UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO
DE
ENGENHARIA
DE
PRODUÇÃO
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM
ENGENHARIA
DE
PRODUÇÃO
ERGONOMIA
E
QUALIDADE
NA ORGANIZAÇÃO DO
TRABALHO
EM
SERVIÇOS
DE SAÚDE;
Um
estudo
de
caso
no
setoxjde
Vigilância Sanitária.LEANDRA
ULBRIGHT
LEANDRA
ULBRICHT
ERGONOMIA
E
QUALIDADE
NA ORGANIZAÇÃO
DO
TRABALHO
EM
SERVIÇOS
DE
SAÚDE:
Um
estudo
de
caso
no
setorde
Vigilância Sanitária.Esta dissertação foi julgada
adequada
para obtenção do
Títulode
Mestre
em
Engenharia
de Produção,
especialidadeem
Ergonomia,
aprovada
em
suaforma
final
pelo
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia de Produção.
~
Prof.
Ricardo
Miranda
Barcia, Ph.D.Coordenador
do
P.P.G.E.P.Banca Examinadora:
Agfa
/¬-_;À~
ÃIÁ
'Prof“. Leila
Amaral
Gontijo,Dr
.Orientadora
i
fllévélãf
“Os
antigos que desejaram demonstrar suas virtudesilustres por todo o império, primeiro organizaram
bem
seus próprios Estados. Desejando organizarbem
seus próprios Estados, primeiro regularam suas famílias. Desejando regular suas famílias, primeiro cultivaramsuas personalidades. Desejando cultivar suas personalidades, primeiro corrigiram seus corações.
Desejando corrigir seus corações, primeiro procuraram ser sinceros
em
seus pensamentos. Desejando ser sincerosem
seus pensamentos, primeiroaumentaram
aomáximo
seu conhecimento. Esseaumento
de conhecimento baseava-se na investigação das coisas”.AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a todas as pessoas que compartilharam este periodo de
minha
vida e de inúmeras maneiras
me
ajudaram.Mesmo
sendo dificil o trabalho de listarpessoas, gostaria de agradecer especialmente:
Aos meus
pais, pelo incentivo, pelo auxílio nas inúmeras traduções e pelo teto, nãosomente para
mim
como
para toda a família,em
recente expansão.Ao
Eduardo
pela sua paciência, suas aulas de inglês e pela colaboração neste trabalho.A
professora Leila pelo conselho premunitóño,sem
o qual não teria sido possívelterminar
em
tempo
hábil esta dissertação e pela orientação e atenção durante todas as fases deste estudo.Aos
professores Neri e Fialho pela participação na banca e pelas suas contribuições para a melhoria deste trabalho.As
amigasAna
e Ruth, pelo apoio e aos seus amigos,amigos
de seus amigos, parentes, e tantos outros que foram mobilizados por elas na constante procura de material.Aos
amigos
Ernesto e Ricardo que participaram ativamenteno
estudo de caso,mesmo
estando tão distante de seus pontos de estudo.
A
Divisão de Vigilância Sanitária. de Florianópolis pela cooperaçãono
estudo de caso.Ao
pessoal da secretaria, quemesmo
em
meio
de toda correriasempre
dispuseram dealguns minutos de atenção.
A
minha chefia
pelo apoio e constantes liberações, quetomaram
possível a conclusão deste trabalho.A
todas as pessoas que contribuíram dealguma
forma para a elaboração deste estudo.SUMÁRIO
LISTA
DE
FIGURAS
... ..vLISTA
DE
TABELAS
... ..vRESUMO
... ..viABSTRACT
... ..viiCAPÍTULO
I -INTRODUÇÃO GERAL
... ..11.1.
APRESENTAÇÃO
DA
PROBLEMÁTICA
... ..11.2.
ORIGEM
DO
TRABALHO
... ..31.3.
OBJETIVOS
... ..41.3.1. Objetivo Central ... ..4
1.3.2. Objetivos Específicos ... ..5
1.4.
JUSTIFICATIVA
E
RELEVÂNCIA
DO
TRABALHO
... ..51.5.
HIPÓTESES
... ..7 1.5.1. Hipótese Central ... ..7 1.5.2. Hipóteses Secundárias ... ..7 !.5.3. Hipótese de Trabalho ... 1.6.PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
... ..8 1.7.LIMITAÇÕES
DO
TRABALHO
... ..8 ~ ~ ` r 1.s.DEscRIÇAo
E
oRGANIzAÇAo Dos
cAI>ITULos
... ..9cAI>ÍTULo
II -A
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
E
A QUESTÃO DA
QUALIDADE
EM
sERvIÇos
... ..112.3.
O
SISIEMA
ÚNICO
DE SAÚDE
E
A
VIGILÃNCIA SANITÁRIA
... ..1ó2.3.1. Histórico
do
Desenvolvimento daSaúde
Pública ... .. 172.3.2.
A
Constituição e a Lei Orgânica da Saúde(LOS)
8080/90 ... ..202.3.3. Recursos
Humanos
no
SUS
... ... ... ..222.4.
VIGILANCIA SANITARIA
E
A
QUESTÃO
DA
DESCENTRALIZAÇÃO
... ..222.4.1.
A
Comunidade
e O Serviço de Vigilância Sanitária ... ..242.5.
A
DIVISÃO
DE
VIGILÂNCIA SANITARIA
DO
MUNICÍPIO
DE
FLORIANÓPOLIS
... ..2ó 2.5.1.O
Setor d_e Fiscalização ... ..262.6.
OS CLIENTES
... ..272.6.1.
Ouvindo
Os ClientesExtemos
da Divisão de Vigilância Sanitária de Florianópolis ... . .28~ 2.7.
CONCLUSAO
... ..33CAPÍTULO
III _A
ERGONOMIA
E
A ORGANIZAÇÃO
DO TRABALHO
... ..3ó 3.1.INTRODUÇÃO
... ..3ó 3.2.DEFININDO
A ERGONOMIA
... ..373.3.
A EVOLUÇÃO
DO
TRABALHO
... ..3s 3.3.1.O
TrabalhoHumano
... ..4O 3.4.ORGANIZAÇÃO
DO
TRABALHO,
CARGA MENTAL
E
SAÚDE
... ..4l 3.4.1. Fadiga ... ..433.4.1.1. Evolução Histórica
do
Fenômeno
“Fadiga” ... ..433.4.1.2.
A
Fadiga Psíquica ... . .453.4.1.3.
Os
Aspectos da Fadiga ... ..463.4.1.4.
O
Ritmo
Artificialdo
Trabalho ... ..473.4.1.5. Ansiedade
no
Trabalho ... ..483.5.
CONCLUSÃO
... ..49CAPÍTULO
IV
-A
ERGONOMIA
E
A
QUALIDADE
DE
VIDA
NO TRADALHO
... 4.1.INTRODUÇÃO
... ..so 4.2.ENVOLVIMENTO DOS
RECURSOS
HUMANOS
... ..524 3
UM
AMBIENTE
PARA
A PRODUÇÃO
DA
QUALIDADE
... ..534.3.1.
A
Importância daMotivação
dos RecursosHumanos
... ..564.3.2. Hierarquia das Necessidades ... ..58
4 4
O ESTUDO DE CASO
... ..604.4.1. Análise
Ergonômica do
Trabalho ... ..614.4.1.1. Análise da
Demanda
... ..624.4.1.1.1. Delimitação da
Demanda
... ..634.4.1.2. Análise da Tarefa ... ..64
4.4.1.2.1. Descrição da Tarefa ... ..65
4.4. 1.2.2.
A
Tarefa Efetiva (ou Redefinida) ... ..664.4.1.3. Análise das Condições Ambientais ... ..66
4.4.1.3.1.
Ambiente
Arquitetônico ... .J .... ..664.4.1.3.2.
Ambiente Térmico
... ..674.4. 1.3.3.
Ambiente
Sonoro ... ..674.4.1.3.4.
Ambiente
Luminoso
... ..674.4. 1.3.5. Condições Biológicas de Trabalho ... ..67
4.4.1.4. Exigências Mentais ... ..67
4.4.1.5. Exigências Físicas ... ..69
4.4.1.6.
Ambiente
Organizacional ... ..694.4.1.7. Análise da Atividade ... ..71
4.4.1.7.1.
A
Equipe de Vistoria ... ..714.4.1.7.2.
A
Elaboraçãodo
Roteiro de Vistorias ... ..714.4.1.7.3.
O
Deslocamento
até os Locais de Vistoria ... ..724.4.1.7.4.
O
Serviço Interno ... ..724.4. 1.7 .5.
A
Vistoria Propriamente Dita ... ..73'4.4. 1.7.6.
O
Preenchimento dos Autos ... ..744.4. 1.7.7.
A
Saídado
Estabelecimento ... ..754.4. 1.7.8. Procedimentos de Retorno ao Serviço ... ..75
4.5.
DIAGNÓSTICO
... ..754.5.1.
Quanto
ao Treinamento ... ..754.5.2. Organizacional ... ..76
4.6.
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
... ..774.6.1.
Quanto
ao Treinamento ... ..774.6.2. Organizacional ... ..78
4.6.3. Ambiental ... ..78
4.6.3.2. Variáveis
Extemas
... ... ... ..79CA1›i¶eLcrv
-coNcLUsöES
GERAIS
... ... ..so 5.1.ÊONCLUSOES
GERAIS
... ..805.2.
SUGESTÕES
PARA TRABALHOS FUTUROS
... ..82ANEXOS
....W
... ...s_3,REFERENCIAL
B1BL1oGRÁF1‹;o
... ...ms› É
'
LISTA
DE
FIGURAS
Figura l: Gasto total de cada país
com
a saúde por habitante ao anoem
dólares ... .. 12Figura 2: Idade das pessoas entrevistadas ... ..24
Figura 3: Nível de escolaridade das pessoas entrevistadas ... ..24
Figura 4: Atividades desenvolvidas pela vigilância sanitária descritas pelos entrevistados ... ... ..25
Figura 5:
Conhecimento
da Legislação Sanitária ... ..28Figura 6:
Função
da Vigilância Sanitáriaem
Florianópolis ... ..29Figura 7: Postura dos Fiscais Sanitaristas ... ..30
Figura 8: Maiores Problemas ... ..7O Figura 9: Problemas Organizacionais ... ..7O
LISTA
DE
TABELAS
Tabela 1: Procedimentos positivosda
Vigilância Sanitária de Florianópolis ... ..32Tabela 2: Procedimentos negativos da Vigilância Sanitária de Florianópolis ... ..33
Tabela 3: Essência
do SS
... ..55Tabela 4: Hierarquia das Necessidades ... ..58
RESUMO
Este trabalhoêestuda a partir de conceitos de ergonomia e qualidade, a importância
do
fatorhumano
para a melhoria contínuarumo
à qualidade na prestação de serviçosem
saúde. Para isto estudou-se a relação entre a organizaçãodo
trabalhocom
a qualidade finaldo
serviço prestado.O
Estudo de caso foi realizadoem
uma
unidadedo
SistemaÚnico
deSaúde
-Serviço de Vigilância Sanitária que,.após a promulgação da Constituição de 1988,
com
ainstituição
do SÚS, sofieu
uma
mudança
radicalrumo
aum
modelo
descentralizado a ser executado pelos municípios ecom
a participação da comunidade.Como
ferramenta utilizou-se a AnáliseErgonômica do
Trabalho para traçarum
diagnóstico
da
situaçãodo
serviço estudado,onde
verificou-se que a inadequação daorganização
do
trabalho e a deficiênciano
desenvolvimento dos recursoshumanos,
aumenta
a carga cognitiva a que estão sujeitos estes funcionários na realização de suasatividades diárias.
i ~
Os
resultados da pesquisademonstraram
que a populaçãoem
geral desconhece os serviços prestados pela vigilância sanitária apontando a necessidade deuma
maiordivulgação destes serviços para a
comunidade
que deve participar dos Conselhos de Saúde.Demonstrou
também
que
este serviço apesar debem
avaliado pelos comércios fiscalizados,não consegue atender a algumas de suas necessidades e expectativas.
São
propostas da pesquisa a necessidade deuma
reestruturação deste serviço aliadaa necessidade
do
desenvolvimento dos seus recursoshumanos,
para elevar a qualidade de vidano
trabalho destes fimcionários e consequentemente a qualidade finaldo
serviçoABSTRACT
From
concepts of ergonomics and quality, thiswork
studies the importance ofhuman
resources to continuousimprovement
at public health services. Relationsbetween
labour organization and final service
were
studied.The
case studywas
realized in a subsystemof
Brazilian HealthSystem (SUS)
-Sanitary Inspection Service. After 1988”s Constitution ,
when
SUS
was
created, theBrazilian Health
System
was
hardly affectedby
thisnew
decentralizedmodel
administrated
by
cities and its community.Ergonomics
Work
AnalysisWas
used as a tool in order tomake
a diagnostic of thestudied service.
As
result itshowed
that a bad labour organization andsome
deficiencieson
human
resources development increase cognitive load for those employees exposedduring daily work.
The
research resultsshowed
that peopledo
notknow
services performedby
Sanitary Inspection Service and
more
community
participation in Health Council isnecessary. In spite
of
agood
evaluationof
inspected stores, itwas
also demonstrated thatsome
of
their needs and expectations are not achieved.As
resultof
the research, it is proposed a reformof
this servicecombined
to development of itshuman
resources, in order to improve life quality inwork
place and as consequence increase final service quality performed to population.CAPÍTULO
1iNTRoi)iJÇÃo
GERAL
1.1.
APRESENTAÇÃO DA
PRoBLEMÁT_1CAz
Uma
das maiores preocupaçoesdo
momento
em
todomundo
é a questão da qualidade.As
empresas preocupadascom
sua sobrevivência, nãotêm medido
esforços para. . . .
P
se adaptar as novas exigencias
do
mercado. Isto sigmfica dizer que o dinamismo e a crescente competitividadeno
mundo
dos negócios colocamem
risco a vida das empresasque não questionarem seus
métodos
tradicionais de gerenciamento.O
conceito de Qualidade Total, segundo o Dr.Armand
Feigenbaum
significa “Mobilização total dos recursoshumanos
para a qualidade.”Sabemos que
vários são os fatores que interferem de maneira positiva e/ou negativana qualidade. Fatores: mercadológicos, econômicos, sócio-econômicos, culturais e muitos
outros são responsáveis pela avaliação dos níveis de qualidade de
um
serviço/produto.São
considerados fatores substanciais, aqueles que na sua maior variação desencadeiam
mudanças no desempenho
da qualidade.São
eles: a tecnologia e os recursos humanos. Dizo
Dr.Kaoru
Ishikawa, cientista da qualidade, “Qualidade seobtém
pormeio
das pessoas, e não unicamente pela via tecnológica”. (Barros, 1993).Neste contexto,
no
Brasil, o setor de serviços é o setor daeconomia
que maistem
demorado
para absorver estasmudanças
ocorridasno
cenário mundial. Restringindoo
foco para as empresas públicas, segundo Monteiro (1991),alguém
um
dia, muitobem
intencionado e mal compreendido, classificou as entidades públicascomo
instituiçõessem
fins lucrativos.
A
partir deste conceito subtendeu-se que os órgãos públicos nãotem
dono,não
pensam no
fiituro e são vistoscomo
Instituições que visam prejuízo.q
O
novo
cenárioeconômico
mundial, a instituiçãodo
SistemaÚnico
de Saúde (SUS), a criaçãodo Código
de Defesado Consumidor
e a crescente conscientizaçãodo povo
brasileiro
tem
forçado as instituições de saúde a rever sua postura frente à sociedadeem
geral.Os
desafios que enfrentam atualmente os Serviços deSaúde
são muito complexos, poisdevem
contornar terríveis déficits,aumento
de demanda, novas doenças, utilizaçãoinadequada, subutilização e irracionalidade na distribuição dos recursos; acabando por
gerar
uma
descrença cada vez maior na sua capacidadeem
suprir adequadamente asnecessidades da população.
Este
novo
cenáriotem
levado as chefias dos inúmeros setores auma
cobrança intensiva dos funcionários para quegerem
serviçoscom
qualidade.Contudo
não se visualizauma
preocupaçãocom
o
aspectohumano
do
serviço prestado e, por estes serviços não ofereceremum
nível desejável de qualidade de vidano
trabalho para seusfuncionários,
acabam
por perder na qualidadedo
serviço prestado, apesar de seus esforços.As
pesquisas realizadascom
a finalidade de se tomar conhecimento das expectativas dos funcionários e clientes,no
que diz respeito à qualidade de vidano
trabalho e à qualidadedo
serviço prestado,vêm
sendo a cada dia mais valorizadas e utilizadas pelas grandes organizações deum
modo
geral, pois é impossível produzircom
qualidadesem
um
bom
nível de condições ambientais e de relaçõesno
trabalho.A~1-Ergonomia
tem
pelomenos
duas finalidades: o melhoria e a preservação da saúde dos trabalhadores, e a concepção e o funcionamento satisfatóriosdo
sistema técnico,do
ponto de vista da produção e da segurança.
Com
isso, a ergonomiatem
permitido a melhoria das condições de trabalho, a partir da análise das atividades desenvolvidas pelohomem
para realizar tarefas que são prescritasem
uma
determinada situação de trabalho.A
realidadenão
é algo que se apresenta indiscutivelmente igual a todas as pessoas.O
que cada pessoachama
de realidade reflete seu ponto de vista, sua forma singular de perceber e interpretar o real e somenteum
estudo ergonômico deuma
situação de trabalhopode
elucidar a fonna adequada de ação parauma
instituição,em
firnção das suaspeculiaridades.
Ao
se traçarum
diagnóstico sobre a situação real deum
prestador de serviços é1.2.
ORIGEM
DO
TRABALHO:
A
saúdetem
sido considerada, desde a mais remota antigüidade,como
um
bem
inalienável euma
aspiração de todo serhumano.
De
fato, a carta dasNações
Unidasassegura que «estar
em
boa
saúde e'um
dos
direitos fundamentaisdo
serhumano, sem
distinção de raça, religião, ideologia politica
ou
condição econômica e social ››.Uma
das atribuiçõesdo
SistemaÚnico
deSaúde
é a Vigilância Sanitária, cujas ações são desenvolvidasno
Brasilno
sentido de fiscalizar o cumprimento da legislaçãodestinada a proteger a saúde pública, identificando e controlando os permanentes fatores de risco.
Porém,
com
uma
peculiaridade muito importante: ela atua, preferencialmente,sobre os riscos provenientes das condutas
humanas
privadas.As
reformas oriundas da promulgação da Constituição de 1988,com
a instituiçãodo
SistemaÚnico
de Saúde (SUS), e posteriormentecom
a Lei Orgânica da Saúde n°.8080/90, levaram a
uma
mudança
radical na Vigilância Sanitária,onde
anova ordem
jurídica,
numa
perspectiva democrática, estabeleceuum
modelo
descentralizado, a ser executado pelos Municípios ecom
participação da comunidade.Esta fase de transição que se desenvolveu na linha da Municipalização e da Democratização das ações de Vigilância Sanitária, estimula
um
verdadeiro desafio: a construção deuma
nova
Sociedade e deum
novo
Estado, eem
conseqüência demodificações
profundasno modelo
de administração vigente.Não
podemos
pensarem
Ciência e Tecnologiacomo
fator de desenvolvimento deum
país se não pensarmos na Qualidade deVida
da população.O
desenvolvimento deuma
nação não semede
apenas peloPIB
ou
pauta de exportaçõesmas
sim, e, principalmente,pela qualidade de vida da população, e ela depende basicamente
do
atendimento às suas necessidades diárias de suprimento de alimentos e damanutenção
adequada da sua saúde.Este trabalho foi motivado:
- pela inquietação provocada pelas municipalizações de ações;
- pelo próprio conteúdo das ações de Vigilância Sanitária que
devem
satisfazer dois tipos de consumidores extemos: a população, que precisa conhecer os serviços prestados por este órgão para que possa provê-locom
os recursos necessários para a realização de suas ações pormeio
dos conselhos de saúde; e os °\ristoriados” que precisam visualizar aVigilância Sanitária
como
um
Órgão orientador, diminuindo assim a carga psíquica queenvolve
uma
vistoria; _- pela observação de que nas organizações de serviços, algumas pessoas não visualizam que
têm
um
produto e que este produto é o serviço e a constatação de que sepermanecerem
as atuais formas de gerenciamento, dificilmente aconteceráuma
mudança
nos indicadores de saúde e desperdício quetem
caracterizado a baixa produtividade destaárea
em
nosso país; e- pela atual
onda
de descrédito que os servidores públicostêm
sido submetidos aliada aos arrochos de salários e críticas veementes da população, de que constituem-se verdadeirosparasitas
do
sistema.V
i
Pretendemos
com
estaabordagem
apresentaruma
varianteem
que as condições de trabalho, que engloba tudo o que influencia o próprio trabalho, não só o posto de trabalho,mas
seu ambiente até nas relaçõescom
a produção e salários (Wisner, 1987), afetam a qualidade e a produtividade.A
ergonomia é consideradaum
conjunto de conhecimentos interdisciplinares, queservem tanto para aumentar a eficácia
do
sistema produtivo,como
.para diminuir a carga de trabalho a qual é submetidoum
determinado indivíduo.Por
isto é a área de conhecimento quevem
orientando os estudos das trocas regulamentadoras entre o ambiente profissionale o trabalhador,
onde
além de melhorar a qualidade e incrementar a produtividade, atingirá seu alvo principal que é a qualidade de vidano
trabalho. '1.3.
OBJETIVOS:
1.3.1. Objetivo Central:
O
presente estudo pretende, a partir de conceitos de ergonomia e qualidade, mostrar a importânciado
fatorhumano
para a melhoria contínuarumo
à qualidade.1.3.2. Objetivos Específicos:
1°. Realizar
um
estudo de caso utilizando a análise ergonômicado
trabalho para traçarum
diagnóstico e contribuir para a melhoria das condições de trabalho de
«um
serviço de vigilância sanitária municipalizado; *'
2°. Avaliar
como
a fonna de organizar o trabalho neste serviço poderia influir sobre as condições de trabalho dos funcionários eno
resultado finaldo
serviço prestado.3°. Pretendemos desmistificar
o
preconceito de que a implantação da qualidade total é cara,mostrando
que
oaumento
da produtividade,pode
se darcom
osmesmos
recursos existentes, apenas melhorando a eficiência das pessoas e a eficáciado
processo produtivo,ou
seja, reduzindo o quechamamos
de contraprodutividade.Segundo
Smith (1993), acontraprodutividade é
uma
reação negativa a alguémou
aalguma
coisano
ambientepessoal de trabalho.
4°. Propor ferramentas que
possam
contribuir para a melhoriado
serviço estudado.1.4.
JUSTIFICATIVA
E
RELEVÂNCIA
DO
TRABALHO:
É
importante que este trabalho ofereçaum
enfoque social, demonstrando que éatravés das melhorias das condições
do
trabalhador, que a sua qualidade de vidano
trabalho atinge
um
nível melhor e que, por conseqüência afetará sua produtividade,trazendo-lhe satisfação
no
emprego, além de outras vantagens para si e sua família.Anualmente
uma
parte da população é afetada por doenças veiculadas por alimentos, sendo a maiscomum
a Gastroenterite Alimentartambém
conhecida por Toxiinfecção.A
presença destas moléstias se deve geralmente a falhas na manipulação dos alimentos e
menos
freqüente a contaminação destes alimentosemsua
origem.Para que
uma
ação sanitária possa ser desenvolvidacom
vistas a prevenção dedoenças, é indispensável que as causas envolvidas
no
processo sejam identificadas.Só
então toma-se possível a efetivação de medidas capazes de antagonizá-las
ou
interceptá-las. Essa é,
em
essência, a filosofia da prevenção postulada por Perkins (1938), na célebrePorém
a práticatem
mostrado grande dificuldadeem
vincular a ação de vigilância àprevenção e resolução de problemas sanitários, consolidando-se a impressão de que seus
Órgãos dedicam-se a tarefas de
menor
importância, não claramente identificadascomo
ações de saúde. -
Diariamente os funcionários deste serviço
devem
vistoriaruma
série de estabelecimentos produtores de alimentos, entre outros, que vão deste pequenos bares atégrandes indústrias e realizar o atendimento dos contribuintes.
Sua
rotina está baseada na demanda,que
prioriza as ações de fiscalização, e enfrentam a falta de treinamento, deficiência de recursos humanos, falta de automóveis para 0 deslocamento, falta de verbas, entre outros problemas. Desta atividade écomum
nos deparannoscom
problemas derelacionamento
no
serviço e reclamações de diversas patologias por parte dos funcionários.Estas deficiências
mostram
a necessidade de adequar urgentemente 0modelo
de Vigilância Sanitária,em
busca da eficiência, eficácia e efetividade, demodo
a que possa corresponder às necessidades da população consumidora e utilizadora dos produtos eserviços, e das empresas que os
fomecem
ou
produzem.Ao
consumidor, onovo modelo
deverá assegurar não só sua efetiva participação,mas
a maior garantia de qualidade dos produtos e serviços; para o fiscal sanitarista sua tarefa deve se
tomar
“ergon” realização e não “ponein” sofrimento.Pelo exposto, verificamos que se faz necessária
uma
maximização de todos osrecursos recebidos, porque as falhas da administração
em
não planejar o futuro e preverproblemas
vem
ocasionando desperdício demão
de obra, de materiais e de tempo, e todos estes fatores elevam o custodo
serviço prestado e levam ao desgaste dos funcionários que nãoconseguem
cumprir a contento a sua tarefa.Contudo
a população entrega seubem
estar às barreiras protetoras forrnadas pelo controlede
qualidade realizados pelos serviços de Vigilância Sanitária. Portanto qualquererro na identificação das prioridades
no
setor de alimentos,pode
ocasionarum
surto por doenças transmitidas pelos alimentos resultandoem
diversas intemações e inúmeras cobranças por parte da população sobre as falhas deste serviço.Assim, concluímos que é por demais importante que a ergonomia seja abordada dentro deste contexto, envolvendo todos os funcionários de nosso sistema de saúde visando melhorar permanentemente a maneira
como
o trabalho é realizado.Não
'podemostambém
perder de vista que a melhoria continua, que caracteriza o sistema de Gerência da Qualidade Total, éum
processo de educação e treinamento, cujo pleno êxito depende da correta aprendizagem e aplicação dosmétodos
e conceitos que a fundamentam.z 1.5.
HrPÓTEsEsz
A
partirdo
problema elaborado estabeleceremos as seguintes hipóteses: 1.5.1. Hipótese Central:Os
serviços de vigilância sanitária são desenvolvidos sobum
clima organizacional bastante tenso, porque a organização não oferece os meios para que o trabalho sejaexecutado
com
segurança e tranqüilidade.1.5.2. Hipóteses Secundárias:
la.
A
irritabilidade dos fiscais é originada pelo despreparoem
lidarcom
o públicoem
geral, o que acaba por geraruma
tensão cumulativa que é associada a carga de trabalho destes profissionais.2”.
A
tensão durante as vistorias poderia ser amenizada, se os vistoriados fossem esclarecidos quanto as legislação sanitária e os objetivos da Vigilância Sanitária.3”.
A
forma de organizar o trabalho neste prestador de serviços agrava o problema quanto ao clima organizacional, afetanto inclusive a qualidade finaldo
serviço prestado àpopulação.
1.5.3. Hipótese
de
Trabalho:A
AnáliseErgonômica do
Trabalho seriauma
ferramenta eficaz para melhorar a qualidade de vidano
trabalho ao traçarum
diagnóstico dos problemas neste setor de serviços,uma
vez que realiza-seem
situações de trabalho real permitindouma
narração1.6.
1>RocED.1MzENTos
-METo1›oLÓG1cosz
O
estudo possuium
caráter qualitativo e terácomo
seqüência os seguintes passos:* Primeiramente realizou-se
uma
análise bibliográfica focalizando a problemática abordada,o histórico da saúde pública até a promulgação da Constituição de 1988 e as
mudanças do
Sistema de
Saúde
Brasileiro a partir da Constituição de 1988;*
Em
seguida foi realizadauma
pesquisa básica empíricacom
a finalidade de levantar as~
açoes pertinentes aos Serviços de Vigilância Sanitária e pesquisar
juntoa
uma
população aleatória escolhida ao acaso, o conhecimento desta a respeito da Vigilância Sanitária; * Pesquisar junto aos gerentes dos grandes supermercadosdo
município de Florianópolis, devido a sua maior importância epidemiológica, o nível de qualidade dos serviçosprestados pela vigilância sanitária estudada;
* Fazer
um
estudo de caso aplicando a AnáliseErgonômica do
Trabalhono
serviçoescolhido
com
o objetivo de tomar consciência dos problemas levantados;* Traçar recomendações baseadas na análise efetuada,
com
o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos fiscais sanitaristas e melhorar a qualidadedo
serviço prestado para a população.1.7.
LIMITAÇÕES
Do
TRABALHoz
A
própria limitaçãodo
sistema de obtenção da Qualidade Totalno
setor de serviços (pormeio
da melhoria contínua e da implantação de novas metodologias eferramentas que
vem
sendo utilizadas amplamente na indústria), devido as suas características peculiares, especialmente a mensurabilidade dos resultados, a intangibilidade, e a “produção”do
serviço de forma instantânea, geralmente na presençado
cliente.
As
funções altamente complexas executadas pelo serviçoem
questão e otempo
disponível para conclusão deste trabalho, restringem a intervenção a
um
único prestador de serviços, aum
único posto de trabalho (fiscais sanitaristas) e suas questões cognitivasdo
Deter-se somente nos aspectos de relação da Qualidade e Ergonomia, não aprofundando a questão da implantação de
um
programa
de qualidade, por considerar-se, z
uma
areaem
si. .Outra limitação refere-se a definição precisa dos atributos da qualidade devido a
flutuações que
ocorrem
nas necessidades dos indivíduos, . sejam eles funcionáriosou
clientes deum
serviço. Teboul (1991),afirma
que “as expectativas não sópodem
variar deum
cliente para outro,como
um
mesmo
clientepode mudar
de opinião, deuma
hora paraoutra.”
'Outra questão a ser levantada é quanto as duas espécies de qualidade: a qualidade
objetiva que segundo Moller (1994), exprime ouconteúdo tangível
do
serviço e a qualidade subjetiva, que exprime o conteúdo emocionaldo
serviço. Neste trabalho procuramos daruma
ênfase maior a qualidade subjetiva, por ser ela o verdadeiro termômetrodo
serviço. Portanto o que tratamos neste trabalho diz respeito a comportamentos, quepossuem
como
resultado o clima organizacional.
Para obter-se qualidade é necessário criar
um
ambiente de trabalho favorável, assim cita-se neste estudouma
única ferramenta para estefim,
porém
existem outras que poderiam ser exploradas.1.3;-DESCRIÇÃO
E
oRGANIzAÇÃo
Dos
cAPÍTULosz
Capítulo I
-
Introdução Geral: Procura-se mostrar a importância crescentedo
setor deserviços e
onde
relacionamos a qualidadecom
a ergonomia, os dois pontos base na realização deste trabalho.Capítulo II -
A
Vigilância Sanitária e a Questão da Qualidade-em Serviços:Apresentaa
importância
da
qualidadeem
serviços de saúde euma
revisão bibliográfica acercado
desenvolvimento da saúde pública
no
Brasil e dos serviços de Vigilância Sanitária até osdias atuais.
Mostra
a estruturado
serviço escolhido para o estudo de caso euma
pesquisaCapítulo III
-
A
Ergonomia
e a Organizaçãodo
Trabalho: Enfoca a importância daorganização
do
trabalho para a saúde mental dos trabalhadores ecomo
os conhecimentosem
ergonomia são utilizados para melhorar as condições de trabalho.Capítulo
IV
-
A
Ergonomia
e a Qualidade deVida no
Trabalho: Enfoca aimportância daqualidade de vida dos funcionários para
o~bom
funcionamento das organizações ecomo
elapode
influenciar a produtividade e a qualidade dos serviços prestados. Neste capítuloapresenta-se o estudo de caso
no
qual utilizou-se a AnáliseErgonômica do
Trabalho para a`
_
obtenção de
um
diagnóstico da situaçãodo
trabalhono
serviço de Vigilância Sanitária. CapítuloV
-
Conclusões Gerais: Encerra esta dissertação e sugere alguns pontos paraCAPÍTULO
IIA
VIGILÂNCIA sANITÁRIA
E
A
QUEsTÃo
DA
QUALIDADE
EM
sERvIÇos
2.1.
INTRoDUÇÃoz
A
missão básica de qualquer organização, e principalmente das públicas, e o pleno atendimento à sociedade na qual ela se insere eno
contexto da Qualidade Total a materialização mais perfeita desta relação ocorrecom
o pleno atendimento aos clientes.Neste sentido, a qualidade toma-se
um
fator estratégico para as organizações,uma
vezque influencia o planejamento estratégico e requer a fixação de diretrizes e objetivos institucionalizando a preocupação
em
fazer certo da primeira vez.Com
isso a organização passa a redifinir estratégias, voltando-as aos clientes (internos e externos),envolver todos os recursos e melhorar continuamente.
Atualmente o
modelo
de administração pública utilizada não atende mais às exigências dos seus clientes-
a população.O
excesso de burocracia, centralização dasdecisões, baixa qualificação
em
algumas áreas, insuficiênciaou
excesso de fixncionáriosdependendo do
setor, deficiências nos processos gerenciais, são algumas causas quetêm
contribuído para esta realidade.Devido
a esta situação o Sistema deSaúde
públicano
Brasil encontra-seem
um
estado caótico, denúncias de fraudes freqüentes, profissionais que faltam ao serviço, filas intermináveis, burocracia, desperdício(como
por exemplo os medicamentos vencidos), ingerências políticas, são algumas das razões apontadas para a instalação deste estado.Por
isto acredita-se que a implantação deProgramas
de Qualidade possa contribuir para reverter este quadro.2.2.
QUAL11›ADE
Nos
SERVIÇOS PÚBLICOS
DE SAÚDE
-
UMA
NEcEssrDADEz
Com um
orçamento de 19 bilhões de reais por ano os especialistas consideramque os recursos financeiros são insuficientes para a regularização
do
Sistema de Saúdebrasileiro.
Porém
maisuma
vez,temos
um
Brasil de contrastes.O
número
de leitos/hab. é semelhante ao daEspanha
eo número
de médicos/hab. é semelhante ao da Inglaterra (que éum
exemplo de saúde pública eficiente), a atenção de alto custo é oferecida atodos os brasileiros e existem falhas grosseiras
no
atendimento simples e banal.Realmente os recursos financeiros são insuficientes.
O
Brasil gastaR$
260,00 reaispor ano por cidadão, o que representa
7%
da renda per capitado
país.Contudo
oCanadá, considerado o país
com
o melhor sistema de saúdedo
mundo
investeUS$
1900 por habitante oque
eqüivale apouco
mais de9%
da renda per capita dos canadenses.A
Costa Rica gasta
US$
230/habitante, o que representa8%
da renda per capita etambém
o sistema funciona bem. Já os EstadosUnidos
que investemum
trilhão de dólares ao ano(9%
da renda per capita dos americanos),possuem
um
sistema de saúde precário, que exclui40
milhões de americanos.Gasto
Totalde
cada
paíscom
asaúde
por
habitante
ao
ano
em
dólares2000 ~=»^'=‹;¿â¡°1¿,,*x>~«»:- *~/62 ~«~«¿§`,¿;z›‹¿‹'›=@_;^§¿`,t me ' se
www, 'sw ¡‹ zr ~» ~~› 2,;
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1500
1000
És
~ ea›>°'~ ‹§9‹\ “`3-5.3* ~'~ 0'¬“1¢ K1; ffi-u°{ $»\~`.e« ,;_G'”š\- «ff ›e~‹‹.¡‹‹‹«./ty 2 w. `
500 -' .› er-,~.. 0 -'Ã ~<›'°
6°
-0 ,Ê '§° -0° 8° Y` o¿,¢Q> 'Ô dê ×><°g Ygrššèow
Q? Gasto Q» 6É
ag
9
PaísesFigura 1: Gasto total de cada país com a saúde porâhabitante ao ano
em
dólares (Fonte: Revista Veja n° 13: 1998).t Para elucidar este quadro
podemos
dizer. que o Brasil gasta muito mal opouco
quetem, e isto explica a
nova
epidemia de Dengue, o surto de sarampo (que pulou de 760casos
em
1996 para 26.000em
1997), os insucessos dascampanhas
de vacinação(em
1996 foram vacinadas 3,4 milhões de crianças e
em
1997 estenúmero
caiu para 2milhões) e a inclusão
do
Brasil na lista de paisesameaçados
pela tuberculose.Pode-se citar alguns dos principais problemas
do
sistema de saúde:o processo abrupto de urbanização
do
país que elevou ademanda
por hospitais nascidades;
o periodo de transição epidemiológica pela qual se atravessa e
onde
se convivecom
doenças típicas de países ricos
como
os problemas cardíacos e de paises pobrescomo
amalária, a cólera, sarampo, entre outras;
até hoje
o
SUS,
que prevê a municipalização das ações, foi implantado apenasem
144 cidades(em
um
total de 5000).os estoques que não são controlados nos almoxarifados o que causa a falta de produtos
por
um
lado e o vencimento da validade, pelo outro. Se cada almoxarifadodo
pais deixar venceruma
ampola
demedicamento
sequer, este já seráum
grande gasto.as denúncias de
conupção
quesomam-se
dia a dia e não se vê a investigação dos culpados. Ora,como
os funcionários ditos de carreira eem
geraldo
baixo escalão, irãodenunciar as fraudes cometidas por pessoas indicadas politicamente para os cargos se não
vêem
a apuração de responsabilidadesou
os cofres públicos sendo ressarcidos. Estefoi o motivo alegado para a extinção da
CEME
(após a descobertado
caso dos espermicidas).a estrutura da saúde está baseada
em
um
sistema de indicações políticas para os cargosde chefia, tais
como
os delegados regionais de saúde, os secretários de saúde, chefes deposto de saúde, entre outros.
Porém
estas pessoas, geralmente não se encontrampreparadas para exercer estas funções e até se ambientarem
com
o cargo gastamuma
boa
partedo
mandato, o que acaba por gerar as freqüentes reclamações das “políticasAlém
disto, está ocorrendono
mundo
todoum
aumento
dos gastos na área de saúde devido a modernização tecnológica e da crescente expectativa de vida dapopulação.
Em
vista deste quadro, para que os serviços de saúde atinjam -o acordado naAssembléia Mundial de Saúde
em
1977,ou
seja que “a principalmeta
social dos governos e daOMS
deveria ser alcançar, para todos os cidadãosdo mundo,
até o ano 2000,um
nível de saúde que lhes permita levaruma
vida social eeconomicamente
produtiva” (Resolução
OMS
30,43) e ocompromisso
dosgovemos
que a atenção primária éo
caminho para alcançar estes objetivos (Declaração deAlma
Ata, 1978),deve-se implantar urgentemente
um
programa
de qualidade nos sistemas de saúdedo
país,
onde
teremos funcionários capacitados e motivados, oferecendo serviçoscom
qualidade para a população e gerando
uma
maior produtividadecom
menores
custos.Ron Zemke
e Karl Albrecht (apub Rebelo, 1995151), condensaramem
dez pontosuma
reflexão sobre as atividades de prestação de serviços, aqui aplicadas à realidade dos serviços de saúde:Os
serviçospossuem
um
impacto econômico mais
fortedo
que
sepensava
e suaQualidade
é piordo
que
se imaginava.Muitos
recursos são desperdiçados devido asua
má
utilização,uma
vez que muitas vezes as organizações estão mais preocupadascom
a quantidade de serviços prestados e nãocom
a efetividade de seus procedimentos.As
instituições de serviço públicoem
geral baseiam-seem
orçamentos e nãoem
receberpagamentos
por seus resultados,em
vista disso o sucesso deuma
instituição pública édefinida mais por se conseguir aumentar o orçamento (maximizar e não otimizar)
do que
por se obter resultados (Drucker, 1987).
Muitas
organizações estãoem
posição defensivacom
referência à Qualidade,por
uma
distorçãodo
seu enfoque.Devido
a ausência deuma
estrutura preocupada ecomprometida
com
a satisfaçãodo
cliente, as freqüentes reclamações recebidas se dispersamnao
gerando açoes corretivas.As
reclamaçoes precisam ser vistascomo
oportunidades para melhorias enão
como
ameaças;A
administração precisa ver oimpacto
que
os serviçostrazem
sobre o lucropara
levá-los a sério.
Em
uma
instituição de saúde a direção precisa tomar consciência de que trabalharcom
Qualidadepode
gerar recursos, pela adequada prestação de serviços, pelaredução de desperdícios e pela prevenção de moléstias. V
Quanto
mais
tempo
apermanência no
desempenho
de
atividadesde
prestaçãode
serviços,
maior
a probabilidadede não
compreender
os clientesem
suasdiversificações.
As
necessidades dos clientes são mutáveis e opovo
brasileiro bastante criativo. Isto fazcom
que os serviçosdevam
ser flexibilizados para atender auma
nova
demanda
(por exemplo: oriunda danova onda
de desemprego), que não deseja provas de conhecimento técnico e sim necessita que suas expectativas sejam atendidas.A
prestaçãode
serviços éprofundamente
diferentede
atividadesda
qual vai resultarum
produto manufaturado.
Em
atividades de serviço a produção e oconsumo
são simultâneos, o cliente está fisicamente presente, o que faz que o “feedback” seja imediato e a qualidade direta e instantaneamente percebida. Isto
toma
o relacionamento interpessoalem
serviços de saúde desuma
importância, devido ao envolvimento emocional das pessoas seruma
grande carga.A
maioria dos administradores aindanão
cogitamem
controlar a“Qualidade do
Produto”
quando
esteproduto
éum
serviço.A
padronização dos serviços é crucial para alguns setores que prestam serviçosem
saúde,porém
muitos administradoresacreditam que o serviço faz parte da personalidade e
do
bom
sensodo
funcionárioque
interage quase que independentementecom
o cliente.Porém
estecomportamento
partedo
pressuposto que todas as pessoaspossuem
bom
senso (que segundo Descartes é acoisa mais
bem
divididado mundo,
poismesmo
'aqueles que são desprovidos dele se julgambem
aquinhoados)ou
que cada caso éum
caso (sem parâmetros comuns), acabando por distanciar os resultados das metas traçadas pela instituição(como
corrigirse não existe
acompanhamento?)
e algumas sensações de injustiça por parte dos consumidores (dependendo dequem
me
atende é omeu
tratamento).A
melhoriado
serviçocomeça
no
topoda pirâmide
organizacional e osadministradores
devem
fazer oque
dizem.As
decisões da alta administraçãodevem
priorizar a qualidade,
em
qualquertempo
eem
qualquer situação, demodo
a mostrar por8.
9.
0.
A
prática e osmétodos
administrativos precisarão passarde
uma
diretrizunicamente de produção para
uma
orientaçãode
“horasda
verdade”. Apesardo
trabalho voltado para as pessoas nos serviços de saúde, os esforços
devem
ser orientadosem
função dos resultados a serem alcançados.Porque
nada adianta produzir muito se não houver elevaçãodo
padrão de saúde e da qualidade de vida dos usuários.Os
empregados
são o primeiro objetivo; você precisa primeiro convencê-losda
idéia“de
otimização dos serviços”. Se você desejar faliruma
empresa, trate mal seusfuncionários que eles farão o resto.
Os
profissionaisdevem
se orgulhardo
trabalho querealizam e da instituição na qual trabalham,
devem
ser treinados de forma a estarem aptos à prestar os melhores serviços e este esforço será imediatamente percebido pelos clientes.Os
sistemas administrativos rígidosou
centralizados geralmente são inimigosde
uma
prestaçãode
serviços.Deve
ser oferecido ao profissional de saúdeum
elevadograu de liberdade de atuação para poder atender plenamente o cliente,
porém
este deve conhecer os parâmetroscomuns que
norteiam a instituição paraque
os objetivospossam
ser alcançados.
2.3.
o
sIsTEMA
ÚNICO
DE SAÚDE
E
A
VIGILÂNCIA
sANITÁR1Az
A
constituição apresenta a República Federativado
Brasilcomo
Estado Democrático de Direito,no
qual a soberania popular é exercida pelo sufrágio universal epelo voto, inclusive
com
instrumentos de participação direta,como
o plebiscito e o referendo.Na
área da saúde, esses princípios fundamentais são reconhecidoscomo
“direito de todos e dever
do
Estado”, garantido mediante políticas sociais e econômicas epela instituição
do
SistemaÚnico
de Saúde, formado por rede única, integrada por todasas esferas de
Govemo,
sob diretrizes de descentralização e participação da comunidade, além de atendimento integral.O
SistemaÚnico
deSaúde
resultou deum
movimento
deflagrado por Sanitaristas, a partir da década de 70, hoje conhecidocomo
Refonna
Sanitária. Foi pensadocomo
condições de vida compatíveis
com uma
vida saudável; o anseio por bons serviços, racionalidade administrativa e descentralização.Dentro deste quadro institucional, existe
uma
atividade de saúdeum
pouco
diferente dos serviços de rotina dos ambulatórios de saúde pública,mas
que possui funções específicas importantíssimas na estrutura oficial de promoção, proteção e defesa da saúdeque
se pretende implantar: é a Vigilância Sanitária. -A
Vigilância Sanitária atua na saúde pública de forma preventiva epode
ser definidacomo
um
conjunto de ações restritivas da liberdade e da propriedade, que visa prevenir,reduzir e eliminar riscos à saúde, decorrentes de problemas sanitários
bem
como,
da produção e circulação de certos bens e serviços,como
medicamentos, alimentos, água,exercícios de profissões ligadas às ciências da saúde, capazes de influir, por sua natureza, direta
ou
indiretamente, na saúde das pessoas.I
No
tocante aos serviçosde
saúde, o que se busca é a substituiçãodo modelo
assistencial antes existente,
no plano
político-institucional o que se procura consolidar é a redistribuiçãodo
poder, privilegiando a base local eno
que diz respeito à Vigilância Sanitária, o que se pretende é estabelecerum
novo
modelo, orientado pelos princípios,diretrizes e norrnas
do SUS.
2.3.1. Histórico
do Desenvolvimento da
Saúde
Pública:A
Revolução
Industrial e o Iluminismo (entre 1750-1830), lançaram fundaçõesdo
movimento
sanitário,mas
este só impôs-seno
fim
do
séculoXIX.
Em
1764 a política médica pormeio
de regulamentação administrativa, já havia surgido naAlemanha
com
Wolfgang
Thomas
Rau.De
1779 a 1817 Johann Peter Frank,conhecido
como
o
pioneiro da saúde pública, publicavaem
6 volumes,um
plano dasprincipais idéias para
um
código sanitário, idéia adotada por FranzAnton
Mai
queem
1800 apresentaria
um
esboço de código de saúde aogovemo
deum
pequeno
Estado da Alemanha.No
Brasil Ribeiro (1993), que estudou a Saúde Pública sob opano
de fundodo
significativa ainda válida para os dias atuais: História
sem
fim,
um
problema que nuncatem
solução definitiva.A
Vigilância Sanitária apesar de seruma
área de trabalhopouco
conhecidano
país,originou-se
no
Brasil durante período colonial subordinada àsCâmaras
Municipais. Seu objetivo erao
de atender os interessesdo mercado
intemo, controlando pesos, medidas e o estado de conservação dos alimentos,em
um
períodoonde
o Brasil eraum
grande importador de gêneros e necessitava de controle para os artigos que importava.As
primeirasnormas
de saúde públicano
Brasil parecem ter sido ditadas pelosinteresses intemacionais (1829
Regulamento
da Inspeção deSaúde
Públicado
Portodo
Rio de Janeiro, 1889
Convenção
Sanitária entre Brasil, Argentina e Uruguai),em
1851o
Govemo
Imperial baixavanormas
sanitárias de caráter mais abrangente, dispondo sobreempregados
da repartição de saúde pública, polícia sanitária, exercício da medicina einspeção da saúde de portos, tudo sob a direção e execução da Junta de Higiene Pública.
Com
a Repúblicaem
1890 são estruturados a Inspetoria Geral de Higiene e o Conselho deSaúde
Pública,em
seguidacom
a constituição de 1891 passa a delegar asaúde pública aos Estados e são criados os Códigos Sanitários dos Estados-Membros. ~
A
revolução Pasteuriana (Louis Pasteur, 1822-1895), provando que as doenças infecciosaseram
causadas porgermes
e realizando conquistasno
campo
da imunologia,anna
aSaúde
Pública brasileiracom
certezas científicas.Até a década de
20
não se observa clara deñnição da política de saúdedo
Estado,mas
preocupações isoladas, oracom uma
doença, oracom
outra (febre amarela, varíola, lepra, gripe espanhola, tracoma - doença crônicado
olho de causa infecciosa, entreoutras),
porém
a injunção é autoritária, prevendo os códigosem
sua maioria, o livre acesso da autoridade a quaisquer locais, notadamente para ataque aos vetores.O
combate
as endemias ganhaum
poderoso aliado intemacional que é aFundação
Rockefeller, instituída
em
1901 nosEUA,
para combater as moléstias ditas debilitantes.Em
1902 foi instituída aOficina
Sanitária Panamericana (OSP), encarregadado
saneamento dos portos e
do
regulamento da quarentena, unifonnizando-a mundialmente.Nos
anos seguintes, estas instituições expandiram suas atividades à Arnérica Central,Em
1919 é aprovada por decreto a indenização por acidente e moléstiado
trabalho eem
1921com
a reforma CarlosChagas
tem-se oficializado às prioridadesem
atenção médica. Estas reformas nas décadas de20
e 30, ampliaram beneficios sociais trazendo ainterferência coercitiva
do
Estado para implantá~las e executá-las. 1No
planodo
discursocomeça
amudar
a concepção da política da saúde, cujo ponto central passa a ser a educação sanitária. Neste contexto,começam
a crescer as funções depoliciamento, surgindo
em
São
Paulo, inspetorias de trabalho industrial, de domicílios, de alimentos,do
exercício profissional (medicina, farmácia e arte dentária), e de verificaçãode
óbitos, abrangendo atividades cada vez mais complexas.Em
1930, as atividades' de saúdepassam do
Ministério da Justiça eNegócios
Interiores para orecém
criado Ministério daEducação
e Saúde, sendo deste períodoem
1942 a criação
do
Serviço Especial de Saúde Pública, que representa significativa ampliação da ação médico-sanitáriano
Brasil.Somente
em
1953,como
reflexo da importânciado
setor, surge o Ministério daSaúde,
que
em
1954 estabelecenormas
gerais sobre defesa e proteção da saúde - deverdo
Estado e da Família, inclusive sobre Vigilância Sanitária; sendo que a regulamentação se deuem
1961, pelo“Código
Nacional de Saúde”.Em
1960 é aprovada a Lei Orgânica da Previdência (que excluía os trabalhadores rurais, asempregadas
domésticas e os servidores públicos).O
Estatutodo
TrabalhadorRural cria
em
1963 oFUNRURAL
(Fundo
de Assistência e Previdência ao Trabalhador Rural).No
início dosgovemos
militaressurgem
vários decretosque
autorizavam vultuososcréditos
em
favor de empresas francesas, alemãs, holandesas e norte-americanas, para a aquisição de material hospitalar; assinalando a partir de 1964 a predominânciado
discurso privatista da saúde.
Sob o
regime militarsurgem
legislaçõesque
em
1966 regulamentava o seguro saúdeprivado e
em
1967 implantava aReforma
Administrativa Federal que redefinia as competências dos Ministérios frente à saúde.No
ano seguinte, o Plano deCoordenação
das Atividades de Proteção e Recuperação da
Saúde assume
a dicotomia: medidas coletivascom
o Ministério da Saúde e atenção médica curativa conveniadacom
o
setor privado, atravésdo INPS,
criadoem
1967.Desde
ocomeço
da década de70
foram surgindo estudos e pesquisas quecondenavam
omodelo
de desenvolvimentodo
País, sob ditadura militar, pois concentrava renda, não distribuía beneficios sociais e apresentavaum
sistema de saúde demá
qualidade. .Coincidindo
com
o ressurgimento d'osmovimentos
sociais, na área dos profissionais de saúde surgiu omovimento
sanitário.Segundo
RodriguesNeto
(1994), estemovimento
utilizando os estudos e pesquisas realizados nos anos anteriores,
começa
a denunciar os efeitosdo modelo econômico
sobre a saúde da população e a irracionalidadedo
sistema de saúde então implantado.2.3.2.
A
Constituição e a LeiOrgânica da
Saúde (LOS)
8080/90:As
cartas constitucionais desde a Primeira República não trataram a saúdecom
a relevância e explicitude que otema
já exigia há algumas décadas.De
1891 a 1988 asConstituições Republicanas,
no
máximo
deferiram a instânciado
segundo plano deestatalidade (a legislação ordinária
emanada
pelo Congresso Nacionalou
o regramento baixado por órgãosdo
Executivo), os assuntos referentes à saúde da população. Daí ainsuficiência e a precariedade da nonnatividade consubstanciada na legislação vigente até
1990 e nos procedimentos das autoridades executivas sanitárias das três esferas de
govemo.
_Somente
na Constituição de 1988, a Saúde recebeu o “status” de direito individual esocial e todo aparato constitucional e legal para promovê-la, efetivá-la e garanti-la; sendo
incluída
no
Título da“Ordem
Social” que a reconhececomo
direito de todos e deverdo
Estado, garantido não só pelo acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação,
mas também
mediante políticas sociais e econômicas direcionadas à reduçãodo
risco de doença e de outros agravos.Entre as competências
do
Sistema Único deSaúde
o constituinte enunciou:“executar as açoes de vigilância sanitária e epidemiológica,
bem
como
as de saúdedo
>
>
>
Quanto
a Lei Orgânica daSaúde (LOS)
8080'/90que
dispõe sobre as condiçõespara a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
fimcionamento
dos serviços correspondentes; descreveno
artigo quinto os objetivosdo SUS:
I - Identificar e divulgar fatores condicionantes e detemiinantes da saúde; V
II - Formular política de saúde destinada a promovê-la
no
campo
econômico
e social;III -
Dar
assistência às pessoas por intennédio de ações de promoção, proteção erecuperação da saúde, de forma integrada, tanto
no
que tange a ações assistenciaiscomo
preventivas.
No
artigo sexto ela descreve que estão ainda incluídasno
campo
de atuaçãodo
Sistema
Único
deSaúde
a execução de ações de vigilância sanitária, vigilânciaepidemiológica, saúde
do
trabalhador, entre outras e define estes serviçoscomo:
Vigilância Epidemiológica:
É
um
conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecçãoou
prevenção de qualquermudança
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individualou
coletiva,com
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doençasou
agravos.Vigilância Sanitária:
É
o
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuirou
prevenirriscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes
do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,abrangendo:
I -
o
controle de bens deconsumo
que, diretaou
indiretamente, se relacionemcom
a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; eII -
o
controle da prestação de serviços que se relacionem diretaou
indiretamentecom
asaúde.
Saúde do
Trabalhador:
É
um
conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, àpromoção
e proteção da saúde dos trabalhadores, assimcomo
visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadoressubmetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho
(Conforme
tabela 5Após
a Constituição, foram dois longos anos de discussão e pressão para que seaprovasse a Lei Orgânica da
Saúde
(que dispõe sobre as condições para a promoção,proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências) e se
dessem
os primeiros passos à implantaçãodo SUS.
-Com
a aprovação destas legislações, o perfil estrutural da Vigilância Sanitáriapassa a ser o seguinte: a
União
legisla sobre asnormas
gerais; o Estado amplia e detalhaalegislação sanitária; e o Município executa as ações.
Mas
as atividades de diretriz política, planejamento, financiamento, controle e gestão,devem
ser organizadasem
termos desistema, à base de Planos de
Saúde (em
que se detalha a atividade de cada orçamento),Fundo
deSaúde
(conta especial e única,em
cada esfera de governo, para controle dos recursos, amarrados ao Plano de Saúde) e Conselho (Municipal, Estadual e Nacional) deSaúde (como Órgão
Deliberativo).A
atuação da Vigilância Sanitária deve serprogramada
e operacionalizada sobdiretrizes de descentralização politico-administrativa, municipalização das ações,
utilização da epidemiologia para estabelecer prioridades e alocar recursos, e participação
da
comunidade.2.3.3.
Recursos
Humanos
no
SUS:
Segundo
o artigo27
da Lei Orgânica da Saúde, a política de recursoshumanos
deve cumprir os seguintes objetivos: organização deum
sistema de formaçãoem
todos os niveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal e valorização da dedicaçao exclusiva.2.4.
VIGILÂNCIA SANITÁRIA E
A QUESTÃO DA
DESCENTRALIZAÇÃO:
Segundo
Pilati (1995), a descentralização é antes de tudouma
estratégia deracionalização das decisões e dos recursos. Opera-se mediante