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Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes

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Academic year: 2021

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(1)Encontro. Revista de Psicologia Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012. OS BENEFÍCIOS DO PILATES NA IMAGEM CORPORAL DE SEUS PRATICANTES. Jurema de Castro Universidade Gama Filho - UGF. RESUMO. castrojuju@ibest.com.br. O objetivo desta pesquisa foi demonstrar o grau de satisfação com a imagem corporal de alunos praticantes de Pilates de um Studio da cidade de Campo Grande-MS. Pesquisa descritiva, amostra de 16 indivíduos de ambos os sexos com idade entre 19 e 58 anos. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário adaptado sobre imagem corporal e o BSQ. Na análise da classificação do BSQ, observou-se que no sexo feminino prevaleceu leve distorção da imagem corporal e isso se deve a grande influência ambiental e midiática que reflete na maneira como o sujeito percebe seu corpo em relação aos outros, assim embora ambos os sexos tenham apresentado leve distorção na percepção de sua imagem corporal, parece que as mulheres foram mais influenciadas pelo meio social. Percebeu-se que os participantes desse estudo apresentaram-se satisfeitos com sua imagem corporal, embora apresentassem leve distorção desta, no entanto, a fim de avaliar como o individuo realmente é e como ele se percebe uma correlação entre o Índice de Massa Corporal ou Percentual de Gordura poderia ser acrescentada a essa pesquisa.. Rafaela Liberali Universidade Gama Filho - UGF rafascampeche@ig.com.br. Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz Universidade Gama Filho - UGF ticianecruz@gmail.com. Maria Ines Artaxo Netto Universidade Gama Filho - UGF inesartaxo@gmail.com. Palavras-Chave: Método Pilates; imagem corporal; praticantes adultos.. ABSTRACT. Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@aesapar.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE. The objective of this research is to demonstrate the degree of satisfaction of students with their body image, who take Pilates classes in the city of Campo Grande. This paper is composed of a descriptive research, including a sample of 16 individuals, both male and female, with age ranging from 19 to 58 years. An adapted survey about body image and BSQ was used for the collection of data. When analyzing the classification of the BSQ, it was observed that a slight distortion of the body image prevailed in the female sex because of the great environmental and media influence, which reflects the way one views their body in comparison to others. Even though both sexes demonstrated slight distortions in their perceptions of their body image, it became evident that the females were more influenced by their social environment. It was observed that the participants of this study were satisfied with their body image, though revealing slight distortions of the same. However, a correlation between body mass index and body fat percentages could be added to this research in order to assess how the individuals actually are and how they perceive themselves to be. Keywords: Pilates method; body image; adult practitioners.. Artigo Original Recebido em: 01/02/2012 Avaliado em: 09/06/2012 Publicação: 5 de novembro de 2012. 83.

(2) 84. Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes. 1.. INTRODUÇÃO O Método Pilates foi desenvolvido pelo Alemão Joseph Pilates no período da Primeira Guerra Mundial, não apresenta contra indicações, pois é composto de exercícios de baixo impacto que utilizam o corpo para gerar resistência, evita sofrimentos típicos que são comuns em outros métodos e respeita a individualidade (CAMARRÃO, 2004; SILVA; MANNRICH, 2009; MARCHESONI et al., 2010; ALBUQUERQUE, 2006; PILATES; MULLER, 2010; BLANCO, 2007). O Método é utilizado para condicionamento físico, delineamento das curvas com fortalecimento da musculatura flexora e extensora do tronco, o que garante, ganho de força sem aumento exagerado do volume muscular e eficaz também na flexibilidade (GARCIA; ANDREOTTI, 2004; VITI; LUCARELI, 2010; ALVES et al., 2009). Além dos benefícios físicos o Método Pilates aumenta a auto-estima e potencializa a qualidade de vida à medida que diminui as tensões produzidas por atividade diárias com suas técnicas específicas de respiração (DE VITTA; NERI; PADOVANI, 2006; BARRENA; PEDRO, 2010). Devido a esses benefícios o Método Pilates pode contribuir para mudanças na maneira como seus praticantes percebem sua imagem corporal, sendo esta entendida como a representação mental que descreve amplamente as representações internas da estrutura corporal e da aparência física em relação a nós mesmos e aos outros (CASH; PRUZINSKY, 1990) e resulta de um processo contínuo e dinâmico presente em toda vida (SCHILDER, 1994) cuja construção envolve vários aspectos (fisiológicos, afetivos, sociais) que interagem entre si a todo o momento sofre influências de sexo, idade, meios de comunicação, crenças, valores e atitudes que fazem parte da cultura na qual o sujeito está inserido (BLOWERS et al., 2006). Considerando que o Método Pilates pode melhorar a saúde e a aparência física dos indivíduos e que essas mudanças podem melhorar a percepção que eles têm de sua imagem corporal, o objetivo deste estudo foi demonstrar o grau de satisfação com a imagem corporal de alunos praticantes de Pilates, com idade entre 19 a 58 anos, de um Studio de Pilates da cidade de Campo Grande-MS.. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(3) Rafaela Liberali, Jurema de Castro, Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz, Maria Ines Artaxo Netto. 2.. 85. MÉTODOLOGIA O estudo caracterizou-se como pesquisa descritiva (LIBERALI, 2011) e teve como instituição pesquisada um estúdio de Pilates da cidade de Campo Grande- MS. O responsável pelo estúdio autorizou a pesquisa mediante a assinatura de declaração. A população é composta por n=30 indivíduos matriculados no Studio de Pilates. Destes foram selecionados uma amostra de n=16 alunos do Studio que atenderam aos critérios de inclusão que foram: frequência regular nas aulas, tempo mínimo de um ano de prática e concordância em participar voluntariamente da pesquisa e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido autorizando sua participação. No que refere aos aspectos éticos, as avaliações não continham nenhum dado que identificasse os indivíduos e que lhe causasse constrangimento ao responder. Além disso, foram incluídos no estudo os adultos que aceitaram participar voluntariamente, após obtenção de consentimento verbal dos participantes e uma autorização por escrito. Dessa forma, os princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki e na Resolução nº 196 de 10 de Outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde foram respeitados em todo o processo de realização desta pesquisa. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário adaptado sobre imagem corporal proposto por Alves (2009) cujas variáveis mensuradas foram: a satisfação com a imagem corporal dos participantes e se a prática do Método Pilates mudou a maneira como eles percebiam o seu corpo. O BSQ, elaborado por Cooper et al. (1987), validado e traduzido para o Português por Cordás e Neves (1999) - é um questionário auto-aplicativo composto de 34 perguntas cujo objetivo é medir as preocupações com a forma do corpo, auto-depreciação em relação à aparência física e o sentimento de sentir-se “gorda”. As respostas podem ser: 1) Nunca; 2) Raramente; 3) Às vezes; 4) Frequentemente; 5) Muito frequentemente e 6) Sempre. O instrumento reflete níveis crescentes de preocupação com a imagem corporal que correspondem às seguintes faixas, de acordo com o somatório de pontos do questionário: 1) Nenhuma - menor ou igual a 80; 2) Leve - entre 81 a 110; 3) Moderada - entre 111 e 140 e 4) Grave - igual ou maior que 140. A classificação dos resultados foi feita pelo total de pontos obtidos e reflete os níveis de preocupação com a imagem corporal. Obtendo o resultado menor ou igual a 80 pontos, é constatado padrão de normalidade e tido como ausência de distorção da imagem corporal. Resultados entre 81 e 110 pontos são classificados como leve distorção da imagem corporal, e entre 111 e 140 pontos são classificados como moderada distorção da imagem corporal; acima de 140 pontos, a. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(4) 86. Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes. classificação é representada como grave distorção da imagem corporal (HAAS; GARCIA; BERTOLETTI, 2010). Os indivíduos receberam o formulário e o questionário, levaram para casa leram, assinaram e responderam às questões. O questionário foi respondido individualmente a fim de que não houvesse interferência nas respostas. O prazo de entrega foi de três dias. A análise descritiva dos dados serviu para caracterizar a amostra, com a distribuição de frequência (n,%), calculo de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão). Foi utilizado o teste “t” de Student para amostras independentes para verificar a diferença entre as variáveis quantitativas. Para análise das variáveis categóricas utilizou-se o teste x2 = qui-quadrado de independência: partição: l x c. O nível de significância adotado foi p <0,05.. 3.. RESULTADOS Participaram do estudo 16 alunos de Pilates, divididos em dois grupos de 81,25% (13) mulheres e 18,75% (03) homens. A faixa etária correspondente é de 19 a 58 anos, sendo que o teste “t” de Student para amostras independentes não demonstrou diferenças estatisticamente significativas (p=0,30) entre o sexo feminino que apresentou média de idade de 37 ± 12,2 e do sexo masculino com idade de 32 anos. O BSQ é um questionário que reflete níveis crescentes de preocupação com a imagem corporal e correspondem o somatório de pontos do questionário, menor ou igual a 80 (ausência de distorção da imagem corporal), entre 81 a 110 (leve distorção da imagem corporal), entre 111 e 140 (moderada distorção da imagem corporal) e igual ou maior que 140 (grave distorção da imagem corporal). Observa-se na tabela 1 que ambos os sexos apresentam leve distorção da imagem corporal, valores não significativos, apontando dois grupos homogêneos. Tabela 1. Valores gerais do BSQ estratificado por sexo (feminino x masculino). Variáveis. x±s. Máximo. Mínimo. p. Feminino. 96,8 ± 20,2. 120. 72. 0,82. 99 ± 37,9. 142. 70. Masculino. p < 0.05 = Diferença significativa – Teste “t” de Student para amostras independentes (x ± s = media ± desvio-padrão; p= probabilidade de significância). Na análise da classificação do BSQ, prevalece na grande maioria leve distorção da imagem corporal, em ambos os sexos. Mas algumas mulheres apresentam moderada distorção e um homem, ausência de distorção da imagem corporal, demonstrado na Tabela 2. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(5) Rafaela Liberali, Jurema de Castro, Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz, Maria Ines Artaxo Netto. 87. Tabela 2. Valores descritivos do perfil da amostra, estratificado por sexo (femin x masc) e no total. Feminino (n) %. Masculino (n) %. Total (n) %. p. -. (01) 33,33%. (01) 6,25%. 0,10. Moderada (distorção da imagem corporal). (02) 15,3%. -. (02) 12,5%. Leve (distorção da imagem corporal). (08) 61,63%. (01) 33,33%. (09) 56,25%. Ausência (distorção da imagem corporal). (03) 23,07%. (01) 33,33%. (04) 25%. Grave (distorção da imagem corporal). X2 = p ≤ 0,05 (p = ** resultados estatisticamente significativos; ns = não significativo; n = número; % = porcentagem) Teste qui-quadrado de independência: partição l x c; fem. x masc. x categorias.. 4.. DISCUSSÃO A imagem corporal é um processo contínuo e dinâmico que permanece durante toda a vida envolvendo aspectos fisiológicos, afetivos e sociais que interagem entre si a todo o momento, ou seja, a maneira como as pessoas percebem seu corpo depende tanto de como este realmente é quanto da maneira que o meio social considera como “corpo bonito” ou “corpo ideal” (SCHILDER, 1994). Nesse sentido pôde se perceber diante dos resultados obtidos que, embora ambos os sexos apresentem leve distorção na percepção de sua imagem corporal, parece que as mulheres são mais influenciadas pelo meio social, ou seja, em um grupo de mulheres magras, a tendência é a mulher que não se perceba magra (mesmo que assim o seja) ou se perceba gorda e tente de várias maneiras emagrecer ou se exclua do grupo por não se sentir parte dele. Estas considerações refutam os estudos de McCreary e Sasse (2000) que relataram que tanto homens quanto mulheres direcionam suas atitudes em relação a seus corpos no sentido de atender às pressões culturais da sociedade na qual estão inseridos. Pode se deferir que a mídia, a família e os amigos condicionam os indivíduos a se exercitar, a cuidar de seus corpos, direcionando-os a desejos, hábitos, cuidados e descontentamentos com a aparência visual do corpo (BLOWERS, 2003). Outros estudos sinalizam uma tendência cultural que considera que as mulheres magras são mais facilmente aceitas nos meios sociais, daí a pressão em ser magra e a constante insatisfação quando não é (CATTARIN et al., 2000). Além disso, o corpo considerado belo e consequentemente ideal está associado a baixo peso corporal e percentual de gordura. Já em relação aos homens o corpo adotado como ideal deve ser forte e musculoso (THOMPSON; COOVERT; STORMER, 1999). Em estudo realizado por Kakeshita e Almeida (2006) foi avaliado as relações entre o índice de massa corporal e a autopercepção da imagem corporal de 106 estudantes. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(6) 88. Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes. universitários de ambos os sexos, com idade acima de 18 anos, em RiberãoPreto/SP. Observaram que a maioria das mulheres eutróficas ou com sobrepeso superestimaram seu tamanho corporal enquanto mulheres obesas e homens, independente do índice de massa corporal, subestimaram o tamanho corporal. Concluíram que ambos os sexos, apresentaram distorção na autopercepção da imagem corporal, subestimando ou superestimando-a. Graup et al. (2008) em seu estudo investigou a percepção da imagem corporal e possíveis associações com indicadores antropométricos de 467 escolares, de nove a 16 anos de idade, matriculados em escolas públicas e particulares de Florianópolis-SC. Realizadas medidas antropométricas e avaliação da percepção da imagem corporal por meio de uma escala de nove silhuetas. Observaram que aproximadamente 67% dos alunos estavam insatisfeitos com a sua imagem corporal, principalmente em relação ao excesso de gordura corporal. Em relação à Percepção da Imagem Corporal Ideal (PICI), o sexo feminino gostaria de possuir dimensões corporais menores, enquanto o sexo masculino desejava, além de possuir corpos mais magros, dimensões corporais mais robustas. A pressão midiática e social leva a insatisfação com o corpo à medida que a exposição dos corpos considerados bonitos determina a anatomia do corpo ideal (LABRE, 2001; FOX; CORBIN, 1898). Mudanças artificiais no formato do corpo, tamanho e aparência são comuns em todas as sociedades, onde as crenças culturais determinam normas sociais na relação com o corpo humano, levando a práticas de embelezamento, manipulação e mutilação, fazem do corpo um terreno de significados simbólicos (SAIKALI et al., 2004). Bosi et al. (2006) identificou a autopercepção da imagem corporal entre 193 estudantes de nutrição no município do Rio de Janeiro, com média de idade 20,9 anos (±2). Os resultados encontrados evidenciam que o ideal de corpo magro imposto pela sociedade prevalece, pois mulheres com peso adequado apresentaram insatisfação com sua imagem corporal, desejando alterá-la para se adequar aos padrões sociais. Novaes (2001) atribui a essa insatisfação com o corpo a busca pela prática de exercícios físicos e não pelos benefícios que este pode conferir a saúde. Além disso, a busca incessante por uma melhor aparência física dos praticantes de atividade física é um fenômeno sociocultural muitas vezes mais significativo do que a própria satisfação econômica, afetiva ou profissional (FOX; CORBIN, 1989), que levam homens e mulheres a apresentarem um conjunto de preocupações e insatisfações com a imagem corporal, induzindo-os a se exercitarem, a cuidarem de seus corpos, direcionando-os a desejos, hábitos e cuidados com a aparência visual do corpo (DAMASCENO et al., 2006).. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(7) Rafaela Liberali, Jurema de Castro, Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz, Maria Ines Artaxo Netto. 89. É possível que o grau de insatisfação com a imagem corporal influencie o modo como adultos jovens se percebem em termos da relação massa corporal, percentual de gordura (G%) e estatura (DAMASCENO et al., 2005). Em casos extremos na busca pelo corpo belo pode levar o individuo a comportamentos de risco como as dietas altamente que podem culminar em distúrbios alimentares como a bulimia e a anorexia nervosa. Almeida; Loureiro; Santos (2002) avaliaram a auto-imagem de 30 mulheres com obesidade mórbida, comparativamente a 30 mulheres não obesas. Observa-se que as mulheres obesas apresentaram dificuldade de expressar, simbolicamente, sua vivência corporal, sugerindo a presença de indicadores de sentimentos de inferioridade, descontentamento e preocupação com o corpo e a beleza. Os exercícios físicos podem ser de grande importância na busca por uma aparência satisfatória e o Método Pilates à medida que contribui no condicionamento físico, fortalecimento da musculatura, delineamento das curvas do corpo e aumento de força entre outros pode fazer com que seus praticantes femininos e masculinos tenham melhor percepção de seus corpos. Integra o corpo e a mente, elimina as dores musculares, amplia a capacidade de executar movimentos, incrementa a força, o equilíbrio e a consciência corporal (CARVALHO et al., 2009). O movimento como manifestação da evolução das sociedades, busca o seu sentido funcional. Mas deve-se preconizar o movimento como sentido expressivo, pois o meio age sobre o indivíduo conjuntamente com a emoção, pois o ser humano expressa a emoção. no. seu. corpo,. na. musculatura. e. consequentemente. no. movimento,. disponibilizando outras formas de expressão das emoções (LIBERALI; GALLI, 2006). Em estudo realizado por Benedetti, Petrosky e Gonçalves (2003), em que verificaram os efeitos da implementação de um programa de exercício físicos sistemáticos sobre a auto-imagem e auto-estima, questionário de Steglich (1978), em idosos institucionalizados, divididos em dois grupos: experimental (n=15) e controle (n=12). O grupo experimental foi submetido a um programa de exercício físico durante cinco meses (70 sessões) com três sessões semanais de 60 min. Após o programa foi aplicado o pós teste para ambos os grupos. Como resultado verificou-se melhora da autoimagem e autoestima no grupo experimental sobre o controle, apontando o exercício físico como uma opção de melhora da auto estima. Outra pesquisa que aponta isso é a de Mazo, Cardoso e Aguiar (2006) que avaliaram a auto-estima e a auto-imagem (STEGLICH, 1978) e a sua relação com os fatores motivacionais de ingresso e de permanência de 60 idosos em um programa de hidroginástica. Observaram que o grupo apresentou elevada auto-estima e auto-imagem, Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(8) 90. Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes. apontando que a hidroginástica trata-se de um meio para melhoria da auto-imagem e auto-estima dos idosos.. 5.. CONSIDERAÇÕES FINAIS A imagem corporal passa por mudanças durante toda vida e sofre grande influência ambiental e midiática e isso reflete na maneira como o sujeito percebe seu corpo em relação aos outros. Percebeu-se que os participantes desse estudo apresentaram-se satisfeitos com sua imagem corporal, embora apresentassem leve distorção desta, no entanto, a fim de avaliar como o individuo realmente é e como ele se percebe uma correlação entre o Índice de Massa Corporal ou Percentual de Gordura poderia ser acrescentada a essa pesquisa e que poderão ser objeto de novas pesquisas. O Método Pilates pode oferecer grandes benefícios a saúde e estética dos sujeitos desde que haja sistematização e continuidade aliada a uma alimentação saudável e bons hábitos de saúde. Se estes princípios forem seguidos certamente serão notáveis as melhoras no aspecto corporal e isso resultará em percepção corporal positiva e poucas chances de percepção da imagem corporal distorcida.. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, I.L. A utilização da técnica de Pilates no treinamento do dançarino / intérprete contemporâneo: a (in) formação de um corpo cênico. Revista Diálogos Possíveis, ano 5, n.1, jan./jun. 2006. ALMEIDA, G.A.N.; LOUREIRO, S.R.; SANTOS, J.E. A imagem corporal de mulheres morbidamente obesas avaliada através do desenho da figura humana. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.15, n.2, p. 283-292, 2002. ALVES, A. et al. Grau de satisfação com a imagem corporal em praticantes de Pilates. Rev. Digital efdeportes.com, Buenos Aires, ano. 13, n.128, jan. 2009. BARRENA. P.; PEDRO, I. Educación Física: una alternativa a la obesidad. Revista Autodidacta, v.1, n.2, p.14-22, 2010. BENEDETTI, T.B.; PETROSLI, E.L.; GONÇALVES, L.T. Exercícios físicos, auto-imagem e autoestima em idosos Asilados. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v.5, n.2, p. 69-74, 2003. BOSSI, M.L.M. et al. Autopercepção da imagem corporal entre estudantes de nutrição: um estudo no município do Rio de Janeiro. J Bras Psiquiatr, v. 55, n. 2, p. 108-113, 2006. BLOWERS, L.C. et al. The relationship between sociocultural pressure to be thin and body dissatisfaction in preadolescent girls. Eating Behaviors., v.4, n.3, p.229-244, 2003. CAMARRÃO, T. Pilates no Brasil: corpo e movimento. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CASH, T.; PRUZINSKY, C.M. Body Images. New York: Guilford Press, 1990. BLANCO, F.J.C. El Método Pilates. Control muscular y precisión en el movimento. Rev. Digital efdeportes.com, Buenos Aires, ano.12, n.115, dez. 2007.. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(9) Rafaela Liberali, Jurema de Castro, Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz, Maria Ines Artaxo Netto. 91. CARVALHO, C.M. A Influência dos Exercícios do Método Pilates na Flexibilidade de Mulheres. Rev Digital efdeportes.com, Buenos Aires, ano 14, n. 139, 2009. CATTARIN, J. et al. Body image, mood, and televised images of attractiveness: The role of social comparison. Br J Clin Psychol, v.19, n.2, p.220-239, 2000. COOPER, P.J. et al. The development and validation of the Body Shape Questionnaire. Int J Eat Disord, v.6, p.485-494, 1987. CORDÁS, T.A.; NEVES, J.E.P. Escalas de avaliação de transtornos alimentares. Rev de Psiq Clin, v.26, p.41-47, 1999. DAMASCENO, V.O. et al. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Rev Bras Med Esporte, v.11, n.3, p. 181-186, 2005. DAMASCENO, V.O. et al. Imagem corporal e corpo ideal. Rev bras Ci. e Mov, v.14, n.2, p. 81-94, 2006. DE VITTA, A.; NERI, A.L.; PADOVANI, C.R. Saúde percebida em homens e mulheres sedentários e ativos, adultos jovens e idosos. Salusvita, Bauru, v. 25, n. 1, p. 20-26, 2006. FOX, K.R.; CORBIN, C.D. The physical self-perception profile: development and preliminary validation. Journal Sport Exercise Psychological, v. 11, n.4, p. 408-430, 1989. GARCIA, M.R.; ANDREOTTI, J.B.T. Alongamento: Investigação entre Acadêmicos do curso de Educação Física da Região de Campinas. São Paulo. Rev Saluvista, v.23, n.1, p.91-99, 2004. GRAUP, S. et al. Associação entre a percepção da imagem corporal e indicadores antropométricos de escolares. Rev. bras. Educ. Fís. Esp, v.22, n.2, p. 129-138. 2008. HAAS, A.N.; GARCIA, A.D.; BERTOLETTI, J. Imagem corporal e bailarinas profissionais. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v.16, n.3, p. 182-185, maio/jun. 2010. KAKESHITA, I.S.; ALMEIDA, S.S. Relação entre índice de massa corporal e a percepção da autoimagem em universitários. Rev. Saúde Pública, v.40, n.3, p. 497-504, 2006. LABRE, M.P. Adolescent boys and the muscular male body ideal. Adolesc Health, v.30, n.4, p.233242, 2001. LIBERALI, R. Metodologia Científica Prática: um saber-fazer competente da saúde à educação. 2.ed.rev.ampl. Florianópolis: Postmix, 2011, 206p. LIBERALI, R.; GALLI, S.R.L. Dança: movimento e identidade. Revista Digital efdeportes.com, ano 11, n.103, dez. 2006. McCREARY, D.R.; SASSE, D.K. An exploration of the drive for muscularity in adolescent boys and girls. Journal of American College Health, v. 48, n.6, p. 297-304, 2000. MARCHESONI, C. et al. Método Pilates e aptidão física relacionada à saúde. Revista Digital efdeportes.com, Buenos Aires, ano 15, n. 150, nov. 2010. MAZO, G.Z.; CARDOSO, F.L.; AGUIAR, D.L. Programa de hidroginástica para idosos: motivação, auto estima e auto imagem. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum, v.8, n.2, p.67-72, 2006. NOVAES, J.S. Estética: O corpo na Academia. Rio de Janeiro: Shape, 2001. PILATES, J.H.; MILLER, W.J. A obra complete de Joseph Pilates. Sua saúde e O retorno à vida pela Contrologia. São Paulo: Phorte, 2010. SAIKALI, C.J. et al. Imagem corporal nos transtornos alimentares. Rev Psiq Clin, v.31, n.4, p.164166, 2004. SILVA, A.C.L.; MANNRICH, G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Fisioter Mov., Curitiba, v. 22, n. 3, p. 449-455, jul./set. 2009. SCHILDER, P. A imagem do corpo: as energias construtivas da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1994. THOMPSON, J.K.; COOVERT, M.D.; STORMER, S.M. Body image, social comparison, and eating disturbance: a covariance structure modeling investigation. Int J Eat Disord, v.26, n.1, p.43 51, jul. 1999. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

(10) 92. Os benefícios do Pilates na imagem corporal de seus praticantes. VITI, P.P.; LUCARELI, P. Avaliação postural antes e após 75 horas/ aula do método pilates em fisioterapeutas e educadores físicos. Centro Universitário São Camilo, 2007. Disponível em: <http://www.portalsaudebrasil.com/artigospsb/pilat004.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2011. Jurema de Castro Graduação em Educação Física pela Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP. Especialização em Filho em método Pilates: prescrição do exercício físico e saúde pela UGF Rafaela Liberali Graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade do Estado de Santa Catarina (1993). Especialização em Dança Cênica pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2001). Mestrado = Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002). Atualmente é professora convidada da Universidade Gama Filho, professora do projeto de dança - Prefeitura Municipal de Florianópolis Disciplinas ministradas em especializações Lato Sensu 'Metodologia da Pesquisa, Bioestatística Básica, Expressão Corporal'. Ticiane Marcondes Fonseca da Cruz Graduação em Educação Física pela Universidade de São Paulo-USP; Pós Graduação em Treinamento Resistido na Saúde na Doença e no Envelhecimento pela Faculdade de Medicina de São Paulo–FMUSP; Coordenação Acadêmica e Pedagógica do curso de Pós Graduação em Método Pilates- Prescrição do Exercício Físico e Saúde Universidade Gama Filho e Colaboradora do Ambulatório de Dor Crônica do Hospital das Clínicas de São Paulo. Maria Ines Artaxo Netto Educadora Física. Especialização em Ginástica em aparelhos – São Paulo. Especialização em psicomotricidade no GAE. Especialização em danças folclóricas em Cuba. Coordenadora do pósgraduação da Universidade Gama Filho, coordenadora do programa de pós graduação de Dança e Consciência Corporal e Personal Training do Uni-FMU.. Encontro: Revista de Psicologia š Vol. 15, Nº. 23, Ano 2012 š p. 83-92.

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