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NÚMERO E FREQUÊNCIA DE APLICAÇÕES DE INDUTOR DE RESISTÊNCIA PARA CONTROLE DO MOFO-PRETO EM CAJUEIRO

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________ NÚMERO E FREQUÊNCIA DE APLICAÇÕES DE INDUTOR DE RESISTÊNCIA

PARA CONTROLE DO MOFO-PRETO EM CAJUEIRO

Francisco Marto Pinto Viana1, Joilson Silva Lima2, Heliel Átila de O. Saraiva3, Tomil Ricardo

Maia de Sousa4, José Emilson Cardoso1, Francisco das Chagas O. Freire1

1Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Embrapa Agroindústria Tropical; 2Estudante de Agronomia, UFC,

bolsista PIBIC/CNPq; 3Engenheiro Agrônomo, INCRA – TO;4Engenheiro Agrônomo, mestrando em

Fitotecnia, UFC.

INTRODUÇÃO

O mofo-preto do cajueiro, Anacardium occidentale L., é uma doença de importância crescente no Litoral nordestino, principalmente na atualidade com a expansão da área cultivada com o cajueiro-anão, mais susceptível que o comum (CARDOSO et al., 1994). A doença é causada por Pilgeriella anacardii Arx & Muller, fungo parasita obrigatório que cresce externamente sobre a epiderme inferior da folha, emitindo haustórios para o interior das células do mesófilo (BATISTA; CAVALCANTE; ALBUQUERQUE, 1967). Esse patógeno inicia seu ciclo epifitótico em cajueiro anão no início do período chuvoso, independente da ocorrência de folhas jovens, atingindo seu ponto máximo ao término deste, que, no litoral nordestino, corresponde aos meses de maio a junho. A curva de progresso da doença segue a curva de precipitação mensal, independente do estádio fenológico das plantas (CARDOSO et al., 2000).

Ocorrências epifitóticas dessa enfermidade têm sido verificadas em pomares localizados ao longo do litoral dos Estados do Ceará e do Piauí e as perdas ocasionadas pela redução da fotossíntese e inibição das trocas gasosas, decorrentes da obstrução dos estômatos, e pela queda prematura das folhas, reclamam urgente ações de controle, o que motivou este trabalho.urgente respondem pelos prejuízos à cultura.

Nos últimos anos, o emprego da indução de resistência no controle de doenças de plantas, através da utilização de agentes elicitores vem despertando o interesse dos cientistas, sejam bióticos ou abióticos (DROBY et al., 1993; GÖRLACH et al., 1993; LYON; NEWTON, 1997; KATZ; THULKE; CANRATH, 1998; SANHUEZA, 1998). Cohen (2002) revisou os patossistemas nos quais DL-ß-aminobutirico (BABA) portou-se como indutor de resistência sistêmica tendo encontrado mais de 20 culturas nas quais esse aminoácido foi ativo, isso contra um total de mais de 50 patógenos. O acibenzolar-S-methyl é uma molécula que

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______________________________________________________________________________ interfere nos processos fisiológicos e/ou bioquímicos das plantas sendo capaz de ativar sua resistência contra um amplo espectro de patógenos, não apresentando toxicidade inerente sendo que o risco de seleção de isolados resistentes dentro de uma população de patógenos é considerado baixo, apresentando-se bastante promissora no controle de doenças pós-colheita de frutos tropicais (MÉTRAUX et al., 1991; GÖRLACH et al., 1996; HUNG, Y et al., 2000). Cavalcanti e Resende (2005) verificaram reduções de até 55,4% na severidade da murcha-de-verticilium em cacaueiro, enquanto Sales Júnior et al. (2007) em teste comparativo, observaram que o asm foi mais eficiente que o oxicloreto de cobre isolado e misturado com o ASM no controle da podridão aquosa dos frutos do meloeiro. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Estação Experimental da Embrapa Agroindústria Tropical, localizada na Cidade de Pacajus,CE., empregando-se uma área com cajueiro anão precoce de 3 anos de idade do clone CCP 76, susceptível ao mofo-preto. As plantas foram previamente podadas e adubadas para renovação vegetativa cerca de 3 meses antes do início das aplicações dos tratamentos-testes.

O indutor de resistência testado foi o acibenzolar-s-Methil (ASM), o qual foi aplicado em diferente número de aplicações e doses em comparação com o fungicida oxicloreto de cobre, este em dose e número de aplicações preconizadas para controle da doença. As aplicações dos produtos foram efetuadas na copa das plantas por meio de pulverizações, utilizando-se um pulverizador costal-manual de 20 L.

A dosagem de ASM empregada foi de 0,03 g/L de água, enquanto a utilizada para formulação da calda de oxicloreto de cobre, este com 50% de cobre metálico, foi de 3g/L de água, ambos as doses em relação aos produtos comerciais correspondentes, aplicados sob a forma de pulverização em vazão equivalente 0,5 litros da calda por planta.

Os tratamentos foram constituídos de: T0- sem pulverizações;

T1- duas pulverizações do ASM em intervalo de 21 dias; T2- duas pulverizações do ASM em intervalo de 30 dias; T3- quatro pulverizações do ASM em intervalos de 21 dias; T4- quatro pulverizações do ASM em intervalos de 30 dias; T5- seis pulverizações do ASM em intervalos de 21 dias; T6- seis pulverizações do ASM em intervalos de 30 dias;

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______________________________________________________________________________ T7- doze pulverizações com o fungicida em intervalos quinzenais.

O delineamento estatístico empregado foi o de blocos ao acaso com 3 repetições e

as avaliações foram realizadas a cada 30 dias, acompanhando-se a evolução da doença com base em uma escala de notas de severidade que variou de 0 a 4, relativas área foliar afetada pelo fungo: 0- ausência da doença; 1- até 10 % da área foliar afetada; 2- de 10,1 a

25 % da área foliar afetada; 3- de 25,1 a 50 % da área foliar com o sinal da doença; 4- acima de 50 % da área foliar com mofo-preto.

Os dados obtidos foram analisados com auxílio do programa Assistat, versão 7.5, desenvolvido na UAEG/CTRN-UFCG, Campina Grande-PB.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 tem-se o resultado de onze avaliações mensais seguidas, onde pode ser verificado o efeito dos tratamentos sobre a doença estudada. As médias foram analisadas no programa estatístico Assitat pelo teste de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.

TABELA 1- Médias da severidade do mofo-preto em plantas de cajueiro do clone CCP 76 tratadas com Acibenzolar-S-Methil.

Tratamentos Médias1

T0- sem pulverizações

T1- 2 pulverizações ASM – 21/21 dias T2- 2 pulverizações ASM – 30/30 dias T3- 4 pulverizações ASM – 21/21 dias T4- 4 pulverizações ASM – 30/30 dias T5- 6 pulverizações ASM – 21/21 dias T6- 6 pulverizações ASM – 30/30 dias

T7- 12 pulverizações ox.cobre 15/15/dias

1,4924 c 1,2878 bc 1,0984 ab 1,1287 ab 1,1818 ab 1,1363 ab 1,0606 ab 0,9015 a C.V.= 9,13%

1Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, segundo o teste de Tukey (P 0,05).

Esse resultado confirma a observação de Cardoso, Freire e Sousa (1996), relativa ao efeito positivo do fungicida cúprico sobre o mofo-preto, desde que aplicado no início da estação chuvosa, ou seja, antes do início da doença. Neste trabalho, o tratamento com o oxicloreto de cobre foi, nominalmente, o melhor, embora não tenha diferido significativamente dos

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______________________________________________________________________________ tratamentos com ASM com 6 e 4 aplicações e com apenas 2 aplicações de 30 em 30 dias. Considerando-se o número e freqüência de pulverizações exigidas pelo oxicloreto de cobre para manutenção da sanidade das plantas, ou sejam, 12 pulverizações intervaladas de 15 dias num período de 11 meses, em comparação com os resultados obtidos com o ASM, é possível que esse indutor de resistência seja mais vantajoso no controle da doença, visto que reduz a mão de obra com pulverizações e, possivelmente, protege a planta contra o ataque de outros patógenos.

Dos tratamentos com ASM, o T2 mostrou-se o mais adequado, visto que seu resultado foi semelhante ao do fungicida preconizado, requerendo, porém, menor número de pulverizações.

CONCLUSÕES

O indutor de resistência acibenzolar-S-methil foi ativo na indução de defesa do clone CCP 76 de cajueiro contra Pilgeriella anacardii.

Menor número e freqüência de aplicações de acibenzolar-S-methil são exigidas para controle do mofo-preto do cajueiro que do fungicida oxicloreto de cobre.

REFERÊNCIAS

BATISTA, A.C.; CAVALCANTE, W.A.; ALBUQUERQUE, M.A.R. Diploidium

anacardiacearum n. sp. E outros Dematiaceae. Atas do Instituto de Micologia, v.5,

p.175-184, 1967.

CARDOSO, J.E; CAVALCANTE, M.J.B.; CAVALCANTI, J.J.V.; VIEIRA, A.C.F. Identificação de fontes de resistÊncia em clones de cajueiro anão precoce às principais doenças foliares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 13, 1994, Salvador. Anais...

Salvador: Sociedade Brasileira de Fruticultura. 1994. p.297.

CARDOSO, J.E.; FREIRE, F.C.O.; SOUSA, R.N.M. Efeito de fungicidas no controle do

mofo-preto-do-cajueiro. Fortaleza: Embrapa-CNPAT, 1996. 3p. (Embrapa-CNPAT.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

______________________________________________________________________________ CARDOSO, J.E.; FELIPE, E.M.;CAVALCANTE, M.J.B.; FREIRE, F.C.O.; CAVALCANTE, J.J.V. Precipitação pluvial e progresso da antraccnose e do mofo-preto-do-cajueiro

(Anacardiium occidentale L.). Summa Phytopathologica, v. 26. n.4, p.413-416, 2000.

CAVALCANTI, L.S.; RESENDE, M.L.V. Efeito da época de aplicação e dosagem de acibenzolar-S-metil na indução de resistÊncia à murcha-de-verticilium em cacaueiro.

Fitopatologia Brasileira, v.30, p.67-71, 2005.

CHOEN, Y.R. ß-Aminobutyric acid-induced resistance against plant pathogens. Plant

disease, St.Paul, v. 86, n. 5, 2002.

DROBY, S. et al. Possible modes of action of antagonists of postharvest diseases. Bulletin

OILB/SROP, v. 16, n. 11, p. 186-189, 1993.

FREIRE, F.C.O.; CARDOSO, J.E.; VIANA, F.M.P. Doenças de fruteiras tropicais de

interesse agroindustrial. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2003. p.192-203.

GÖRLACH, J.L. et al. Benzothiadiazole, a novel class of inducers of systemic acquired resistance, activites gene expression and disease resistance in wheat. Plant Cell, v. 8, p. 629-643, 1996.

KATZ, V.A.; THULKE, O.U.; CONRATH, U. A benzothiadiazole primers parsley cells for augmented elicitation of responses. Plant Physiology, v. 117, n.4, p. 1333-1339, 1998. LYON, G.D.; NEWTON, A.C. Do resistance elicitors offer new opportunities in integrated disease control strategies? Plant Pathology, v. 46, p. 636-641, 1997.

MÉTRAUX, J. P.; AHL GOY P.; STUAB, T.; SPEICH, J.; STEINMANN, A.; RYALS, J.; WARD, E. Induced systemic resistance in cucumber in response to 2,6-dichloroisonicotinic acid and pathogens. In: Hennecke, H. and Verma, D.P.S. (eds.) Advances in Molecular

Genetics of Plant-Microbe Interations, v. 1, p. 432-439, 1991.

SANHUEZA, R.M.V. Leveduras para o biocontrole de fitopatógenos. VI SOCONBIOL, p. 340-343, 1998.

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______________________________________________________________________________ SALES JÚNIOR, R.; PONTES FILHO, F.S.T.; NUNES, G.H.S.;TORRES, G.R.C. Eficiência de acibenzolar-S-methyl e oxicloreto de cobre no controle de Acidivorax avenae subsp.

citrullli, agente causal da “mancha-aquosa” no meloeiro.

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