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Revista Paulista de Pediatria ISSN: Sociedade de Pediatria de São Paulo Brasil

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ISSN: 0103-0582 rpp@spsp.org.br

Sociedade de Pediatria de São Paulo Brasil

Heinzmann-Filho, João Paulo; Fagundes Donadio, Márcio Vinícius Teste de forca muscular ventilatória: é viável em criancas jovens? Revista Paulista de Pediatria, vol. 33, núm. 3, 2015, pp. 274-279

Sociedade de Pediatria de São Paulo São Paulo, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=406041528005

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Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

(2)

www.rpped.com.br

REVISTA

PAULISTA

DE

PEDIATRIA

ARTIGO

ORIGINAL

Teste

de

forc

¸a

muscular

ventilatória:

é

viável

em

crianc

¸as

jovens?

João

Paulo

Heinzmann-Filho

e

Márcio

Vinícius

Fagundes

Donadio

CentroInfant,InstitutodePesquisasBiomédicas,PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS),PortoAlegre, RS,Brasil

Recebidoem1desetembrode2014;aceitoem18dejaneirode2015 DisponívelnaInternetem9dejunhode2015

PALAVRAS-CHAVE

Testesdefunc¸ão

pulmonar;

Forc¸amuscular;

Músculos respiratórios;

Estudosde

viabilidade

Resumo

Objetivo: Determinarataxadesucessodotestedemanovacuometriaemcrianc¸asdequatro a12anos.

Métodos: Estudotransversalqueincluiucrianc¸aseadolescentesdequatroa12anos, matricu-ladasemtrêsescolasdaredebásicadeensino.Todososparticipantesfizeramamensurac¸ãodas medidasantropométricas,seguidasdotestedemanovacuometria(pressãoinspiratóriamáxima epressãoexpiratóriamáxima).Escolarescujosresponsáveisnãoautorizaramaparticipac¸ãoe aquelesquenãoquiseramfazerotesteforamexcluídos.Otestefoiconsideradocomosucesso quandoosujeitoavaliadoatingiaoscritériosdeaceitabilidade(ausênciadeescapeaéreo)e reprodutibilidade(variac¸ão<10%entreasduasmaioresmanobras)estabelecidospelas diretri-zes.Oinsucessofoidefinidocomonãopreenchimentodoscritériosdescritosacima.Osdados foramexpressosemmédiaedesviopadrãoeemfrequênciaabsolutaerelativa.Acomparac¸ão entreasproporc¸õesfoifeitapormeiodotestedequi-quadrado.

Resultados: Foramincluídas196crianc¸aseadolescentes,comidademédiade8,4±2,5anos, 53,1%dosexofeminino.Ataxadesucessodotestedemanovacuometriaemcrianc¸ase ado-lescentesavaliadosfoide92,3%.Quandocomparadasasdiferenc¸asentreastaxasdesucesso decrianc¸asnafaixaetária pré-escolarcomcrianc¸as eadolescentesnafaixaetáriaescolar, observou-seumataxadesucessosignificativamentemenornogrupopré-escolar(85,1%),em comparac¸ãocomogrupoescolar(94,6%)(p=0,032).Noentanto,nãohouvediferenc¸a significa-tiva(p=0,575)quandoanalisadasdiferenc¸asentresexos.

Conclusões: Otestedemanovacuometriaapresentouumaelevadataxadesucessonapopulac¸ão pré-escolareescolaravaliada.Alémdisso,ataxadesucessopareceestarrelacionadacomo aumentodaidade.

© 2015Associac¸ãodePediatria deSãoPaulo.Publicado porElsevier EditoraLtda.Todosos direitosreservados.

Autorparacorrespondência.

E-mail:mdonadio@pucrs.br(M.V.F.Donadio).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.01.008

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Testedeforc¸amuscularventilatória:éviávelemcrianc¸asjovens? 275 KEYWORDS Respiratoryfunction tests; Musclestrength; Respiratorymuscles; Feasibilitystudies

Respiratorymusclestrengthtest:isitrealisticinyoungchildren?

Abstract

Objective:Todeterminethesuccessrateofthemanovacuometrytestinchildrenbetween4 and12yearsofage.

Methods:Cross-sectionalstudyinvolvingchildrenandadolescentsfrom4to12yearsofage, enrolledinthreebasiceducationschools.Allsubjectshadtheanthropometricandrespiratory musclestrength(maximuminspiratorypressureandmaximumexpiratorypressure)data measu-red.Studentswhoseparentsdidnotauthorizeparticipationorwhodidnotwanttoundergothe testwereexcluded.Thetestwasconsideredsuccessfulwhenthesubjectreachedacceptability (noairleaks)andreproducibility(variation<10%betweenthetwomajormaneuvers)criteria establishedbyguidelines.Failurewasdefinedwhensubjectsdidnotmeettheabovecriteria. Datawereexpressedasmeanandstandarddeviationandinabsoluteandrelativefrequency. Thecomparisonbetweenproportionswasperformedusingthechi-squaretest.

Results:Weincluded196childrenandadolescents,meanageof8.4±2.5years,53.1%female. Thesuccessrateofthemanovacuometrytestinchildrenandadolescentsevaluatedwas92.3%. Whencomparingthedifferencesbetweenthesuccessratesofpreschoolchildrenwiththose childrenandadolescentsofschoolage,therewasasignificantlylowersuccessrateinthe pre--school(85.1%)groupcomparedtotheschoolgroup(94.6%)(p=0.032).However,nosignificant differences(p=0.575)werefoundwhengendercomparisonswereperformed.

Conclusions: Themanovacuometrytestshowedahighsuccessrateinbothpreschoolandschool populationassessed.Furthermore,therateofsuccessappearstoberelatedtoaging. ©2015Associac¸ão dePediatria deSão Paulo.Publishedby Elsevier Editora Ltda.All rights reserved.

Introduc

¸ão

Emboraasdoenc¸asrespiratóriaseoutrascondic¸õesclínicas

napopulac¸ãopediátricasejamalgumasdasprincipaiscausas

demorbidadeemortalidadenainfância,1,2frequentemente

muitas delas não são avaliadas por medidas objetivas na

prática clínica. Há várias razões para que isso ocorraem

crianc¸as, principalmente o fato deque muitos testes não

sãopadronizados.3 Édifícilparaossujeitosentenderem e

cooperarem,hábaixareprodutibilidadeetambémfaltade

informac¸õessobredeterminadosmétodosentreos

profissi-onaisdesaúdecomopartedaavaliac¸ãodemuitasdoenc¸as

pulmonares.3

Nessesentido,testesdefunc¸ãopulmonarsão

importan-tes instrumentos para avaliar o sistemarespiratório. Eles

contamcommedidasobjetivasparaajudaradiagnosticare

gerenciardiversascondic¸õesclínicas.3Entreessasmedidas,

o teste de forc¸a muscular ventilatória é um recurso

sim-ples,nãoinvasivo,defácilaplicac¸ão,eéusadoparaavaliar

aspressõesrespiratóriasestáticasmáximas,asquais

refle-temaforc¸amuscularrespiratória.4Otesteconsistededuas

medidasdiferentes,umadirigidaparaavaliaraforc¸a

mus-cularinspiratória,pormeiodapressãoinspiratóriamáxima

(PIMAX),eaoutraparainvestigaraforc¸amuscular

expira-tória,pormeiodapressãoexpiratóriamáxima(PEMAX).4,5O

testeécomumenteutilizadoparadeterminarfraquezados

músculosrespiratórioseparaquantificaragravidadede

cer-tasdoenc¸as.4,6 Nafaixaetáriapediátrica,elepodeajudar

nomanejo e acompanhamentodedoenc¸as

neuromuscula-res,doenc¸aspulmonares,comoasmaefibrosecística,e é

tambémusadonosprogramasdereabilitac¸ão.4,7

Na prática clínica, a fraqueza dos músculos

respirató-rios pode estar associada à hipercapnia, com infecc¸ões

recorrentesetossenãoprodutiva,oquepredispõeao

desen-volvimentodeinsuficiênciarespiratóriaeaparecimentode

morbidadesmaisgraves.8,9Portanto,nasduasúltimas

déca-das, estudos10---12 têm sido feitos para gerar valores de

referênciaparapressõesrespiratóriasestáticasmáximasem

crianc¸aseadolescentessaudáveis,afimdeaumentarouso

dos mesmos na prática clínica, devido à possibilidade de

normalizare interpretaresses resultados.Recentemente,

valoresdenormalidadeforampublicadosparapré-escolares

eescolaressaudáveis10emostraramqueessaavaliac¸ãopode

serfeitamesmoemindivíduosjovens.Aausênciade

valo-resdenormalidadeemcrianc¸asmenorestemsidoatribuída,

principalmente, à dificuldade técnica e falta de

compre-ensão das crianc¸as para a realizac¸ão do exame.13,14 Isso

demonstraqueofatoridadepodeseraprincipallimitac¸ão

para avaliac¸ão e uso da forc¸a dos músculos respiratórios

nessegrupopopulacional.Noentanto,nãoexisteainda

evi-dênciaque mostre como astaxas de sucessodo teste de

forc¸amuscularventilatóriasecomportamemdiferentes

fai-xasetárias.

Portanto, considerando-se a importância desse recurso

sob diferentes condic¸ões e situac¸ões clínicas, e devido à

ausência deinformac¸ão sobre a taxa desucesso do teste

deforc¸amuscularventilatórianafaixaetáriapediátrica,o

objetivodesseestudofoideterminarataxadesucessodo

testeemcrianc¸asdequatroa12anos.Ousodessemétodo

avaliativoemidadesprecocespodeajudarnaobtenc¸ãode

umamelhoravaliac¸ãoeacompanhamentodepacientesem

(4)

Método

Estudoobservacional, transversal,emque foramincluídos

crianc¸as e adolescentes entre quatro e 12 anos,

regular-mentematriculadosemtrêsescolasdoensinobásico(duas

públicas e umaprivada), em PortoAlegre, Estado do Rio

Grande do Sul, em 2011 e 2012. Inicialmente, todas as

crianc¸as e adolescentes foram convidados a participar do

estudoereceberamumacarta-convite,juntamentecomo

termo de consentimento livre e esclarecido. Após a

assi-natura e autorizac¸ão dos pais e/ou responsáveis, foram

convidados para as medidas antropométricas, seguida do

testedeforc¸amuscularventilatória(manovacuometria)na

própriaescola.Osalunoscujospaise/ouresponsáveisnão

autorizaramasuaparticipac¸ãonoestudoeosalunosquenão

quiseramsesubmeteraotestenodiaemqueaavaliac¸ãofoi

feitanãoforamincluídos.OestudofoiaprovadopeloComitê

de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica

do Rio Grande do Sul (PUCRS) sob número 11/05503. A

avaliac¸ão antropométricafoi feitapor meio da avaliac¸ão

depeso e alturaem triplicataouaté a obtenc¸ão de dois

valoresidênticos. Opeso foi obtidocomosindivíduos em

posic¸ãoortostática,comumaquantidademínimaderoupas

esemsapatos,ebalanc¸asdigitais(G-Tech,vidro1FW,Rio

deJaneiro,Brasil)previamentecalibradascomuma

preci-sãode100gramas.Emseguida,aalturafoimedidacomos

participantesdescalc¸oseospésemumaposic¸ãoparalela,

tornozelosunidos,brac¸osestendidosaolongodocorpoea

cabec¸aemumaposic¸ãoneutra.Aalturafoiobtidapormeio

deumestadiômetroportátil(AlturaExata,TBW,SãoPaulo,

Brasil),comumaprecisãode1mm.

A forc¸a muscular respiratória foi avaliada semprepelo

mesmo avaliador (fisioterapeuta),que possui maisde um

ano de experiência com a realizac¸ão do teste e que

também foi treinado e supervisionado pelo investigador

principaldo estudo. Oteste foi avaliado pormeiode um

manovacuômetrodigital previamente calibrado(MVD300,

Globalmed,PortoAlegre,Brasil),comumavariac¸ãode−300

a+300cmH2O. Oinstrumentofoi ligadoa umtubode

sili-cone,acopladoaumfiltroisolanteeaumconectorcomum

diâmetrointernode aproximadamente2,5 centímetros,o

qualestavaligadoaumbocal.Obocalsemirrígido,plano,

tinha um orifício com umdiâmetro de aproximadamente

2mm,paraevitar umaumentodapressãointraoralgerada

pela contrac¸ão dos músculosda cavidadeoral.4 Antes de

mediraspressõesrespiratórias,opesquisadordemonstrou

e deu orientac¸ões detalhadassobre asmanobras a serem

executadas.

Primeiro, a PIMAX foi medida a partir do volume

resi-dual,seguidapelaPEMAXapartirdacapacidadepulmonar

total.4Durantearealizac¸ãodaúltimamedic¸ão,osindivíduos

foramorientadosaposicionarasmãossobreasbochechas

paraevitarqueoarseacumulassenaslateraisdacavidade

oral.15 Asmedidasforamrealizadascomumclipenasal,na

posic¸ãosentada,comotroncoereto,emumaposic¸ãode90◦

em relac¸ãoao quadril.Ambasasmedidasforamavaliadas

com esforc¸o máximo, em intervalos de aproximadamente

umminuto entre asmensurac¸ões,e sustentadas porpelo

menosumsegundo.16 Ummínimodetrês eummáximode

nove medidas foramutilizadas paracada teste.13 O teste

foiconsideradocomosucessoquandoosujeito realizouas

manobras tecnicamente corretas, incluindo três medidas

aceitáveis (ausênciadeescapedoar)eduasreprodutíveis

(variac¸ão de menos de 10% entre asduas maiores

mano-bras). O último valor registrado não podia ser maior do

que osanteriores4e oresultadofinalfoi ovalormais

ele-vadoobtido.Otestefoiconsideradoinadequado(insucesso)

quandoosujeitoavaliadonãoatingiuoscritériosde

aceita-bilidadeereprodutibilidadedescritosacima.

Otamanhodaamostrafoiestimadoparadetectaruma

taxadeinsucessodeaproximadamente10%,comumnívelde

confianc¸ade95%eumadiferenc¸amáximaaceitávelde5%.

Paraisso,serianecessárioincluirpelomenos140indivíduos.

Portanto,aamostraincluídanesteestudosuperaessa

esti-mativa.Anormalidadedosdadosfoitestadapelotestede

Kolmogorov-Smirnoveapresentouumadistribuic¸ãonormal,

demodoqueosdadosforamexpressosemmédiaedesvio

padrãodamédia.Asvariáveiscategóricasforam

apresenta-dasemfrequênciaabsolutaerelativa.Acomparac¸ãoentre

asproporc¸ões(faixaetáriaegêneroem relac¸ãoàtaxade

sucesso doteste) foi feitacom o teste do qui-quadrado.

Todas asanálises e o processamento de dadosforam

fei-toscomosoftwareSPSS,versão18.0(SPSSInc.,EUA).Em

todososcasos,asdiferenc¸asforamconsideradas

significati-vasquandop<0,05.

Resultados

O estudo incluiu 196 crianc¸as e adolescentes, com idade

média de 8,4±2,5 anos, peso de 32±12,5kg e 130±15,2

centímetros de altura; eram predominantemente brancos

(69,4%)e53,1%eramdosexofeminino.Acaracterizac¸ãoda

amostracomosdadosantropométricoseinformac¸õessobre

aforc¸amuscularrespiratóriasãoapresentadosnatabela1.

Ataxadesucessodotestedeforc¸amuscular

respirató-riaemcrianc¸aseadolescentesavaliadosfoide92,3%,que

representa181indivíduosqueconseguiramfazerotestede

formaadequada.Amaioriadascrianc¸asedosadolescentes

queparticiparamdoestudoestánafaixaetáriadogrupode

escolares(seis-12anos),76%dapresenteamostra.Emgeral,

a taxadesucessonotesteparece aumentarcomaidade,

varia de 84,2% aosquatro anos até100% aos 12 anos. Os

Tabela1 Caracterizac¸ãodaamostradoestudo

Variáveis n=196 Característicasdemográficas Idade(anos) 8,4±2,5 Sexofeminino,n(%) 104(53,1) Antropometria Peso(kg) 32±12,5 Altura(cm) 130±15,2 IMC(absoluto) 18,2±3,5 IMC(percentil) 66,6±26,8 Manovacuometria(cmH2O) PIMAX 83,5±21,9 PEMAX 96,8±26,8

Resultadossãoapresentadoscomomédiaedesvio-padrão. n,númerototaldeindivíduosavaliados;IMC,índicedemassa corporal;PIMAX,pressãoinspiratóriamáxima;PEMAX,pressão expiratóriamáxima.

(5)

Testedeforc¸amuscularventilatória:éviávelemcrianc¸asjovens? 277

Tabela2 Taxadesucessodotestedeforc¸amuscular ven-tilatóriadeacordocomafaixaetáriaestudada

Faixaetária(anos) n(N) Taxadesucesso(%)

4 16(19) 84,2 5 24(28) 85,7 6 16(18) 88,9 7 20(21) 95,2 8 25(27) 92,6 9 22(23) 95,7 10 19(20) 95,0 11 18(19) 94,7 12 21(21) 100

n,sujeitosqueobtiveramsucessonoteste;N,númerototalde sujeitosavaliados. 100 * Pré-escolares Escolares 80 60 40 20 T a xa total obser v ada 0

Insucesso Sucesso Insucesso Sucesso

Figura1 Comparac¸ãoentreastaxasdesucessoeinsucesso observadasnos doisgruposetários avaliados(pré-escolarese escolares).*Qui-quadrado:p=0,032.

valoresdesucessoparacadagrupodeidadesãomostrados

natabela2.

Quando as diferenc¸as entre as taxas de sucesso das

crianc¸as na faixa etáriapré-escolar (quatroe cinco anos)

e crianc¸as e adolescentes na faixa etária escolar (seis

a 12) foram comparadas, uma taxa de sucesso

significa-tivamente mais baixa foi observada (p=0,032) no grupo

pré-escolar (85,1%), em comparac¸ão com o grupo escolar

(94,6%)(figura1).Asdiferenc¸asnastaxasdesucesso

tam-bémforamanalisadasdeacordocomogênero.Noentanto,

nãohouvediferenc¸asignificativa(p=0,575)quandoastaxas

desucessoforamcomparadasentreossexos(figura2).

Discussão

Neste estudo, ataxa desucesso observada em crianc¸as e

adolescentesavaliadosfoide92,3%.Issomostraqueoteste

deforc¸a muscularrespiratória éumrecurso simples,fácil

deaplicarealtamenteviávelnessafaixaetária.Alémdisso,

éummétodonãoinvasivoqueforneceinformac¸ões

impor-tantessobreafunc¸ãodosmúsculosrespiratóriosimplicados

no processo de respirac¸ão, que muitas vezes são

envol-vidos em situac¸ão de desvantagem mecânica sob várias

100 Meninas Meninos 80 60 40 20

Taxa total observada

0

Insucesso Sucesso Insucesso Sucesso

Figura2 Comparac¸ãoentreastaxasdesucessoeinsucesso observadasemrelac¸ãoaogênero.

condic¸õesousituac¸ões clínicas,comoem doenc¸as

pulmo-nareseneuromusculares.4,5

Quesejadonossoconhecimento,esteéoprimeiroestudo

como objetivo dedeterminar a taxade sucessodo teste

de forc¸a muscular ventilatória em diferentes faixas

etá-riasdapopulac¸ãopré-escolareescolar,oquetornadifícil

compararosvaloresencontradoscomresultadosdeoutros

estudos. De qualquer forma, considerando-se outros

tes-tesdefunc¸ãopulmonar,acreditamosqueataxadesucesso

encontradanesteestudoéalta.Possíveisfatoresque

contri-buemincluemummaiorníveldeexplicac¸ãoparaossujeitos

avaliados,um tempo de medic¸ão maior e a paciência do

avaliadorresponsávelpelarealizac¸ãodosexames.10

Diferentemente da espirometria, para a qual foram

desenvolvidas normas e orientac¸õesespecíficas para

faci-litar sua utilizac¸ão em faixas etárias mais jovens,17 para

avaliara forc¸a muscularventilatória nesteestudo nãofoi

necessário o uso de qualquer método diferente daquele

publicadopeladiretriz.4,13Issosugerequenãoédifícilfazer

otestenessesgruposetáriosnapráticaclínica.Quando

com-paramosnossosresultadoscomastaxasdesucessodoteste

deespirometria,otestedeforc¸amuscularventilatória

tam-bémse mostroufácil e simples,umavez queastaxas de

sucessodaespirometriaestãopróximasdosresultados

apre-sentadosaqui,ou seja,em torno de85%.18-21 Além disso,

umarecenterevisãodaliteraturamostrouque,embora a

faixaetáriapré-escolarsejacaracterizadacomouma

amos-traextremamentejovem,comsuasdificuldadeselimitac¸ões

motoras,ataxadesucessodaespirometria

(independente-mentedeexperiênciaprévia)variouentre71%e92%,oque

demonstraaviabilidadedaavaliac¸ãopulmonarnessafaixa

etária.22Emboraambosostestestenhamdiferentes

meto-dologias,objetivosefuncionalidade,acomparac¸ãocomum

testede func¸ão pulmonar conhecido e amplamente

estu-dado pode indicar um parâmetro até que novas taxas de

sucessosejamgeradasparaa avaliac¸ãodaforc¸amuscular

ventilatóriapediátrica.

Como esperado, as taxas de sucesso da avaliac¸ão da

forc¸amuscularventilatóriaparecemaumentarcomaidade

dascrianc¸asavaliadas.Alémdisso, quandocomparadosos

gêneros, não foi observada diferenc¸a significativa. Esses

resultadossãosemelhantesaosencontradosemvários

estu-dosqueavaliaramastaxasdesucessodefunc¸ãopulmonar

(6)

crianc¸ascrescem,ataxadesucessotambémaumenta.21,23,24

Estudosanterioresquetiveramcomoobjetivogerarvalores

denormalidadeparaotestedeforc¸amuscularrespiratória

atribuemofracassodatécnicaàdificuldadede

compreen-são,àbaixareprodutibilidadeeàfaltadecooperac¸ãopor

partedascrianc¸asnessafaixaetária.13,14 Entretanto,esses

estudosnãodemonstraramtaxasdesucessoseparadamente

porfaixasetárias,oquedificultaummelhorconhecimento

ecompreensãodaidadecomoumfatordeinfluênciasobre

esse resultado. Nesse sentido, vários estudos que

avali-aram a frequência de sucesso do teste de espirometria

mostraram que, em idade pré-escolar, a dificuldade de

obtenc¸ãodeumtesteadequadopodeserexplicadadevido

àatenc¸ãoreduzida,fácildistrac¸ão,dificuldadede

compre-ender,coordenac¸ãomotoraebaixatolerânciaàfrustrac¸ão

duranteasmanobras.Além disso,oestágioemocionalea

fasededesenvolvimentodacrianc¸asãofatoresimportantes

nadeterminac¸ãodosucessodoteste.18,25

Emboraopresenteestudonãomostreinformac¸õessobre

ahistóriarespiratóriapréviadossujeitosincluídos,

acredita--seque esses fatoresnão influenciariam a capacidade de

umindivíduoparafazeroteste,oque constituiuo

princi-paldesfechodoestudo.Alémdisso, époucoprovávelque

condic¸õesrespiratóriasgraves,quepoderiampossivelmente

alterar o desempenho do teste,estivessem presentes em

umaamostratãojovem,saudável,recrutadaemum

ambi-ente escolar e com estado nutricional normal. Por outro

lado,mesmo queissosejapossível,estudosanteriores26,27

mostraram que indivíduos com asma leve a moderada

nãoapresentamreduc¸ãodaforc¸amuscularventilatória,o

quegeralmenteestáassociadocomdoenc¸apulmonarmais

grave,incluindoapresenc¸adehiperinflac¸ãoeestado

nutri-cionalinadequado.28,29

Umadaslimitac¸õesdesteestudoéqueotesteéfeitopor

umavaliadorexperiente,queestáinteressadoemalcanc¸ar

tanto sucesso quanto possível nos testes, o que pode ter

contribuído paraa alta taxa desucesso encontrada nessa

amostra.Noentanto,essesresultadossóreforc¸amaideia

dequeépossívelfazeressetestenafaixaetáriapediátricae

que,pelomenosemparte,alcanc¸arosucessodependenão

sódascrianc¸ase/ouadolescentesavaliados,mastambém

doesforc¸oeestímulofornecidospeloavaliador.Nesse

sen-tido,umestudoanterior30demonstrourecentementequea

qualidadedaespirometriaaumentoude57%para83%apósa

inclusãodeumprogramadetreinamentofeitopor

teleme-dicinaem 15centrosparticipantes. Novosestudossobrea

frequênciadesucessonogrupodeidadepré-escolardevem

ser incentivados, a fim de obterem-se novas informac¸ões

sobre o comportamento das taxas de sucesso nessa faixa

etária,permitir comparac¸ões entreosestudos e ajudara

alcanc¸ar um maior uso desse recurso entre a populac¸ão

infantil.

Emresumo,otestedeforc¸amuscularventilatória

apre-sentouumaalta taxadesucessonapopulac¸ão pré-escolar

e escolaravaliadas.Além disso, ataxa desucessoparece

aumentarcoma idade.Osachadosdesteestudo mostram

queotestedeforc¸amuscularventilatóriaéumrecurso

sim-ples e de fácil aplicac¸ão. Assim,a obtenc¸ão deum teste

adequadopodegarantiraqualidadedasavaliac¸õese,

con-sequentemente,osucessonocontrole eacompanhamento

dosresultadosnasdiferentesdoenc¸asrespiratórias.

Financiamento

Oestudonãorecebeufinanciamento.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

Os autores agradecem à FAPERGS pela bolsa concedida

(JPHF).

Referências

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Referências

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