A ALIYAH E OS IMIGRANTES BRASILEIROS EM ISRAEL1
Carlos Alberto Póvoa2
Mauro Cristiano de Paula3
RESUMO
A diversidade cultural, étnica, religiosa e nacional que o Estado de Israel recebeu de seus imigrantes não é um problema para a integração entre os grupos majoritários e minoritários. As constantes levas de imigrantes judeus brasileiros por meio da Aliyah colaboram com a natureza da população judaica no país, assim como a inserção de novos atores na paisagem israelense que configuram outra realidade por parte das imigrações ilegais de grupos de brasileiros de não judeus. Apesar disso e das diferenças, em Israel se tem uma das maiores diversidades e multiplicidades conhecidas em todo mundo, tornando o Estado de Israel um só povo para uma só nação. Com as diferentes formas e modos de imigrar, busca-se avaliar como vivem os brasileiros da Aliyah e os da clandestinidade, assim como a sua inserção no meio econômico e social, cultural e religioso, além da variação e caracterização a esse imigrante brasileiro no espaço israelense.
Palavras-chave: Israel. Aliyah. População. Imigração de brasileiros.
INTRODUÇÃO
A busca pela apreensão por novos aportes e conceitos de autores e suas temáticas acerca das questões migratórias, bem como sócio espaciais apresentadas por determinadas seleções de leituras e análises tiveram uma expressiva contribuição para o entendimento do desenvolvimento da sociedade israelense e do
imigrante – Olim (plural da palavra Olê4). Nesta perspectiva, um estudo sobre
imigrantes brasileiros para Israel acontece no momento em que o Oriente Médio vive situações extremamente complicadas como a guerra na Síria, o Estado Islâmico e a Questão Palestina. Sem embargo, tudo isso gera uma curiosidade por qual motivação tais imigrantes brasileiros e os Olim brasileiros tornaram como destino o Estado de Israel.
1
Trabalho apresentado no IV Seminário Nacional sobre População, Espaço e Ambiente, realizado nos dias 23 e 24 de Outubro de 2017, em Limeira, SP, nas dependências da FCA/UNICAMP.
2
Professor Doutor no Departamento de Geografia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM e Pós-Doutor em Geografia Humana, USP/BGU.
3
Graduado em Geografia pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Professor da Rede Pública Estadual de Ensino em Uberaba- MG.
Segundo Singer (2011), Israel é hoje, um dos maiores centros de investimentos avançados em tecnologias do Oriente Médio e do mundo, assim como uma nação empreendedora, onde o milagre econômico move oportunidades e ganhos para o país, mesmo encontrando-se em situações de conflitos e guerras, a economia israelense cresce a passos largos e a sociedade tem o sentimento de segurança, o que é real e, o que torna e permite a Israel possuir amplas possibilidades e atrativos para se imigrar.
De acordo com Rocha-Trindade (1995), há no Pensamento da Sociologia das Imigrações – PSI, uma série de razões e motivações para se imigrar. Segundo a autora, as motivações são diversas e atingem todas as psicosferas possíveis dentro do mundo do imigrante, como os aportes econômicos, políticos, emergenciais, identitários, étnicos, culturais e religiosos, porém, afirma-se que a mais generalizada das motivações da imigração é a raiz predominantemente econômica.
Contudo, este novo contorno acaba por se inserir, segundo
(ROCHA-TRINDADE, 1995), no modelo de atração – repulsão, ou seja, na proposta de que
em ordem devem-se maximizar as vantagens e também ao mesmo tempo diminuir o confronto, onde estes imigrantes são conduzidos a efetuar escolhas racionais em função de determinadas “pressões” sociais e econômicas o que os empurram do seu local de origem, atraindo para outros lugares.
1. METODOLOGIA
A propósito das “múltiplas sociedades” e seus “múltiplos imigrantes”, buscou-se entendimento nas leituras mais específicas em autores que pudessem trabalhar a questão sociológica, antropológica e demográfica como: o demógrafo Dellapergola (2015); as sociólogas Rosenthal (2013) e Leshem e Shuval (1998); Bem Como Com A Historiadora Russa Galili (2015). Acrescenta-se a estes autores chaves leituras consideradas imprescindíveis que contribuíram para o presente artigo, são eles: Rocha Trindade (1995); Demartini (2005); e Truzzi (2005), entre outros.
As observações in loco, foram de suma importância para se observar o espaço vivido pelos Olim e imigrantes brasileiros perante a realidade israelense. Contudo as entrevistas aconteceram na área rural, nos Kibutzim e nas áreas urbanas de Tel Aviv, Jerusalém, Haifa e Beer Sheva.
Os debates e as ponderações metódicas e teóricas sobre as questões imigratórias estiveram presentes e constantes tanto nos encontros com os pesquisadores e estudiosos da área em Israel, quanto no Brasil. Destarte, estas leituras e encontros em suas análises acrescentaram consideravelmente ao entendimento das questões imigratórias para Israel, assim como para um aprofundamento sistemático e teórico sobre o tema da pesquisa. Fundamentais para o andamento da investigação.
2. RESULTADOS
De acordo com o observado em campo5 e pelas narrativas das entrevistas,
bem como pesquisas documentais junto a Agência Judaica no Brasil e órgãos responsáveis pela absorção destes imigrantes em Israel, confere o aumento do número de brasileiros judeus que buscam fazer a Aliyah, assim como o elevado número de brasileiros não judeus que procuram Israel como país de destino.
Constatou-se assim que os principais motivos para a saída do Brasil e ida para Israel dá-se por conta de: questões econômicas, segurança, qualidade de vida, educação e saúde, questão de identidade cultural e religiosa.
CONCLUSÃO
Com a contínua crise econômica brasileira e a violência nos grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, e outras importantes regiões, ainda desperta na comunidade judaica brasileira o desejo de fazer a Aliyah. Contudo, pode-se afirmar que os Olim brasileiros são um grupo ainda minoritário dentre os grupos de imigrantes que chegam a Israel. A distribuição geográfica desta comunidade de Olim está territorializada, principalmente, em quatro
cidades: Beer Sheva (ao sul), Ra‟anana (ao centro-norte), Tel Aviv-Yaffo (Capital) e
Jerusalém (a centro-leste), além do kibutz – Bror Hayil (a sudoeste). REFERÊNCIAS
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