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Aprenda a cultivar de tudo em vasos. um guia para casas e apartamentos

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Academic year: 2021

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Aprenda a cultivar de tudo em vasos –

um guia para casas e apartamentos

Módulo 1 – Genética e Ambiente

Autor: Diogo Gonçalves Neder 1 – A genética.

O bom desenvolvimento de uma planta depende de fatores internos e externos a mesma. Os fatores internos dizem respeito à genética e fisiologia da planta, todos seres vivos possuem DNA e/ou RNA, moléculas responsáveis por definir as suas características hereditárias.

Desde o início da agricultura a cerca de 12 mil anos, os seres humanos vêm selecionando as plantas cultivadas. A cada safra eram escolhidos os frutos a serem consumidos e aqueles dos quais as sementes seriam utilizadas para dar início a um novo plantio. Tais seleções propiciaram mudanças significativas na estrutura e hábito destas plantas. Para ilustrar vemos abaixo os frutos de banana e melancia de variedades primitivas.

Figura 1 – Molécula de DNA.

Figura 2 – Frutos de banana e melancia ancestrais.

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O mesmo processo ocorreu na domesticação de outras plantas e também dos animais domésticos. Nos últimos 250 anos, cultivadores e profissionais

chamados “melhoristas de plantas” vêm aplicando os mais diversos

conhecimentos científicos da área de genética, botânica, matemática e computação no desenvolvimento de novas variedades cultivadas (cultivares) de plantas. Foi assim que plantas tradicionalmente de clima temperado (frio) foram adaptadas às condições tropicais (quente), como às videiras, macieiras, cenoura, couve-flor, brócolis, entre outras. E não apenas as plantas comestíveis, as plantas ornamentais como as orquídeas, bromélias, rosas, rosas-do-deserto...também passaram por este processo de seleção originalmente às mais diversas combinações de cores.

Qual a importância disso?

Quando vamos escolher o que plantar devemos verificar as exigências da espécie e também a disponibilidade de cultivares para diferentes condições ambientais. Por exemplo, a alface é uma espécie que originalmente se adapta bem às condições amenas, temperaturas moderadas (em torno de 20°C) e média exposição a luz solar (se adapta bem a sombra parcial). Quando exposta a excesso de temperatura e luz ocorre a queima das folhas (tip burn) e o pendoamento/florescimento precoce (figura 4), tornando o mesmo impróprio para o consumo devido a produção de um látex amargo.

Figura 3 - Algumas combinações de cores das flores da orquídea Cattleya.

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Entretanto, existem cultivares desenvolvidas para condições de calor e essas informações são fornecidas pelo produtor das sementes (Figura 5).

Sempre pesquise sobre às características e exigências das espécies e cultivares que deseja cultivar antes de adquirir sementes e mudas. Essas informações são fornecidas pelas empresas produtoras de sementes em sites e por vezes na embalagem do produto. Caso busque por mudas consulte o viveirista sobre o nome e exigências do que está comprando. As informações fornecidas podem ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de um plantio.

Figura 4 – Florescimento da alface.

Figura 5 – Características genética da cultivar de alface Moana (Isla sementes).

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2 – Fatores ambientais.

Tudo que não for genético, ou seja, herdado pelo DNA da planta, é ambiental. Quando falamos em ambiente, nos referimos às condições climáticas, do solo ou substrato, da ocorrência de pragas e doenças e do manejo realizado pelo cultivador.

2.1 – Clima e microclima.

O clima é o conjunto de fenômenos associados às variações do tempo da atmosfera terrestre em um determinado local. São exemplos de fatores climáticos: a temperatura, incidência de luz solar, pluviosidade e ventos. Enquanto o microclima consiste em uma condição climática específica para um dado local. Por exemplo, a temperatura média em sua cidade pode está marcando 30 °, mas as condições específicas de sua casa ou apartamento pode ser muito diferente disso (para mais ou para menos). Tudo depende das condições próprias de sua residência como a incidência de luz/sombra, ventilação, material de construção, arborização e existência de aparelhos condicionadores de ar. Leve em consideração o clima de sua cidade, mas fique muito mais atento ao ambiente local de cultivo.

A temperatura influência diretamente no ciclo das plantas cultivadas e no seu florescimento. A melancieira por exemplo quando cultivada no Sul do país (clima ameno) leva em torno de 80 a 90 dias para produzir frutos em ponto de colheita, já no clima quente e ensolarado do Nordeste ela necessita de apenas 55 a 60 dias para produzir. Por outro lado, plantas como a macieira exigem um acúmulo superior a 400 horas de frio (abaixo de 7,2 °C) para florescer e produzir, condição presente apenas no Sul e outras regiões de altitude. Isso significa que ela não produz em regiões quentes? Não é bem assim, veremos que o ser humano é bastante engenhoso.

A luz solar também desempenha um papel fundamental no crescimento das plantas, afinal a energia que mantém as plantas e os seres que se alimentam delas provém diretamente do Sol. O processo de fotossíntese captura a energia luminosa (espectro vermelho e azul) e a armazena em moléculas de glicose, as quais são utilizadas como fonte de energia em todo metabolismo. Então, poderíamos chegar à conclusão de que quanto mais luz melhor, mas isso

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depende. Na natureza, existem plantas que surgiram e evoluíram sobre condições de Sol intenso e exigem o mesmo para crescerem, porém existem aquelas oriundas de sombra ou sombra parcial (crescem abaixo da copa de outras arbusto ou árvores). Quando adquirimos uma planta ou muda devemos sempre verificar a exigência de luz, em feiras é comum a existência de plantas indicando se a planta é de sombra total, parcial ou de sol. Este é um dos principais erros de cultivadores iniciantes que acaba promovendo a perda de plantas. Ao submeter uma planta de sombra ao sol intenso ela perderá suas folhas, queimará e morrerá. Por outro lado, se submetemos uma planta de sol a uma condição sombreada ela ficará atrofiada e não florescerá. Não é uma lei, mas no geral as fruteiras exigem exposição solar direta, plantas herbáceas como o tomate, pimentão e abóboras se adaptam bem tanto ao sol quanto a sombra parcial, assim como as folhosas e ervas como a alface se desenvolvem bem em condições sombreadas.

A pluviosidade é importante quando consideramos o cultivo ao céu aberto, a ocorrência de chuvas supre a demanda da planta em água. Essa demanda pode ser bastante significativa, uma videira adulta pode exigir até 40 litros de água por dia. No cultivo em vasos dificilmente as chuvas suprirão a demanda das plantas, tanto em relação a quantidade como em constância. Neste caso, o cultivador deverá complementar a exigência em água, mas com cuidado para não exagerar. Se o cultivo for em local coberto a demanda em água deverá ser suprida totalmente pelo cultivador.

Por fim, é importante atenção especial aos ventos, muitas vezes observamos correntes de ventos em casas e apartamentos que apesar de diminuir a temperatura, em excesso, podem causar a quebra de ramos e a derrubada de flores e frutos. Em alguns casos pode ser necessário a implantação de quebra ventos.

2.2 – Substrato.

A escolha e preparo de um bom substrato é essencial para promover o bom desenvolvimento das raízes e consequentemente da da planta como um todo. Além de todos os nutrientes essenciais e dá capacidade de armazenar água, o substrato deverá ser suficientemente poroso para reter o ar necessário para a

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respiração e o crescimento das raízes. Diversas matérias como areia, terra vegetal, pó de coco, húmus de minhoca, carvão moído e outros podem ser utilizados para obtenção de um substrato ideal. Teremos um módulo apenas para tratar sobre o preparo de substratos.

2.3 – Pragas e doenças.

Assim como outros seres vivos, as plantas são acometidas por doenças causadas por patógenos (fungos, bactérias, vírus e nematoides) e injúrias provocadas por pragas (insetos, ácaros, moluscos, etc.). Caso nenhum método para controle ou prevenção seja empregado o risco de perdas de plantas ou na sua produção será inevitável. No campo agrícola é utilizado diferentes formas de controle: químico (inseticidas, fungicidas, bactericidas...), biológico (liberação de inimigos naturais das pragas e patógenos), cultural (época e local de plantio, manejo da cultura, adubação, irrigação, etc), genético (cultivares resistentes) e comportamental (hormônios). Porém, considerando a toxidade de muitos destes produtos, a dificuldade de acesso e custos iremos recomendar a aplicação de produtos de baixa toxidez utilizados em cultivos orgânicos. As discussões sobre estes produtos e a forma de preparo e aplicação serão vistos num módulo específico.

2.4 – O cultivador.

O último elemento do ambiente consiste no próprio cultivador e no seu manejo. Todas as decisões e ações tomadas irão interferir diretamente nos demais elementos mencionados. Por isso, é tão importante que o cultivador possua os conhecimentos necessários para compreender os fatores que afetam o desenvolvimento das plantas e como manejá-los. Voltando ao exemplo das macieiras, apesar da exigência em frio, descobrimos que uma combinação de desfolha, poda e aplicação de um indutor de brotação (extrato de alho) fazem com que as macieiras floresçam e produzam mesmo em regiões de temperaturas extremamente elevadas.

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3 – Selecionando ou criando um ambiente de cultivo ideal.

A princípio todos os ambientes de uma casa ou apartamento são propícios para o cultivo de plantas. No caso, o cultivador pode escolher manejar a genética, selecionando espécies e cultivares, o ambiente ou a ambos. Por exemplo, em ambientes abertos como jardins, hortas, sacadas e pergolados com incidência de luz direta, escolha plantas de sol como as frutíferas, hortaliças herbáceas e ornamentais de pleno sol como a Rosa do Deserto, cactos, suculentas etc. Em ambientes de meia sombra, locais com boa iluminação, porém sem incidência direta de luz solar, prefira o plantio de hortaliças e ervas. Por outro lado, em locais sombreados dê preferência a ornamentais de sombra como antúrio, espada-de-são-jorge, lírio da paz e plantas em terrários fechados como fitônias e musgos.

A outra opção é mudar o ambiente, se o local tem muita incidência de sol pode-se utilizar um sombrite para diminuir a luz e o calor. Caso o problema pode-seja sombra é possível a instalação de lâmpadas de LED para agricultura, elas forneceram toda a energia luminosa que a planta necessita. Tudo é uma questão de custo-benefício e quando falamos em custo-benefícios não são apenas pela produção física de frutos ou folhas, mas pelo prazer de produzi-los.

Por fim, a condição ideal é sempre pensar numa combinação de ambos os fatores (genéticos e ambientais). Escolha plantas de espécies e cultivares corretamente e forneça as melhores condições ambientais possíveis.

Referências

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