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Componentes integrantes da União Europeia

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Dora Resende Alves*

COMPONENTES INTEGRANTES DA UNIÃO EUROPEIA EUROPEAN UNION COMPONENTS LOS COMPONENTES INTEGRANTES DE LA UNIÓN EUROPEA

Resumo:

Uma curta abordagem aos elementos constituintes da União Europeia tal como foram desenhados pelos “pais fundadores” e de como se mantiveram, numa evolução de pouco mais de meio século da era de paz inaugurada na Europa. Das Comunidades Europeias passou-se à União Europeia, pois só com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, em 2009, se passou a poder falar apenas de uma União Eu-ropeia juntamente com a Comunidade EuEu-ropeia da Energia Atômica.

Abstract:

A short approach to the constituent elements of the European Union as designed by the "founding fathers" and how they kept in a growth of just over half a century of peace that was launched in Europe. The European Communities passed to the European Union, be-cause only with the entry into force of the Lisbon Treaty in 2009 is now able to speak only of a European Union still aware of the Eu-ropean Atomic Energy Community.

Resumen:

Una brevísima aproximación a los elementos constitutivos de la Unión Europea según lo diseñado por los "padres fundadores" y de cómo se mantienen en un crecimiento de poco más de medio siglo de paz en Europa. De las Comunidades Europeas se pasó a la Unión Europea, porque sólo con la entrada en vigor del Tratado de Lisboa, en 2009, existe la posibilidad de hablar sólo de una Unión Europea, junto a la Comunidad Europea de la Energía Atómica. * Mestranda em Ciências Jurídico-Políticas com menção em Direito Constitucional

pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Portugal. Especializada em Direito Civil e Processo Civil pela UniEvangélica. Graduada em Direito pela Faculdade

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Palavras-chaves:

Comunidades Europeias, União Europeia, instituições.

Keywords:

European Communities, the European Union, institutions.

Palabras clave:

Comunidades Europeas, Unión Europea, instituciones.

INTRODUÇÃO

Não se propõe uma prolongada análise dos componentes integrantes da atual União Europeia, apenas um vislumbre sobre a sua estrutura componencial. As Comunidades Europeias e a designação de Direito Comunitário deram lugar à União Europeia e ao Direito da União Europeia. Só com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, em 2009, se passou a poder falar apenas de uma União Europeia1,

a que ainda se adiciona a Comunidade Europeia da Energia Atômica. Até então, coexistiram a União Europeia (desde 1992) que se fun-dava nas três Comunidades Europeias (desde 1957), entretanto re-duzidas desde 2002 a duas, a Comunidade Europeia e a Comunidade Europeia da Energia Atômica.

Proponho, em reduzida intervenção, focar a estrutura das várias vertentes da União Europeia: a evolução comunitária, as ins-tituições comunitárias, o acquis communautaire e, em especial, os tribunais criados pelos Tratados.

1 Ver artigo 1º do Tratado da União Europeia tal como alterado pelos artigos 1º, n. 2,

alíneas a) e b) do Tratado de Lisboa: “A União substitui-se e sucede à Comunidade Europeia”.

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A EvOlUÇÃO EUROPEIA COMUNITáRIA

A Paz de Vestefália (Westfalen, na Alemanha) que, em 24 de outubro de 1648, pela publicação dos Tratados de Münster e Osnabrück2, põe fim à Guerra dos Trinta Anos, compreendia

cláusu-las territoriais, constitucionais e religiosas. Os tratados de Vestefália lançaram as bases de uma organização da Europa Central que sub-sistiu nas suas grandes linhas até as conquistas da Revolução Fran-cesa e de Napoleão, num sentido de atomização.

Só trezentos anos depois se enfrenta na Europa, por sua pró-pria determinação, uma nova tarefa de integração. Não importa se o ritmo é mais ou menos acelerado se a intenção é firme e a continuidade segura. O compromisso é exigente porque os Estados cedem uma parte do que tem sido entendido como domínio exclusivo da sua soberania em prol de um interesse coletivo (PÉREZ SÁNCHEZ, 2007, p. 1). Foi a geração política de 19503que lançou as bases

con-ceituais do novo processo de integração da Europa ocidental quando os valores do ideal europeísta se fundamentaram num mesmo espí-rito cultural e civilizacional, enformados pela paz, pelo bom governo e pelo bem-estar socioeconômico dos povos, deixando esse impulso às gerações das décadas seguintes (idem, p. 2).

Robert Schuman dá o primeiro passo com a sua

Declara-ção de 09 de maio de 19504, apostando decididamente na paz, na

liberdade, na justiça e no desenvolvimento equitativo dos povos, mar-cando o caminho e os limites da futura integração europeia.

2 As negociações para chegar à paz tiveram início em 1644, em Münster (Tratado

de 08 de setembro de 1648) e Osnabrück (Tratado de 06 de agosto de 1648) e de-moraram cerca de quatro anos.

3Konrad Adenauer (1876-1967), chanceler alemão de 1949 a 1963, Walter Hallstein

(1901-1982), primeiro presidente da Comissão Europeia, reeleito três vezes, Paul-Henri Spaak (1899-1972), Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Alcide de Gasperi (1881-1954), Ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália, Winston Churchill (1874-1965), Primeiro-Ministro inglês, Jean Monnet (1888-1979) e Robert Schuman (1886-1963), Ministro dos Negócios Estrangeiros da França, entre outros nomes.

4 O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, em Paris (no Quais

d'Or-say), numa declaração perante os jornalistas preparada por Jean Monnet, propõe a gestão conjunta dos recursos de carvão e do aço da França e da República Federal da Alemanha (R.F.A.) por uma organização aberta a todos os outros países europeus, para pôr fim às guerras entre a França e a Alemanha, cuja rivalidade dera já origem a três guerras.

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Em menos de um ano de negociações, o processo iniciado pela Declaração de Schuman culmina na assinatura, em 18 de abril

de 1951, do Tratado de Paris, que cria a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).

Os membros fundadores que aderiram ao projecto e assi-naram o Tratado foram: França (Jean Monnet e Robert Schuman), Alemanha (Konrad Adenauer), Itália (Alcide de Gasperi), Bélgica (Paul-Henri Spaak), Holanda (Joseph Luns) e Luxemburgo (Joseph Bech)5. Esses seis países europeus, a “pequena Europa” (ENRIQUE

MORENO BÁEZ apud PÉREZ SÁNCHEZ, 2007, p. 2), coincidiam, salvo parte da Itália, com a Europa de Carlos Magno6, e formaram o

núcleo originário e central de uma nova Comunidade, impulsionador do processo de integração europeia.

Em 23 de julho de 1952, pôs-se em marcha a primeira co-munidade supranacional de caráter econômico, primeira etapa do processo de integração europeia, limitada ainda a um mercado comum no setor siderúrgico (idem, p. 2). O Tratado CECA terminou sua vigência ao fim de cinquenta anos7, em 23 de julho de 2002 (ver

ALVES, 2002, p. 127-131).

Apesar do revés de se seguirem as tentativas e os fracassos de criação de uma Comunidade Europeia de Defesa (CED), pelo Tratado de Paris de 27 de maio de 1952, assinado pelos mesmos seis Estados fundadores da CECA, e de uma Comunidade Política Europeia (CPE), em 09 de março de 1953, os impulsionadores do processo de integração europeia esforçaram-se por encontrar novos rumos e ampliá-lo. Na Conferência de Messina, na Sicília, em 1oe

5Estes três países - Bélgica, Holanda e Luxemburgo -, já tinham estabelecido a

Be-nelux, pensada em 1932 pela Convenção de Ouchy, reafirmada em 1944 e concre-tizada em 1948, união aduaneira desde 1938 aprofundada pelo Tratado da União Econômica do Benelux de 1958 - ver artigos 350º do TFUE (era o 306º do TCE) e o já revogado 19º, n. 1, do TCEE.

6Carlos I, o Grande (742-814), com o Império Carolíngio (século VIII-IX), procura

reconstruir o poderio da civilização romana, numa autoridade dividida entre o Impe-rador e o Papa, o poder político e o poder religioso. Conseguiu-o momentanea-mente, estabelecido em Aquisgrão, é sacramentado Rex, Pater Europae pelo Papa Leão III no Natal do ano 800, mas quando de sua morte (814) o domínio Europa vel

Regnum Carolum foi dividido pelos seus filhos e, pelo Tratado de Verdun, de 843,

nasceram três grandes blocos políticos: a França, a Alemanha e a Lotaringia.

7 Nos termos do prazo previsto no artigo 97º do TCECA, diferente dos artigos 356º

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02 de junho de 1955, os Ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis países fundadores da CECA decidem o alargamento da inte-gração europeia a toda a economia e o domínio do desenvolvimento da energia atômica para fins pacíficos e aprovam o projeto do mer-cado comum na chamada “Resolução de Messina” (PARLAMENTO EUROPEU, 2001, p. 36).

Se o êxito da CECA contribuiu para consolidar definitiva-mente o processo de integração econômica europeia, seguem-se, em 25 de março de 1957, a criação da Comunidade Europeia da

Energia Atômica (CEEA ou Euratom), para o desenvolvimento

pa-cífico da energia atômica, e da Comunidade Econômica Europeia

(CEE), organização europeia de integração geral, pelos Tratados de

Roma, que entraram em vigor em 1ode janeiro de 1958, com os

mes-mos países fundadores. A CEEA foi pensada para incentivar a inves-tigação e desenvolver a indústria europeia por meio da energia nuclear, sempre com fins pacíficos. A CEE surgiu porque as vanta-gens de um mercado comum não poderiam ser atingidas sem uma cooperação de Estados que assegurasse a estabilidade monetária, a expansão econômica e o progresso social8.

Com os grandes objetivos estabelecidos9, reafirmou-se a

firme vontade de impulsionar a ampliação das Comunidades Euro-peias, com a consolidação das quatro liberdades econômicas bási-cas – liberdade de circulação de mercadorias, capitais, serviços e trabalhadores – construindo o mercado comum, aperfeiçoado o mer-cado interno, atingindo a união econômica e monetária e seguindo para uma união política no seio da União Europeia. O processo de integração europeia tornou-se a maior garantia para o progresso da paz, liberdade e união entre os povos e as nações da Europa (EN-RIQUE MORENO BÁEZ apud PÉREZ SÁNCHEZ, 2007, p. 12).

Neste percurso evolutivo até a unidade da União Europeia de hoje incluem-se os diversos alargamentos das Comunidades Eu-ropeias até aos 28 Estados membros atuais:

8 No Relatório Spaak, de 21 de abril de 1956, dos chefes de delegação do comitê

in-tergovernamental instituído pela Conferência de Messina e dirigido aos Ministros dos Negócios Estrangeiros, presidido por Paul Henri Spaak, que iniciara os trabalhos em 09 de julho de 1955, sobre as possibilidades de uma união econômica e no do-mínio da energia atômica (PARLAMENTO EUROPEU, 2001, p. 39).

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Tratado de Bruxelas, de 22 de janeiro de 1972 1º Alargamento: Reino Unido, Dinamarca e Irlanda

Tratado de Atenas, de 28 de maio de 1979 2º Alargamento: Grécia

Tratado de Lisboa e Tratado de Madrid, de 12 de junho de 1985 3º Alargamento: Portugal e Espanha

Tratado de Corfu, de 23 de junho de 1994 4º Alargamento: áustria, Suécia e Finlândia

Tratado de Atenas, de 16 de abril de 2003

5º Alargamento: Estônia, Polônia, República Checa, Eslovênia,

Hungria, letônia, lituânia, Eslováquia, Malta, Chipre

Tratado do Luxemburgo, de 25 de abril de 2005 6º Alargamento: Romênia, Bulgária

Tratado de Bruxelas, de 09 de dezembro de 2011 7º Alargamento: Croácia10.

E as necessárias alterações e incrementos ao processo de integração por meio das revisões aos Tratados institutivos:

- Acto Único Europeu, em 17 e 28 de fevereiro de 1986, entrou em vigor em 1ode julho de 1987;

- Tratado de Maastricht ou Tratado da União Europeia, de 07 de fevereiro de 1992, entrou em vigor em 1ode novembro de 1993, que cria uma nova

entidade paralela às Comunidades e nelas fundada: a União Europeia; - Tratado de Amsterdão, de 02 de outubro de 1997, entrou em vigor em 1ode maio de 1999;

- Tratado de Nice, de 26 de fevereiro de 2001, entrou em vigor em 1o

de fevereiro de 2003.

10 Tornou-se o 28º membro em 1ode julho de 2013, cumpridos os procedimentos de

ratificação nos termos do artigo 49º do TUE (texto no JOUE L 112 de 24.04.2012). Esse país apresentara o pedido oficial de adesão em fevereiro de 2003.

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Foi nesse contexto que surgiu a Constituição Europeia, que seria uma revisão aos tratados anteriores com uma intenção unifica-dora dos textos jurídicos em um só: o Tratado que estabelece uma Constituição para a Europa, assinado pelos Chefes de Estado e de Governo dos Estados membros, em 29 de outubro de 2004, em Roma11. Ficou previsto um prazo de dois anos para a sua ratificação

por todos os Estados signatários12. A publicação, no Jornal Oficial,

do texto completo da Constituição Europeia, com todos os Protocolos e Declarações anexos, em 465 páginas, aconteceu no JOUE C 310 de 16.01.2005. Porém, não tendo sido ratificado por todos os Esta-dos signatários, o projeto foi abandonado.

Uma última revisão ao direito comunitário originário em vigor surgiu – o Tratado de lisboa13. O Tratado de Lisboa é uma verdadeira

revisão ao Tratado da Comunidade Europeia e ao Tratado da União Europeia. Nessa medida, só pode ser lido com permanente referên-cia aos textos anteriores, aos quais reporta correções e acréscimos. Suprime, altera, acrescenta e renumera muitos artigos. Como tratado de revisão aos anteriores, mantém a dualidade dos tratados princi-pais: o Tratado da União Europeia e o Tratado da Comunidade Eu-ropeia (renomeado para Tratado sobre o Funcionamento da

União Europeia - TFUE). O Tratado de Lisboa, que altera o Tratado

da União Europeia e o Tratado que institui a Comunidade Europeia, foi assinado pelos líderes europeus acompanhados pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros respectivos14-15em Lisboa, em 13 de dezembro

11 Na Sala dos Horácios e Curiáceos do Capitólio, mesma sala em que fora assinado

o Tratado institutivo da então Comunidade Econômica Europeia, em 25 de março de 1957. Texto da Constituição Europeia em JOUE C 310 de 16.12.2004.

12 O primeiro país a ratificar o Tratado foi a Lituânia. O segundo foi a Hungria, em

20 de dezembro de 2004. Seguiu-se o primeiro referendo na Espanha, em 20 de fevereiro de 2005. A França e a Holanda pronunciaram-se contra, por referendo, na Primavera de 2005. Luxemburgo aprovou, por referendo, em 10 de julho de 2005, ficando como o 13º país a ratificar. Em 05 de dezembro de 2006, o 16º país a rati-ficá-lo foi a Finlândia.

13Com essa designação nos termos do próprio artigo 7º do Tratado de Lisboa. 14 Dentre eles seis mulheres, apenas uma delas Chefe de Estado, Angela Merkel. 15Com exceções, nomeadamente do Reino Unido, representado pelo Ministro dos

Negócios Estrangeiros, David Miliband, cujo Primeiro-Ministro, Gordon Brown, não esteve presente e só assinaria o documento na parte da tarde, e do Chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, acompanhado do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, e também do Primeiro-Ministro, François Fillon.

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de 2007, e publicado no JOUE C 306 de 17 de dezembro de 2007 (2007/C 306/01, p. 1 a 271)16. Acrescem uma multiplicidade de

pro-tocolos, declarações e anexos ao Tratado que, com o mesmo valor jurídico17, demonstram quão difícil é tornar consensual um texto,

mantendo-se, afinal, consagradas diferenças radicadas em díspares evoluções históricas dos múltiplos Estados-membros da Europa co-munitária18.

Apesar de ainda recente, novas alterações aos tratados podem surgir19, numa permanente urgência de manter os textos

ju-rídicos vividos e eficazes.

AS INSTITUIÇõES DA UNIÃO EUROPEIA

As organizações de Estados, para efetivar o seu desempe-nho, necessitam de órgãos habilitados para prosseguir os objetivos constitutivos. No caso das Comunidades Europeias, e agora da União Europeia, a doutrina utiliza usualmente a expressão “instituições”.

16Publicado nas línguas oficiais da CE nos termos do artigo 314º do TCE. Depois

de algumas retificações, publicada mais recente versão consolidada nos JOUE C 326 e 327 de 26.10.2012. Última versão consolidada em JOUE C 326 de 26.10.2012. Ratificação portuguesa pela Resolução da Assembleia da República n. 19/2008 e pelo Decreto do Presidente da República n. 31/2008, de 19 de maio, DR n. 96, 1ª série, p. 2703. Pela Portaria n. 1624/2007, de 26 de dezembro, publicada no Diário da República n. 248, 1ª série, foi lançada em circulação uma carta inteira comemorativa do Tratado de Lisboa, pelos CTT - Correios de Portugal.

17Artigo 51º do TUE. Anterior artigo 311º do TCE.

18Como se disse, sem prejuízo do Direito Comunitário, como direito das

Comuni-dades Europeias, ter cedido lugar ao Direito da União Europeia, o termo “comunitá-rio” continua a ser utilizado, na medida em que o termo europeu nem sempre se mostra adequado. Embora muitas vezes substituída pela expressão “da União” nos Tratados, ainda assim a utilização da palavra “comunitário” continua nos textos e na doutrina. A título de exemplo, a Declaração n.º 17 sobre o primado do direito

co-munitário, anexa aos Tratados.

19Falamos de grandes revisões por meio de tratado, sem prejuízo de serem

possí-veis pequenas alterações por procedimentos internos da União Europeia, como foi o caso da Decisão do Conselho Europeu 2011/199/UE, de 25 de março de 2011, JOUE L 91 de 06.04.2011, p. 1 e 2, que alterou o artigo 136º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia no que respeita a um mecanismo de estabilidade para os Estados-Membros cuja moeda seja o euro, aditando um n. 3, seguindo o procedimento do artigo 48º, n. 6, do TUE.

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As organizações de Estados estabelecem, em seu ato constitutivo, objetivos a atingir, que só se realizam por meio do de-sempenho efetivo de órgãos. Dentre estes, uns terão a seu cargo as tarefas decisórias, executivas, de fiscalização e até judiciais, e outros servirão de apoio permanente e logístico. A União Europeia, desde a criação das Comunidades Europeias, com suas instituições, ór-gãos e organismos, não se afastou desse quadro.

As originais três Comunidades Europeias (CECA, CEE e CEEA) inauguraram um conceito de organizações de integração. Cabe aos órgãos representativos da hoje União Europeia – às insti-tuições comunitárias (CAMPOS, 1997, p. 132)20– exprimir, no âmbito

das respectivas competências e em conformidade com o Direito Co-munitário, a vontade desta organização.

Em 1957, na mesma data de criação das duas Comunida-des, as então CEE e CEEA, se deliberou proceder a uma fusão

ins-titucional. Não se mostrava necessário manter instituições paralelas

para cada uma das organizações. Procede-se à fusão orgânica das

instituições de controle das Comunidades: o Parlamento e o

Tri-bunal de Justiça, com a assinatura da “Convenção relativa a certas Instituições comuns às Comunidades Europeias”21.

A fusão das instituições foi meramente orgânica, e não fun-cional. Cada uma delas manteve as competências próprias que lhes são atribuídas por cada um dos Tratados22.

Um pouco mais tarde, em 08 de abril de 1965, é assinado o Tratado Merger, acordo que institui a fusão dos órgãos

executi-vos das três Comunidades: o Conselho e a Comissão23. Esse

Tra-tado entrou em vigor em 1ode julho de 196724.

20Quando nos referimos aos hoje sete órgãos que ocupam a posição dominante,

artigo 13º, n. 1, do TUE.

21Ver artigo 13º do TUE. Antigo artigo 7º do TCE e artigos 7º do CECA e 3º do

CEEA.

22 Funciona o princípio das competências por atribuição: artigos 13º, n. 2, do TUE,

e 1º, n. 1, do TFUE.

23Seguindo, no que diz respeito à Comissão, a ideia lançada em 13 de setembro

de 1959 por Pierre Wigny, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica. O Con-selho chegara a um acordo de princípio em 23 e 24 de setembro de 1963 e fixa a composição da Comissão única em 18 de setembro de 1964. Foi parcialmente re-vogado pelo artigo P do Tratado da União Europeia de 1992.

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Hoje funcionam o Conselho, a Comissão, o Parlamento, o Tribunal de Justiça da União Europeia e o Tribunal de Contas e, após o Tratado de Lisboa, o Conselho Europeu e o Banco Central Europeu numa afirmada unidade25. Aqueles dois atos cessaram, entretanto,

a vigência dos seus termos, por força do artigo 9º do Tratado de Amesterdão, mas seu conteúdo permanece.

Surge o princípio do equilíbrio institucional, como sucedâneo do princípio clássico da separação de poderes, sendo certo que a União Europeia dispõe apenas das competências atribuídas pelos Tratados (que se referem à organização). Nisso reside essencial-mente este princípio26de dupla vertente: além da própria organização

estar limitada nas suas competências, cada órgão está obrigado a agir dentro da sua própria esfera de competências. Trata-se de as-segurar o mútuo respeito interinstitucional dos poderes conferidos pelos Tratados, evitando qualquer invasão ou violação de compe-tências de uma instituição por outra, prevendo-se um sistema de re-cursos para que a instituição afetada possa defender-se da violação do seu âmbito de competências.

Há aqui dois princípios que se podem distinguir. O princípio do equilíbrio institucional baseia-se na ideia de que a repartição de poderes no quadro da União Europeia deve ser rigorosamente res-peitada por cada instituição, conforme enunciado pela jurisprudência do TJUE (CAMPOS e CAMPOS, 2010, p. 281; QUADROS, 2004, p. 107; GORJÃO-HENRIQUES, 2010, p. 370, nota). Os Tratados con-têm regras relativas à distribuição de poderes entre as instituições, os órgãos e os organismos da União Europeia. Distribuição essa que não obedece ao princípio clássico da separação de poderes27

(MAR-TINS, 2012, p. 359), mas antes a um equilíbrio – checks and balan-ces – entre as diversas instituições, embora se procure o mesmo objetivo de limitação do poder político, de forma a que nenhum ente domine totalmente a tomada de decisão. O princípio das competên-cias por atribuição, relativo às instituições, vem enunciado no artigo 13º, n. 2, do TUE. O Tratado de Lisboa veio, pela primeira vez na

25Artigo 13º do TUE.

26Começou por não estar expresso, mas foi consagrado na jurisprudência, Acórdão

Meroni Alta Autoridade, de 13 de junho de 1958, Proc. 9/56, p. 44.

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história da integração europeia, esclarecer quais as funções atribuí-das a cada instituição e cada instituição da União só deve dispor da competência que lhe foi atribuída pelo direito originário, não podem invadir as competências das outras instituições. Cada instituição deve actuar dentro dos limites da competência que lhe é conferida (idem, p. 358). Ora, o respeito do equilíbrio de poderes entre as ins-tituições é um valor constitucional essencial dentro do ordenamento jurídico comunitário, uma meta político-constitucional: a limitação do poder (CANCELA OUTEDA, 2001, p. 354-358).

Há quem tente encontrar uma correspondência entre as ins-tituições comunitárias e os órgãos de soberania nacionais, na medida em que exerceriam poderes que correspondem àqueles, vendo no Conselho, na Comissão e agora no Conselho Europeu os órgãos de direção que dispõem de um poder autónomo de decisão e no Parla-mento e Tribunal os órgãos de controle. Mas não é tão simples (CAMPOS, 1997, p. 133), embora se possam encontrar:

- órgãos de direção política;

- órgãos de direção, decisão e execução; e - órgãos de controle. (CAMPOS, 1997, p. 131)

Genericamente:

- O PARLAMENTO EUROPEU representa os interesses dos cida-dãos28dos Estados membros e participa do processo legislativo;

- O CONSELHO representa os interesses dos Estados-membros e tem poderes legislativos e alguns de execução;

- A COMISSÃO EUROPEIA representa os interesses próprios da União e tem funções executivas, participando do processo legislativo; - O CONSELHO EUROPEU define objetivos como motor da União, sem poderes legislativos29;

- O TRIBUNAL DE JUSTIÇA representa a defesa do Direito e da Jus-tiça na ordem jurídica comunitária, garantindo a sua interpretação uniforme;

28 Artigo 14º, n. 2, do TUE.

29Recentemente parte do elenco das instituições, com o Tratado de Lisboa. Artigo

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- O TRIBUNAL DE CONTAS examina e fiscaliza as contas, a totali-dade de receitas e as despesas da União (ALVES, 2008, p. 81-88); - O BANCO CENTRAL EUROPEU, elevado a instituição pelo Tra-tado de Lisboa30.

Os textos pelos quais se rege o funcionamento das institui-ções e dos órgãos do universo comunitário transcendem os artigos dos Tratados institutivos e pormenoriza-se em documentos por vezes de difícil acesso e de ainda mais difícil garantia de atualidade, os seus regimentos ou regulamentos internos.

As instituições da União Europeia encontram os princípios gerais sobre o seu funcionamento previstos nos Tratados: Tratado da União Europeia (TUE) e do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). Mas é o próprio direito originário que deter-mina que cada órgão preveja o seu funcionamento interno, estabe-lecendo as regras pormenorizadas por meio do direito derivado publicitado no “Jornal Oficial da União Europeia”. Aí surgem os re-gulamentos internos das principais instituições comunitárias. As instituições comunitárias fundamentais e os órgãos au-xiliares e outros organismos que foram e vão sendo criados na es-trutura organizacional da União Europeia constituem hoje, por si só, um ramo de atenção dentro do direito comunitário – o direito institu-cional, com base no artigo 13º do TUE. A sua constituição, o que rege o seu funcionamento, a quem cabe a presidência, como se estabe-lece a sua regulamentação interna, até o local da sua sede31, tudo

forma um conjunto de regras que pode ser já autonomizado para es-tudo, que merece lugar próprio de estudo componencial.

Vamos centrar-nos mais adiante naquilo que, na linguagem jurídica portuguesa, se designaria por organização judiciária da União Europeia (PIÇARRA, 2013, p. 12).

30Artigo 13º, n. 1, do TUE.

31 Fixado em Protocolo relativo à localização das sedes das Instituições e de certos

organismos e serviços das Comunidades Europeias e da EUROPOL, Protocolo anexo ao Tratado da União Europeia e aos Tratados que instituem a Comunidade Europeia, a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e a Comunidade Europeia da Energia Atômica (JOCE C 340 de 10.11.1997, p. 112). Hoje, relativamente à sede das instituições, vale o artigo 341º do TFUE e o Protocolo relativo à localização das sedes das Instituições, órgãos e de certos organismos e serviços da União Europeia, Protocolo anexo aos Tratados, com as alterações pelo Tratado de Lisboa.

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AS FONTES DE DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

As fontes de direito comunitário reflectem a juventude deste ramo do direito, com pouco mais de sessenta anos32, e dos Tratados

que criam as Comunidades Europeias resulta uma nova ordem jurí-dica, com uma finalidade própria e independente da dos Estados-membros, mas que com esta se relaciona, com uma dupla origem convencional e unilateral (CAMPOS, 2007, p. 279).

A ordem jurídica comunitária caracteriza-se pela sua auto-nomia (GORJÃO-HENRIQUES, 2008, p. 13). Resulta do direito in-ternacional, porque foram os Estados soberanos e independentes a criar as organizações de Estados europeus que constituíram as três Comunidades Europeias (a CECA desde 1951 e até 2002, a CEEA e a renomeada CE, desde 1957) e a União Europeia desde 1992, paralelamente até 2009, quando a União Europeia unificou e subs-tituiu a CE, mantendo-se a par da CEEA. Com o mesmo poder pro-cederam, ao longo dos anos, a alterações a esses tratados institutivos, por meio de novos tratados com esse fim de revisão e da entrada de novos membros por tratados de adesão e ainda outros atos dispersos de alteração. Mas essa ordem jurídica própria resulta hoje maioritariamente de fonte unilateral: do direito derivado adop-tado pelos próprios órgãos da União, que foram construindo todo o acervo que constituiu hoje o direito comunitário. De entre atos pre-vistos expressamente nos Tratados a outros que resultam da prática desses mesmos órgãos, o acquis communautaire é hoje um impres-sionante bloco jurídico. Os atos jurídicos típicos do direito derivado da União Europeia: regulamentos, diretivas, decisões, recomenda-ções e pareceres33e um conjunto considerável de outros atos34. Os

32Comparando-o com a primeira lei escrita de direito romano, a Lei das Doze

Tá-buas, do século V a.C. e que esteve em vigor cerca de dez séculos, do século V a.C. até o século VI d.C. e dela resultam princípios jurídicos ainda hoje reconhecidos numa boa parte dos direitos internos dos Estados membros actuais da UE.

33Conforme o artigo 288º do TFUE.

34Nomeadamente: regulamentos internos ou financeiros, atos preparatórios,

deci-sões de variada origem e características, comunicações, concludeci-sões, programas de ação ou linhas orientadoras, códigos de conduta, livros verdes, livros brancos; rela-tórios, instruções, acordos interinstitucionais ou declarações conjuntas, posições co-muns, cartas administrativas de arquivamento de processos.

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documentos legislativos são aqueles elaborados ou recebidos no âmbito de procedimentos tendo em vista a aprovação de atos juridi-camente vinculativos. Porém, numerosos atos35são adotados pelas

instituições comunitárias, uns previstos por artigos dos tratados e ou-tros, ainda que não previstos expressamente pelos tratados, antes nascem da prática comunitária (GORJÃO-HENRIQUES, 2008, p. 290; GORJÃO-HENRIQUES, 2010, p. 358; CAMPOS; CAMPOS, 2010, p. 340 e 341). Ademais, outras fontes resultantes do ius trac-tuum e de princípios gerais de direito completam-no.

Nesse contexto, com um papel relevantíssimo de fonte de direito na construção desse novo ramo de direito, vem a jurisprudên-cia, que inclui os acórdãos dos tribunais comunitários, que resultam hoje de três instâncias: Tribunal de Justiça da União Europeia36,

Tri-bunal Geral37e Tribunal da Função Pública da União Europeia.

Publicados em Coletâneas de Jurisprudência, constam tam-bém de menção resumida periódica no Jornal Oficial38e ficam

aces-síveis nas versões integrais no endereço electrônico do Tribunal de Justiça.

A jurisprudência comunitária surge no quadro das fontes de direito comunitário com uma enorme importância, não tanto pela sua obrigatoriedade39, de alcance reduzido, mas pelo papel

pre-ponderante e mesmo criador que assume na construção da inte-gração comunitária.

Desde os Tratados institutivos (1951 e 1957 e 1992) que o direito comunitário utiliza conceitos próprios e adaptáveis a uma mul-tiplicidade de conteúdos, porque se trata de um direito aplicável a um número crescente de Estados-membros das Comunidades Euro-peias. Conceitos, pela sua própria natureza e intenção, incompletos, ou pelo menos abertos a um conteúdo a construir. É nessa construção

35Atípicos porque não previstos no artigo 288º do TFUE.

36 Nova denominação com o Tratado de Lisboa. Era denominado Tribunal de Justiça

das Comunidades Europeias no TCE.

37Nova denominação com o Tratado de Lisboa, artigo 2º, A. 2), alínea n). Era

deno-minado Tribunal de Primeira Instância das Comunidades Europeias no TCE.

38Exemplo de publicação: JOUE sob o título Informações oriundas das instituições

e dos órgãos da União Europeia, C 86 de 23.03.2013.

39Curioso ver-se um ato legislativo a fazer menção à jurisprudência, como é o caso

recente no Regulamento (UE) n. 216/2013 do Conselho, JOUE L 69 de 13.03.2013, p. 1, considerando 5.

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que o Tribunal de Justiça da União Europeia40, bem como o

reno-meado Tribunal Geral, desde 1988, têm representado um papel ines-timável de preenchimento e explicitação dos conceitos. Num tempo ainda recente, uma outra seção contribuiu já, com a criação do Tri-bunal da Função Pública da União Europeia.

O Tribunal de Justiça da União Europeia usa métodos de interpretação finalistas ou teleológicos41ligados ao efeito útil dos

tra-tados, o que está de acordo com a natureza dinâmica da construção comunitária. O Tribunal de Justiça tem privilegiado, na sua interpre-tação, o método sistemático e teleológico, isto é, tendo em conta as finalidades dos Tratados e o efeito útil das diretivas e, assim, com a sua jurisprudência, tem criado muitos princípios hoje referenciados como fundamentais na ordem jurídica comunitária. Também em es-pecial, desempenha uma papel de relevo na interpretação das liber-dades de circulação, formas básicas de funcionamento do já conseguido mercado interno, ao interpretar restritivamente as dispo-sições que restringem as liberdades comunitárias e extensivamente as que as ampliam.

A integração comunitária tem-se conseguido pela cooperação dos Estados-membros na aplicação do direito da União Europeia e a jurisprudência comunitária tem permitido a concretização desse direito, não só pela sua função jurisdicional própria, mas, acima de tudo, como fonte de uniformização desse direito. Aliás, o meio próprio para a re-solução de dúvidas na interpretação do direito comunitário reside exa-tamente na competência exclusiva do Tribunal de Justiça para o interpretar, quando os tribunais nacionais, na sua tarefa de aplicação ordinária do direito comunitário, se deparam com dificuldades.

OS TRIBUNAIS DA UNIÃO EUROPEIA

O conhecimento do Direito da União Europeia é cada dia

40A jurisdição originária das Comunidade Europeias, o Tribunal de Justiça, vem no

artigo 13º, n. 1, e 19º do TUE e nos artigos 251º a 257º TFUE, artigos que antecedem as previsões sobre o contencioso comunitário.

41 Interpreta a aplica o direito comunitário tendo em vista os objetivos, as finalidades

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mais necessário, porque juízes e procuradores nacionais desempe-nham um papel crucial para garantir o respeito da legislação da União Europeia42, num momento em que quase 70% da legislação nacional

é já influenciada pelo direito europeu, segundo dados do Parlamento Europeu43.

O universo jurisdicional comunitário (artigo 13º TUE) é cons-tituído pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)44(artigos

19º TUE e 251º a 281º do TFUE) e pelo Tribunal de Contas (artigos 285º a 287º do TFUE), que fiscaliza as contas da União45.

Se para exercer todas as competências jurisdicionais comu-nitárias foi criado inicialmente um único Tribunal de Justiça, que apre-senta todas as características de um verdadeiro tribunal, o considerável aumento do número de processos no Tribunal de Justiça deu lugar, nos finais dos anos 1980, à criação de uma outra jurisdição. Foi criado um Tribunal de Primeira Instância das Comunidades Euro-peias (TPI)46, hoje renomeado Tribunal Geral (TG).

A criação do hoje TG não foi suficiente para acabar com os problemas quantitativos enfrentados pelo então TJCE. Ainda que ambas as jurisdições cumpram a sua missão de forma globalmente satisfatória, tendo em conta as dificuldades específicas de tradução em todas as línguas oficiais47, os sucessivos alargamentos e o melhor

conhecimento do direito comunitário europeu por parte dos profissio-nais do direito e dos cidadãos tornam necessárias novas soluções – a criação de câmaras jurisdicionais específicas com competência

42Resolução 2008/C 299/01 do Conselho (JOUE C 299 de 22.11.2008, p. 1). 43 Conferência proferida pela Prof.ª Dr.ª Alessandra Silveira, com o título “A protecção

jurisdicional dos direitos fundamentais na União Europeia”, em 10 de dezembro de 2008, no Auditório da Universidade Portucalense Infante D. Henrique.

44Anterior Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE), renomeado pelo

Tratado de Lisboa, mas mencionado normalmente apenas por Tribunal de Justiça.

45Este não figurava no elenco originário de instituições. Foi o Tratado de Bruxelas,

de 22 de julho de 1975, que instituiu o Tribunal de Contas das Comunidades Euro-peias, para entrar em vigor em 1ode junho de 1977, instituição que substitui a

Co-missão de Fiscalização da CEE e da Euratom e o Revisor de Contas da CECA. A reunião inaugural teve lugar em 25 de outubro de 1977, em Luxemburgo.

46Pela Decisão que institui o Tribunal de Primeira Instância das Comunidades

Eu-ropeias, Decisão sui generis do Conselho 88/591/CECA, CEE, Euratom de 24 de outubro de 1988 (JOCE L 319 de 25.11.1988, pp. 1 a 8), entretanto revogada pelo artigo 10º do Tratado de Nice.

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para conhecer certas categorias de litígios. Foi então sugerida e pen-sada a criação de um órgão jurisdicional específico para o conten-cioso da função pública, sendo parte integrante da instituição Tribunal de Justiça, sem excluir o acesso ao TG. Foi criado, em 2005, o Tri-bunal da Função Pública da União Europeia48.

Desde há anos que a preocupação com a tendência para um desequilíbrio estrutural na capacidade para os órgãos jurisdicionais comunitários lidarem com o aumento de processos pendentes tem sido declarado pelo TJUE e esse assunto mantém-se actual, com a importância crescente do direito comunitário na vida quotidiana dos cidadãos e das empresas da Comunidade e na actividade dos órgãos jurisdicionais nacionais (TRIBUNAL DE JUSTIÇA, online, p. 1).

Com o Tratado de Lisboa mantém-se a previsão da criação de seções de competência especializada, mas a designação altera-se de “câmaras jurisdicionais” para “tribunais especializados” (artigos 19º do TUE e 257º do TFUE).

Existe já um contencioso relativo à marca comunitária49, cujo

registo se efetua no Gabinete da Marca, estabelecido em Alicante, de cujas decisões se pode recorrer para o TG, e que já atinge um volume de várias centenas de processos por ano, com recurso pos-sível das resoluções adotadas pelos órgãos do Gabinete de Harmo-nização do Mercado Interior relativos à marca comunitária desde 1993 (RODRÍGUEZ IGLESIAS, 2000, p. 3). Na verdade, foram já criadas algumas câmaras de recurso (Boards of Appeal ou Cham-bres de Recours), em outras matérias, como a proteção das varie-dades vegetais desde 1994, a segurança aérea desde 2002 e, ainda, as patentes comunitárias que asseguram garantias de objetividade na via administrativa de recurso, mas que não são parte do mapa ju-risdicional comunitário. São órgãos administrativos especializados na resolução de reclamações interpostas pelos interessados contra atos comunitários em matérias especializadas, cujos atos são pas-síveis de recurso de anulação nos termos do artigo 263º do TFUE. Não pode, porém, antecipar-se a eventual criação de outros tribunais especializados (LÓPEZ, 2007, p. 567-572). Hoje, o Tribunal de Jus-tiça da União Europeia inclui o próprio Tribunal de JusJus-tiça, o Tribunal Geral e tribunais especializados, que se mantém apenas o Tribunal

48 Decisão do Conselho 2004/752/CE, Euratom de 02 de novembro de 2004 (JOUE

L 333 de 09.11.2004, p. 7 a 11), tendo em conta a previsão dos então artigos 225º-A e 245º do TCE, hoje 257º do TFUE.

49Ver a Directiva 2008/95/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 22 de outubro

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da Função Pública (artigo 19º, n. 1, TUE).

Contudo, para além desses órgãos, surgem-nos os tribunais nacionais como tribunais comuns de aplicação do direito comunitário, na medida em que o direito comunitário é dotado de efeito direto em muitas das suas normas (COSTA, 1998, p. 1365-1370).

A correta aplicação do direito comunitário depende então, em larga medida, dos sistemas judiciários nacionais, do que deriva a necessidade existente na UE de dispor de uma formação de alto nível para os profissionais da justiça. O conhecimento dessa matéria por parte dos juízes, magistrados do Ministério Público e também advogados foi desde sempre essencial para a correcta aplicação da legislação comunitária. A formação judiciária é hoje, por isso, um ob-jetivo de primordial importância na UE, que se apoia nomeadamente na Rede Europeia de Formação Judiciária (REFJ), criada em 2000 pelas instituições nacionais responsáveis pela formação judiciária. Esta constitui um importante instrumento e alia-se a outros organis-mos de dimensão europeia que intervêm na formação judiciária50,

onde se insere o papel das universidades51.

Procurando-se acautelar a “unidade” do ordenamento co-munitário52surge como mecanismo fundamental da cooperação

ju-diciária entre o direito interno e o direito comunitário o sistema do

reenvio prejudicial, que tem por finalidade fornecer aos órgãos

ju-risdicionais nacionais o meio de assegurar uma interpretação e uma aplicação uniformes do direito da União Europeia em todos os Esta-dos-membros (COSTA, 1998, p. 1376). O processo prejudicial as-senta na colaboração entre o Tribunal de Justiça e os juízes nacionais e, nesse âmbito, incumbe ao Tribunal de Justiça fornecer uma interpretação do direito comunitário ou pronunciar-se sobre a sua validade, procurando uma resposta útil para a resolução do lití-gio, embora a aplicação do direito à situação de fato que está em discussão no processo principal incumba ao juiz nacional, tal como previsto no artigo 267º do TFUE. O órgão jurisdicional nacional deve expor em que medida a interpretação solicitada é necessária para

50 O Instituto Europeu de Administração Pública (IEAP), desde 1992, em Maastricht

(www.eina.nl); o Centro Europeu da Magistratura e das Profissões Jurídicas, em Lu-xemburgo; a Academia de Direito Europeu ou Europaïsche Rechtacadémie (ERA), desde 1992, em Trier (www.era.int).

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proferir a sua decisão ou indicar as razões pelas quais considera que o ato comunitário poderia ser inválido, sendo a qualidade de órgão jurisdicional interpretada pelo Tribunal de Justiça como um conceito autónomo de direito comunitário. A apresentação de uma questão prejudicial acarreta a suspensão da instância no processo nacional até a decisão do Tribunal de Justiça53. É, assim, ao Tribunal de

Jus-tiça que cabe a última palavra em matéria de direito da União Euro-peia nos termos do artigo 19º, n. 1, do TUE. Não está previsto no Tratado54um mecanismo sancionatório para o não reenvio, mas é

possível chegar-se à responsabilização do Estado55por meio de uma

ação por incumprimento nos termos dos artigos 258º a 260º do TFUE56. A jurisprudência do Tribunal de Justiça tem, desde 2003,

densificado as condições ou pressupostos da responsabilidade do Estado-juiz por violação do direito da União Europeia. Por acórdãos ainda recentes, o Tribunal de Justiça alargou, explicitamente, o prin-cípio da responsabilidade do Estado à actividade jurisdicional, a fim de salvaguardar os direitos dos particulares decorrentes das obriga-ções que o direito da União Europeia impõe aos Estados-membros. Não resta qualquer dúvida quanto à admissibilidade da responsabi-lidade do Estado-membro pelo exercício de funções jurisdicionais que implique violação do direito da União Europeia, tal como resulta do princípio da lealdade europeia consagrado no artigo 4º, n. 3, do TUE. A obrigatoriedade de reenvio cria direitos para os particulares cuja violação é susceptível de responsabilizar o Estado57.

Essa competência genérica é-lhe conferida pelos artigos 19º, n. 3, alínea b), do TUE. Nos termos do artigo 256º, n. 3, do TFUE, haveria a possibilidade de o TG conhecer as questões prejudiciais, mas, uma vez que o Estatuto não foi adaptado nessa matéria, o Tri-bunal de Justiça da União Europeia continua a ser a única instância competente para se pronunciar a título prejudicial.

53 Nota informativa do Tribunal de Justiça 2005/C 143/01, p. 1 a 4. 54É possível encontrá-lo previsto no direito interno alemão.

55Aconteceu já em processo de 2003 da Comissão contra a República Italiana, pela

insistência em não reenviar.

56Conferência proferida pela Prof.ª Dr.ª Alessandra Silveira, com o título “A protecção

jurisdicional dos direitos fundamentais na União Europeia”, em 10 de dezembro de 2008, no Auditório da Universidade Portucalense Infante D. Henrique.

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O processo prejudicial assenta na colaboração entre o Tribu-nal de Justiça e os juízes nacionais, pelo que se fornecem indicações aos órgãos jurisdicionais nacionais58. É um mecanismo de cooperação

entre tribunais: o TJUE e os órgãos jurisdicionais nacionais.

Em termos quantitativos, mais de metade dos processos analisados pelo TJ são fruto do reenvio prejudicial e seu número tem crescido todos os anos.

No geral, a competência do Tribunal de Justiça da União Europeia inclui três grandes vertentes: o controle da legalidade da ação das instituições europeias, o controle do cumprimento pelos Estados-membros das suas obrigações através dos processos por incumprimento e a competência prejudicial (RODRÍGUEZ IGLE-SIAS, 2000, p. 2). Abrange os artigos 258º a 281º do TFUE:

De acordo com os Tratados, o TJUE exerce essencialmente funções judiciais ou contenciosas, interpretando e aplicando o direito comunitário originário e derivado, mas também exerce competência consultiva antes da conclusão de acordos internacionais nos termos do artigo 218º, n. 11, do TFUE. O pedido de parecer é facultativo, mas, uma vez pedido, torna-se vinculativo.

CONClUSÃO

Pretendeu-se apresentar uma abordagem aos elementos constituintes da estrutura da União Europeia, uma edificação de paz que, não sendo porventura de um funcionamento perfeito, tem o enorme mérito de representar a paz no continente há mais de seis décadas. Historicamente, a construção e evolução da União Europeia

58Recomendação do Tribunal de Justiça relativa à apresentação de processos

pre-judiciais, JOUE C 338 de 06.11.2012, p. 1 a 6. O texto inscreve-se na sequência da adoção, em 25 de setembro de 2012, em Luxemburgo, do novo Regulamento de Processo do Tribunal de Justiça (JO L 265 de 29.9.2012, p. 1) e substitui a Nota in-formativa 2011/C 160/01 (JO C 160 de 28.5.2011, p. 1 a 5). Esse texto substituirá a nota informativa publicada no JOUE C 297 de 05.12.2009, p. 1 a 6, que substituiu, na sequência da entrada em vigor do Tratado de Lisboa, a nota informativa publicada no JOUE C 143, de 11 de junho de 2005, p. 1, e o complemento no JOUE C 64, de 8 de março de 2008.

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representa um passo extraordinário no sentido da paz na Europa. Aliás, como assinalado com a atribuição do Prêmio Nobel da Paz59.

Um dos pontos que contribuiu para esta evolução democrática foi sem dúvida o fortalecimento do papel de cada uma das instituições da es-trutura da União Europeia: Comissão; Conselho; Parlamento Europeu e Tribunal de Justiça, de entre os outros órgãos e organismos.

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