A
6ºano│
UC de Estágio Profissionalizante
Mestrado Integrado em Medicina
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa
Catarina Gameiro Pinto Manuel │2012159│Turma 2│
6ºano│Ano letivo 2017/2018
RELATÓRIO FINAL
Índice
1. Introdução e Objetivos ... 2
2. Síntese das atividades desenvolvidas ... 3
2.1.Estágio Parcelar de Medicina Interna (11/9/2017 a 3/11/2017) ... 3
2.2.Estágio Parcelar de Cirurgia Geral (6/11/2017 a 12/1/2018) ... 4
2.3.Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (22/1/2018 a 16/2/2018) ... 5
2.4.Estágio Parcelar de Pediatria (19/2/2018 a 16/3/2018) ... 5
2.5.Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (19/3/2018 a 20/4/2018) ... 6
2.6.Estágio Parcelar de Saúde Mental (23/4/2018 a 18/5/2018) ... 6
2.7.Estágio Clínico Opcional de Saúde Pública (21/5/2018 a 01/06/2018) ... 7
3. Elementos Valorativos ... 7 4. Apreciação Crítica ... 8 5. Anexos ... 10 5.1.Estágio Profissionalizante ... 10 5.1.1.Cronograma... 10 5.1.2.Trabalhos realizados ... 11 5.1.3. Curso TEAM ... 12
5.1.4. Sessão de Formação Médica + Saber “Atuação em Situações de Urgência em Cuidados de Saúde Primários ... 13
5.2.Atividades extra-curriculares ... 14
5.2.1. Projeto Saúde Porta-a-Porta ... 14
5.2.2. Rastreios GASTagus – Diabetes, Hipertensão, Índice de Massa Corporal ... 14
5.2.3. Voluntariado Nacional em Férias (ANEM) Centro de Apoio ao Sem-Abrigo ... 15
5.2.4. Atividade da AEFCM “De pequenino se torce o pepino” ... 16
5.2.5. Palestra “Rastreios Oncológicos- Orientações Atuais” ... 17
5.2.6. Congresso Nacional de Estudantes de Medicina ... 18
5.2.7. Congresso “Encontros com a Endocrinologia 2017” ... 19
5.2.8. Convenção Nacional de Saúde 2018 ... 20
5.3.Estágios Internacionais ... 21
1. Introdução e Objetivos
O 6º ano do Mestrado Integrado de Medicina tem como objetivo ser um ano de transição entre aprendizagem académica teórico-prática e o exercício profissional futuro. É constituído por um estágio profissionalizante anual que inclui múltiplas especialidades consideradas fulcrais na Medicina, nomeadamente Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental (Anexo 5.1). Dada a complexidade da formação de um futuro médico, é necessário que este possua uma vasta gama de competências, entre as quais se incluem científicas, práticas, culturais, éticas e morais, que devem ser desenvolvidas in loco, com a orientação de assistentes graduados das diversas especialidades. Sem este acompanhamento e ensino por parte de médicos experientes, não seria possível dar resposta às exigências da formação médica. Dada a complexidade da formação médica, tentei estabelecer objetivos concretos de desenvolvimento pessoal e profissional, que procurei aplicar durante todo o curso (adaptados do artigo “O Licenciado Médico em Portugal”), em especial durante o 6º ano (ano profissionalizante). Em termos clínicos procurei sempre aprender a avaliar o doente como um todo e a gerir os seus problemas médicos através de uma história clínica abrangente e de um exame físico detalhado. Só assim se conseguem formular hipóteses diagnósticas concretas, requisitar exames complementares de diagnóstico adequados para explorar as hipóteses colocadas e elaborar um plano terapêutico apropriado. Ao longo desta marcha diagnóstica, é sempre necessário promover a saúde e o bem-estar do indivíduo. Em termos interpessoais, procurei aprender a adotar uma abordagem biopsicosocial na comunicação com o doente e respetiva família, que seja adequada às suas crenças culturais, nível de formação académica, atitudes e comportamentos. Tentei sempre desenvolver as minhas aptidões comunicacionais com médicos e outros profissionais envolvidos na prestação dos cuidados de saúde. Considero ser de extrema importância a aplicação de princípios éticos a todos os aspetos da prática médica, incluindo o exercício de atos médicos dentro dos limites da competência do aluno de medicina, de forma a garantir que os doentes não sejam expostos a riscos desnecessários e sempre com a supervisão de um tutor, quando não estamos confortáveis a executar certos procedimentos sozinhos. Outra aptidão necessária num aluno de medicina é a capacidade de
autoaprendizagem, para se manter atualizado ao longo da vida na área que escolher e identificar as oportunidades que lhe permitam adquirir experiência. Pretende-se também que o aluno desenvolva a sua capacidade de exposição pública, através da apresentação de trabalhos e casos clínicos. O presente relatório descreve os objetivos específicos de cada estágio parcelar e do estágio opcional, as atividades desenvolvidas ao longo dos mesmos, elementos pessoais valorativos e uma reflexão crítica acerca do cumprimento dos objetivos estabelecidos, quer gerais quer específicos para cada estágio. Por último, uma secção de anexos, da qual consta o cronograma do ano letivo, os trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante, as atividades extracurriculares desenvolvidas ao longo do ano e em anos transatos e outros elementos valorativos.
2. Síntese das atividades desenvolvidas
2.1. Estágio Parcelar de Medicina Interna (11/9/2017 a 3/11/2017)
Este estágio foi realizado no Hospital de Santo António dos Capuchos, no Serviço de Medicina Interna 2.1, sob tutoria da Doutora Elisabete Margarido. Estabeleci como objetivos principais um aprofundamento da abordagem das patologias mais prevalentes em Medicina Interna e em contexto de urgência, realização de notas de entrada, de alta e diários em contexto de enfermaria, aperfeiçoamento de procedimentos técnicos específicos (ex: gasimetrias, punções venosas, entre outros). Ao longo das oito semanas de estágio, a minha atividade desenvolveu-se sobretudo na Enfermaria, onde tinha a meu cargo um a dois doentes por dia, sendo responsável pela sua avaliação diária, registo clínico e pela apresentação do caso durante a visita diária às 13h com a Chefe de Serviço, Doutora Helena Strada. Observei um total de vinte e três doentes do sexo masculino. Considerei o facto de a equipa onde fui inserida estar sempre pronta a ajudar e a esclarecer dúvidas um ponto fulcral neste estágio. Assisti a Consulta de Diabetes e frequentei o Serviço de Urgência. O caso que mais me marcou no Serviço de Urgência foi um doente de 27 anos trazido ao SU por crise convulsiva no autocarro, com movimentos tónico-clónicos generalizados. Considero que foi neste local que consegui desenvolver mais as minhas técnicas anamnésicas e de realização de certas áreas do exame objetivo, como o exame neurológico sumário, e o meu raciocínio clínico. Realizei uma história clínica completa durante o estágio.
2.2. Estágio Parcelar de Cirurgia Geral (6/11/2017 a 12/1/2018)
O estágio de Cirurgia Geral foi realizado no Hospital da Luz Lisboa, sob orientação do Doutor Miguel Allen. Iniciei o estágio com os seguintes objetivos: reconhecer a abordagem diagnóstica e terapêutica das condições mais prevalentes em Cirurgia Geral, orientar o doente no pré e no pós-operatório, participar nas atividades cirúrgicas e executar gestos cirúrgicos simples. Consistiu em cinco semanas de Cirurgia Geral, uma semana de sessões teórico-práticas e duas semanas de Estágio Opcional de Gastrenterologia. No estágio de Cirurgia Geral, a minha atividade foi desenvolvida sobretudo no Bloco Operatório e na Consulta Externa. No Bloco Operatório observei um total de quarenta e três cirurgias, tendo participado em quatro como segunda ajudante. Para além de Cirurgias de âmbito mais geral, como apendicectomias, colecistectomias, cirurgia hemorroidária ou herniária, observei bastantes cirurgias bariátricas, do cólon e reto, e tiroideias, sendo este órgão a área cirúrgica de especialização do meu tutor. Como tal, na consulta externa observei sobretudo consultas pré e pós-operatórias de cirurgia tiroideia, área sobre a qual aprendi bastante ao longo deste estágio. Observei ainda alguns doentes no pós-operatório imediato na Enfermaria e uma hemorragia varicosa num homem de 46 anos no Atendimento Médico Permanente. Participei também em Reuniões de Decisão Terapêutica de Neoplasia Gastrointestinal, onde considero ter aprendido bastante. No estágio de Gastrenterologia, observei 13 consultas de Gastrenterologia Geral e 27 técnicas diagnósticas. No que diz respeito a estas últimas, para além de endoscopias digestivas altas e de colonoscopias totais, observei 2 ecoendoscopias e uma manometria e pHmetria 24h com impedância, técnicas que não tinha observado no estágio do quinto ano. Ambos os estágios foram sobretudo de caráter observacional, mas deram-me uma visão mais abrangente destas duas especialidades, complementado os conhecimentos que já havia obtido em estágios anteriores. Participei nas Sessões Teóricas e Teórico-Práticas ministradas no Hospital Beatriz Ângelo e no Curso TEAM (Anexo 5.1.3), que considerei de uma importância extrema na minha formação académica. Em anexo (5.1.2) discrimino o trabalho apresentado no Mini Congresso de Cirurgia Geral.
2.3. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar (22/1/2018 a 16/2/2018)
O estágio de Medicina Geral e Familiar decorreu ao longo de quatro semanas na USF Tejo, sob tutoria da Dra. Avelina Pereira. Estabeleci como objetivos principais a compreensão da abordagem das condições mais prevalentes nesta especialidade, conduzir consultas sozinha e melhorar a minha abordagem ao doente com multimorbilidade. Durante este estágio tive a oportunidade de lidar diretamente com indivíduos da comunidade, doentes ou não doentes, de todas as idades, em diversos tipos de consulta (Consultas de Saúde de Adultos, que incluem a Vigilância de Diabetes e Hipertensão; Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde infantil e Juvenil, Urgência e Domicílios). Observei e conduzi algumas consultas, sob supervisão da minha tutora e observei e realizei prescrição de receituário, baixas, atestados médicos, referenciação para outras especialidades e atestados de carta de condução. Participei também nas Reuniões Semanais da USF e assisti à Sessão de Formação Médica + Saber “Atuação em Situações de Urgência em Cuidados de Saúde Primários” (Anexo 5.1.4). O trabalho que realizei encontra-se discriminado no anexo 5.1.2
2.4. Estágio Parcelar de Pediatria (19/2/2018 a 16/3/2018)
O estágio parcelar de Pediatria foi realizado durante quatro semanas no Hospital Dona Estefânia, sob orientação da Doutora Marta Conde. Estabeleci como objetivos: reconhecer as patologias mais prevalentes para cada grupo etário pediátrico e respetiva abordagem terapêutica, aperfeiçoar a anamnese e a realização de exame objetivo no doente pediátrico. Assisti a quarenta e cinco consultas de Reumatologia Pediátrica ao longo do estágio, o que foi bastante útil para expandir os meus conhecimentos acerca de Reumatologia e Doenças autoimunes pediátricas. Gostaria de destacar o caso de uma doente com Síndrome de Down e deformidade articular progressiva das mãos e pés com três anos de evolução. Tinha pés valgus e planus. No exame radiológico detetaram-se dedos das mãos “em rajada de vento”, dedos “em botoeira”, dedos “em pescoço de cisne”. Destaquei este caso pois foi o que mais me alertou ao longo do estágio profissionalizante para a importância da referenciação precoce dos doentes. Tive ainda a oportunidade de observar consultas multidisciplinares de Osteogénese imperfeita, de pneumologia pediátrica, de imunoalergologia (quer pediátrica quer de adultos) e de pediatria médica. Passei uma manhã na Enfermaria de Pediatria Médica 5.1, onde são internados recém-nascidos e lactentes. Semanalmente, acompanhava a
Doutora Marta Conde no Serviço de Urgência, local onde observei uma enorme variedade de patologias em todas as faixas etárias da pediatria. Observei alguns doentes sozinha, mas sempre com supervisão. Uma vez que a Doutora Marta é chefe de equipa da Urgência, consegui observar casos insólitos, graves e de diagnóstico diferencial difícil, o que enriqueceu bastante a minha formação académica. Realizei um trabalho (anexo 5.1.2) e uma história clínica.
2.5. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia (19/3/2018 a 20/4/2018)
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo, sob orientação do Doutor Pedro Rocha. Delineei como objetivos: conhecer as condições ginecológicas e obstétricas mais prevalentes, aperfeiçoar competências de realização do exame objetivo ginecológico e da grávida, participar na realização de partos e cesarianas. O estágio foi dividido em duas semanas de ginecologia (Consulta de Ginecologia Geral e Planeamento Familiar, Uroginecologia, Senologia, Ginecologia Oncológica, Bloco Operatório) e duas semanas de Obstetrícia (Consulta de Obstetrícia, Enfermaria de Obstetrícia, Ecografia Obstétrica e Técnicas Ecoguiadas). Apercebi-me da preparação psicológica que o médico tem de ter para a realização de Consultas de Ginecologia Oncológica. Destaco a observação de uma amniocentese e de uma biópsia das vilosidades coriónicas, que não tinha observado em estágios prévios. Fui segunda ajudante numa histerectomia abdominal total com salpingectomia esquerda e anexectomia direita. Para além destas valências, estive doze horas por semana no Serviço de Urgência e Bloco de Partos, que considero ter sido a parte mais enriquecedora deste estágio. Consegui observar quase todas as patologias mais prevalentes e as verdadeiras emergências da Ginecologia e Obstetrícia e também desenvolvi os meus conhecimentos acerca dos motivos que levam a cada tipo de parto e dos procedimentos intraparto. Fui segunda ajudante numa cesariana. Destaco ainda realização de exame ginecológico diversas vezes, e a colheita de colpocitologias com supervisão. Participei nas Reuniões Semanais do Serviço e realizei um trabalho (Anexo 5.1.2)
2.6. Estágio Parcelar de Saúde Mental (23/4/2018 a 18/5/2018)
Estagiei no Serviço de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar de Lisboa Central, sob tutoria da Doutora Paula Vilariça, que trabalha sobretudo com adolescentes com psicopatologia. Estabeleci os seguintes objetivos: conhecer a abordagem das patologias pedopsiquiátricas mais frequentes na
adolescência, entender as particularidades da entrevista clínica em pedopsiquiatria, assistir a entrevistas familiares e ao trabalho desenvolvido com as famílias nesta especialidade, conhecer as principais estratégias e desafios para a promoção da saúde mental em idade pediátrica, quer em internamento quer em ambulatório. Estive durante a maior parte do estágio na Clínica 1 (Unidade de Internamento Partilhada entre o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa e o Serviço de Pedopsiquiatria do CHLC, que acolhe doentes de ambos os géneros, com idades entre os 15 e os 25 anos), onde redigi notas de entrada e observei entrevistas individuais e familiares de treze doentes entre os 15 e os 17 anos. A maioria dos adolescentes internados tinha perturbação depressiva, sendo a causa do internamento ingestão medicamentosa voluntária grave, comportamentos auto-lesivos ou ideação suicida estruturada e risco de passagem ao ato. Presenciei as reuniões de Serviço semanais. Observei ainda um total de trinta e quatro consultas externas na Clínica da Juventude. Tive ainda a oportunidade de assistir a duas consultas externas na Clínica do Parque com a Doutora Sílvia Pimenta. Participei em sessões formativas de Internos de Pedopsiquiatria.
2.7. Estágio Clínico Opcional de Saúde Pública (21/5/2018 a 01/06/2018)
Fiz um estágio opcional na área de Saúde Pública, tendo como objetivo primordial conhecer as principais atividades diárias de um Serviço de Saúde Pública. O estágio decorreu na Unidade de Saúde Pública da ACeS Lisboa Central sob orientação da Doutora Mafalda Castro. Observei cerca de noventa juntas médicas de Incapacidade e oito consultas do viajante no Centro de Saúde de Sete Rios. Acompanhei também a atividade de médicos de Saúde Pública e Enfermeiros de Saúde Comunitária da unidade na verificação dos Casos de Doenças de Declaração Obrigatória notificados no SINAVE. Observei também a atividade desenvolvida no âmbito do cumprimento do Plano Nacional de Vacinação, Programa de Saúde Escolar e na Prevenção da Tuberculose, uma das áreas de maior preocupação do ACeS.
3. Elementos Valorativos
Ao longo de todo o Mestrado Integrado em Medicina procurei integrar-me em atividades e projetos que contribuíssem para a minha formação pessoal e profissional e para a descoberta dos meus gostos pessoais. Nesse sentido, destaco o Intercâmbio Científico de Verão (Anexo 5.3.1) realizado
na Polónia em Agosto de 2016 na Medical University of Warsaw, onde pude contactar de perto com o dia-a-dia da Investigação Científica, desempenhada por profissionais de excelente qualidade. Saliento também a Participação no Projeto Saúde Porta-a-Porta da AEFCM, nos Rastreios do GASTagus e no Voluntariado Nacional em Férias da ANEM (VNF) no Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (CASA). Após o VNF, fiz voluntariado no CASA durante 6 meses. Outros projetos de voluntariado nos quais participei encontram-se em anexo. Ao longo do presente ano letivo procurei também complementar a minha formação com a participação em alguns seminários sobre temas do meu interesse, cujos certificados de participação se encontram em anexo
4. Apreciação Crítica
Após o fim deste ano letivo, considero que os objetivos gerais que estabeleci para o estágio profissionalizante foram cumpridos na grande maioria dos estágios do sexto ano. Procurei que os estágios me dessem o maior conhecimento possível, ajudassem na consolidação de conhecimento previamente adquirido e melhorassem as minhas aptidões clínicas e comunicacionais. Considero que, com o início de cada estágio, a minha postura alterava-se em consequência da confiança e do reforço positivo que recebia dos meus assistentes. Comecei o sexto ano com alguma insegurança e medo de falhar, mas fui-me apercebendo que é questionando os profissionais com quem contactamos e sendo proativos que os estágios são úteis para o nosso desenvolvimento enquanto futuros profissionais. Em relação ao desenvolvimento de aptidões clínicas, penso que os estágios de Medicina Interna, Pediatria e Medicina Geral e Familiar foram os que mais contribuíram para esse objetivo, por ser confrontada diariamente com novos doentes, a necessitar de uma abordagem individualizada. Os estágios de Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar foram os que contribuíram mais para o desenvolvimento das minhas competências comunicacionais. Em Medicina Interna, tive de lidar com um doente com um comportamento agressivo e não considerei ter o conhecimento necessário para o fazer sem o auxílio da minha tutora. No estágio de MGF, uma freira dirigiu-se à USF com febre, tosse, expetoração e odinofagia. No entanto, quando eu e a médica lhe pedimos para a auscultar, ela recusou retirar o hábito. Com esta situação aprendi que o médico faz aquilo que pode e o que considera ser o melhor para aquele doente.
Passarei agora à análise particular de cada estágio e respetivos objetivos específicos.
Tinha grandes expetativas relativamente ao estágio de Medicina Interna e considero que os objetivos que estabeleci foram cumpridos. Foi um estágio fulcral para abordagem do doente com multipatologia e foi-me dada alguma autonomia, que contribuiu para o estabelecimento de relações médico-doente de confiança com alguns doentes, o que considero ter sido importante para estabelecer a minha identidade enquanto futura profissional. Um ponto negativo deste estágio foi a dificuldade que senti em lidar com doentes em fim de vida e com a nomenclatura usada nos casos sociais do internamento, dois tópicos que considero serem lacunas na minha formação académica. O estágio de Cirurgia Geral foi sobretudo de caráter observacional e considero ter alcançado todos os objetivos a que me propus. Gostaria de ter sido ajudante em mais cirurgias e considero ter ainda algumas dificuldades técnicas em gestos cirúrgicos simples, apesar de as sessões teórico-práticas ministradas ao longo do estágio terem sido uma excelente oportunidade de aprendizagem. Em Medicina Geral e Familiar considero que desenvolvi bastante as minhas competências anamnésicas, diagnósticas e terapêuticas com a abordagem de doentes tão diversos. Este foi o estágio mais exigente que tive em termos de conhecimentos médicos exigidos e de trabalho prático realizado. No entanto, estava à espera de ter tido um maior grau de autonomia. O estágio de Pediatria foi bastante enriquecedor e variado e cumpri todos os objetivos. A autonomia que tive no Serviço de Urgência foi fulcral para a minha formação. No entanto, considero ter ainda bastantes lacunas, sobretudo terapêuticas, nas patologias pediátricas mais prevalentes. No estágio de Ginecologia e Obstetrícia consegui cumprir a generalidade dos objetivos a que me propus. Foi um estágio bastante mais variado do que esperava. No entanto, gostaria de ter tido mais oportunidades para realizar exame ginecológico e outros procedimentos. O estágio de Pedopsiquiatria superou as minhas expectativas e compreendo o seu caráter observacional, dada a complexidade da especialidade. Gostaria de ter observado crianças abaixo dos 10 anos, algo que não foi possível. Apesar de sentir que houve uma evolução marcada nos meus conhecimentos e no meu desempenho clínico, quero continuar a esforçar-me, com o auxílio dos meus pares, para melhorar continuamente as minhas aptidões clínicas e comunicacionais. Resta-me agradecer a todos os Professores, Tutores, Orientadores e Colegas que me acompanharam e ajudaram ao longo destes seis anos.
5. Anexos
5.1. Estágio Profissionalizante 5.1.1. Cronograma
Estágio Parcelar Regente Período de
Estágio
Local Tutor
Medicina Interna Professor Doutor Fernando Nolasco 11/9/2017 a 3/11/2017 Hospital de Santo António dos Capuchos Doutora Elisabete Margarido
Cirurgia Geral Professor Doutor Rui Maio
6/11/2017 a 12/1/2018
Hospital da Luz Lisboa
Doutor Miguel Allen
Medicina Geral e Familiar Professora Doutora Isabel Santos 22/1/2018 a 16/2/2018
USF Tejo Doutora Avelina Pereira
Pediatria Professor Doutor Luís Varandas
19/2/2018 a 16/3/2018
Hospital Dona Estefânia
Doutora Marta Conde
Ginecologia e Obstetrícia Professora Doutora Teresa Ventura 19/3/2018 a 20/4/2018 Hospital Beatriz Ângelo
Doutor Pedro Rocha
Saúde Mental Professor Doutor Miguel Xavier 23/4/2018 a 18/5/2018 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa/Hospital D.Estefânia
Doutora Paula Vilariça
Saúde Pública (Opcional) N.A 21/5/2018 a 1/06/2018 Unidade de Saúde Pública ACeS Lisboa Central
5.1.2. Trabalhos realizados
Estágio Parcelar Tema
Cirurgia Geral “Metastização hepática de CCR: um caso clínico”
Medicina Geral e Familiar “Síndrome Metabólico”
Pediatria “Glaucoma Congénito Primário”
Ginecologia e Obstetrícia Revisão de artigo: Baschat AA, Planning management and delivery of the growth restricted fetus, Best Practice & Research Clinical Obstetrics and Gynaecology (2018)
5.1.4. Sessão de Formação Médica + Saber “Atuação em Situações de Urgência em Cuidados de Saúde Primários
5.2. Atividades extra-curriculares 5.2.1. Projeto Saúde Porta-a-Porta
5.3. Estágios Internacionais
