U
n i m a d e i r a s
GUIA
IDENTIFICAÇÃO E CONTROLO
DE
PLANTAS INVASORAS
Grupo Unifloresta
Copia não controlada Índice Pag. .1 Objetivo 3 .2 Campo de aplicação 3 .3 Referencias 3 .4 Responsabilidades 3 .5 Procedimento 4
1. Objetivo
Estabelecer, conjuntamente com os documentos em anexo, ações de boas práticas para a identificação, controlo, eliminação e gestão de áreas afetadas com plantas invasoras, na Unidade de Gestão Florestal do Grupo Unifloresta.
2. Campo de Aplicação
Este procedimento aplica-se aos membros do Grupo Unifloresta.
3. Referências
Norma NP EN ISO 9001:2008 – Sistemas de Gestão da Qualidade
Norma NP Norma 19011:2012
Norma FSC STD 01 001
Norma NP 4406:2014 – Sistemas de Gestão Florestal Sustentável
Marchante, E., Freitas, H., Marchante, H. 2008. Guia Prático para a Identificação de
Plantas Invasoras de Portugal Continental. Ed. Dos autores. Coimbra
Marchante, H., Marchante, E., Freitas, H. 2005. Plantas Invasoras de Portugal – Fichas
para identificação e controlo. Ed. Dos autores. Coimbra
4. Responsabilidades
Estão definidas as seguintes responsabilidades:
Administração
Garantir a realização do processo de verificação de existência de plantas invasoras,
acompanhamento da monitorização das atividades e análise dos resultados, nomeadamente através da disponibilização de meios e recursos para o efeito.
Analisar os resultados e aprovar as ações decorrentes.
Outras responsabilidades definidas no Manual de Gestão do Grupo ou noutros
Secção Florestal
Identificação de espécies invasoras, definição das necessidades, execução do Plano de
Gestão, monitorização das atividades e verificação dos resultados obtidos.
Reporte ao Gestor da Certificação do andamento do processo e dos resultados obtidos.
Em função dos resultados, propor ações decorrentes.
Outras responsabilidades definidas no Manual de Gestão do Grupo Unifloresta ou
noutros documentos aplicáveis.
Gestão da Certificação
Verificar o cumprimento dos procedimentos aplicáveis e tecer ações decorrentes.
Em colaboração com os restantes elementos da Administração do Grupo Unifloresta,
definir, alterar ou elaborar procedimentos de gestão.
Outras responsabilidades definidas no Manual de Gestão do Grupo Unifloresta.
5. Procedimento
5.1 Enquadramento
Uma espécie é considerada invasora quando, uma vez introduzida, tem a capacidade de aumentar substancialmente a sua distribuição sem intervenções diretas do Homem, ameaçando as espécies nativas e, por vezes, eliminando-as completamente.
Estas provocam problemas graves a nível ecológico, económico e social.
Foram introduzidas no passado de forma intencional para fins ornamentais, controlo de erosão, exploração florestal ou agrícola, ou acidental em transporte com semente de outras espécies. Estas espécies são consideradas como a segunda maior causa de perda de biodiversidade mundial, dando origem aos seguintes impactes negativos:
Económicos - quando invadem áreas florestais, inviabilizando a produção e/ou
implicando gastos elevadíssimos no seu controlo.
Saúde pública - quando provocam doenças, alergias ou funcionam como vetores de
pragas.
Água - diminuição da disponibilidade de água nos lençóis freáticos.
Ecossistemas - uniformização dos ecossistemas, alteração de regimes de fogo,
5.2 Identificação
As principais plantas invasoras presentes em Portugal são as seguintes:
Família N.º Espécie Nome científico
Espécie Nome comum
Aizoaceae 1 Carpobrotus edulis Chorão-da-praia
Apiaceae 2 Erygium pandanifolium Piteirão
Asteraceae
3 Artotheca calendula Erva gorda
4 Conyza banarlensis Avoadinha-peluda
5 Erigeron karvinskianus Vitadínhadas-das-floristas
6 Galinsoga parviflora Erva-da-moda
7 Senecloblcolorsub. Sp. cineraria Senécio
Azollaceae
8 Azolla fillculoldes Azola
9 Azolla mexicana Azola
Cactaceae 10 Opuntia ficus-indica Figueira-da-índia
Commelinaceae 11 Trandescantia fluminensis Erva-da-fortuna
Convolvulaceae 12 Ipomoea acuminata Bons-dias
Faboceae
13 Acacia dealbata Mimosa
14 Acacia karoo Espinheiro-karro
15 Acacia longifolia Acácia-de-espigas
16 Acacia mearnsil Acácia-negra
17 Acacia melanoxylon Autrália
18 Acacia pycnantha Acácia
19 Acacia retinodes Acácia-virilda
20 Acacia saligna Acácia
Família N.º Espécie Nome científico
Espécie Nome comum
Haloragaceae 22 Myrlophyllum brasillense Pinheirinha
Hydrocharitaceae 23 Elodea canadensis Elódea
Oxalidaceae 24 Oxalis pes-caprae Azedas
Pittosporaceae 25 Pittosporum undulatum Árvore-do-incenso
Poaceae
26 Arundo donax Cana
27 Cartaderia selloana Penachos/Erva-das-pampas
28 Spartina densiflora --
Pontederiaceae 29 Eichhordia crassipes Jacinto-de-água
Proteaceae
30 Hakea salicifolia Háquea-folhas-de-salgueiro
31 Hakea sericea Háquea-picante
Simaroubaceae 32 Ailanthus altissima Espanta-lobos
Salanoceae 33 Datura stramonium Figueira-do-inferno
5.3 Controlo de espécies vegetais invasoras
O controlo destas espécies é um processo moroso, extremamente dispendioso, cujo resultado depende da atuação conjunta nas áreas vizinhas.
Adicionalmente, não existe qualquer plano nacional ou regional de controlo de invasoras. Na invasão de uma área sobre a qual não temos total tutela, a intervenção deverá ser ponderada, uma vez que o sucesso da mesma e sua viabilidade financeira estão dependentes da localização da propriedade, do grau de ataque e do grau de envolvimento dos vizinhos.
Neste documento apresentamos as medidas síntese de controlo para o grupo Unifloresta, realçando a prevenção e deteção precoce.
5.4 Medidas de controlo
As medidas de controlo de invasoras consistem em:
Prevenção - Medidas tomadas com o objetivo de impedir a introdução de espécies
invasoras ou outras em que a informação não seja suficiente e sensibilização da população em geral e dos proprietários em particular.
Esta medida considera-se de extrema eficácia e custos reduzidos, na medida em que a infestação inicia-se com um diminuto número de exemplares que rapidamente se multiplicam e expandem.
Controlo em áreas grandemente invadidas - Esta intervenção exige um planeamento
maior, que inclua a determinação da dimensão da invasão, a identificação das possíveis causas, a avaliação dos impactes, o estabelecimento de prioridades, a avaliação das metodologias de controlo mais adequadas e a posterior monitorização da recuperação da área controlada.
A aplicação do método de controlo deve ser bem ponderada, considerando a vulnerabilidade do ciclo fenológico de cada espécie, densidade, idade da população invasora, o tipo e a as condições da vegetação indígena e o tipo e condições de acesso ao terreno.
Qualquer metodologia de controlo adotada deve contemplar três fases:
1ª - Controlo inicial: redução drástica das populações
2ª - Controlo de seguimento: Acompanhamento frequente das áreas controladas,
para deteção da regeneração por rebentação de toiça ou raiz, germinação de sementes, entre outros.
3ª - Controlo de manutenção: Controlo eficaz de baixos níveis das populações
invasoras, a mais longo prazo.
Os métodos mais usados no controlo de invasoras são os seguintes:
Controlo mecânico - Consiste em danificar fisicamente os indivíduos através do
arranque (espécies herbáceas ou arbóreas jovens), do corte raso (não é eficaz para espécies que rebentem de toiça, quando não é associado a outro método) ou do descasque junto ao pé de cada exemplar (tem-se revelado um método eficaz para controlo de exemplares lenhosos isolados e dimensão aceitável).
Controlo químico - É um método bastante utilizado, com resultados satisfatórios.
Contudo, quando mal utilizado (uso indiscriminado e época incorreta) pode causar graves danos ao ecossistema ou ter eficácia reduzida ou nula. Normalmente, a aplicação realizada após muito tempo do corte não tem resultados satisfatórios, por falta de capacidade de absorção pela planta.
O método químico pode ser implementado com a pincelagem de cepos ou troncos, injeção ou pulverização da rebentação jovem a abundante.
Controlo biológico - Este método, apesar de promissor, apresenta alguns riscos, tais
Em Portugal, ainda não existem agentes de controlo biológico libertados na natureza, embora tenham sido testados agentes para o controlo de jacinto-de-água e a acácia longifólia.
Fogo controlado - O uso de fogo controlado pode ser considerado em determinadas
espécies, contribuindo sobremaneira para a redução do banco de sementes e estímulo da germinação de outras, que devem ser arrancadas em seguida.
Todavia, identificam-se algumas desvantagens/perigos, nomeadamente a dificuldade de aplicação e os efeitos nefastos sobre as espécies indígenas.
Plantação de outras espécies - A introdução de outras espécies, sem caráter invasor,
poderá ser, em circunstâncias específicas, a única formar de controlar a sua regeneração ou expansão para propriedades vizinhas. As espécies a plantar deverão ter capacidade de ensombramento suficiente para impedir a germinação ou rebentação de toiça/raiz da invasora.
A combinação dos métodos apresentados tem-se revelado mais eficaz que a sua aplicação individual, onde as medidas de controlo isoladas e precipitadas podem conduzir ao agravamento da situação.
5.5 Metodologias de identificação e controlo
A escolha do método ou métodos para a identificação e para o controlo de espécies invasoras deve ser baseada e complementada com a consulta (entre outros eventuais considerados relevantes) dos seguintes documentos externos:
Marchante, E., Freitas, H., Marchante, H. 2008. Guia Prático para a Identificação de
Plantas Invasoras de Portugal Continental. Ed. Dos autores. Coimbra.
Marchante, H., Marchante, E., Freitas, H. 2005. Plantas Invasoras de Portugal – fichas para identificação e controlo. Ed. Dos autores. Coimbra.
6. REGISTO DAS ALTERAÇÕES
REVISÃO Nº DATA PROCEDIMENTO/
SECÇÃO ALTERADA DESCRIÇÃO DAS ALTERAÇÕES
00 02.09.2014 - 1ª versão do Guia.
01 27.10.2014 3 Alteração da designação da NP 4406 para o ano