha prática pedagógica, conÍrontei-me com crianças com grandedificuldade
emexteriorizar
aszuas emoções e os seus sentimerrtos.
Verifiquei
que temosum
longo caminho a percorÍeÍ e arealidade obriga a uula interverrção
emvários
domínios profissionais e tésticos.Nesta
investigação pretendemos percebercomo se
runifesta
a
tristeza
e a
alegria
nas crianças, ernidade
pré-escolar,o
que passa pela apreensão dos sinais, imagens e símbolosque el,as nos transmitem,
pelo modo
como nos comunicam, oralmente,por
escritoou
emterrnos gráficos (por desenhos).
Este
é
um
temamuito
importante
do ponto
devista
psicossocial.Adultos
e
criançÍrs, em qualquer parte,vivem
s í{ia-a-dia descobrindo o meio que os rodeia, tentando aprender comessa interacção.
O
quoüdiano
é
preenchido
quer
por
bons,
aprazíveis
e
agradáveismomentos,
queÍ
por
aborrecimentos, problemas e contrariedades.O
desconforto será tanto maior quanto menos preparado se estiver pÍrÍa os encarar. Isto éparticularrrente
importanteno
caso das crianças, ainda em fase de plena aprendizagem e desenvolvimento, a todos osníveis, nomeadamente a nível cognitivo, emocional, moral e social.
Os momentos de tristeza
ou
alegriapodem
surpreender-nos e apanhar-nos desprevenidos,pois nem
sempÍe
os
sabemosenÍrentar.
Em particular as
criançaspoderão
ter
maior
dificuldade em
encará-los senão
tiverem
o
devido
apoio
e
compreersãode um
adulto
próximo.
Na prática
pedagógica,as
Educadorasde
Infância,
verificam que ao lado
decrianças
habitualmente
alegres,há
também
crianças frequentementetristes,
em
grande sofrimento, negligenciadasou
mesmo maltratadas.Nalguns
casosvivem
em famflias com grandesdificuldades
ou
desestruttrradas, em contextos quediÍicultam muito o
sucesso de"O
problema social da inÍânciapeneta
com as suas ra2es navida interior,
úega
até nós,adultos, para despefiar a nossa consciência e ÍenovaÍ-nos.
A
criança não éum
estranho queo adulto
possa considerarapeÍus
extemamente, com critérios objectivos.A
inÍânciarepresenta o período mais
importante
davida
do adulto: o período construtor. O bem ouo
mal
do
homem
está
estreitamenteligado
à
vida inÍantil
em que teve
origem"
(Montessori, 1969, p. 13).Na
actuzúidade,tem
sido
crescentee
visível
a
preocupaçãoe
o
reconhecimento
da importÍincia e da gravidade da situaçãomundial
da InÍância.Osmedia apresentam-nos rostosde crianças que
irradiam
felicidade,o
que nos podeminduzir
em
erro. Essas crianças quevemos nas televisões, revistas
ou internet,
aparentemente devemusuÍruir
deuma
vida
de bem-estar geral. Porém, a alegria, os cuidados rtiários,o equilíbrio,
a educação e os afectosque deveriart
f.azetparte da
vida
de
todas as
criançasnem
sempre estelo presentes na realidade, nem são para todos. Atgumas crianças podem ter brinquedostopo
de gama mas não têm o apoio, a pÍesença e o ErmoÍ dos pais.A
p*
dos retratos que representam quadros deinÍâncias
Íelizes, deparamoscom
o
contraste de imagens que nos oferecem os mesmosmedia, quando noüciam
casosde
criançasvioladas,
agredidas, sequestradas, torturadas,crianças que podem (sobre)viver em bairros degradados, onde a fome, a miséria, a doença e
a gueÍra constroem
um
quadro da infância mais dramático e inÍeliz, porém representativo dereúdades
vividas
por crianças emtodo
o mundo, tanto no passado como no presente. Pode considerar-se que a inÍânciajá
estâ. em perigo."Em
pdrigo porque escapa à escola; em perigo porque vive, vagabundeia, brinca e roubaftr
rua; em perigo poÍque não sefeúa
na fortaleza da relaçãonudear
entre pais e filhos,mas antes se
dilui
nas redes de vizinhança e de trabalho de gerações" (Almeida,2O00, p.e).
Pensamos ser
oportuno
paraÍ
paÍa
repensare reflectiÍ.
Afinal o
que eshmos a
oferecer a estas crianças como presente e como futuro?A hÍância
éum
temamuito
abrangente, na realidade existem várias experiências humana+que vão modelando a criança dentro dos limites em que
vive
e, nesses seus períodos devida
vai
sendo desenhadaa
pessoada
criançaou a
criançacomo
pessoaque
destemodo
vai
crescendo socialmente, adaptando-se à sua realidade."A
modeliaçãodo
ser passa pela interacção com os outtos seres, desde os seus paÍes aosadultos poderosos narazÁo ou desrazão dos seus saberes e ascendências, tornando-se até
certo
ponto rurvl
experiência
única. Os
cenários
onde
a
inÍância
desenhaos
seus-
lmagens das Emoçõs na Infância-que
anteciPamo futuro e
que incorrem
no perigo de
seconstihrírem como
práticas coloniais. Onde fica acriança7
(Filho e Femandes,2006,p.9).
Numa pedagogia de ajuda, o adulto deverá ajudar a criança a enfrerrhr gradualmente a vida,
colocando-se
ao
lado
dela, dando-lhe, afecto,apoio
e
seguÍança. Destemodo
poderemosacompanhar
e
participar melhor
nos
seuÍimomentos
ao longo da
vidA
ajudando-a
aencontrar
o
bem-estare
abertura
que
possibilite
o
seu
pleno
desenvolvimento
pessoal, psicológico e social promovendo melhores aprendizagens."Muito
gostar.íamosque se afirrnem
contributos
positivos
no
sentido de se
poderconstmir
urna
Escola
diferente
da
actual
onde
os
afectos prevaleçam
sobre
adesumanização e o habalho pedagógico se construa a
partir
do Ser que efectivamente acriança ou o aluno é enquanto pessoa" (Barbosa,
20M,p.9).
Com
o
intuito
decontribuirmos
precisamente nesse sentido, esqueuutizámos este trabalho. Que se fundamenta, em termos teóricos, na teoria das representações sociais, procurandoum
maior
entendimento sobre as várias actividadesda
criançae
das zuasinteracçõe com
osoutros
no quotidiano.
Em termos empíricos visamos apreender e compreender as emoçõesou
sentimentos üpicos das crianças, emparticular da
tristezae da
alegria, nomeadamente através dos seus desenhos e recorrendo a questões abertas."O
social está sernpre presentena
constmçãoe utilização
das represenhções,e
estas,como factores produtores da realidade, repercutem-se quer no modo de interpretaflnos o
que nos acontece a nós
próprios
e à nossavolta,
quer ruüi explicações que el,aboramospÍüa Íesponder ao que iulgamos ter acontecido" (Oliveira,2üO8,
p.Bn.
Os resultados obtidos poderão suscitar o interesse de qualqueÍ pessoa, em especial
junto
de pais, pedagogos, profissionais de saúde e de educação, no sentido de ajudar na compÍeensãodo
riquÍssimo
universo
simbólico, icónico
e
emocional
inÍant{
contribuindo para
umÍl
melhor actuaçãojunto
das crianças. Em suma, a nossa função de investigação empírica passa Por comPreender a tristeza e a alegria entre crianças em idade pré-escolar. Ou, deum outro
modo:
Como
é
que
as
criançasem idade
pré-escolarrepresenhm
-
através
de
ideias, pensamentos, emoções, sentimerrtos, símbolos e imagens - a tristeza e a alegria?Apresentamos,
em
seguida, as duas partesdo
nosso trabalho.Na primeira
procedemos aoenquadramento
teórico,
com
abordagens
às
temáticas
da
infância,
das
emoções
esentimentos,
e
das
representações sociais.Na
segunda apresentamose
desenvolvemos ainvestigação empírica. Por
fim
esboçamos algumas condusões e propomos algumas ideias para trabalhos futuros.-
Imagens das Emoções na InÍância-Parte
I
-
Enquadramento Teórico
Capítulo1-AInfância
"Quando as crianças brincam
Eu as oiço brincar, Qualquer coisa
emminha
alma Começa a se alegrarE toda aquela inÍância
Que não tive me vem, Numa onda de ategria Que não
foi
de ninguém"
(Pessoa, 1965,
p.169)
1.1.
Sobre
aIrúância
A
infância, como
conceito, sempreexisüu
rnas,ao longo
do
tempo,
tem sido vista
dediferentes maneiras
conÍorrre
o
período
e
a
cultura.
Alvo
de
atenção
de
filósofos,educadores, sociólogos e psicólogos surgiram variadas ideias sobre a sua
própria
rtatureza,como se pode
verificar
pelaprópria
evoluçãohistórica
das concepções encontradas para ainfância (e.g., Papalia e Olds, 1998; Papalia et al., 1999).
Na
IdadeMédia surgiu
aideia
de que"a
criança não se encontra ainda preparada paÍa avid4
que
deve ser submetida
a
um
regime
especial,uma
quarentena, antesde
lhe
serpermitido junhr-se
aosadultos"
(Castro, 1997p.7).
Nu
sociedademedieval
a ideia
dainfância
não
existia.
O
que não
significa
que
as
criançasfossem sempÍe
mal
tratadas, abandonadasou
desprezadas.O
conceito de infância não se podeconfundir
com a aÍeiçãopor
crianças(Ariês, 1978,1989). Este conceito, "corresponde à consciência deuma
naturezaparticular da irúância
nahrreza essaque distingue
a
criançado
adulto,
mesmoo
jovem
adulto. Na sociedade medieval esta consciência não seencontrava"(fucker,
1992,p.20\.Esta
ideia
foi-semantendo
e
a
criança chegoua
seÍ
encarada comouma
obra
inacabada sendo que, só ahavés da educação e da experiência devida
ela poderiavir
a concretizar assuas potencialidades. Segundo Rousseau (1876), a quesEo seria saber se as crianças nascem
"boas"
ort"Âás".
Tanto
na filosofia
comona
teologia cristã
do
séculoX/II,
também
sedeveria ser dada protecção ou se por
outro
lado seriam seres pecadores que necessitariam deser modelados.
Charles
Darwin
(1808-1882) foi, provavelmente, oprimeiro
a estudar a inÍância segundo umaabordagem cienúfica, principalmente para desenvolveÍ a sua teoria da evolução. Hoje ainda
se debatenr, as suas ideias sobre a interacção da natureza e da educação.
Key
(1849-1926),Íoi
dasprimeilas
educadoras a defender que o mundo poderia tomar-se melhor se houvesseum
grande investimento
na
educaçãoinÍantil.
Defendia
uma
educação centradana
criança apelando ao maior envolvimento dos pais, ideia tÉio acfual nos nossos rtias. O seu entusiasmochamou a atenção dos políticos da época e a sua abordagem à pedagogia levou a que as suas
ideias
fossêm seguidaspor
autores contempoÍâneos,como Montessori, Dewey
e
outros.Dewey
(1859-1952) acreditavaque
as
capacidadesda
criança eram como
um
ponto
departida
para toda a educação e que esta, eraum
pÍocesso aolongo
de toda umavida
e nãoapeÍraÍi
um
processo
pÍrÍa
pÍepÍüurÍ
o
futuro.
Considerava
importante
que
todos
os professores tivessem conhecimentodo
processo de crescimento das crianças, todos deviamestar sensíveis às necessidades, valores e culfuras das famílias e das
próprias
comunidades ajudando as crianças a compreender melhor o mundo.Piaget
(189G1980)ficou
reconhecido
pela sua teoria
do
"desenvolvimento cognitivo"
formulada
apósuma
série de experiências com crianças. Esta teoriatem sido
questionada,porém
ainda influencia
correntes pedagógicascomo
o
"construüvismo" tão falado
naforrração
dos
educadores
de
inÍância
e
professores.Privilegia
a
aprendizagem
pela descoberta, a participação activa e o desenvolvimento dos interesses da criança (e.g. PiageÇ7986).
Bowlby
(1907-1990) desenvolveu a"teoria
da ligação" ou do vÍnculo afectivo, supondoque, se durante o período da inÍância a criança não üvesse mãe ou substifuta, daria origem a
feridas
emocionaispara toda
a
vida
e,
por
essarazão estaria predisposta
a
problemas comportamentais (e.g., Bowlby,1998). Foi naúltima
metade do século XD( que a inÍância setornou
um
objecto de estudo mais cienúfico baseado em observações directas de crianças, enão somente em reflexões reseruadas aos filósofos (e.g., Ariês,1978).
Muitos
outros contributos foram dados e,por
vezes em simultÍlneo, suÍgem algumas noçõesconhaditórias da inÍância o que até na actualidade podemos
verificar
em literatura, entre ospróprios
pais, os professoresou
nos media.A
infância
emeÍge comoum
tema abrangente, suscita várias questões, ru2,ão pelaqual
o seu estudo é encarado comomultidisciplinar,
das ciências sooiais e da educação. Há factores únicos na inÍância que podemidentificar
aspectos comuÍrs mesmo em meios sociais diferentes, as crianças não são completamente formadas na-
Imagens das Emoções na Infância-imagem
da
sociedadeem que
üvem e
existem
cerüas caracterfuticasque
transcendemculturas e climas. Não existem culturas orientadas para a criança.
A
inÍância
é a
fase
em que as
crianças
podem criar os
alicercespara
uÍul
correctasocialização,
podendo
brincar
e
desenvolver-se (e.g.,Papalia
et
aI.,
1999; Santos, 199'1,;Sprinthall e Sprinthall,
19%).A
brincadeira,
desde as suilsprimeiras
explorações até aosjogos
de
criançasmais
velhas,é uma
característicauniversal. Os brinquedos datam
dascivilizações
mais
anügase
desde sempre,os
adultos
atravésda história
relatam
que
abrincadeira pertence aos mais pequenos. Cabe aos adultos a salvaguarda
do
seu bem-estar, da saúde e do seu desenvolvimento global.1.2
Sercriança
A
criança éum mundo
poÍ
descobrir.Tudo
o que se poderlizsl sehs
ela é sempÍe pouco ehcará
muito por
conhecer. Considera-seum
ser, em aceleradoriho
de desenvolvimerrto aoqual falta tanto
a
linguagem
como
a
expressãodos
adultos.
O
adulto
nem
sempre
acompreende
e,
aPesaÍde por
vezes
se aproximar dos
seus
mistérios,
raramente
osaprofunda. Demonstrar respeito peta criança passa em
primeiro
lugar por levar a sério os "seus esforços, êxitos, fracassos,dificuldades e
alegrias,divertimentos e
estudos,tudo
isso está na
medida
das suas forças: não são pequenos nadas, bagatetas insignificantes, pueris e desprezíveis... São esforços meritórios, êxitos fecundos ou penosos fracassos dosquais se levantará mais depressa
do
que nós, quandoo
mesmo nos acontece, mas que,entrehnto,
Pesam realmentesobre
a
vida
quotidiana
da crianç4
como
os
esforços,dificuldades
e
alegrias pesam sobrea
nossa,conforrre a
nossamedida
de
homem"
(Jacquin, p. 19).
Esse aprendizado da vida feito pelas crianças é grande, e aos poucos a criançâ vai realizanclo
a§ suas conquistas
na medida
das zuas forças. Ospais que
diariamentecuidam dos
seusfilhos,
sãohlvez
os que maisignoram o
que se passa nesseadnirável
conjunto de formas visíveis e invisíveis quevai
sendo omundo
de cada criança. Locke (16%) descreveu a mente da criança comparando-acomuma
tábua rasa, ou mesmo uma folha embranco que ao longoda
vida
seriapreenúida
tanto pela educação como pelas próprias experiências acumuladas.E
Koiima
(1988)questionou: será
que
uma
criança
é
capazde regular
o
seu próprio
comportamento segundo os objectivos propostos pelos adultos, ou será que ela precisa de serinteiramente controlada
por
estes? Serão as crianças semelhantes à nascença oujá
nascerãolinguagem através de oum
instrumento
de aquisição da língua»{ue
seÍunifesta
de modossemelhantes seja
qual
Íor
aculfiÍa"
(Emiliani
eMolinari,
1998, cit.por
Tucker, 1992p.9).
Todas as crlanças pequenas paÍecem ter capacidade para aprender a linguagem sem nenhumtipo
de
aprrendizagemformal,
mesmoem
ambientes pouco estimulantes. Frequentemente,por volta
dos 3 anos, podedominar
as estruturas gramaticais essenciais, necessárias para aprodução de uma linguagem mais complexa.
No
final
do séculoXVII,
a criança começou a usaÍ roupas diferentes doadulto
e, ao mesmotempo
foi
dada maior importância à educação, o quefoi
diferenciando os conhecimentos e aÍtcapacidades
entre adultos
educadose os
seusfilhos.
Ao
longo dos
tempos,os
adultoscomeçaÍam a
atribuir
às criançasum
interesse maisvisível
e aÍectuoso.A
criança deixou de ser encarada comoum adulto
emminiatura
e gradualmente foi-se adaptando e ocupando olugar que actualmente lhe reconhecemos (e.g, Ariês,1978),
"Duranite
o
desenvolvimentoda
criança,a
adaptação éum princípio
constante euÍvl
condicionante
do
futuro.
O
fenómerro
da
adaptaçãoexplica
a
parte principal
domecani.smo
de
sobrevivência, bem como dos êxitos da criança. É auavésdo
estudo daadaptação que começamos a compreender
a
razÃo de termosnascido"
(Pedro, 2005, p.3e).
A
criança
em
geral depende
do adulto
durante
um
longo
período
de
tempo,
cujo fim
gradualmente coincide com ofim
da "infânciao.Isto
acontece em várias sociedades e podeser
considerado
crrmo
urur
das
principais
caracterfuticas
universais. Focartdo
odesenvolvimerrto
físico,
à
medida que
a
criança
cresce,todo
o
controle
rude ao
nível
muscular tende
a
tornar-se
dócil,
e
ela
vai
sendo
caPazde
executarmovimentos
maiscomplexos
e
difelenciados,
tornando
o
seu co{po mais forte.
As
crianças
geralmenteprecisam
de
mais horasde
sonoque
osadultos
e,no
passado, nomeadamentedurante
arevolução
industrial,
as tentaüvas paÍa as fazer trabalhar durante longas horas demonstravatambém incompreensão e cmeldade.
O tamanho pequeno da criança,
num mundo
em que os que têm autoridade sobre ela são osgrandes, talrto
em
grandezacomo emforça
Íaz comque o adulto Possaimpor
a sua vontade.A
consciência dessaimpotência flsica,leva por
vezes algumas crianças atentar dominar
o seu ambiente de outras maneiras através de brincadeiras, jogosou
experiências emocionaiscom quem as rodeia
na tentativa
de alcançaÍem os seus objectivos."Outras
crianças, mais postasno
seu lugar, e constantemente lembradas da sua insignificância, poderãocair
num
papel passivo, desistindo assim deigualar
a força e a competênciaadulta" (fucker,
1992, p.5n.
-
Imagens das Emoçõs na Infância-Desde bebé,
a
criança começaa interagir
com
o
seu meio
utilizando
formas
activas deúamar
a atenção na tentativa de dominar o que a rodeia (e.g., Neto eMarujo
2001; Papalia eOlds, 1998).
A
brincadeiraÍazpafie
da descoberta domundo
e desde cedo a criança explorao
corpo,
objectose
novas situações.O
comportamentoexplorador
parece sercomum
rulcriança. Para Piaget (1986) a criança entra
no mundo pronto
aagrÍ
sobre ele organizando,diferentes serrsações, for:rras, sons e ctreiros, que fazem parte do seu ambiente. Este ponto de
vista
foi um
avanço importante no conceito psicológico da criança, destnrindo a ideia de queo
bebé seriaum
organismo passivoque
reagiaa
qualquer
estímulo. Destemodo, muitos
psicólogos concluiram spe a criança faz muitas descobertas
por
siprópria
e intelectualmenteparece desenvolver algumas capacidades cogniüvas em estádios mais ou menos previsíveis.
Torna-se
muito
dependerrte das percepçõesimeüatas
e baseia a sua compreensão no aqui eagora.
A
criançavive no
presente,"o
passadoainda
lhe
é
muito
restrito para que
possapensar nele.
Quanto
aofuturo,
não pode
ter
deleuma ideia
muito
precisa, enquanto nãoüver
constihrídoo
presente que a cerca e de que ofuturo
será apenasum
prolongam.eÍlto"Sacquin,
p.36).Socialmente
a criança é receptiva à culturaemque
nasce e às maneiras comoesta lhe é transmitida por pais e educadores.
1.3.
Desenvolvimento cognitivo, emocional
esocial no
período pré-escolaÍ
"]á
vimos que é no espaço de crescimento entre os 0 e os 6 anos de idade, que se constróio
esqueleto
do
nosso funcionamento psíquico.
Peliasua imporfftncia
costuÍramos designar esseperíodo
por
"anos de
ouÍo".
É que, além
do
Euris, estaé uma
fase deintenso desejo de crescer e conhecer, que engloba a fase que os pais costumam ctramar de
"idade
dos porquês". Poderesbr
e acompanhaÍ runaciança
nestes momentoshaz
um
gostoredproco
deolhar
avida
pelo
seulado
maiscriativo, na
espantosa aventura deviver
o dia a .lia com episódios sempÍe úÍricos"(Streút,
2003, pp. 26U261).A
criançana
segunda infânciaou
nos chamados anos pré-escolaresvai
sofrendo algumas alterações significaüvas.A
aparênciamuda
o corpo torna+e mais esguio, desenvolve as suas capacidades mentais. Nesta fase melhoram as habilidades motoras dos músculos maiores,correm,
pulam,
salhm e jogam com
bolas,
deenvolvendo
hmbém
a
motricidade fina
começartdo aos poucos a revelar preferência pela mão direita ou esquerda.
A
personalidade e"Os
cinco anos sãoa
idade
deliciosaem que
cadaqual
aceitaa
vida tal
como
ela seapresenta. Em geral a criança de cinco anos não pretende
muita
coisa da existência, nemthe dá também
muito
de siprópria.
Os problemas da suavida
são delimitada amplitude
e tem facilidade em resolvê-los" (Gesell,
1977,p.M).
Segundo
autores (e.g., Jesuíno et a1., 1979; Pnget,1986; Papalia e Olds, 1998; Papalia s1 al,1975;Brazetton,2006), nota-se uma evolução significativa nas suas realizações, torna-se mais competente, autónoma e avenfureira, ansiosa
por
explorar as suas possibilidades. Todos osÍactores de desenvolvimento continuam interligados
-
físico, cognitivo, emocional e social.A
criança está mais atenta às suas necessidades, peÍrÍia e falamelhor
evaloriza
a amizade. Os contextos em quevive
têmum
impactoprofundo
rul suavida
tanto paÍa a sua saúde comopaÍa
o
cÍescimentocognitivo.
Nesta fase está verdadeiramente curiosapor ttrdo o
que
serelaciona
com
o
mundo,
observa
pequenose
grandespormenoÍes
e
Í.azuso dos
seussentidos. Começa
a
peflrvmecer entreüda
por um
mesmo
trabalho
do
seu
interesse demomento e encontramos nesta idade para além de uma grande necessidade de
movimsrto
eexercício, rurur
pÍocuÍa
enorme de fazer descobertas que resultam no enriquecimento da suaimaginação.
As
histórias são
um
centro
de
interessecomum
e
fundamental
para
odesenvolvimento
da
cognição, enriquecedorasda
criatividade
e
imaginação.As
criançasprivadas
de afecto, sentem-se infelizes e concentram-se nos sonhos e nas belas histórias natentaüva de se refugiarem da sua realidade.
A
maior
parte dos
padrões gerais, demonstramque podem ser
aplicadosà maioria
das crianças mas cadauma
deve ser encarada como pessoa única. Recentemente e após várias pesquisas"usando
técnicasmais
adequadasà
idade,
constataramque
cerhs
habiüdades paÍecem desenvolver-se mais cedo" (Pupuliu eOlds,1998,p.193)
do que sesupunha.
Piaget(1986,) considerou que nesta fase a criança está
num
estádio de desenvolvimentocognitivo
pr&operatório
-
tomando
o uso do pensamento simbólico mais sofisücado. Éhmbém
nesh
idade que surgea
compreensão de identidades, a compreensão da causa efeito, capacidade de classific4Í e compÍeender o número, a empatia e a teoria da mente.A
criança pode perrsarem algo
rrresmoque não
o
estejaa ver,
começaa
encÍuaÍo mundo
de uma
forma
maisotgantzadae previsível, percebendo que pode fazer eventos acontecerem, aprende a contar e
relacionar
quantidades,
organizar
objectos
e
pessoasatribuindo-lhes
significados.
Os relacionamentos com os outros evoluem e a criança vai percebendo como os outros se podem senth, tornando possível explicar epreveÍ
as suas atitudes, imaginando os seus sentimentos-
Imagens das Emoções na Infância-No
período do
pensamentopré-opeÍatório foram
enconüadaspor
Piaget (1986) limitaçõescomo: alguma incapacidade em descentrar a atenção, assim como uma certa confusão entre a
distinção da aparência e do real.
A
criança nesta fase assume que todos pensam como ela oqueÍaz do egocentrismo mais uma das limitações, assim como a irreversibilidade. Também o
animismo
foi
considerado
uma
limitação quando
a
criança
atribui
vida
a
objectosinanimados.
A
consciência destas limitaçõesé muito imporbnte
para todos
aqueles queconvivem com a
criartça
sejam pais, educadores, professores ou mesmo os profissionais de saúde, que necessitam de explicarpoÍ
vezes as coisas às crianças. Durante este estádio dão-seimporbntes
pÍogÍessos
porque
a
criança está
mais
aberta
à
aprendizagem
que
épredominante
intuitiva.
Quanto mais ricofor
o meio verbal melhor (e.g., Papalia eta1.,1999)."A
vantagemdo
modo
inhritivo é
que
as crianças são capazesde
livres
associações, fantasias e significados únicos ilógicos. PodemfingiÍ
que os bonecos são reais, quetêm
amigos imaginfuios,ou
mesmo contar histórias mirabolantes sobre aflüt
ascendência eter
conversasinteiÍas
consigopróprias
ou
com
objectos inarrimados-
todas estas sãoformas que
as crianças usampara
experimentara
linguagem, paÍa
se ensinarema
simesrlas.
A
inhrição permite-lhes
experimentar independentemente
da
realidade" (Sprinú,al e Sprinthal, 19P8, p. 106).O educador de krÍância tem como objectivo
partir
de uma vertente aÍectiva e emocional paraa
Íaniliarização
e
abordagemde
diferentes
conteúdos.Com
a
criança
pr6-escolarjá
épossÍvel explorar o seu lado emocional pedindo-lhes
um
esforço para agradar alguém,torna-se
positivo
cultivar
essa solicitaçãopara
realçaros
seus pequenos erros,tentando que
oscorrija e ultrapasse.
A
criança precisa de amor, este é esserrcial paÍa oequilíbrio
eharrronia
do
seu
desenvolvimerrtoglobal.
Até
à
idade
pré-escolar,o
mundo
social
da
criança
élimihdo
ao conhecimento de três ou quatro pessoas mais próximas que são queridas PoÍquelhe proporcionam a satisfação das suas necessidades
vihis.
Com
a entradanum
fardim
deInfância, a criança amplia os seus corúecimentos.
No
início, não tem relações sociaismuito
significativas com os seus pÍúes mas começa a brincar ao seu ladoimitando
e manifestando acuriosidade
pelo
contexto
em que
está inserida.
"Então
o
interesseda
criança
volta-seinteiramente para (...) o alargamento progressivo dos horizontes terÍestres" Sacquin, P. 65).
Nesta
fase,a
criança descobre através das suas forças,na
conquistade uma
aPÍoPriação constantedo mundo
atravésdo
seupróprio
corpo. Este período pré-escolar é consideradopor alguns autores como um período pr&social.
"A
criança
descobre as pessoÉls, gostade
aproximar-sede
ouEas crianças, esboça asestão
longe de
úegar
aurna
cooperação estável.A
criança interessa-se pelas pessoas,sobretudo
naquilo
que pode incomodar ou favoreceÍ os seuspróprios
empreendimentos.Otganza
omundo
social e suas atitudes sociais emtomo
dos próprios interesses, como omundo
material"
(Jacquin, p.68).O
ensinopr$escolar
favorece as crianças e asfamíias,
e as metas da educação Pré-escolarvariam entre as diferentes culhrras.
L.4.
Adescoberta
de si
próprio
edo outro
na
Infância
"Esses são anos fundamentais
para o
desenvolvimento psicossocial.À
meüda
que
o auto-conceito das crianças se fortalece, elas aprendem de que sexos são e começam aagir
de acordo. Seu comportamento também se toma mais soeialrnente
dirigido. A vida
socialse ampüa
à
medida que
amigos
e
parceiros de
jogo
desempenhamum papel
maisimportuurte" (Papalia
e
Olds, 1998, p. 216\.Se
é
verdade
que se
enconham
geralmentebrincadeiras sociais
enüe as
crianças, serátambém lógico penÍiannos que todas as crianças têm uma perspectiva naturalmente social?
Uma criança pequerur gosta da
comparúia
de outras da mesma idade mesmo que, se tornediÍícil
qualquer cooperação na brincadeira."Quando
perguntamos auula
criança de 5 anos,"Que
é quefu
mais gostasde
fazet?", émuito provável
que ela nos responda com uma simples palavra."BÍincaÍ."
E brinca, na verdade, bem-Temum
domínio mais regular do corpo e, por isso, é capaz de brincar sema ajuda dos
adultos"
(Gesen[ 1997p.86).
Brincar f.eÉz ao
lado
de outras também ébrincar
mesmo que seja de umaforma
paralela.A
criança aprende desde cedoa descriminar
entre as crianças preferidas e as pelasquais
seinteressa m;enos.
À
medida quevai
crescendo, necessita meÍros de protecção e orientação epor
esta razãoa
criançapÍocuÍa
mais
a comparúia
dos
da
suaidade. Através das
zuasreLações
vai
sendoinÍluenciada pelas
experiênciascom os
seus paÍesprincipalmente
nocampo
da
imitação,
do
estabelecimento
de
norÍnas
sociais, identificação
sexual,aprendizagem
de
valores
convençõese
atitudes.
A
descobertado
outro
desenvolve
ascapacidades sociais e através de oportunidades reais
do dia
adia,
as crianças socializam-se com os seus paÍes."
I-Ima boa pré-escola ajuda as crianças a aprender a se relacionar com osoutros
e
a
desenvolverhabilidades
sociaise
emocionais,como
cooperação, negociação,compromisso e autocontrole" @apalia e
Olds,
1998,p.209).Quando se
tomam
solitáriaspor
vezesinventam
amigos imaginários e, essafalta
de amigos-
Imagens das Emoçõs na Infância-oportunidade por habitualmente
conüverem
com pessoas mais velhas e as preferirem o que, não é aconselhávet. Algumas brincadeiras sociais em que as crianças se envolvemurras
comas outras são
muito
importantes e nesta fase aprendem que é preciso ser amigo para se terum
amigo. Elas aprendem a resolver problemas nos relacionamentos,"a
colocaÍ-se nolugar
dos outros,
e
vêem modelos
de
vários
tipos de
comportamento. EIas aprendem valores morais e norrnas dos papéis sexuais, e praticam papéisadultos"
(Papalia eOlds,
1998 p.2rt2). Envolvem-se em jogos
imitativos
em que os meninos brincam com os cÍ!ÍÍos e com asbolas e as meniÍras imitam
muito
as mães com as suas bonecas assim como as tarefas do lar.A
descoberh de sipróprio
e dooutro Íazpafie
dos objectivos aatingir
em actividadesnum
Iardim
de tnfância, podem brincar juotas ou próximas, mas sabemos que através da criação de amizades e interacções com ooutro
as crianças aprendem a reliacionar-se."TeÍ um
amigonão é apenas
um
factor de bem-estar emocional da criança; isso pode afectaÍ o desempenho na escola, mostrandoum
laço entre os desenvolvimentos social ecognitivo"
(Papalia e Olds,1998p.2a2).
No
esfudo "Género, AÍectos epodeÍes"
realizado com crianças, Éts ÍesPostasà
dimensão"necessidade de ter amigos" mostÍaÍam ainda a importância da
amizadg
reflectindo o papelfundamental que
o grupo
de
pares asflrmena
vida
das crianças.Na
opinião de
Duveert(1983), esta impor#ürcia não se restringe apenas a aspectos da
vida
emocional, mas tambémao desenvotvimento cognitivo. Nessa perspectiva,
a
arrúzade é umaestnrírra
relacional quepreenúe
funções aÍectivas,
mas também
assumerelevância
no
plano dos
processoscognitivos das crianças"(Soares, 2008,
p.
74). Neste mesmo estudo as crianças ancoraÍam aszuas Íepresentações
da
amizade
rurÍi
experi&rciasda
vida
que
são indissociáveis
dospÍocessos
que
condicionam
o
próprio
desenvolvimentocognitivo.
"PoÍ
essemotivo,
asdimensões valorativas consütuem
um
factor essencial davida
das crianças e é através delasque se torna
possível
integrar as
influências
sociaisenquanto
aspectosoperativos
das representações deanizadd'
(Soares, 2008, p. 77).1.5.
O Desenho
Infantil
como
meio
de expressão ecomunicação
"Embora tenha observado centerras e centenas de crianças enquanto desenhavam, nunca me aborreci e até hoje continuo maravilhada pelo modo como as crianças podem exprimir-se e
revelar as suas atitudes através das imagens gráÍicas" (Salvador, 1988,p.7). O desenho é
um
acto espontâneo e desenhar é tão natural como o brincar. Muitos investigadoÍes e pedagogos têm estudado os significados e o papel do desenho
inÍantil
(e.g., Bedard,2000; Campos,20M;"O
desenhoé,
paraa
criança,em
primeiro
lugar,
um
jogo e
diverte-secom
ele comoquando brinca com as suas bonecas
ou
automóveis. Com estes objectosüve
aventuras,sentimentos e desejos. úrventa
histórias
com eles em quepode
estar presente,tanto
nasua realidade, como
nos
seus
argumentos
irreais,
fantásticos
e
até
impossíveis"(Salvador, 1988, pp. 1T14).
Ao
pedirmps que nos desenhe algo, a criança joga, procurando no seuíntimo
o que traça nopapel
desenvolvendoo lado
direito do
cérebro.A
criançauliltza
estemodo
de expressão, atravésdo qual
pode apresentar a representação das suas emoções. As crianças aonível
doensino
pré-escolar
surpreendem-noscom
o
potencial riquÍssimo que
possuem
e
que conseguemtransmitir
através do desenho, criando as próprias personagens e ambientes."Os
desenhos fomecemum
registo sobre as mudanças e o passado executado pelopróprio
ponto de vista da
criança"(Goodnow,
p.
n.
Todas
têm
armazenadono
seu
cérebro, acapacidade
de
desenhÍu, apeÍraÉi aguardando as condições propícias paraa
sua
reaTiz.açfisdentro dos
seus contextos. Sobo ponto
de
vista
criador
o
desenho"é muito
mais que
odesenvolvimento de habilidades que se procuÍa
atingr
porque a criançamobiliza
todo o seu ser quando espontaneamente se entrega a uura actividadecriadora"
(Bessa, 1972,p.6).
Os desenhos ptovavelmente serão aprimeira
e mais clara forma de criação e, revelam formas de expressãoindicadoras
de uma
possÍvelprocura
de
ordem
num mundo tão
comptcado,
atravésdos quais
a
criançacomunica
e
demonstratanto
o
seu desenvolvimentocomo
ahabilidade.
"Os
desenhos podem-nos dar informação não só sobre as crianças, rnas também sobrea
nafureza
do
pensamentoe na
resoluçãode
problemasentre aianças
e
adultos" (Goodnow, p.1G11).O desenho
infantil
também évisto
como umaforma original
de pensamento e expressão de emoções, associandoa
expressão grâhcaliwe
a uma
tendêncianahrral de
comunicaçãoatravés
de
trabalhos
espontÍineos"no
qual a
criança
seprojecta
e
revela
o
essencial daprópria personalidade" (Bessa, 1972 p. 10).
Há
estudos
que
apresentamo
desenho
como
um
fenómeno expressivo
importante
einvestigadores da expressão da actividade psicológica
infantil
(e.g., Lucket,1972;Low,enfeld, 19727;Goodnow)
atravésdo
desenhoverificaram
que as investigaçõesforam
detal
forma
valiosas
e
válidas que
começaÍama
ser utilizadas como
instrumentos
de
diagnóstico psicológico. Paraos
educadoresde
infância
o
desenhoé
considerado fundamentalmentecomo
"instrumento
de medida, ou como meio de desenvolvimento de aspectos importantes7 Autores citados em Enciclopédia de Educação lnfantil - Recursos para o desenvolvimento do currÍculo escolar
-
Imagens das Emoçõs na InÍância-da
criança,
dos
quais
destacaremos:a
inteligência,
a
motricidade
e
o
sentido
estético" (Salvador, 1988, p. 15). O desenho centra-se também na suaiqueza
como instrumento paÍa opsicodiagnóstico
(projectivo), e
pelo
seuvalor
relaxador de
tensões (catártico)e curativo
(terapêuüco),como instrumento em
psicoterapia.O
deserúo
apresenta-secomo
meio
de comunicação e expressão de sentimentos."EntÍe
1920 e 1.930 os psicanalistas estendem os seus tratamentos às crianças, deparandocom
o
inconvenienteimportante
de
que, com
elas, peLasua
expressãoverbal
poucoeLaborada e imatura, a técnica de associação
liwe
de palawasperdia
iqueza
eutilidade
(...)
A
criança desenha sempÍe para alguém, ainda que esse alguém possa ser ela mesrnaou
unul
pessoa quenão
esteja presente e,o
queé
mais engraçado,à qual nunca
terá ocasião de o dar, mas fê-lo para comunicar com ela, para lhe contar qualquer coisa. Põe a descoberto uma parte de siprópria,
e estabeleceum
diálogo com aqueles a quem mostrao seu
trabalho"
(Salvador,L988,pp.15,2n.
Muitas vezes a criança oferece
um
desenho e este nem sempre é apreciado, o que a entristece. Para o decifrar, ninguém melhor que aprópria
criança. Se oadulto
mostrar interesse eÍizet
perguntas, compeÍrsaÍá
o
esforço
que
a
criança realizou
surpreendendo-nos
com
acompÍeeÍrsão dos sentimentos que nasce deste contacto e desta relação.
O
desenho favorece
,or2
nçfualizaçãoe
aquisição constante
de
corúecimentos
e,
aodesenhar,
a
criança
representa graficamenteo
que
corúece
e
percebedas
coisas queassimilou e
interiorizou,
Íepresentando deste modo o seu coÍúecimento da realidade."AssilÍr,
podemos
dizer que
o
sistema
de
pensamentoque as aianças
tipicamente empregamdurante
esteperÍodo é criaüvo e
intuitivo.
Mas, lembremo-nosde que
hásinais,
durante
este período,
de uma
mudança
iminente
no
sentido
de
um
maior
reconhecimerrto da realidade. úrvestigações recentes mostraram que as crianças em idade pr&escolar têm uma maior capacidade do que se pensava originalmente para
distinguir
o real e o
imaginário" (Sprinüall
e Sprinthall, 1993,p.107).Através do carácter de moüvação que as crianças obtêm ao desenhar, encontramos um ponto de ligação
importante
enhe esta e outras áreas de interesse que constituemo currículo
daeducação
pr&escolar. Por
volta
dos5/6
anosa
criançaentra
numa
fasede
simbolismo descritivo."Ao
obseryarmoso
desenhode uma
criança de5
anos vemos que aparecem todos ositens
esperadospara
a
suaidade:
cabeça,olhos, ttaÍiz,
boca,corpo,
pernaÍie
braços.Também estÍio todos os comuns: cabelos, peÍnas e braços em duas dimensões e dedos. Dos poucos comuns encontramos: pemas em duas dimensões"(Salvador,1988,p.21).
A
figura
humana
é
agora
reproduzida com cuidado
tolerável
rus
como
um
esqueÍnasimbólico rude, e
as caracterfuticas são lsçalizadasda
maneiramais
grosseira e cada umadelas é uma forma convencional.
"A
fonrra
deuma
linha
da
boca (paracirur,
parabaixo
ou
a
direito)
simboliza vfuiossentimentos.
A
posição das pupilas nos olhos (centro,lado, topo) simboliza a direcção doolhar.
A
parte
inÍerior
da página simboliza
o
úão,
a superior
o
céu (mas coloctuum
objecto perto do topo pode tambémsignificaÍ
que ele está maisdistante)"
(Goodnow, p. 133).Algumas destas equivalências têm reliação com o
mundo
real maspoÍ
vezes constata-se queas próprias crianças não têm a mesÍna forma de olhar do adulto. Por essa razáo toma-se clara
a
ambiguidade
de
muitos
desenhospelo facto
de
existirem
diferentes caminhos
paÍadesenhar, assim como meios distintos paÍa os interpretar. Da mesma maneira que a criança passa
do balbuciar à palawa,
do gatirúar
ao caminhar,"também evolui nos
desenhos em função das caracterfuticas que lhe são próprias e do ambiente que arodeia"
(Salvador, L988,p. 43). O "esquema" geral assume um
tipo
um tanto diÍerente de criança para criança, "r:ras amesrvr
criança mantém-sefiel,
para a maior parte
dosfins
e durante
longos períodos, ao mesmo modelofavorito"
(Read, 1958p.1,47),Cada criança adquire
um
estilo
pessoal,
o
que
associa
aos
desenhos
rrarcas
deindividualidades distintas entre as
crianças.Os
desenhossão
um
importante meio
dediagnóstico e mesmo terapia
inÍanüI,
sendo frequentemente considerado que o que a criança não consegue comunicar por palawas,por
vezes coÍEegue expressaÍ pelo deserüo (e.g.,Leo
1985). Não encontramosum
acordo comum quanto à determinação de mais etapas ou fasesde
desenvolvimento,e
paÍececlaro que em nentrum
caso estas etapasdo
desenho sejam categorias trimitadas, cada uma contem elementos da anterior, assim como da etapa seguinte. Desenhar é criar."Quanto à
criação,o
importante
é o
processoque
permiüu à
criança realizá-la. Nelainterferem e
se desenvolvema
percepÇão,a
imaginação,a
observação,o
raciocÍnio, ocontrole gestual
-
capacidades psíquicas queinfluem
na aprendizagem.No
processo decriação
a
criança pesquisaa
própria
emoção, liberta-seda
tensão, ajusta-se; observa omundo
que
a
rodeia,
desenvolve
percepçõese
imaginação, adapta-se;
organiza.pensaÍtentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho, educa-se" @essa,1972 p.1G11).
A
criançaquer explicaÍ
o
quefaz
e
precisamosde recorúeceÍ
quea
expressãoé
também-
Imagens das Emoçõe na InÍância-"Não
bastartizer
que
a
criança deseja representarulgo
-
um
objectoque
vê ou um
sentimento
que
experimenta.
A
questão
é:
por
que
desejaráela
exteriorizar
a
sua percepção ou sentimento? Por que não se satisfaz apenas comurül
representaçãointerior
ou imaginaüva do objecto ou sentimento?" (Read,1958 p.198).
A
comunicação associa-sea
urur
intenção
de
aÍectar
de forma positiva ou
negativa
aspessoas
e
por
essa razão sugeÍeuma
acüvidade de
carácter social."Qualquer
explicaçãoadequada
da
expressãodeve
por
isso
assentarnuura psicologia que
considerenão só
oindiúduo
uras a relação doindiúduo
com ogrupo"
(Rea{1958
p. 199).Quando uma criança tem a oportunidade de
reunir
em harmonia a actividade cognitiva coma sensibiüdade e criatividade, adquire
um
dos atributos maiores pÍua o seu desenvolvimentocomo
pessoa.O
desenhosendo
uma
actividade
natural
reconhecidae
estimulada
peloadulto,
facilrrrerrteencontra meios
paÍa se
desenvolver, alcançandounra finalidade
de carácter expressivo e comunicativo."No
desenho, como téorica projectiva, pede-se ao sujeito que deserrlte umÍr Pessoa, urnaÍantnta, urna casa, uma árvore,
um
animal, etc. Mas nunca sedeterrrina
apriori
quetipo
de
pessoatem de
desenhar. Ficaà
escolhado
zujeito
a
idade,
o
sexo,o hmarúo,
ascaracterísticas
formais e
estruturais
da figura
humana.
De
maneira que,
de entre
aenorme quantidade de pessoas que conhece, seleccionará
e
dará como resposta"a
suapessoa", que será
uma
projecçãoda
sua imagemcorporal e do
conceito quetem de
sipróprio" (Salvador, L988, p. 29).
Os
desenhosdas
criançassão
"ao
mesmo
tempo
testemunho
da
condição
do
autor
emensiagem a quantos
queiram
aceiá-ld'
(Bessa, 1972p.12).
Todos os autores que ao longodos tempos foram estudando o desenho
infantil,
estão de acordo de que o tema preferido das crianças de vfuias culturas é a figura humana."Com
base nestauniversalidade
do
tema, fizeram-se estudospara seguir
a
evoluçãodeste desenho,
úegando-se
a
afirmar que
todas as
crianças pÍlssampor
etapas na rcdiz.ação grâhca dafigura
humana e que estas fases estão em relação com aidade
e amaturação" (Salvador, 1988, p. 55).
1.6.
Síntese
do Capítulo
"Deixem
as
criançassonhar!
(...)
Deixem-nasfabricar os
sonhosno
sono
tranquilo
da protecção deum
ambientemomo
de calor e morno deespirihralidade"
([oão dos Santos, cit. por Branco,2OOO,p.
243'5. Sobre a inÍância, todos os dias se ouvem histórias, ruruts contadasnum tom
de
alegriae
outrasem tons que
oscilam entreo
escandalizadoe
o
entristecido.Crianças superdotadas, outras equilibradas que
r"
distinguem
das crianças mal-educadas eas
julgadas "impossíveis".
Na
realidade,
a
educação,não tem sido
tarefa
fácil para
osprofusionais e
asdificuldades da
vida
actual tambémnão ajudam
os paisna
sua missãoeducativa ao
longo
daüda
dos seusfilhos
porque em certa medida as pressões nocivas deum meio social
instável
contribuem para alguns fracassos (e.g., Samparo,1994).Em
todo o mundo,
e agora em especial olhandopÍua o
nosso pals, a realidade contrasta eencontramos desigualdades de
oportunidade
na inÍância, o quetoma
urgente a intervençãode
investigadoÍes
em aprofundar as
enormesclivagens
e
diversidades
que
as
criançasenÍrentam,
associando-lhesos devidos
problemas.
É
imprescindível
dar
prioridade
àsnecessidades
da
criança
paÍa as
compreendermosmelhor.
A
instabilidade emocional
éfrequente em muitas famílias.
Não é tareÍa
fácil
penetrar na mentalidade de uma criança epor
vezespor
esta seexprimir
mal, tentamos ler no rosto os sentimentos que experimenta mas podemos nos engaruü pois a
criança
pode
escondero
que
peÍrsa
e
o
que
sente. Existem sempÍe
muitas fontes
de incompreensão e váriosúoques
de gerações quepoÍ
vezes geram conflitos e formam alguns problemas na inÍância. Para os educadores agirem eficazmente sobre a criança, ajudando-a adespertar
pÍua
a vida,
torna-se necessárioconhec&la
assimcomo
desenvolver téoricas,utilizando
os instrumentos
adequadosa
cadarealidade.
O
período
pré-escolarpode
serconsiderado como
"um
dos mais férteis na evoluçãodo
graÍismo, quando a criançaúega
adominar
um
vocabulário
formal
bastante
rico,
empenhando-secom
desenvolfirra
narepresentação daquilo que deseja
exprimir"
(Bessa, 1972,p.33).Actualmente
o
desenhoinfanú
é
consideradocomo
o
modo
como
a
criança percebe ecompreende
o mundo
e, esta posição valot'rza todas as relações que se determinam entre atotalidade psíquica da criança emocional e intelectual. Todo o processo de mahrração em que
o
cérebro está altamenteenvolvido com
o
seumeio
sociale cultural,
relaciona-secom
aeducação
e
com as
vivências proporcionadas
à
criança.
Partindo
de
alguns
princípios apreendidos através das várias leituras efectuadas, podemos enunciar atguns caminhos quenfro queÍemos seguir, podendo deste
modo
alargar
o
horizonte
do
nosso
olhar.Consideramos que a infância: não é uma cópia do universo do adulto ou
urra
reprodução emminiatura;
não éovazio
ou a tábua Íasa que peÍrsaram ser, que se molda ou se desenha e daqual se pode construir um destino