APRESENTADA
Á
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
EM
OUTUBRO
DE
1868
rou
Antonio
Simoes
de
Faria
DoutoremMedicinapelaUniversidade de Paris
AFIM DE PODER EXERCER A
SM
PROFiSSÍO NO 1HPERI0 DO RRAZIl.BAHIA
Typographla
fieJoão
Gonçalves
Tourlnho
Rua Nova do Coramercio n.H.
DIRECTOR
O
JEa?.moConselheira
tíe.Jíoão
Haptisia
tiosAnjos»
vflGB-DHii&ifôiit
0 Ex.m0Snr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.
OSSUS.DOUTORES t.*ANNO. MATÉRIAS que leccionam
Cons. Vicente Ferreirade Magalhães .
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Ph
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^
***FranciscoRodriguesdaSilva. . . . Chimicae Mineralogia.
AdrianoAlvesdeLima Gordilho . . . Anatomiadescriptiva.
!>.ANNO.
Antonio de Cerqueira Pinto
...
Chimicaorgânica.Jeronyrno Sodré Pereira.
...
. Physiologia.Antonio Mariano dollornfim llolanicaeZoologia.
AdrianoAlvesdeLimaGordilho. . . . RepetiçãodeAnatomiadescriptiva.
õ." ANNO.
Cons. EliasJoséPedroza Anatomiageral epalhologica. Joséde GóesSequeira Palhologiageral.
Jeronyrno Sodré Pereira Physiologia.
4.° ANNO;
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas. . Palhologia externa.
Palhologiainterna.
Mathias MoreiraSampaio
)
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^
mu,hcrcspCjadasedemcnino3S.°ANNO.
Continuação de Palhologiainterna.
JoaquimAntoniod'01iveiraBotelho . . Matériamedicaetherapeulica.
JoséAntoniodeFreitas
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A
™\Trelho^SraPhÍCa' MedÍCÍ "aoperatoria-e
C.°ANNO.
Pharmacia. SaliistlanoFerreira Souto Medicinalegal.
DomingosRodriguesSeixas liygienc, cliistoriada Medicina.
Clinicaexternado3.*e4° anno.
Antonio Januário deFaria Clinicainternado5.' e 0."anuo.
<D3>i?(DS2S?(DmiS3»
RozendoAprígio Pereira Guimarães. .)
IgnacioJosedaCunha f _
PedroRibeirodeAraujo /SecçãoAccessoria.
José Ignacio de Barros Pimentel. . .\
VirgilioClymaco Damazio /
José AlTonso Paraizo deMoura. . . .
Augusto Gonçalves Martins
DomingosCarlos daSilva
DemétrioCyriacolourinho
Luiz Alvares dos Santos
João Pedroda CunhaValle
O
fiv.B>p.Cincinnato Pinto«la$ilva.O
Sir. I>r.Thomaz
ilMquino Gaspar.SecçãoCirúrgica.
SecçãoMedica.
Bx. Entorna
Sanitário
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tributode homenagem ao saber e a illuslração.
Ao
tfftislfiftsitiH»SenhoÊ'
DR.
JOSÉ
AíTOHSO
PARAÍSO
DE
MOURA
Oppositor da Secção de Sciencias Cinirgicas,
signal de gratidão.
A ILLUSTRADA
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
.
«
ntBeos^o—
AO ILLUSTRISSIMO
SENHOR
11,
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fiiimi
Oppositor da Secção de Sciencias Medicas,
tributo de gratidão.
AO
ILLUSTRISSIMOSENHOR
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Oppositor da Secção de Sciencias Cirúrgicas da Faculdade de Medicina do
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DR.
ANTONIO
AUGUSTO
GUIMARÃES
signal de amisade.
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AO ilustríssimo e reverendíssimo senhor
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Í„ ^HiJIL©,exigua, porém sincera prova de amisade.
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AO ILLUSTRISSIMO E REVERENDÍSSIMO SENDOR D, ABBADE GERAL DE S, BEATO
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signal de consideração, respeito e sympathia.
AOS
MEUS
AMIGOS
Luiz Augusto Ferreira
Alexandre J. C. de Villar
Antonio Joaquim de Castro
Máximo Salvador de Avellar Seixas
Manoel Joaquim Machado
Antonio Joaquim de Freitas Castro
Albino de Freitas Castro
Histórico*
[UANDO
sequer consultar os autores sobre a moléstia que[vai fazer o objecto do nosso trabalho, vê-se que suas obras
*não contem senão detalhes muito inexactos sobre a asthma.
A
palavra asthma, derivada do grego que quer dizer ar-quejar; respirar difficilmente, (Ferrus, diccionarioem
trinta volumes) serviapara exprimir
uma
reunião desymptomas
caracterisados sobre tudo peladif-ficuldade de respirar. Esta denominação foidepois applicada a differentes
mo-léstias, por sua séde e por sua natureza;
mas
quetinhãocomo
resultadouma
difíiculdadena respiração
como vamos
fazer ver. Era poisimportante estabe-lecer o que os antigos entendião sob a denominação deAsthma
e sobretudo de adistinguirda dyspnéapropriamente dita. Nós sabemos quea ultimamos-tra-se
em
uma
multidão de moléstias; queestesymptomaé
muitocommum
napleurizia, nabronchite capillar ele;
em
quanto que a asthma mostra-seem
circumstancias inteiramenteespeciaes.
Arétée, descreveu a asthmade
uma
maneira pefeita;porém
decahio quan-do elle procurou estabelecer a causa.Celse, confunde
também
a dispnéacom
a asthma, emesmo
com
a ortho-pnéa; segundo esteautor, éuma
lesão intermediariaentre as perturbações daÀvicenne,diz quea asthma
tem
analogiacom
os paroxismos e os espasmosepilépticos (LiberXI, Pag. 43j.
Van
Helmont, attribue aum
principio (umaessência) que partindodealgu-mas
vísceras, faz despertar energicamente os conductos aérios. Elie a deno-mina—
Epilepsia do pulmão.Senuertf, atribue acausa da asthma a
uma
estreiteza dos bronchios,produ-zida pelos
humores
que seacumulão;oranos bronchios, oraem
seus conductos.Puvière, acredita que a asthma é produzida por
um
humor
vindo da cabeçaobstruir os bronchios.
Sydenham,
collocaa asthma,como
Celso, ao ladoda dyspnéa: dizelle quese encontra nas moléstias das vias respiratórias formando trez espéciesde dyspnéa.
Na
primeira espécie, os pulmões são os únicos obstruídos; nasegunda sãoos bronchios; na terceira nãodá explicação.
É
precisochegar a Willis, para vêr a asthma interpretada sob dias maisfelizes. Este autoradmitte
também
trezespécies, segundo ossymptomas
pre-dominantes.
Primeira espécie.
—
Suacausa era aestreiteza dos bronchios, e eraprodu-zida pelo accumulo de mucosidades que conduz á constricção dos conductos;
era a principal cauza da difficuldadedas funcçõesrespiratórias.
Segunda espécie.
—
Asthma
convulsiva, a produzida pela paralysia doshron-chios; por conseguinte por falta deacção; paralysia devida apresença de
ma-térias nos órgãosrespiratórios.
Terceira espécie
—
Asthma
mixta—
participando das duas antecedentes.Pinel, descreve aasthma
como
uma
nevroze.Cullen, colloca aasthma entre as affecções espasmódicas das funcções vitaes
e admitte quatro espécies.
A
asthma idispatica, espontânea, exanthematica e pleuthorica.Hoffmann, distingue diversas asthmas, segundo a cauza que a produzir:
quer seja por
uma
contracção espasmódicado apparelho respiratório, quer por accumulo de mucosidades que venha obstruir os bronchios (OperaAmnia,
Tom.
3.-Sect. 2. Cap. 2.)Floyer, diz que a asthma écontinua, quando depende da compressão das
veias dos bronchios, dasvesículaspulmonaresou dos nervos; periódica, segun-do o estado dos bronchios edas vesículas pulmonares.
Eis aqui suas próprias palavras:
immediatamente da intumescência das
membranas
do pulmão, comprimindoos bronchios, as vesículas do pulmão e osvazos sanguíneos. Esta
intumes-cência écausada pelosespíritos flatulentos, rareficados, oulevados atravez das glândulas do cérebro, quer por accidentes exteriores, quer poreffervescencia
febril e periódicadosangue » John Floyer de Stafford. trad. do Inglez, M. D.
C. C. L. XI. Laennec, encara o calarrho pulmonar chronico,
como
a causa amais ordinária do
emphysema,
e por consequência da asthma; admittio maistarde, que as vesículas pulmonarespodião se apertar espasmodicamente e dar
lugar a asthma; assim
como
admilletambém
uma
irritação dos bronchios.«A
asthma édevidaaum
aperto espasmódico dos bronchios, que pôde serproduzido por todas as causas que aactuão, soja de
uma
maneiradirecta, sejade
uma
maneira sympathica sobre amembrana
mucosa pulmonar.» Esta étambém
a opinião que julgamos deveradoptar.Joseph Franck, definindo a asthma, diz, que é
uma
respiração laboriosa, a maior parte das vezes sibilante, vindo periodicamente enão sendosymptoma-tica de
nenhuma
outra aílecção conhecida. Pagina 330, Cap. III.Da
Asthma, Paris 1842.Mr. Rostan
em
Setembro de1818
(Pag.30
do novo Jornal de medicina) declarou só vêr na asthmaum
symptoma
das affecçõesdo coração ede seusgrossos vasos.
Mr, Georget, compara aasthmaá
uma
affecção do encephalo ou da medulla. Segundo Copland,a asthma éuma
aílecção espasmódica dos bronchios,ellesó admitte a asthma espasmódica; a asthma humoral e a mixta não são, senão
a consequência daaffecção espasmódica.
(Copland. Dictionary ofpraticai medecine, 1855.)
Mr. Trousseau, entende por asthma «
uma
dyspnéa muitas vezes extrema, essencialmente intermittente ou renittente,dyspnéa que não mostralezãoal-guma
material e apreciável do coração e dos pulmões, dyspnéa puramente nervoza, e que pôde mostrar-secomo
phenomeno
accessorio e não necessárionasdiversas affecções orgânicas do peito. »
É
certamente estauma
dasdefiniçõesmaissolidasquetemossobre aasthma. Depois de ter exposto as theorias que tem reinado sobre aasthma, e que existem, ainda hoje, alguma dessas theorias,julgamos dever dar,em
poucaspalavras, a estructura das vias aérias,laringe, trachéa, conductos bronchicos
esuas ramificações, antes de passar á algumas experiências physiologicas, estabelecidas por Schrcedor Vendelkock, Longet, Raynei e Moleschot que po-derãoservir para esclarecer esteponto da palhologia.
Considerações
anatoma-phy
siologicas
sobre
a
arvore
aéria*
0
conductoaérifero do pulmãocomeça
naparte a mais elevada, pelo laryn-ge que abre-se nadilatação do pharynge; na sua parte inferior elle continuapelos grossosbronchios até as ultimas ramificações bronchicas. Este conducto serve de canal aofluido atmospherico que
vêm
hematozar o sangue econsti-tuir afuncçãoda respiração. Elle é formadode meiosarcos cartilaginosos, cuja
symetria diminue ámedida que se approximadas ramificaçõesbronchicas;
po-rém
antesde penetrar nos bronchios,divide-seem
dois conductos,um
para cada pulmão e estes não tardãoasubdividir-se até oinfinito.É
ápresençades-tas cartilagens que este canal deve seu estado de tensão permanente. Se a
trachéa fosse puramente
membranoza,
abaixar-se-hia nomomento
da inspi-ração, que determinauma
espéciede vasio no thorax, e do seu abaixamentoresultaria
uma
interrupção completado ar. (Cruveilhier, anat. descript.)O
numero
dos arcos cartilaginososé de 16 a 20; ellessão maissalientes do lado da face internado que da externa;em
certosindivíduos, sobretudo,for-mão
os dois terços e os trezquartos deum
circulo.Cada
um
destes arcos apresentão dois bordos,um
superior eum
inferior,dandoinserçãoaos arcos Hbrozos, e duas extremidades talhadas bruscamente
e
sem
dobras. Encontrão-sealgumas vezes dois arcos soldados no sentido do seu comprimento. São muito delgados epodem
sercomprimidos e abaixadossem
seromperem;
são de grande elasticidade que permittem voltar sobre simesmos
e por consequência de poder o ar penetrar facilmente natrachéa.Encontrão-sealgumas vezesdisposições particularesnas primeiraseultimas
cartilagens.
A
cartilagem thyroide, por exemplo, póde-se continuarcom
a cartilagemcricoide.
A
ultima cartilagem que marcaa passagem datrachéa aos bronchios apre-zentaa disposição seguinte, a parte média dobra-se para baixo, curva-se paratrás e forma
um
angulo agudo muitoprolongado.É
o esporão saliente quese encontra na parte interna do conducto eque
falíamos acima.
e percorre todoo conducto.
Na
sua espessura estão contidos os arcoscartila-ginosos, de tal sorte, que a parte a mais espessa do tecido fibroso cobre a parte anterior;
em
quanto a camada que percorre a parte interna é de talmaneira delgada, que a mucosa parece estar
em
relaçãoimmediatacom
a faceinterna destas cartilagens. Tirando-se esta
membrana
fibrosa descobre-se, por detrás, fibras musculares,porém
esta operação requer muitocuidado,at-tendendo que estas fibras achão se ao nivel da parte
membranosa
do canaltrachéo-bronchico. Estas fibrastem
uma
direcção transversal, que vão deum
arco a outro, e oceupão o intervallp destes arcos.É
evidente, diz Cruveilhier, que a contracção destas fibrastem por effeiloa approximação das extremidades destes arcos, epor consequência a
estrei-teza da trachéa cujo limite édeterminado pelo contacto destasextremidades.
A
estructura dos bronchios é idêntica á da trachéa, ella é amesma
nasramificações bronehicas, que parecem ser acontinuação docylindro fibroso
sem
modificação alguma na extensão das vias respiratórias. Isto explica queos pulmões voltão sobre si
mesmos
todas asvezes que as causas accidentaestem estabelecido sobre suafaceexterna a acção dapressão atmospherica; esta
exerce-se sobre a face interna pela trachéa e divisões bronehicas.
A
partemembranosa
desapparecedesde a primeira divisão bronchica, porqueosarcos cartilaginosos, nesta divisão, soffrem modificações notáveis; ellessegmentão-se e approximão-se formando
um
arco completo. Estas divisões tomãouma
forma cylindrica, emquanto que ossegmentos bronchicos sãooblongos, cur-vilíneos eterminados por ângulos muitoalongados, demaneira queellespodem, por esta disposiçãocavalgar uns sobreos outros e serem reciprocamente
rece-bidos
em
seus intervallos. Algumas vezes o volume dos segmentos diminue para formar linhas estreitas e finalmente tubérculos cartilaginosos.Os feixes longitudinaes que nos bronchios estão limitados á parte
membra-nosa, espalhão-se desde aprimeira divisãobronchica, esão
como
disseminados sobre toda a face interna desta divisão; as fibras musculares tornão-secircu-lares, collocão-se dentro dos tubos bronchicos e formão
uma
camadadelgadamas
não interrompida. Estas fibras circulares são de natureza musculosa, choje não ha mais duvida depois dos trabalhos de Schoedcr,
Van
dei Kock,Kolliker, Manoll e Longet.
Reisseissen, (defabrica
pulmonum)
descreveu a textura própria dosbron-chios; elleannunciou queasfibras musculares lisasprolongavão-se até as mais
finas ramificações bronehicas, que se percebião
bem,
sobretudoonde os arcos cartilaginososdesapparecem.Maso
facto não estavaaindaprovadoquandoveilhier, o qual deve ser citado sempre que se (ralar da anatomia, por suas perseverantes pesquizas,
emprenhendeu
estudar edeterminar a parte que de-ve tomara fibra muscular na estructura dos bronchios; elle julgou-seautori-sado a admittir que havião eííectivamente fibras que se continuarão até nas mais pequenas ramificações utricularesdos bronchios e que desapparecião
nes-tas ultimas nascendo por
uma
lamina fibrosa, e que o espasmo desta podia determinaro estreitamento dos bronchios.São principalmente os trabalhos de Schroeder,
Van
dei Kolk, Kolliker,Rainey, Molcschot eMandl, que lançarão
uma
nova luz sobre esta queslão. Comprenhende-sefacilmente aimportância deste facto anatómico, porquea existência das fibraslisas,uma
vezdemonstradanasultimas ramificaçõesbron-chicas, permitte explicar a asthma pelo espasmo dos bronchios.
Emfim,
Mr.Gratiolet
em
um
trabalho que este sábio publicou á alguns annos, veio de-monstrar aexistência deum
aparelho musculoso nosramos deum
diâmetroinferiorá dos bronchios, onde os arcos cartilaginososdeixão de ser visíveis.
Quando
se consideraa disposição dos segmentos cartilaginosos, aexistên-cia das fibras circularescollocadas na face internados segmentos, não se pode duvidar dos movimentos destes segmentos, uns sobre os outros,
movimento
cuja extensão podeser medida pelo espaço que elles
devem
percorrer para sepôr
em
contacto, e chegandoa este estado deve darcomo
resultado a dimi-nuição dos conductos.Isto faz crêr a Mr. Cruveilhier que estes factos anatómicos
podem
servirpara explicar todos os
phenomenos
espasmódicos da suífocação, tacscomo: asthma nervoza,, suffocaçãonervoza etc.Sabc-se que o pulmão recebe seus nervos de pneumogastrico e do systema
ganglionario; elle contém vasos lymphaticos, superficiaes e profundos, cujo
numero
e volume são muito importantes; ellesvãoaos gangliosbronchicos e trachéaes, que na idade de 10 a20
annos tomãouma
cornegra-O
enfarte destes ganglios representaum
grande papel na producção da asthma; eis arazão pela qual julgamos necessário fallardeste objecto.
O
pulmão
recebetambém
duas ordens de artérias, a artéria pulmonar e asartériasbronchicas; duas ordens de veias, pulmonares ebronchicas.
Como
damos
grandeimportância á acção nervoza na producção da asthma, julgamos deverinsistir sobre a distribuição dos filetes nervosos no pulmão.Hamificações
«lestes
nervos
Alguns dos nervos partem do tronco principal,
um
pouco acima dabifur-cação da trachéa, dirigindo-se á parte anterior deste conducto; os outros
nas-cem
por detrás dos bronchios. Os anterioresporém
do pneumogastrico, pertodos nervos cardiaco-thoracicos; cruzão obliquamente as partes lateraes da trachéa na suadirecção
em
baixo e por dentro; adiante unem-secom
osdolado opposto para formar o plexo pulmonar anterior. Estes filetes se
appli-cão sobreos bronchios eramiíicão-se
com
elles.Os
posteriores muito multi-plicados accumulão-secom
os filetes vindos dos ganglios thoraxicos do grande sympatico, passando da direita para a esquerda trocando os filetes.Desta disposição resultão dois plexos posteriores;
um
á esquerda outro ádireita, destinados a transmiltir á cada
um
dos pulmões a influenciadosdoispneumogastricos, deste plexopartem ainda filetesque vão aosbronchios.
Mr. Sappey, demonstrou esta disposição
em uma
bella preparação que depositou noMuseu
da Faculdade de Medicina deParis, eque chegouacon-cluir: .
1.a
Que
elles chegão até a extremidade terminal das divisões da arvoreaérifera, não se afastando
em
ponto algum destas divisões epenetrandocom
ellas nos lóbulos.
2.a
Que
os filetes que chegão do plexo anterior e aquelles do plexopul-monar
posterior, conservãoem
toda a extensão do seutrajecto a disposiçãoplexiforme; suas malhas alongão-se somente no sentido de sua direcção, de
tal sorte que cada
uma
representauma
elipse mais oumenos
comprimida nosentidodo seu pequeno eixo.
3.a
Que
suas ramificações são exclusivamente destinadasámucozarespira-tória, e não tem
com
os vasossanguíneos outras connexões mais doqueaquel-las que ellas affeetão no trama destas
com
os capillares arleriaes e venozos.A
trachéa, osbronchios e suas divisões, são forrados poruma membrana
mucosa, dobrada por
uma
camada de fibras contractis pela parle externa,como
ja dissemos.É
o nervo vago que os animaeque preside á sensibilidadede
uma
ea contractilidade de outra.Comeffeito, eis-aqui o que diz o professor Mr. Longet:
cão, provoca
uma
tosse,nem
manifesta sensibilidade alguma; e se substituir esta agua porum
acido concentrado, apezar da cauterisação da mucosarespi-ratória, a sensibilidade é abolida.
No
cavallo, noboi, sob ainfluencia de fracas correntes eléctricas, pude ver contrahirem-se as divisõesbronchicasbem
finas. »A
experiência consisteem
fazer passar transversalmente
uma
corrente eléctrica,com
muita precauçãonotecido pulmonar pelosramos do pneumogastrico.
Elie pôde vêr por meiode
um
forte microscópio que contrahia-se sob duas formas: l.auma
de estreiteza, derivando da contracção muscular; 2.aque
es-lavasob a dependência do nervo pneumogastrico; além disto contracções
ma-nifestas produzião-se nasramificaçõesbronchicas.(Louget, Traité de physiologie). Estes factosforãoconfirmadospelos
traba-lhos de
Volkmann.
Krimer e
Wedemeycr,
o primeiro, no seu Unter Suchenger iberdie etc.Pag
942; o segundo,Unter Such iber den Kreisbauf, Pag. 70, virãotambém
as fibras cònfracfis dos bronchios, reagirem sob a influencia immediata doirritantes mecânicas ou eléctricos.(Suas experiências forão feitassobrecães,
Natureza
dstasàhnia»
Sob a influencia de instrumentos mecânicos e eléctricos,
como
aexpe-riência tem estabelecido, osbronchios contrahem-se; isto hoje
ninguém
nega,porém
havia, antes da publicação dos trabalhos modernos, duvidas sobre esta contracção; a existência da fibra muscularnão eslavademonstrada, ainda queReisseissen tivesseadmittido a sua presença. Concebesse, pois, que grandes autoridades dos nossosdias julgarão dever altribuir a producção da asthmaa moléstias do coração ede seusgrossos vasos, tendo rejeitado completamente
as idéasdo grande Pinel que não via nesta moléstia senão
uma
nevroze.Com
efícito não hacausa alguma que não tivesse sido interpellada para explicar
esta moléstia, os tubérculos, (Floyer), o
emphysema
(Louis, Laemec),cm
ul-timo lugarpeloDr. Budd, de Londres (Medico-chirurgic. Transact, 1840, pag. 53), osganglios tuberculosos, os tumoresda cavidade thoraxica (Dr. Gairdner, Edinburgh medicai snd surgery journal 1850) etc.
Mr. Rostan,
em uma
celebrememoria
publicadaem
29
de Maio de 1818, julgouter razões para sustentar que os pretendidos asthmaticos erão sempreacompanhados
dealgumas moléstias docoração, taescomo: hyperlhrophia ouossificação do grosso vaso.
Sem
duvida, que as ossificações encontrão-semuitas vezes nos asthmaticos que
morrem
velhos,mas
não se verá aquian-tes
uma
consequênciadamesma
semilidade e as affecções cardíacas não seráantes coincidênciasdo que cauza?
Somos
inclinados a admiltir, quandovemos
que as autopsias nada nostem
revelado de apreciável a nossos meios actuaes de investigação. Mr. Rostan,
mesmo
referindo-se as autopsias, nas quaes elle não encontroucomo
lesão,senão
uma
vermelhidão da mucoza.Como
explicou então esta asthmaconhe-cida pelos Inglezes sob o
nome
de hay-asthma, que se manifesta subitamente (Suddenly) nos ceifadores, aos quaes se fazcessar os accessosfazendo-os mu-dar de lugar;como
explicar deuma
maneira plausível, a não ser pela irritaçãoda mucosa tracheal ebronchica por partículas irritantes?
Porém
o que dá so-bretudoá asthmaum
caracter particular deessencialidade, éa marcha de seus accessos, sua invazão brusca esua intermittencia. Procurando-se agoradistin-guir a asthma destasdyspnéas quese encontrão frequentemente, para não
di-zer sempre, nas affecções cardíacas, achão-se as differenças seguintes: as af-fecções do coração determinão
uma
suffocação permanente (dyspnéa) mais oumenos
intensa,, é verdade, mais entrecortada por accessos verdadeiros,intei-ramente differenles da moléstia que nos oceupamos. Elles não tem
regulari-dade
em
sua volta, mostrão-se tanto de diacomo
de noite; não se íerminão por estephenomeno
critico de expectoração catarrhal, tão especialmente ca-racterístico da asthmanervoza;nem
são precedidosnem
acompanhados desta flatulência gastro-intestinal, que Floyer particularmente descreveu muitobem.
A
dyspnéa permanente e os accessosde suffocação dasmoléstias docoração,vão
augmentando
sem
cessar, e seguindo muito exetamente os progressos daaffecção cardíaca,, diminuindo a gravidade ou a frequência pelas evacuações sanguíneas que expelle o coração e o systema circulatório.
Se nos disserem que a asthma verdadeira pode aprezentar
uma
dyspnéa mais oumenos
permanente e por consequênciauma
certa semelhançacom
a suffocação das moléstiasdo coração, responderemos que isto tem lugarquandoexiste
uma
bronchite concomitante, a qual é fácil de provar a existência dosestertores variados, sibilantes emucosos; finalmente
uma
expectoraçãocatarrhalou purulenta estabelecerá o dignostico desta complicação, ealém disso a
au-sênciadesignaesphysicos característicos das moléstias do coração ovirão
con-íirmar.
De
outro lado, o uso deuma
medicação convenientepode fazer desap-parecer a bronchite, restabelecer á asthmao seuestado de simplicidadetiva e mostrarque os accessossão independentes da bronchite, assim
como
dcuma
aíTecção orgânica qualquer do eoração.Nós
nãoacreditamos que a asthma possa ser consideradacomo
o resultadodo
emphysema
pulmonarcomo
pretendeu Laenneee Iouiz.O
emphysema
pulmonaréuma
lezão essencialmente mecânica, elle rezultada ruptura das vesículas pulmonares preduzida pelos violentos accessos de tos-se na bronchite, determina
uma
dyspnéa permanente,mas
nunca doaccessosde suffocaçãoverdadeira^quando, porém, seaprezentãoaccessos semelhantes
é fácil verificar que
uma
brochite aguda se acha unida aoemphysema.
Na
asthma as couzas não se pas3ão assim; no intervallo dos accessos o doente não é emphysematoso, e no
momento
dos accessos não ha bronchite aguda.No
caso deemphysema
a suffocação dura omesmo
tempo que a bronchite,isto é, 8 ou 15 dias na asthma, os accessos reproduzem-se durante
3
ou 4 noites consecutivas e algumas vezesuma
só noite, lendo assim duração estepequeno
drama
a quechamão
nevroze. Diremos voluntariamente que haen-tre os attaques de suffocação do
emphysema
eos daasthmaamesma
differen-ça queha entre a suffocação lenta e continua da laryngile e a suffocação rá-pida produzida pela introducção aecidentalde algumas gottas de liquido no larynge.A
tisica pulmonar não é exempta de caracteres que á primeiravista,po-der-se-hia confundir
com
aasthma;cm
outros termos, certos accessos desuf-focação da tisica, apresentão analogia
com
a dyspnéa asthmatica.Vamos
tratar de indicar as differenças destas duas aífecções mórbidas, não somentedebaixo do ponto de vista dos symptomas,mas
também
das cauzas.Um
individuo pode ser tisico, seu pulmão pode conter tubérculos crús, oucertaquantidade de granulações miliares; estes productos,
em
seu começo,estão
em
estado latente; isto é,em
uma
espécie desomno
pathologico, poisque
nenhum
symptoma
physico ou funccionalnão nos revela aindaaexistên-cia; o individuo é maisou
menos
exposto aconstipações frequentes ou prolon-gadas,porém
não existe aindanenhum
indicio suficientemente revelador para que se possa pensarem
tisica.E
nestascircumstancias e neste período damoléstia que se produz frequentemente accessos desuffocação inopinadaque podem, até
um
certo ponto impôr-seporum
attaque deasthma.O
paciente éatacadobruscamente por
uma
sensação deenchimento e de constricçãodopei-to, queixa-se de calor no interior, respira difficilmente e procurao ar livre,
a respiração torna- sesibilante. Por
um
consensosympathico a cabeçaa (Iyspnéa persistem mais ou
menos
tempo, até o apparecimento deum
phe-nomeno
critico, taes como: suor, expectoração mucozamais oumenos
opaca ou hemoptizes!Esta reunião de
phenomenos
não poderia enganar por muitotempo
um
pratico; tudo isso só de longeseassemelha á asthma; os antecedentes mostrão
já
uma
má
susceptibilidade dopeito; a invazão nãoó absolutamente inopinada houveuma
bronchite anterior e difficil respiração, cujo attaque de dyspnéa que acabamosde descrever é o gráo o mais elevado; o começo pois não temsempre
lugarsem
liação; a duração é muito mais longa, porqueeonta-se pordia e
mesmo
por semana. Prevenido por estas notáveis differenças, o medicoausculta altentamente o peito e não tarda a descobrir signaes que não existem na asthma, obscuridade de
som
muito pronunciadaem uma
dasregiõessub-claviculares, inspiração fraca, expiração rude, sêcca e prolongoda, algumas vezes
mesmo
um
pouco de sopro bronchico;um
poucodistanteda cova axillarpor dentro do bordo vertebral do omoplata, percebem-se algumas bolhas de
fervor crepitante ou sub-crepitante.
Qual é a significação destes phenomenos? Eis ahi.
Nenhum
destessignaes indica a existência de tubérculos,mas
fazem conhecer exactamente o estadodo
parenchyma
pulmonar.É
evidentequeo vértice (somente) do órgãoéa séde deuma
congestão sanguínea mais oumenos
forte; reconhece-se muitobem
queo ar só penetra de
uma
maneiraincompleta, que existeum
enfarte localidado, cuja duração será bastante longa ecuja resolução só se poderá fazer por viada absorpção lenta egradual.
Dois
modos
particulares de resolução porãofim a este estado, a saber:uma
expectoraçãomucoza mais ou
menos
abundante, ouuma
exahalação sanguínea (hemoptyse).Vemos
neste quadro resumidas, asdifferenças capitãesda asthmae datizicano primeiro gráo.
Na
primeira, estado de espasmo e de constricçãogenerali-zado portoda a arvore bronchica,
sem
traço algum de congestão,nem
desta-sissanguínea no parenchyma pulmonar; na segunda, desordem absolutamente
circunscripta
em
ponto do pulmãocom
integridade de todo o resto do órgão; na primeira, cessação rápida dosaccidentes; na segunda cessação lenta e pro-gressiva; naprimeira, evacuaçãoem
alguns instantesdeum
muco
transparen-te; nasegunda, evacuação de
um
muco
mais oumenos
alterado, apresentandoos caracteres de
uma
elaboração phlegmasica. Vê-se por estas considerações, queapesar da semelhançadossymptomas
mórbidos, póde-sedistinguir opoderíamos dizer o
mesmo
da tuberculisaçãodos ganglios bronchieos, aíTecção descripta somente nestes últimos tempos; comtudo, pondode parteum
certonumero
de casos observados no adulto,vemos
que a tuberculisação bronchicaéparticularmente própria da infância; primeiro indicioda maisalta
importân-cia; poisque, alem dissoa asthma é
uma
moléstia própriade adultoou velho.Mas
suppondoidentidadede attaque dyspneico nosdois casos, aindaseencon-trarão differenças nas condições seguintes:
O
attaque de asthma éum
facto passageiro e transictorio, que não éem
geral precedidonem
seguido deou-tros accidentt-s mórbidos; elle tem a instantaneidade e a fugacidade das ne
vrozes.
O
attaque dedyspnéada tuberculisação bronchicasobrevêm, pelocon-trario, no curso de
uma
affecção orgânica, cuja resonancia sobre a economiaé facilmente appreciavel e serve porconsequência paraestabelecer o
diagnos-tico.
O
individuo asthmaticopela tuberculisação bronchica é aomesmo
tempo
febril, chloro-anemico, lymphatieo e
mesmo
escrophuloso, existeum
esta-do dedeterioração mais ou
menos
avançada; sente-se evê-se que se passa no individuophenomenos
de desorganisação visceral absolutamente desconheci-dos na asthma pura. Só queremos citar casosmui
raros,onde osattaques dys-pneicos idênticos aos da asthma são ainda symplomaticos, queremos fallarde casos onde
um
tumor collocado sobreo trajecto deum
dos nervos dopneu-rnogastrico ou do plexo destes nervos, produz, por compressão altaques de asthma; citaremos,
como
exemplo o facto seguinte, que copiamos deuma
these, notável
em
todos ossentidos de Mr. Ilérard; Paris, 1847. f)No
dia 21 de Maio de 184G, entrou para o Hospital dosMeninos (Salla S.Thomas
N.° 3, seivicedeMr.
Blache) ochamado
M
(Carlos) de3^2
annosde idade. Este menino, que desde o seu nascimento tinhasempre gosa-do deuma
bôasaúde, foi altacado a dois mezes e meio,sem
causa conhecidae de
uma
maneira súbita (ás4 horas da tarde) deuma
grande dimYuldade narespiração
com
ameaços de suffocação.Os
accidentes durarão todaa noite enodia seguinte;
um
medico foichamado
e pensou que erao Croup (com aap-plicaçãode sanguesugasaos lados do pescoço e
com
a administração deum
vomitivo); o
menino
melhorou;porém
desde esta época conservou sem-preum
pouco de oppressão e algunsmomentos
tinha verdadeiros accessosdesuffocação.
Quando
Mr. Blache vio o menino namanhã
do dia21 de Maio, adyspnéa era intensa, a dilatação dopeito se effectuava por violentos esforços, a inspiração seouvia a certa distancia,
ambas
erão estridentes, apresentandoum
caracter sibilante, (a expiração sobretudo) a (osse muito rara e tinha otimbre ordinário, o
mesmo
aconteciacom
a voz, aqual entretanto tinhaal-guma
couza que imitava ao balidoda cabra (Chevrotant); no fundo dagar-ganta não se distinguia
nem
rubornem
falsas membranas, percebia-se 30ins•pirações por minuto e 135 pulsações muito desenvolvidas etinha a pelle
um
pouco quente, a face ligeiramente inchada, a cabeça parecia enterrada entre
as espáduas,
como
se vê muitas vezes nos asthmaticos, a parte anterior dopeito abahulada, as clavículas elevadas, asonoridade
um
pouco exaggerada naparte anterior; pela auscultação ouve-se o
murmúrio
vesicular misturado defervor sibilante. Atrás
eá
esquerda nota-seafraqueza do ruído respiratório.Poção
gommosa,
extracto de belladona e pó de belladona, 0,02; fricçõessobre a parte anterior do peito
com
extracto de belladonaliquido.Dia 22.
M
esteve tranquillo todo o dia21 e a noite quese seguio.Esta
manhã,
á visita, achamos a respiração quasi tão calma,como
a deum
menino
deperfeita saúde; de repente foi altacado deuma
dyspnéa elevada ao mais altográo; a inspiração, principalmente a expiração torn&rão-se sonoras,sendo esta misturada de
uma
espécie de fervorsibilante que parecia passar-seno larynge, eraprolongada a tal ponto que representando se por \ otempo da inspiração, ter-se-hia ao
menos 3
pelo da expiração, a tosse éum
pouco mais frequente do que hontem, é sêcca, estrepitosa, a voz não é rouca; omenino
move-se na cama, agarra se aos corpos que o cercão, eleva amão
aopeito,
muda
incessantemente de posição,mas
não se assenta nacama
e parecemesmo
preferir, durante o accesso, o decúbito dorsal. Todos os accidentesacalmão-se no fim de alguns instantes, depoisreapparecem
com
maisviolên-cia pelas 5horas da tarde, desapparecem ainda para inanifestarem-se de novo
ás 11 horas danoite.
O
restoda noile passouagilado, ehouverão diversos ac-cessosdesuíTocação semelhantes áquelles de que fomos testemunha na visitado dia23.
Poção
gommoza,
tártarostibiado,0,08 atévomitar,fricçõescom
extracto de belladona, sinapismos, clyster laxativo.O
dia e a noite de23
de Maio forãobons e esta manhã, 24,applicando-se o ouvido ao peito, apenas se ouve
um
íigeiro ruido determinado pelacoiumna de
arque
atravessa o larynge.O
me-nino está sentado na
cama
e parece não fazer grandes esforçospara respirar; pela auscultação nota-seum
fervor sibilante e sub-crepitanle na parte su-perior dos pulmões; o pulso é ligeiramente aecclerado, omenino
temappeli-te e levanta se.
Dias
25
c 20, nada ha denotávelDia 27.
M
houverão dois accessos violentos, uai á meia hora depoisdo meiodia e outro ás cinco horasdatarde; todavia no dia
28
não parecia de maneira alguma resenlir-se, levantou-se durante o dia, quando as G horas da tardevem
um
novo accesso que durou muitashoras; a anxiedade era ex-trema; omenino
abria largamente aboca para introduzirum
pouco de ar nopeito; a face estava pallida, os lábios azulados;
bem
depressa foi attacadodebocejos (baillemenls) repetidos, seguidosde convulsões; á agitação succedeu o lelhargo e expirou na noite de 28.
Autopsia
cadavérica,
IMl
horas
álcoois
«lamorte.
O
larynge está perfeitamente são; os pulmões apresenlão algumasmanchas
disseminadas e ligeiroemphysema
mais pronunciado do lado esquerdo, na parte anterior e na circumferencia da base.Na
raiz do pulmão direitoexiste
um
tumor lendo o volume deuma
pequena noz; elle é formado porum
ganglio tuberculoso ecomprime
fortemente o pneumogaslrieo; o ner-vo acha-se, além disso,em
uma
extensão de 1 a 2 centímetros, inteiramente confundidocom
o envoltório duro da glândula lymphalica; seu tecido é nesteponto,
como
cartilaginoso enão podeser isolado do tumor, d'ahi o nervotor-na a tomar sua textura normal; esta massa
comprime
o bronchio direito cmesmo
determinou a ulceração deste; de maneira que o sacco tuberculosocommunica
com
vias aéreas, cmesmo
quando abrimos a trachéa, percebemosum
fragmento da matéria tuberculosa, introduzida no bronchio pelo orifício circularde communicação, cujodiâmetroera, pouco maisou menos, de2
cen~timentros; o rubor que existe sobre seus bordos prolonga se até á trachéa e
também
no bronchio esquerdo.Achamos,
mesmo
nas ramificações bronchicas,um
liquido amarello,bas-tante espesso, que parece ser de matéria tuberculosa amollecida e derramada do tumor
em
todo o tubo aéreo.Do
lado esquerdo o pneumogastrico acha-seem
relaçãocom
um
tumor ganglionario duro, tendo o volume deuma
avelã: o nervo está igualmente, posto queem
menor
gráo, alteradoem
sua textura, oconfundidocom
o involtorio exterior do ganglio.0
coração, oscentros ner-vozose os órgãos abdoininaes estão isentos de toda e qualquer alteração.A
maior parte dos médicos (como muito
bem
dizM.
rHérard) que virãoo
essen-15
ciai; entretanto, elle nunca teve
uma
intermiltencia tão franca,como
nosca-sosde asthma
sem
lezões apreciáveis.Pondo
de parteesta circumstancia, ex])licada,
em
parte pelascomplicações, taes como: perfuração da trachéa,sahi-da da matéria tuberculosa, tivemos inteiramente os
symptomas
da asthma; epodia-sejulgarque se esta moléstia teve alguns pontos de contacto
com
oes-pasmo
da glotte, asdifferenças são muito notáveis para que se possãoconfun-dir. Há, nosdois casos, accessos de suílocação,
em
quanto que no espasmoellcs são de muito pouca duração; nós os vimos, na observação acima citada,
prolongarem-se durante horas inteiras; além disto, será, pois permiítido,
es-tabelecer a
menor
analogia, entre a inspiração do espasmo e o ruídoparticu-lar da expiração, característica da asthma.
Citaremos ainda o facto de Heberden, no qual a asthma era devida á
uma
exostose assestada sobre as vértebras dorsaes superiores (Salter, ou Asthma, pag. 122; Londres, 18G0).
Este referido pelo Dr. Gairdner d'Edimbourg, de
um
nevroma assestadosobre o nervo vago (Edinburghmedicaiand Surgical Journal, 1850),
Não
acreditamos que seja fácil,nem mesmo
possível de chegar aodiagnos-tico
em
cazos semelhantes no estado actual da sciencia; não queremosmesmo
pôr este problema, porque elle nos parece prejudicial ao doente e de fazel-o entrarna cathegoriados casos rarosecuriosos,
em
lugardearranjal-osn'aquel-lescasos ordináriose clássicos. Se ha
uma
affeceão frequenteem
clinica,mui-tas vezesdesconhecida, fácil de confundir
com
a asthma, e fácil comtudoá dia-gnosticar, é certamente o aneurisma da aorta.Chamão
um
medico á noite,para vêr
um
doente attacado de Orthopnéa, de sibillo laryngo-tracheal, que parece tersido tomado destes accidentessem
perturbação alguma anteriorda saúde, julga-se áum
accesso de asthma; os antispasmodicos ou anesthesicosdão rapidamente razão a estesaccidentes; esta dyspnéa passageira reproduzia-sc
com
diííerentes intervallos; assimum
diaodoente suecumbeem
consequên-cia de
uma
heinoptyse fulminante,um
aneurisma aórtico abrio-se nosbron-chios. Se se tivesse cuidadosamente percutido e auscultado o peito, seria
im-possível desconhecer-se
um
tumor queantes de matar o doente, adquirehabi-tualmente o volumeda cabeça de
um
menino. Depois de terfeito todas estaseliminações no
immenso
grupo de moléstias thoraxicas, que temcomo
cara-cter principal a dyspnéa, resta-nos ainda,um
grandenumero
de cazos, todos idênticos, todos independentes deuma
lezão material apreciável, todos essennaclasse das moléstias anatómicas; estes cazos formão
uma
só emesma
famí-lia que é da asthma essencial.
Definição
da
Astlima.
A
asthma éuma
moléstia chronica e essencial, caracterisada por accessosde suíYocação, vindo sempre durante a noite,
com
intervallosindeterminados, lindando poruma
expectoração catarrhal e precedida deuma
flactulenciagas-tro-inteslinal.
Dcscripção
dos
accessos.
A
asthma começa geralmente pela volta da meia noite, algumas vezes ao romper daaurora, e as mais das vezes deuma
ás duas horasdamanhã.
Depois de
um
somno
agitado, interrompido,acompanhado
de indisposição, o doente acorda bruscamente ecom
susto, viclima de soffrimentos (que é precizo têl-ossentido para conhecera natureza), a respiraçãoarquejantecom
sutíocação
acompanhada
de sibillo característico: não podendo conservar o decúbito dorsal levanta-se para sentar-se sobre a cama, os olhosfixos,sahin-do
um
pouco fora das orbitas, a mucosa occular injectada, a face algumasve-zes pallida;
mas
ordinariamente lívida, as pálpebras e as narinasvioláceas, as azas do nariz dilatão-se convulsivamente e a boca dispostacomo
para chupar (Ployer) a fim deaspirar o ar que parece escapar-lhe.Com
a palavra entrecortada o doente nãoresponde senão por monosyllabos ou por signaes, porque todo e qualquermovimente
lhe é impossível, a cabeça enterrada entre as duas espadoas, os omoplatas levantão-se á cada inspira-»ção,
como
as azas deum
pássaro, os braços afastão-se do troncoevão
procu-rar
um
ponto de apoio sobre os corpos que oscercão para favorecer os movi-mentosda caixa lhoraxica. Si se lançaum
relanceard'olhos sobre os músculos abdominaes, ellesnão parecem mais responderem aacção mecânicada respira-rão.O
pulso,com
todo este cortejode symptomasatterradorcs, é calmo eraro (algumas vezescomtudo elle é frequenteeintermittente);mas
nestecazoexiste,grande quantidade de urina de cor pallida é seerctada, não é raro que ella
precedao accesso.
Se durante o accesso se percute o doente, nota-se que a sonosidade do thorax nunca é diminuída, pode
mesmo
ser normal; é comtudo geralmente augmentada.A
auscultação nãofornece signal algum constante; o ruido respi-ratório é raramente normal, adiminuição existe quasi sempre, e explica-se pelos fervores seccos, sibillantes ele.Quando
o accesso tem duradouma
hora, e algumas vezes trez e quatro, esta luta terrível que se trava entre as viasaérias e o fluido athmospherico, diminue e cessapouco aponco, então o doenteexpelleuma
grande quantidade deum
fluido transparente,como
a clara de ovo, espumozo, filiforme, seme-lhante áuma
solução degomma
adragante(Floyer)como
doYermicella(Le-fèvre), clarad'ovo cozida (ArHée). Os bronchiosesvasião-se, a respiração
tor-na-se melhor, a circulação seregularisa, o pulso, queera accelerado, torna-se
mais calmo, a physionomia toma o seu aspecto normal e tudo entra
em
per-feito estado.
A
asthma não começa sempre damesma
maneira, apresenta-se muitasve-zes,
com
signaes precursores, inteiramente diferentes. Isto fezcom
que se admitlisseuma
asthma ílatuosa (Floyer),uma
asthma humoral (Scnnert, Ri-vière, Copland),uma
asthma catarrhal (Laennec, Louis, Beau, Budd, Saltcr).Paranós o estado fíatuoso só, é
um
elemento da asthma; os estadoshumo-ral e catarrhal nãosão senão complicações.
Um
asthmatico temquasiinvaria-velmente a flatuosidade gaslro intestinal, esta nãoé pois a causa da dyspnéa aslhmatica, é antes o signal precursor. Quanto ao estado humoral ou
catar-rhal, elle pôde
bem
preexistir ao attaque dyspneico,como
o estado flaluoso;mas
não écomo
este,um
elemento necessário e precursor dosaccessos, éuma
simples complicação de que a asthma não tem necessidade para se revelíar, e a prova é que ella pôde desapparecer
sem
interromper a repetição dosatta-ques.
O
accesso de asthma, nesta variedade, dita humoral, é geralmente maisforte e de
uma
duração maior; isto pode-se attribuir á accumulação maiscon-siderável de
um
muco
espesso e viscosonas vias respiratórias, quevem
com-plicar o espasmo dos bronchios;
em
uma
palavra pôl-osem
estado convulsivoe aggravar ossymptomas;
também
elledeixamenos
repouzo do que a asthma francamente espasmódica; a crise é geralmente precedida do quinto datosse,augmentando
gradualmente até que a oppressão sejaintensa, e então estama-niftsta-se durante a noite, acalma-se
um
pouco pela voltada madrugada,em-quanto que a expectoração é copiosa (é isto que marca a terminação da
ma
essencial) os pulmões fieão muito irritáveis,suasfunccõcs embaraçadaspe-la maisligeira causa.
Na
noite seguinteo accessorecomeçadamesma
manei-ra e assim termina-se;
emquanto
qae áterceira a expectoração é maisconsi-derável; o allivio se opéra,
mas
o doente conserva-se incommodado.Quando
os accessos são assim renovados, duas ou tres noites successivas,algumas vezes,
mesmo,
semanas [(porque neste estado a duração é muitovariável) a tosse torna-se mais gordurosa, a expectoração maisfácil, aá
remis-sões mais frequentes e perfeitas, e o doente sente-se
com
satisfação, desem-baraçado da crize. Si seausculta o doente durante oaccesso,vê-se que ares-piração émais fraca do que nosintervallos,
porém
deuma
maneira maisgeral,ella acha-se suspensa
em
certospontos, esubstituída pelos fervores mucosos;: roncantes, sibillantes, assemelhando-se ao arrullo da rola ou ao canto dospássaros.
Os
doentes excretãotambém,
durante o accesso,uma
grandequan-tidade deourina pallida, que
bem
depressa torna-se corada edeixadepositar,,no íim do accesso
uma
matéria sedimentosa.O
pulso éaccelerado,intermit-lentealgumas vezes durante o accesso; isto é devido á inflamação
concomi-tante dos bronchios. Esta forma de aslhma é certamente a que se en-contra o mais das vezes; e a que os autores dão o
nome
de aslhma hú-mida.Anatomiapathologica.
—
Nada
é mais variável da que as lesões que se en-contrão depoisda morte, nos asthmalicos. Esta variabilidade demonstra, da maneira amais evidente, quenenhuma
delias poderá serconsideradacomo
acauza palhogenica da asthma; assim nos casos bastante numerozos, não
acharam
lesões (Bonnet, Sepulehretum, obs. 165). Morgagnicita casos análo-gos; omesmo
dizVan
Helmont, pag. 226. Mr. Bland fez autopsia áum
asthmatico de80
annos de idade, e não encontrou lezão alguma; Mr. Beginvtambém
nada encontrouem
um
militar;Mr. Guersant (Dicc.em
30
vol.) Mr. Andral (clinica)não forão maisfelizesem
suas pesquizas, esem
duvidaalguma
estes autores
sabem
encontraruma
lesãoquando ellaexiste.Etiologia.
Só estudaremos a etiologia debaixo do ponto de vista das cauzas predomi-nantese occasionaes,porque ascauzas próximasestão envolvidasna mais pro-funda obscuridade.
Causas predisponentes.
—
O
asthmatico traz, nascendo, unia herança aqual ellenão poderá subtrahir-se, assim
Van
Helmont,Flayer, Culleneoutrostem
admittido que a herança representa o principal papel.O
Dr. Salter (Pag. 109,) no seunovo tratado da aslhma declara, que não pode haverdu-vida a este respeito.
Idade.
—
Tein-se admittido queaasthma
podia se desenvolverem
todos osperíodos davida; assimMr. Guersant (Dict.
em
25
vol.) a vio masnifestar-seaos
5
annosemesmo
aos2
(Floyer,) de anno e meio, e acima de60
annossem
deixartraços na autopsia; mas, segundo este autor, quando esta moléstiaé hereditária, declara-se geralmente na idade
em
que os pais forão atta-cados. Para nós a asthma não éuma
moléstia da infância; amenos
comtudo qne não sobrevenha complicações, e nãojulgamos poder fazer melhor doquecitar as próprias palavras de Mr. Killiet eBarthez. «
Emquanlo
á asthmaner-voza ou essencial, nós nunca a observamos nos meninos (pag. 642.
Tom.
III)e elles acerescentão:
em
todos os casos que nosverificamos, os symplomasdys-pneicos, contínuos ou intermittentes, existiauma
alteraçãodos bronchios ou do pulmão, ouuma
modificação da secreção bronchica. »Sexo.
—
Admilte-se geralmente que o sexo temuma
grande influencia; queos
homens
são mais sujeitos á asthma do queas mulheres; tem-se, pois, pro-curado estabeleceruma
proporção relativa á freqencia: assim nos54
cazosobservados ha alguns ânuos pelo Dr. Salter, notou-seque havião
36 homens
sobre 18 mulheres (on asthma, pag. 108, London, 1860). Estatambém
é aopinião de
um
autor muitoantigo (Ettmuller).Constituição.—Julgamos que nada ha de fixo a este respeito, que a
asthma
pôdesobrevirem
toda espécie de constituição; porquevêmos
unsas-signalaro temperamentosêcco e nervozo,outros aanemiae aplethora (Andral,
anno totions à Laemec), é boadisposição (Lientand).
Causas occasionaes.
—
«Os
paizes expostosaos ventos quentes, dizIlyppo-crales, os habitantes são phleugmaticos, os meninosasthmaticos, eos velhos
sujeitos a catarrhos » (Oaremberg, traduct: Des eaux, des airs).
A
asíhma é muito frequente na Ilha da Reunião, ajuntaremostambém
a Ilha de França, onde édenominada Côurte haleine,
mas
não se observa nos meninos, ella reina segundo Henderson, epidemicamente na índia.Os
arrabaldes dePoitiers, regados de numerozascorrentes, são abundantes asthmaticos.Uma
salahabitável paraum,
nãoo é paraoutro; omesmo
acontececom
asgrandes cidades.0
Dr. Salter conta diversas observações deattacados de novos aceessos (Salter, loc. cit. pag. 232). Floyer cila o caso
de
uma
Senhora que viajava na Hollanda perfeitamente curada daquellamo-Jestia, que voltando a Londres, esta reappareceu.
Uma
outraSenhoraeraat-tacada todasas vezes que ia á Igreija pela
manhã
(Chomel).Um
advogado era attacado de aceessos asthmaticos, quando eslavaem
sua fazenda, situada a 4 léguas distante de Paris (Trousseau).Um
fradeeraattacado de asthma todas as vezes que ovento levantava poeira.Tudo
isto comprehende-sefacilmente,depende deuma
idyosincrasia que escapa á nossas explicações; o que prova que multiplicando-se até ao inlinito estasobservações, nunca penetravão este mysterio. Assim o aslhmatico prevê os
attaques próximos nas
mudanças
da athmosphera.No
tempo
chuvoso oune-buloso, soffria muitas vezes
uma
grandeoppressão no estômago, e estetempo
dispunha-o a ter
um
accesso,mesmo
anlesque cahisse chuva, ouneve;todaviaem
todas estasmudanças
detempo
o accesso faltava-lhe algumas vezes »(Floyer, Ch. \, pag. 17).A. S. Lazaro, nas variaçõesque precedem ás grandes tempestades, e particularmente a neve, vimos os attaques tornarem-se muito
frequentes.
A
luz não temmenos
influencia sobre os asthmaticos. M.rPasquier, quo
era aslhmatico, achava-se bastante alliviado quando acendiaquatro lâmpadas (Trousseau). Mr. Lefèvre, viaaugmentarseus aceessosna obscuridade. Laen-nec conta tambeoi que o Conde H***, linha aceessos todas as vezes que sua lampadada se apagava. Fallou-se
lambem
da influencia da lua sobre os atta-ques: «Ad
phases lunae nunc has illas, intendentur accessus (Sauvages, loc.cit.) Exacerbalur lunce stationibus, seristempestatibus, quas adeo prcesenlit et
preesagit. » (
Van
Helmont).«
As
estações, os cheiros, os vapores tinhãotambém
sua influencia.É
as-sim que
Vam
Helmont
assigna os vapores sulfurosos, metallicos etc. e que Floyer falia da acção do fumo da madeira. » I haveknown
(diz R. Bree) the inspiringofthe vapour offermenting substances in brewing to be followedirn-mediately by the paroxysm. » (Praticai researches on the desorders of respi-ration).
Ploucquet assignala certas profissões que são
lambem
muito nocivascomo
as dos pedreiros, lapidarios, ect.A
natureza do*alimentos faz-setambém
sentir nos asthmaticos; aquelles cuja digestão é difificil e queproduzem
gazes: taescomo
os feijões, couves, nabos, etc. são tanto mais nocivos, quanto os asthmaticostem
geralmenteComo
dizia muito judiciosamente Floyer. »O
excessoem
toda espéciede alimentos,mesmo
os mais ligeiros lhe são nocivos. Eliecondemnava
certasbebidastaes como: a aguardente, e
em
geral todas as bebidas alcoólicas,ex-citantes,
como
o café, o chá, certas cervejas de Inglaterra,como
a mildbeer, o Stout etc.O
exercício moderado é salutar;mas
todo o exercício que cansar deve ser proscripto completamente,como
podendo dahi resultar accessosde asthma.O
mesmo
sedeve observarem
todos osoutros excessos, qualquer quesejao seu género
como
o coito etc.As
influencias moraes muito influem.O
Dr. Salter contao factodeum
gentlcman que foiattacado de accesso de asthma,em
consequência deum
susto que teve, por ter dadouma
grandedo-se de belladonaásua mulher (pag. 26);
porém
se a influencia moral pôde de-terminar o accesso •de asthma, pôdetambém
suspendêl-o,como
mostra aseguinte observação.
Um
genlleman tinha soffrido duranteum
dia inteiro de asthma, quando sua irmãcom
a qual el!e habitavaeo tratava, foi attacada dohysteria. Esquecendo-se de repente de seus suffrimentos ellea trata
com
todo o cuidado; mais logoque estatorna a si do seuatlaque, elle é victima dos seusaccessos que
Unhão
sidomomentaneamente
suspensos (pag. 27 e 28, loc. cit.)Um
outro asthmatico soffria desde muito tempo de accessos violentosquando ouvia gritar: fogol Immediatamente sevia curado e tratavadesalvar
o que tinha de mais precioso.
Mr.
Dumont
tornou-se asthmatico pelomedo
quetinha do raio, e foi cura-dopelomêdo
deum
perigo eminente (Dumont, these 45).O
mesmo
aconteceu auma
mulher,áquem
annunciaram a mortede seupai (Floyer).Depois do jogo, vê-se indivíduos lornarem-se asthmaticos;
porém
um
dosfactos mais curiosos, e que ao
mesmo
tempo denota sentimentos os mais no-brese os mais elevados, éocazo deum
officialfrancez quetornou-se asthmatico de dezespero, vendo a capital invadida pelos estrangeiros (Dict.em
30
vol.)Terminando
aetiologia da asthma, nãopodemos
deixar deassignalar certas moléstias diathesicas quepodem
alternarcom
aasthma, taescomo
a gola &c, (Trousseau); as nevralgias e o rheumalismo (Floyer, Bonnet, Trousseau).Tratamento*
Descrever todos os medicamentos que temsido preconisados contraaaslhma,
seria couzafácil; era bastante para isto, abrir o primeiro tratado desta
affec-ção, para yêrlogo desenrolar-se sob nossos olhos
uma
multidãodesubstan-cias.
Porém
tal nãoé anossa maneira de encarar a questão;queremos
trataresta parte do nosso trabalho
como
se fossemoschamado
a responder sobre aquestão seguinte:
Em
face deum
accesso de asthma o que fareis?. .Pensamos
que amarcha
a seguir nesta occasião éa seguinte:
Abrir immediatamente as janellas; dar ao.doente a maior quantidadede ar
possível; pôl-o sobretudo
em
um
lugar claro, depois desembaracal-o deto-dos os vestidos que
podem
impedir a circulação thoraxica e abdominal, e sefor possível fazêl-o levantar ({a cama, e sental-o sobre
uma
cadeira debra-ços.
No
cazo contrario, favorecer a posição própria ao asthmatico que elleinstinctivamente toma e é a seguinte, segundo Floyer: « Os asthmaticos
quando estão deitados, tem ordinariamente a cabeça alta, deixando o peito descoberto, pondo
um
braço fora dacama
e apoiandoamão
sobreacoxa, afimde poderem elevar
bem
alto as espadoas na inspiração. » Isto feito,procura-se indagar dascauzas queprovocarão os accessos, inquirindo-seora o doente,
se elle pôde responder, ora as pessoas que o cercão.
A
auscultação fará conhecer então se ha complicações cardíacas ou outras,ao
mesmo
tempo que a percussão nos esclarecerá sobre amarcha
deum
em-physema
mais oumenos
limitada ou generalisada.Devemo-nos
lembrar que na asthma espasmódica ou nervosa, oemphysema
desapparece algumtempo
depois dos accessos,mas
que estesrepelidospodem
determinarum
estado em-pbysemaloso, que persiste então e quevem
complicar a moléstia; nopri-meiro caso, a sonoridade será relativamente exagerada;
emquanto
que no segundo écom
effeito exagerada e persiste muitas vezesmesmo
no intervallodos accessos; na asthma espasmódica,
uma
expectoração deum
muco
cara-cterístico serve parajulgar o fim do accesso; na asthma humoral, pelo
con-trario, o
muco
fica muito tempo nos bronchios, dando lugar áfervoressi-billantes etc. asseinelhando-se ora ao arrullar da rôla, ora aos gorgeios dos
pássaros, que é precizo recorrer ao vomitivo para expellir dos bronchios.
Os
antecedentes do doente ajudarão tanto mais ao diagnostico, quanto elletiver lido
um
ou dois acccssos oumesmo
muitos,cm
épocasapproximadas ouafastadas.
l.° Tanto mais os attaques são afastados, quanto mais elles são fortes c vice-versa; 2.°
Que
aspessoas que são recentemente attacadas, os attaques são muitoafastados;porém
oque imporia, sobretudo ao medico, ébem
julgardo temperamentodo seu doente; que
uma
bronchite agudanão se venhajuntará aíTecção aslhmatica; comprehende-se pois, a importância de todasestas
pre-cauções antes de administrar algum tratamento.
A
formacaprichosa daasthma,uma
vezjulgada poruma
exploraçãominu-ciosa, aconselharemos aos asthmaticos sèccosc nervozoso uso dos estupcíacci-enles, taescomo: a datura stramonium, o cannabis indica a belladona, e o
tabaco fumado
em
cachimbo.A
lobellia será dada, segundo o melhodo ameri-cano (em tintura e ásgottas.) Se existircephalalgia intensacom
securadagar-gantae tendência áexpectoração, prescreveremos o
Oxymel
scillitico, oucomo
na poção seguinte de Robert Bree, a Scilla unida aos accidos.
Rs. Tintura de scilla Vinte gottas.
Acido azotico Seis gottas.
Extracto de
meimendro
Trez grãos.Agua
puraOnça
e meia.Floyer dava, neste cazo oxymel scillitico (30 grammas) nosoro de leite,
em
agua quente, ou misturado
com oOleode
amêndoasdoces namesma
proporção(Floyer, pag. 15G).
Se existir, ao contrario, náuseas, borborygmos, que o diaphragma se
con-traiamal e tenda aimmobilisar-se,
um
vomitivo será administrado immedia-tamente, nós o prescrevemos á nosso aslhmalico (ipecacuanha J,30), ofare-mos
vomitar, depois disto o uso dos calmantes lhe será prescripto. Se fòrum
individuo vigoroso, plethorico,
com
a côr cyanicada face, dos olhos e dasazasdonariz, neste cazo não sedeve hesitar
em
lhe fazeruma
sangria; se fòr, pelo contrario, pallido anemico e nervozo, os mauiluvios epediluvios sinapisadoslhe serão aconselhados.
A
asthma sendo húmida, eque date sobretudo de muito tempo, é sempre complicada de catarrho chronico dos bronchios; ella deveser, pois, tratada deuma
maneira inteiramente differente.É
precizo substituir ao fluxo que existe,um
fluxo pathologicoartificial, eaqui seprescreverá os balsâmicos: bálsamo detolú, do Perúe as
gommas
resinas,como
o galbano, agomma
ammoniaco, osagapeno e
mesmo
a assafétida.Porém
se a cephalalgia é intensa, que oé precizo sangrar, porque á esta fórma succede algumas vezes a cor violácea
das extremidades da face, a asphyxia sobrevem bruscamente, e algumas vezes
mesmo
a morte.Muitas vezesos doentes passão dos
symptomas
que acabamosde mencionar áum
estado inteiramente opposto; a face que era rubra torna-se pallida ecobre-se de suor; o hálito torna-se frio eo pulso desigual. Neste cazo não se
deve fazer mais uso das emissões sanguíneas,
mas
deve-se recorreraopedi-luvios sinapisados e as fricções excitantes. Seguir
uma
igual marcha é damais alta importância paraalliviar o doentecomo
dizia Baglivi:« Qui bene judicat, bene curat. » Isto poderia ser verdadeiro
em
outraparte,
mas
não naasthma, onde só se pôde alliviar;porém
nós confessamos que isso cja muito.O
chloroformio deve sua reputação, nestes últimos annos, contraaasthma; porque elle alliviava quasi immediatamente depoisquese applicava ao doente,como
verá na observaçãoseguinte: «Uma
pobre mulher foi levadaao Dr.Salter(que era então house physician a king's college) quasi
morrendo
de asthma,ellapodia apenas mexer-se; as contracções musculares dacaixa thoraxicaerão
tão violentas, a suffocação tão característica, que elle não hesitou
em
admi-nistrar-lhe o chloroformio. Depois de algumas inspirações, diz elle, o
espas-mo
parecia ceder, e antesmesmo
doperíodo de insensibilidade, o espasmo linha desapparecido, ecomeçou
a respirar livremente. Ellasahio dez minutos depois doHospital perfeitamente curada (Salter, onasthma, pag. i9i). »O
Dr. Salter vai mais longe; elle aconselhamesmo
a administrar nos cazoscomplicados de bronchite;
porém
elle acerescenta que é precizodal-ocom
muita prudência, porque o fim a que se propõe é de calmar o elemento dysp-neico e favorecerdepois aexpectoraçãocatarrhal; de outra maneira, pois
po-der-se-hia expôr á asphyxia.
O
Dr. Reynoldso administra nos primeiros indícios do accesso; porqueen-tão o medicamento, diz elle, actua mais facilmente. Elle conta o caso de
uma
joven senhora qoetinha o habito, quandoo attaque seapproximava, de pôrem
seu lenço algumasgottas de chloroformio que ellarespirava, e desta 'maneira acabou porcurar~se. (Lancet,29
Octobre, 1853).Devemos
aconselhar o uso deum
igual medicamentodum
aslhrnatico?Não
!Em
primeiro lugarporque poderiasobrevir muitos accidentes, o que não con-vém, senão ao medico pratico o julgar da opportunidade do seu emprego;so-breeste ponto, seguimos aopiniãodo Dr. Todd, queaconselha dal-o