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A indisciplina em sala de aula e a inclusão de adolescentes em conflito com a lei no sistema formal de ensino

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Academic year: 2021

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A indisciplina em sala de aula e a inclusão

de adolescentes em conflito com a lei no

sistema formal de ensino

i

The indiscipline in the classroom and the inclusion of

youth offenders in the formal education system

Resumo

Este artigo é parte da dissertação de mestrado da primeira autora e teve como objetivo investigar as possíveis relações entre a indisciplina na escola e em sala de aula com a presença de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto (LA/PSC). O referencial teórico foi embasado em Aquino (1998), Guimarães (2000) e Guirado (1996) . O método abarcou observação participante e pesquisa documental no período entre março e outubro de 2011 em três escolas estaduais, uma escola profissionalizante e uma Diretoria de Ensino localizadas na periferia da zona sul da cidade de São Paulo. A indisciplina é um termo polissêmico que tem sua origem em fatores internos e externos ao ambiente escolar, não podendo ser restrita aos discentes, devendo-se considerar inclusive a dinâmica presente no sistema de ensino. No que tange aos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto (LA e PSC), na região e períodos pesquisados foram atendidos 920 adolescentes, tendo sido necessário ofício do Poder Judiciário solicitando inserção escolar para 174 destes adolescentes. Apenas 104 matrículas foram realizadas sob ofício, sendo que, 40% das referidas solicitações foram indeferidas pelos diretores sob diversas alegações. Nas três escolas estaduais pesquisadas estavam matriculados apenas cinco adolescentes em conflito com a lei e nenhum na escola profissionalizante, indicando que apenas 0,084% dos estudantes que usufruem do acesso ao direito à escolarização na referida região estão em conflito com a lei, ficando a maioria expressiva dos adolescentes nestas condições fora do sistema formal de ensino. Conclui-se que a diretriz que prioriza a inConclui-serção do adolescente em conflito com a lei no sistema de ensino não está sendo atendida e não se identificou a presença destes adolescentes como agentes diretos ou indiretos das situações relacionadas à indisciplina, mas antes se evidenciou a resistência existente no sistema educacional para recebê-los.

Palavras-chave: Educação, adolescente em conflito com a lei, disciplina

e indisciplina.

Lacerda

e

Jim

enez

Maria Augusta Lacerda1

Luciene Jimenez2

1 Graduada em Ciências Sociais, Pós

Graduada em Educação Ambiental, Mestre em Políticas e Programas para o Adolescente em Conflito com a Lei .Docente dos cursos de Graduação em Pedagogia e Licenciatura em Geografia da Uniban/Anhanguera. Professora da rede pública do Estado de São Paulo.

2Graduada em Psicologia, Mestre e

Doutora em Saúde Pública; Psicóloga da Saúde. Docente do Mestrado Profissional Adolescente em Conflito com a Lei – UNIBAN e docente do curso de Graduação em Psicologia da Uniban/Anhanguera.

Autoras para correspondência

1 Maria Augusta Lacerda

E-mail: gutalacerda7@hotmail.com

2 Luciene Jimenez

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Abstract

The method covered participant observation and documental research in the period between march and October 2011 in three state schools, one technical school and one Teaching Direction located at the suburb of the south section of the city. The indiscipline is a polysemic term originated by internal and external factors towards the school environment. Concerning the adolescents in accomplishment of socio-educational measures in open environment (LA and PSC), in the researched region and period, 920 adolescent were attended, having been necessary an official letter of the Judiciary, requesting scholar insertion for 174 of these adolescents. Only 104 enrollments were done under official letters and 40% of these requirements were refused by the directors under various allegations. In the three researched state schools only five students in conflict with the law were registered and none in the technical school, indicating that only 0,084% of the students that make use of the access to the right of scholarship in the referred region are in conflict with the law, so that the expressive major of the adolescents in this condition are out of the formal teaching system. So, we can conclude that the rule that priorizes the insertion of the adolescent in conflict with the Law in the educational system is not being attended and these adolescents were not identified as direct or indirect agents of the situations related to indiscipline. But before, there is a evident resistance in the educational system to receive these adolescents.

Key-words: education, adolescent in conflict with the Law, discipline and

indiscipline.

Introdução

Este artigo é parte da pesquisa de mestrado da primeira autora orientada pela segunda autora e teve como objetivo investigar a relação da indisciplina no ambiente escolar com a presença de adolescentes autores de ato infracional.

Quando identificado como autor de um ato infracional, o adolescente brasileiro estará sob a égide do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA -, lei que considera o jovem até 18 anos inimputável, ou seja, alguém que, ao praticar um ato infracional não pode ser condenado ao cumprimento de uma pena. Porém, apesar de ter direito à proteção integral, este adolescente não está isento de assumir as responsabilidades pelos seus atos e será submetido às medidas socioeducativas (MSE). As MSE abarcam intervenções que podem se extinguir no âmbito do Judiciário, como a advertência ou a reparação de danos; podem restringir a liberdade, como a Liberdade Assistida (LA) e/ou a Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), ou, até mesmo, chegar à privação de liberdade por meio da internação. Segundo o ECA, a aplicação das medidas deve considerar a capacidade do adolescente em cumpri-las, a gravidade da infração, e o

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julgamento da intencionalidade do ato; e não apenas as suas conseqüências (MONTE et al., 2011, p. 54).

O Mapeamento Nacional de Medidas Socioeducativas e Meio Aberto (Brasil/Ilanud, 2007) indica que a maioria dos adolescentes submetidos à LA e/ou PSC são do sexo masculino e praticou furto, roubo e/ou tráfico de drogas. O cumprimento da medida está vinculado ao acompanhamento da família e do adolescente, ressaltando-se a sua inserção no sistema de ensino e a realização de um Plano Individual de Atendimento (PIA).

A Prestação de Serviços à Comunidade, para Gallo e Williams (2008, p. 80), é a medida menos severa, pois o adolescente realiza suas atividades com acompanhamento, para adaptação ao convívio social e profissional. Ao cumprir a medida socioeducativa, o adolescente tem oportunidade de estabelecer vínculos, aprender uma profissão e desenvolver nova conduta social.

Em todas as situações a inserção na educação é considerada de fundamental importância.

Ressalta-se que a aplicação de medidas socioeducativas referentes aos adolescentes que cometem atos infracionais deve seguir algumas orientações, tais como a obrigatoriedade de escolarização e profissionalização, bem como a garantia de atendimento personalizado, respeitando a identidade e singularidade dos adolescentes" (MONTE et al., 2011, p. 35).

As orientações voltadas para os adolescentes que se encontram respondendo à justiça visam fortalecer as possibilidades de inserção social, já que "o perfil do adolescente autor de ato infracional confunde-se com o de grupos sociais vulneráveis, marginalizados em relação à políticas públicas e ao acesso a condições dignas de vida" (Monte et al., 2011, p. 62). O (a) adolescente que comete atos infracionais é também vitima das condições sociais em que vive, da falta de acesso aos direitos básicos e não apenas alguém que cometeu uma infração. Não obstante, o direito à educação é garantido no Brasil para todas as crianças e adolescentes desde a Constituição de 1988.

Educação, disciplina, indisciplina e adolescência em

conflito com lei.

O direito à educação está garantido na Constituição de 1988, porém já em 1999 via-se que “O desafio a enfrentar seria grande,

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principalmente para um país em processo de desenvolvimento” (BRASIL, 1999, p. 24). Tal desafio evidenciou-se no ano de 2012 quando se constatou que 25% dos jovens com idade entre 15 e 17 anos estavam excluídos do ensino médio, considerado como parte da educação básica (Brasil, 1999).

Estamos diante do desafio de fazer cumprir as determinações da Lei Diretrizes e Bases da Educação nº. 9.394/96 (LDBEN), que é a segunda Lei de Diretrizes e Bases que regulamenta o sistema educacional, público ou privado do Brasil desde a educação básica até o ensino superior, reafirmando o direito de todos à educação e definindo as responsabilidades, em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Em 2010 foi criado o Plano Nacional de Educação (PNE), para vigorar de 2011 a 2020, reafirmando a visão sistêmica da educação proposta pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE, 2007), determinando que a educação deve cumprir triplo papel: econômico, científico e cultural; e quatro alicerces: aprender a conhecer e a fazer, aprender a viver e aprender a ser. Acrescenta ainda estratégias voltadas para a inclusão de minorias, como: alunos com deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

No que tange à inclusão dos adolescentes em conflito com a lei em particular, têm sido identificadas inúmeras restrições ao acesso e permanência no sistema formal de ensino.

O maior problema que as escolas enfrentam ao lidar com adolescentes em conflito com a lei são seus comportamentos destrutivos, que levam a escola a adotar medidas disciplinares coercitivas, que por sua vez facilitam a evasão escolar. O professor brasileiro não recebe capacitação e incentivo para lidar com essa população. A falta de capacitação aos professores para atuarem com alunos que apresentam problemas de comportamento, tal como os jovens em conflito com a lei, associada aos baixos salários que os desestimulam, é assunto premente (GALLO e WILLIAMS, 2008, p. 101).

O comportamento dos adolescentes em conflito com a lei é, frequentemente associado à indisciplina. Porém, o binômio disciplina/indisciplina é polissêmico e apresenta diferentes compreensões não podendo ficar restrito aos adolescentes que cometeram atos infracionais. Autores como Aquino (1995);

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Guimarães (1996); Marra (2004), relacionam o aumento da indisciplina escolar a diferentes fatores, inclusive com fatores externos ao ambiente escolar, tais como: o despreparo da instituição para receber alunos de diferentes classes e culturas, demanda decorrente do acesso universal à educação; a influência da globalização na família e sociedade; as mudanças nas configurações familiares, dentre outros. Além disso, os comportamentos indisciplinados nem sempre são negativos e podem ser compreendidos como parte do próprio processo pedagógico.

Segundo Montessori (citada em VASCONCELLOS, 2005 p. 78),

A própria disciplina deve ser ativa. Não é disciplinado um indivíduo que alguém torna artificialmente silencioso e imóvel como um paralítico. É um indivíduo aniquilado, não disciplinado. Consideramos disciplinado um indivíduo que é senhor de si e que pode, por conseguinte, dispor de si próprio ou seguir uma regra de vida.

Para Oliveira e Assis (1999, p.82), na maioria das vezes os adolescentes são vítimas de circunstâncias, abusos e violência, que os leva se defenderem com agressividade, transformando a violência em problema multidisciplinar, que envolve educação, segurança e saúde pública. Tais comportamentos podem ser vistos como parte da expressão do adolescer e dos contextos nos quais tal processo se desenrola.

Compreende-se que o aluno disciplinado é aquele que expõe idéias, participa e constrói o conhecimento, que interage e busca objetivos. A disciplina em sala de aula vai além do comportamento submisso, do silêncio obediente, de atitude estática; suas ações são resultado de um trabalho realizado com a ação de alunos e professores. Eles têm participação ativa como construtores e receptores do conhecimento, sob a égide de normas de convivência social. Disciplina é resultado de ações e comportamentos que o indivíduo possui frente à sociedade. Quando tal comportamento não condiz com as normas, instala-se a desordem caracterizada como indisciplina. (VASCONCELOS, 2005 p. 58).

Já a indisciplina no ambiente escolar, além de relacionada aos fatores externos e internos à instituição, muitas vezes pode ser a expressão de vivencias internas do aluno. "A criança indisciplinada

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está tentando dizer alguma coisa para a professora. É preciso saber ouvir e compreender a mensagem que se esconde por trás do comportamento manifesto como indisciplina" (VASCONCELLOS, 1998, p. 78).

A complexidade da realidade em questão gera a necessidade de mais preparo para professores e equipe multidisciplinar, além da boa relação de todos os integrantes, pois fora da escola os problemas de baixa qualidade de vida; sobrevivência precária, violência doméstica etc., interferem na vida e na qualidade do ensino. Há necessidade de planejamento consciente, de ações docentes fundamentadas em opções político-pedagógicas, tendo referência em situações concretas, problemática social econômica, política e cultural que envolve escola e o contexto da comunidade, interagindo no processo de ensino. Só assim pode-se iniciar um plano de ação eficiente e coerente, com conteúdos reavaliados, repensados e modificados.

Ao tratar da violência Zaluar e Leal (2001, p. 21) mencionam a importância do IDH - Índice de Desenvolvimento Humano – e a sua relação com educação e violência, incluindo qualificações de renda, vida e saúde, onde o Brasil ocupa baixa posição em relação a outros países - a 79ª posição. De 2001 para cá, houve aumento de mortes violentas nas escolas, com homicídios, suicídios, sendo "a faixa etária mais ameaçada a de 15 a 19 anos e meninos" (ZALUAR e LEAL, 2001, p.23).

É preciso resgatar a imagem social da escola e a credibilidade profissional dos educadores, garantindo uma escola de qualidade para todos, indisciplinados ou não. (AQUINO, 1998, p. 58). Exemplifica-se com notícias divulgadas pela Agência de São Paulo do dia 01 de agosto de 2011, que divulgou: “ violência e indisciplina já atingiram 62% das escolas em São Paulo. São roubos, depredações, pichações, agressões contra professores, funcionários e alunos, dentro do ambiente escolar”. Para Marra (2004, p. 23), "as agressões corpo a corpo, episódios de agressão com pedras, giletes, e outros instrumentos, aos poucos ganham espaço e gravidade". São situações que ocorrem entre alunos, no ambiente escolar, de forma crescente. A escola não pode ficar alheia às ocorrências. Seus integrantes têm o compromisso de identificar, entender e ofertar conhecimentos e formas educativas que reduzam a indisciplina no ambiente escolar, otimizando o relacionamento de todos os envolvidos na escola.

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A despeito da complexidade da situação envolvendo a temática da indisciplina nas escolas e em sala de aula, diversos estudiosos da educação (Aquino ,1998; Guimarães 2000; Guirado, 1996), descrevem relatos e resultados de pesquisa onde se demonstra a resistência das instituições educacionais em receber adolescentes em conflito com a lei, e/ou em cumprimento de medidas sócio educativas em meio aberto (LA/PSC), por associarem os mesmos aos problemas existentes no ambiente escolar, entre eles a indisciplina. Neste sentido, este trabalho teve como questão norteadora identificar a implicação dos adolescentes autores de atos infracionais com a indisciplina na sala de aula e no ambiente escolar, sendo objetivos da mesma: identificar o fluxo escolar de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, verificar a inserção ou não dos mesmos no sistema formal de ensino.

Procedimentos metodológicos

Estudo exploratório de caráter qualitativo, descritivo e documental. O método envolveu uma revisão da literatura sobre a temática nos diversos meios: livros, artigos científicos, mídia impressa e eletrônica entre outros, combinado ao uso de instrumentos, como: visitas ao campo, entrevistas exploratórias. Identificação e registro do fluxo de entrada do adolescente em conflito com a lei em meio aberto no sistema educacional formal e profissionalizante através de análise de documentos constantes na Delegacia de Ensino, que supervisiona o funcionamento das escolas elencadas nesta pesquisa. Identificação e registro do discurso de oito profissionais: educadores, técnicos do sistema socioeducativo, equipe pedagógica. O projeto de pesquisa prevendo tais ações foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Bandeirante.

O campo abarcou três escolas estaduais, uma escola profissionalizante e uma Delegacia de Ensino na periferia da região sul da cidade de São Paulo (sub distrito Capela do Socorro). Para complementação das informações foram visitadas também uma Diretoria de Ensino, a Subprefeitura, um Serviço de Medidas sócio Educativas (SMSE Santa Lúcia), o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA/ Interlagos) existente na região.

Os profissionais ouvidos na pesquisa foram: docentes (em média 20 por escola, pesquisada), dois ( as) coordenadoras pedagógicas, dois ( as) diretoras, um Supervisor da Sul Três e uma Pedagoga responsável pela SMSE Santa Lucia responsável pelo

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atendimento da zona Sul. O período de desenvolvimento em campo foi de março a outubro de 2011.

Os responsáveis pelas instituições (Diretoria de Ensino e SMSE) autorizaram formalmente por meio de ofícios a realização da pesquisa, tendo sido informal a autorização para as visitas às escolas e ao CEDECA. A autorização incluiu o trânsito no espaço escolar, o acesso e manuseio de documentos, tendo sido relevante a contribuição de profissionais que facilitaram o acesso aos documentos e as observações.

A identificação dos adolescentes e profissionais envolvidos, bem como das escolas, foi mantida em sigilo. Receberam numeração para serem identificadas.

O cronograma contou com uma visita semanal a cada entidade, com alternância dos turnos, no ano letivo de 2011; tiveram duração de quatro horas cada visita, com pesquisas de observação das atividades praticadas e participação dos HTPC (hora de trabalho planejamento coletivo) e conversas informais junto aos profissionais cujo foco foi o tema da indisciplina e a interpretação/compreensão destes profissionais sobre esta realidade. Os dados obtidos foram registrados em um Diário de Campo, com informações e observações relevantes.

Campo

O Sub Distrito de Capela Socorro, local onde se inserem as Instituições Educacionais pesquisadas, é muito amplo, sendo a 6ª das 31 Subprefeituras da cidade de São Paulo. É composta por três distritos: Socorro, Grajaú e Cidade Dutra que somados representam 134,2 km²; trata-se de uma área habitada por mais de 680 mil pessoas, constituindo a região mais populosa da cidade.

No tocante à educação pública, o pior índice refere-se ao Ensino Médio, com 0,53 de abandono, contra 0,12 no Ensino Fundamental e 0,15 na Educação Infantil. O nível de desemprego também é alto, sendo que, em 2008, a média foi de 19,26% entre homens. Os que faziam parte da população economicamente ativa recebiam o rendimento médio de R$ 928,00.

Segundo João Varella (2011), na divisão do Orçamento municipal per capita, a região é a que recebe a menor cotação do município e seus moradores são os menos beneficiados com verbas da Prefeitura, sendo em 2010 a “pior” no ranking da divisão do

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Orçamento municipal com um valor per capita de R$ 47,22 este valor é 2,9 vezes menor que o destinado à Subprefeitura da Sé, cuja distribuição per capita era de R$138,11. Em 2010, esta região ocupou o último lugar no rankim; em 2009/2008/2007, ficou em penúltimo lugar e 2006 em último lugar1.

Nesta região encontram-se as três Escolas Estaduais e a Escola Profissionalizante Particular nas quais se desenvolveu no período compreendido entre março e setembro 2011. A Diretoria Sul Três coordena as escolas estaduais em questão e fazem parte dela 108 escolas, 5070 professores e 122.640 alunos em 2011, supervisionando também as escolas particulares e profissionalizantes do local.

A primeira Escola Estadual pesquisada mantém Ensino Regular, Fundamental e Médio, inclui o Supletivo do Ensino Médio. Conta entre os Professores: 42 efetivos; 50 OFAS e 05 Eventuais. OFAS são professores temporários, contratados pela SEE, por meio de prova anual para validar o contrato. Este professor ministra aulas na sua disciplina, assumindo cargo em uma nova escola e também uma nova classe. Já o professor eventual não realiza a prova; é contratado quando falta professor na rede; seu contrato é anual, é adido na escola, entrando em classe quando houver necessidade, considerando que a falta de professores é uma constante na rede. Entre as escolas pesquisadas, esta é a única que não é de passagem, ou seja, seu corpo discente é formado por alunos que residem no bairro, porém, apresenta muitos problemas de indisciplina. A escola possui grades; as salas de informática, de vídeo, salas de aula e garagem são fechadas com chave; cada funcionário tem a sua própria chave para circular.

Conforme informação da Diretora foi solicitado um professor Mediador para o ano de 2011, porém não teve a solicitação atendida pela Diretoria Sul Três. Para 2012, fará nova solicitação de um mediador, para cada período, devido aos graves problemas indisciplinares na escola. Em 2011 a escola matriculou 1773 alunos nos três períodos, divididos em: Ensino Fundamental ciclo I e II e Ensino Médio, apenas um em LA (informação da MSE–MA).

A Escola Estadual DOIS - fundada em 1970 desde o ano de 2009 mantém o Ensino Regular Médio e o EJA - Educação de Jovens e Adultos, nos três períodos, é uma escola de passagem, ou seja, freqüentada por moradores de comunidades próximas, situada em uma região de classe média baixa onde são comuns ações criminosas como

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Informações obtidas no site da subprefeitura

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/capela_do_socorro / Coleta agosto 2012.

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roubos, assassinatos e arrombamento de carros do corpo docente e de funcionários. Por isso, as salas são trancadas com chave e cada professor tem a sua para circular. A escola tem sala de vídeo próxima à sala da Diretoria, que permanece trancada. Televisores, ventiladores e janelas são protegidos com grades. No entorno há a ronda escolar. Nesta escola, a pesquisadora, ao fazer uma visita, teve o carro roubado. Conta com 40 Professores efetivos; 38 OFAS e 12 eventuais. Estão matriculados 2.357 alunos com faixa etária acima de 14 anos. Estavam matriculados dois LA: um no 1º ano do período da tarde, com acesso imposto por Oficio do Poder Judiciário, e um no 2º ano noturno. A escola já teve um aluno em PSC, porém, não havia nenhum no momento da pesquisa.

A Escola Estadual Três é reconhecida e elogiada, considerada escola de referência no Bairro, há vinte e cinco anos. Os cursos ofertados são: I - Ensino Médio e Regular, II - Ensino de Jovens e Adultos, com Suplências e teles salas. Seu principal problema é a alta rotatividade dos docentes, fator que prejudica o funcionamento da escola, pois a equipe está sempre mudando. A escola conta com 25 funcionários efetivos, o corpo docente é constituído por 61 professores efetivos; 27 OFAS e 10 eventuais. É escola de passagem e têm sua clientela entre moradores do bairro; a maioria reside em bairros vizinhos e favelas próximas; conta com filhos de professores, comerciantes e profissionais do entorno, ou seja, uma população muito heterogênea. Estão matriculados 2250 alunos, nas séries de Ensino Médio: manhã, tarde e noite, além da 8ª série Ensino regular/manhã, sendo dois alunos em cumprimento de LA, ambos conduzidos por Ofício do Poder Judiciário, e nenhum PSC. Segundo o Vice Diretor, a escola teve um aluno em cumprimento de PSC que prestava serviços no Arquivo, evitando contato com outros alunos. Nas palavras do Vice Diretor: “Ele sempre pedia para assinar a folha de presença, para poder ir embora antes do término da aula, mas, no segundo semestre deste ano, não retornou”. Para maior proteção dos alunos e professores, neste ano foram colocadas câmeras nas salas, corredores, pátio e estacionamento da escola.

A Escola Profissionalizante matriculou 1.350 alunos no ano de 2011 e conta trinta e cinco (35) professores contratados pela CLT. Nesta escola é baixa a rotatividade de professores, a equipe pedagógica é estável e o Projeto Político Pedagógico é construído conjuntamente entre docentes e discentes. Há acordos feitos no início do ano letivo entre docentes e discentes envolvendo as regras e normas da escola que, segundo relatos dos profissionais ouvidos, são seguidos por ambos.

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A taxa de matrícula é no valor de R$ 30,00 e são pagas duas taxas semestrais de R$ 115,00. As matriculas estão sujeitas aos seguintes requisitos: antes da matrícula, assistir a um filme; se forem menores de 21 anos, pais ou responsáveis precisam acompanhá-los; assistem também a uma palestra sobre a instituição e as normas disciplinares; e depois, uma entrevista. Todos precisam ter idade mínima de quinze anos completos para os Cursos Livres. Os Cursos Técnicos exigem dezesseis anos completos, além de concordarem com as normas da Instituição. Os cursos de Formação Profissional envolvem: Eletrotécnica, Mecânica de Usinagem, Eletromecânica de Autos direcionados para o público masculino, tendo como pré-requisito, já ter cursado, no mínimo até a 8º série do Ensino Fundamental. Os Cursos Técnicos Profissionalizantes são de: Informática, Comunicação Visual, Administração, Secretariado, Recursos Humanos e Hospedagem; são para ambos os sexos, com pré-requisito de estarem cursando, no mínimo, o 1º ano do Ensino Médio. Os Cursos Livres são para alunos de ambos os sexos, com estudo de Inglês e Ação e Trabalho, exigindo como pré-requisito estarem, cursando o 8º ano do Ensino Fundamental.

Todas as escolas pesquisadas estão relacionadas com as Instituições ligadas ao bairro: Serviço de Medidas Socioeducativas Santa Lúcia (SMSE); Diretoria de Ensino Sul Três; ao Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA-Interlagos), e a Subprefeitura Capela do Socorro.

Entre os dados coletados em entrevista feita com a Pedagoga responsável da Instituição Santa Lúcia (SMSE) foi constatado que o Serviço de Medida Sócia Educativa em Meio Aberto Santa Lúcia de Capela Socorro realiza o acompanhamento de 90 adolescentes e jovens (ao mês) de 12 a 21 anos inseridos em Medida Sócios Educativos em meio aberto (LA/PSC) e suas famílias, residentes no distrito. A instituição tem o objetivo de garantir espaço de cuidado, atenção, convívio, discussão e promoção dos direitos do público atendido. Realiza atendimentos individuais e grupais, além de oficinas sócio- educativas, com encaminhamentos para a rede sócio assistencial. Gerencia diariamente, em parceria com o poder público e o setor privado os serviços de: educação e o direcionamento no contra turno escolar para os cursos livres complementares; na área da assistência social, a proteção básica, bem como a proteção especial, com a presença social nas ruas.

A equipe da SMSE é formada por: dois Administradores, um Gerente/ Pedagogo, um Agente Operacional, seis Técnicos em Medidas Socioeducativos, três Assistentes Sociais e três Psicólogos. O

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atendimento tem como pressuposto metodológico a Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, ressaltando que “todo ser humano é capaz de se modificar”, e procura garantir os direitos e os deveres, à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com base no Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo (SINASE), SUAS, PNAS e Plano de Convivência Comunitária e Familiar. O serviço de inserção dos adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em Medida Sócio Educativa em meio aberto (LA/PSC), atua na região desde março de 2008 e constata que a dificuldade e resistência do acesso e permanência dos adolescente na rede escolar, em virtude de preconceito e exclusão, falta de conhecimento sobre o ECA, atendimento de péssima qualidade das escolas estaduais, reclamações quanto à indisciplina dos alunos em geral e a falta de suporte para escola trabalhar face a violência contra os professores e alunos. Expressões como: "Esse tipo de pessoa eu não quero na minha escola", "Eles só atrapalham os demais alunos", "Não quero aluno tranqueira na minha escola",“A lei só olha o lado dos adolescentes e não vê o lado dos professores", e várias outras colocações que demonstram a estrutura educacional contrária ao que a Instituição deve ter (MUNIZ, in Vasconcelos, 2005).

Essa problemática é encontrada por parte de muitos adolescentes que muitas vezes se recusam a retornar à escola. Esse serviço vê a necessidade de garantir o suporte de qualidade para as escolas e, não apenas cobrá-las, por valores humanos e éticos. A inserção dos alunos em cumprimento de LA/PSC, em geral são recusadas pela direção da escola, por diversos argumentos, inclusive o fato de apresentarem defasagem entre a série e a idade, motivo este que deveria reforçar seu acesso escolar. A possibilidade de o adolescente retornar à escola seria por meio da inserção no EJA (modalidade voltada para adultos), mas o número de escolas que ofertam é insuficiente. Essa disparidade é uma das justificativas mais apresentadas para explicar a exclusão do adolescente. Entende-se a posição da escola, pois inserir um adolescente de 15 anos em uma turma de crianças na faixa etária de 10 anos de idade se torna inviável e prejudicial para todos.

Em 2011, a SMSE Santa Lúcia conseguiu estabelecer parceria com três escolas somente, em um universo de 108 escolas estaduais, as quais se tornaram unidades acolhedoras para os adolescentes em cumprimento de PSC apresentando uma metodologia de trabalho coerente com seu plano de trabalho, entendendo não só as diretrizes do ECA, mas, tendo também o compromisso de educar e alfabetizar.

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Estas entidades educacionais buscam estratégias diferenciadas para ensinar, como lidar nas situações de violência e desentendimentos; se preocupam em criar uma proximidade e diálogo, pois entendem que não é expulsando, ou “convidando o aluno a se retirar da escola” que irão resolver o problema.

A complexidade do processo burocrático para inserir um adolescente em cumprimento de medida socioeducativa na escola é solucionada muitas vezes por meio de intervenção judicial, porém, entende-se que estes procedimentos não são a melhor possibilidade de oferecer escolaridade a um adolescente autor de ato infracional e a perseguição, nestes casos, é quase que certa.

Como resultado da pesquisa junto ao SMSE constatou-se que, em 2011, o SMSE Serviço de Medida Sócio Educativa Santa Lucia acompanhou, nas escolas pesquisadas, cinco adolescentes em cumprimento de LA, nenhum adolescente em cumprimento de PSC. E, apesar das dificuldades e entraves, segundo a entrevistada, ao fechar o mês de setembro de 2011, o total de adolescentes em MSE em meio aberto atendidos no período, desde janeiro, foi de 920. Um fato relevante é que houve um aumento do número de adolescentes sob medidas socioeducativas entre 12 a 14 anos, desde março de 2008 até setembro de 2011; inicialmente, eram em média 12 adolescentes ao ano e, no ano de 2011, já eram 36 adolescentes arrolados nesta faixa etária.

Análise

Para análise considerou-se:

1 – a quantidade de adolescentes em conflito com a lei existentes da região e a quantidade dos mesmos que se encontram no ensino formal e/ou profissionalizante.

2 – a dinâmica escolar, compreendida aqui como estabilidade do corpo docente, a construção e o compromisso com o Projeto Político Pedagógico.

3 – a estabilidade do corpo discente (escolas de passagem ou não).

Com relação à quantidade de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa freqüentando regularmente as escolas, identificou-se que a Escola UM tem um (1) aluno em cumprimento de LA, a Escola DOIS tem mais um (1) aluno à tarde e um segundo no curso à noite, ambos em cumprimento de LA; em relação à medida de PSC, já houve um aluno freqüentando a escola, mas evadiu por razões

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não identificadas. A Escola TRÊS informou a presença de dois (2) alunos em cumprimento de LA matriculados por meio de Oficio do Poder Judiciário. A Escola profissionalizante não apresentou nenhum aluno em cumprimento de medida socioeducativa, segundo informação da Coordenadora não existe demanda por parte destes adolescentes ou seus familiares.

No que tange à estabilidade do corpo docente, verifica-se também que, excetuando a Escola profissionalizante, ocorre uma grande dificuldade quanto à alta rotatividade dos professores em atividade, como os contratados: OFAS e Eventuais, o que é um fato altamente negativo; além destes serem em maior número do que os efetivos nas escolas. Todo Projeto Político Pedagógico proposto para o ano letivo é mudado no ano seguinte dada a instabilidade do corpo docente, com a respectiva mudança da equipe pedagógica prejudicando a seqüência pedagógica e a possibilidade de vínculos afetivos com os alunos.

Com relação ao alunado, embora todas as escolas estejam sediadas no mesmo bairro e abrigarem alunos de classe sócio-econômico cultural similar, existem diferenças importantes no que tange a estabilidade do corpo discente.

Por exemplo, a Escola UM, não é escola de passagem; os alunos em sua maioria residem próximos; funciona em todos os níveis de ensino, Fundamental I-II e Ensino Médio, e as vagas são destinadas de preferência para alunos do bairro. Já as outras escolas, são escolas de “Passagem”, cujos alunos vêm de outros bairros, ou do trabalho.

A Escola Profissionalizante tem como diferencial o fato de ter, entre seus alunos, muitos daqueles que freqüentam as outras escolas estaduais pesquisadas, no contra turno, mas não apresentam nenhum indício de indisciplina. Nesta escola a disciplina imposta é objetiva, as regras e normas são claras, especificas e obedecidas, observa-se que os alunos aceitam as suas regras por observarem que estas não são feitas só para eles mas alcançam também o corpo docente e os membros da equipe pedagógica, ou seja: as regras são para todos e não apenas para os alunos. O corpo docente se mantém por vários anos coeso, não existindo a troca da equipe todos os anos, como nas escolas estaduais.

Com relação a quantidade de adolescentes em conflito com a lei existentes na região durante o ano de 2011( ano desta pesquisa), foram registrados 920 atendimentos de março a

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setembro, sendo que apenas 5 (cinco) se encontram no ensino formal e nenhum no profissionalizante. Podemos dizer que a expressiva maioria se encontra excluída do sistema formal ou opcional (profissionalizante) de ensino em um franco desrespeito ao estabelecido pelo ECA (1990) e pelo SINASE (2006).

No que tange a estabilidade do corpo docente, a construção e o compromisso com o Projeto Político Pedagógico a análise indica que a predominância de professores eventuais dificulta a estabilidade e continuidade de um Projeto Político Pedagógico que viesse inclusive incluir os adolescentes que se encontram em cumprimento de medida socioeducativa e que tal instabilidade pode ser um facilitador para as situações de indisciplina, pois compromete todo o sistema educacional da instituição.

Nas escolas pesquisadas, apenas uma não se apresenta como escola de passagem, nas demais a instabilidade dos próprios alunos, somada à do corpo docente traça um panorama no qual se torna difícil não apenas o desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico, como ainda a estabilidade de vínculos afetivos resultando na inviabilidade da inserção de alunos considerados “problemáticos”

Considerações finais

A indisciplina é compreendida de maneira diferenciada pelos professores sendo considerada entre seus determinantes a falta de diálogo entre professores e alunos, a instabilidade dos corpos docente e discente que inibe a formação de vínculos e dificulta muito o repasse do conhecimento e a dificuldade de pactuar as regras conjuntamente. Entusiasmo e motivação são sinônimos ligados aos relacionamentos professor-aluno e sua ausência traz à tona os conflitos decorrentes da heterogenia da sala de aula, onde diversas classes sociais se reúnem e possibilitam a presença de condicionantes que dão acesso à indisciplina, pois cada um traz uma bagagem que não é aceita pela escola ou sequer é discutida por ela.

Neste contexto a indisciplina pode ser concebida como uma forma legítima de resistência ao contexto educacional, percebida pelo aluno como um recurso para evidenciar a situação que lhe é imposta, ou seja, uma estratégia de enfrentamento do aluno. Há necessidade de se rever o papel da instituição e de todos os agentes que a constituem: professor, a escola, a sociedade, a liderança política e educacional.

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Partindo do exposto, considera-se importante refletir sobre as dificuldades e as possibilidades de uma prática pedagógica que viabilize a inclusão dos alunos em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto no contexto escolar, possibilitando uma aprendizagem significativa. Ficou clara na pesquisa que estes adolescentes representam apenas 1% dos alunos cursantes (0.087%), não podendo ser identificados como agentes da violência no ambiente escolar, portanto, não podem ser responsabilizados pelo fator indisciplina, cujas causas são múltiplas. Vários autores destacam a relevância que deve ser dada à formação do professor, a fim de desmistificar algumas idéias impregnadas nas práticas escolares, como: professores despreparados para desempenhar a prática docente. Mas, não são só estas as causas. Evidenciou-se em loco, a precariedade de condições mínimas de um trabalho digno. Lousas furadas, salas e laboratórios sujos, computadores sem Internet, sala de vídeo que não funciona. Necessário se faz buscar soluções das dificuldades vivenciadas pelos envolvidos no sistema educacional, precariedade, baixa freqüência, ocasionando baixo aproveitamento escolar, razões da defasagem e evasão escolar. Tudo isto desagrega, gerando a indisciplina. Aliada a "falta de receptividade" da administração escolar às solicitações dos docentes, onde tudo não pode, onde tudo é difícil. Também é preciso questionar a imagem de ensino como uma atividade simples, algo que não demanda aprofundamentos, ou seja, questionar as visões simplistas, introduzindo na prática docente a reflexão contínua e a busca por uma auto formação e valorização profissional. Uma importante reflexão suscitada por Carvalho & Gil-Pérez (1995, p.80) diz respeito à formação "ambiental" pela qual passam todos os professores: as idéias, atitudes e comportamentos praticados são reflexos de uma longa formação do professor enquanto aluno.

Desse modo ter-se-á uma aprendizagem significativa, superando os estigmas de uma aprendizagem "livresca" e desvinculada de reflexão e formação de valores e atitudes. Deve-se buscar alcançar um ensino - aprendizagem fundamentada, na realidade de cada comunidade.

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