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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.054.140 - SP (2008/0117635-5)

RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN

AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A

ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S)

AGRAVADO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PROCURADOR : MÁRCIO MORANO REGGIANI E OUTRO(S)

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM DE DIFÍCIL ALIENAÇÃO. RECUSA DO CREDOR.

1. É pacífico o entendimento deste Tribunal de que, verificada a dificuldade de alienação do bem nomeado à penhora, pode o credor recusá-lo e exigir que outros sejam escolhidos. Precedentes do STJ.

2. Agravo Regimental não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 18 de dezembro de 2008(data do julgamento).

MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.054.140 - SP (2008/0117635-5)

RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN

AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A

ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S)

AGRAVADO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PROCURADOR : MÁRCIO MORANO REGGIANI E OUTRO(S)

RELATÓRIO

EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN(Relator): Cuida-se de

Agravo Regimental contra decisão (fls. 256-258) que desproveu o recurso sob os seguintes fundamentos: a) inexiste ofensa ao art. 535 do CPC; b) incide na espécie a Súmula 7/STJ; e c) o dissídio jurisprudencial não foi devidamente demonstrado.

A agravante alega haver violação dos arts. 11, II, e 15 da Lei 6.8330/1980; e dos arts. 535, II, e 620, todos do Código de Processo Civil, bem como divergência jurisprudencial. Sustenta ainda que "esta Colenda Segunda Turma já procedeu à análise da matéria em estame e acolheu títulos públicos emitidos pelo BANCO CENTRAL e registrados no SELIC, semelhantes aos tratados no presente caso (LFT - Letras Financeiras do Tesouro) como aptos à garantia da execução..." (fl. 264).

Pleiteia, ao final, a reconsideração da decisão agravada ou a submissão do feito à Turma.

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.054.140 - SP (2008/0117635-5)

VOTO

EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN(Relator): A decisão

que negou provimento ao Agravo de Instrumento ficou assim fundamentada (256-258):

Trata-se de Agravo de Instrumento de decisão que inadmitiu Recurso Especial (art. 105, III, "a" e "c", da CF) contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo cuja ementa é a seguinte:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - Execução Fiscal - Nomeação de bens à penhora Indeferimento - Bem indicado consistente em "Títulos da Dívida Pública" - Títulos que não se afiguram de pronta liquidez - Decisão mantida - Recurso improvido. (fl. 99)

O recorrente, nas razões recursais, alega violação dos arts. 535, II, e 620, do CPC e dos arts. 11 e 15, II, da Lei 6.830/1980, sob o argumento de que "(...) a garantia oferecida é de fácil liquidação e de absoluta solvibilidade, uma vez que é oponível em face da União Federal, não havendo razão de sua recusa" (fl. 191).

Sustenta que estão preenchidos todos os requisitos de admissibilidade do recurso.

Contraminuta apresentada às fls. 242-252.

Os autos foram remetidos a este Gabinete em 11.7.2008. É o relatório.

Decido.

Constato que não se configura a ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada.

Não é o órgão julgador obrigado a rebater, um a um, todos os argumentos trazidos pelas partes em defesa da tese que apresentaram. Deve apenas enfrentar a demanda, observando as questões relevantes e imprescindíveis à sua resolução. Nesse sentido: REsp 927.216/RS, Segunda Turma, Relatora Ministra Eliana Calmon, DJ de 13/08/2007; e, REsp 855.073/SC, Primeira Turma, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 28/06/2007.

No mérito, o recurso também não prospera. O Tribunal a quo consignou que

assiste razão à Municipalidade, pois não está ela obrigada a aceitar qualquer bem para garantia da execução

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Superior Tribunal de Justiça

Dívida Pública (TDP), corrigidos pela variação do dólar, carecendo, portanto, de imediata liquidez. (fl. 100)

Por seu turno, o recorrente alega que "é imperioso esclarecer que tais títulos atendem ao disposto no inciso II do artigo 11 da Lei nº 6.830/80 no tocante à cotação em bolsa por seguirem as diretrizes do sistema SELIC." (fl. 192).

Desse modo, não merece acolhida o inconformismo do Banco porque a aferição da liquidez de título público oferecido à penhora e recusado pelo credor é matéria cujo exame exige revolvimento do material fático-probatório dos autos. Incidência do óbice da Súmula 7/STJ. Nesse sentido:

TRIBUTÁRIO – TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA – AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA – INAPTIDÃO – RECUSA – POSSIBILIDADE – ACÓRDÃO

IMPUGNADO EM CONSONÂNCIA COM A

JURISPRUDÊNCIA DESTE TRIBUNAL –

IMPOSSIBILIDADE DE REVOLVIMENTO DA MATÉRIA – SÚMULA 7.

1.Os títulos da Dívida Pública, que não têm cotação em bolsa, não se prestam para garantir a penhora, sendo sua recusa perfeitamente admissível.

2. A aferição de liquidez, certeza e exigibilidade, necessariamente passaria pelo reexame do acervo probatório, o que é vedado pela Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça.

Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 775353/RS; Rel. Min. Humberto Martins; T2 Segunda Turma; DJ 05/02/2007).

EXECUÇÃO FISCAL. NOMEAÇÃO À PENHORA DE BENS DE TERCEIRO. ORDEM LEGAL. ART. 11 DA LEF. SÚMULA N. 7/STJ.

1. (...) Omissis.

2. A controvérsia sobre a não-aceitação pelo credor dos bens oferecidos à penhora, em sede de execução fiscal, e a observância de que o processo executivo se dê da maneira menos gravosa ao devedor requerem atividade de cognição ampla por parte do julgador, com a apreciação percuciente das provas carreadas aos autos, o que é vedado em sede de recurso especial por força da Súmula n. 7 do STJ.

3. Firmou-se no STJ o entendimento de que a ordem estabelecida nos arts. 11 da Lei n. 6.830/80 e 656 do CPC para a nomeação de bens à penhora não tem caráter rígido, devendo sua aplicação atender às circunstâncias do caso concreto, à potencialidade de satisfazer o crédito e à forma menos onerosa para o devedor.

4. Recurso especial não-conhecido. (REsp 346212/SP; Rel. Min. João Otávio de Noronha; T2 Segunda

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Turma; DJ 20/02/2006).

Por fim, destaco que a apontada divergência deve ser comprovada, cabendo ao recorrente demonstrar as circunstâncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com indicação da similitude fática e jurídica entre eles. É indispensável a transcrição de trechos do relatório e do voto dos acórdãos recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo analítico entre ambos, com o intuito de bem caracterizar a interpretação legal divergente.

O desrespeito a esses requisitos legais e regimentais (art. 541, parágrafo único, do CPC e art. 255 do RI/STJ) impede o conhecimento do Recurso Especial com base na alínea "c", III, do art. 105 da Constituição Federal. Confira-se o precedente:

TRIBUTÁRIO. COBRANÇA DE TAXA DE ÁGUA E DE SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SUMÚLAS NS. 282 E 283 DO STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO-CONFIGURADO.

(...)

3. Não se conhece do dissídio jurisprudencial quando não atendidos os requisitos dos arts. 541, parágrafo único, do CPC e 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ.

4. Recurso especial não-conhecido. (REsp 649084/RJ; Rel. Min. João Otávio de Noronha; DJ de 15/8/2005).

Por tudo isso, nego provimento ao Agravo de Instrumento. Publique-se.

Intimem-se.

No caso sob exame, a Fazenda Municipal recusou-se a aceitar como bens penhoráveis os Títulos da Dívida Pública sob a assertiva de que esses não têm cotação em bolsa.

Foi nesse sentido que o Tribunal a quo apreciou a questão, conforme se verifica pelo voto condutor do aresto combatido (fl. 77):

(...)

Assiste razão à Municipalidade, pois não está ela obrigada a aceitar qualquer bem para garantia da execução quando já se antevê dificuldade em em eventual liquidação. Conforme consta dos autos, os bens ofertados dizem respeito a Títulos da Dívida Pública (TDP), corrigidos pela variação do dólar, carecendo, portnto, de imediata liquidez.

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Superior Tribunal de Justiça

Com efeito, o acórdão atacado perfilha a iterativa jurisprudência deste Tribunal no sentido de que, verificada a difícil alienação do bem nomeado à penhora, pode o credor recusá-lo e exigir que outros sejam indicados. Nesse diapasão:

EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. OFERECIMENTO DE TÍTULOS. DUVIDOSA LIQÜIDEZ. SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA. INDEFERIMENTO.

I - A jurisprudência desta Corte acolhe o entendimento de que é lícito ao credor recusar a indicação à penhora de títulos públicos de duvidosa liqüidez, quais sejam, Notas do Banco Central - NBC, notadamente em face da ausência de cotação em bolsa e em desrespeito à ordem prevista no art. 11 da Lei nº 6.830/80, sem que, para tanto, haja ofensa ao princípio do menor gravame ao devedor, insculpido no art. 620 do CPC.

II- Ademais, a orientação desta Casa de Justiça, no que concerne à substituição dos bens penhorados, é a de que, conforme o art. 15, inciso I, da LEF, quando se tratar de substituição da penhora por dinheiro ou fiança bancária, cabe ao juiz somente a deferir, independentemente da anuência do exeqüente. No entanto, tratando a hipótese de substituição da penhora por outro bem que não aqueles previstos no inciso I, é imprescindível a concordância expressa do exeqüente, o que não ocorreu no presente caso.

III - Precedentes: REsp nº 884.468/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 05/11/07; AgRg na MC nº 12.063/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJ de 28/02/07; REsp nº 801.871/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 19/10/06 e REsp nº 594761/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ de 22/03/04. IV - Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1.020.637/SP, Rel. Min. Franscisco Falcão, DJ de 5.5.2008).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. ART. 649 CPC. PREQUESTIONAMENTO AUSENTE. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. RECUSA DE BENS NOMEADOS. POSSIBILIDADE. ORDEM PREVISTA NO ART. 11 DA LEF. PRECEDENTES.

Não tendo a devedora obedecido à ordem prevista no art. 11 da Lei nº 6.830/80, visto que em primeiro lugar está o dinheiro e não os bens indicados (cable modems, modelo CMX), é lícito ao credor a sua recusa e ao julgador a não-aceitação da nomeação à penhora dos bens, pois a execução é feita no interesse do exeqüente e não do executado.

A devedora tem o dever de nomear bens à penhora, livres e desembaraçados, suficientes para garantia da execução, como dispõem os arts. 600 e 655 do CPC, e 9º da Lei nº 6.830/80, mas a credora pode recusar os bens indicados e pedir que outros sejam penhorados, caso se verifique que os mesmos sejam de alienação difícil.

O acórdão proferido pelo Tribunal de origem declarou que o bem nomeado à penhora é de difícil alienação. Legítima a recusa da nomeação à penhora do bem indicado. Entendimento contrário, não pode ser adotado por este eg. Sodalício, em face do óbice da Súmula 07/STJ.

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Agravo regimental improvido. (Ag no AG 667.905/SP, Segunda Turma unânime, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 29/08/2005).

Ausente a comprovação da necessidade de retificações a serem promovidas na decisão agravada, proferida com fundamentos suficientes e em consonância com entendimento pacífico deste Tribunal, não há prover o Agravo Regimental que contra ela se insurge.

Por tudo isso, nego provimento ao Agravo Regimental. É como voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA AgRg no Número Registro: 2008/0117635-5 Ag 1054140 / SP Números Origem: 2022112003 5869355 5869355101 5869355302 PAUTA: 18/12/2008 JULGADO: 18/12/2008 Relator

Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. EUGÊNIO JOSÉ GUILHERME DE ARAGÃO Secretário

Bel. MONTGOMERY WELLINGTON MUNIZ

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A

ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S)

AGRAVADO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PROCURADOR : MÁRCIO MORANO REGGIANI E OUTRO(S)

ASSUNTO: Execução Fiscal - Penhora - Título da Dívida Pública - TDP AGRAVO REGIMENTAL

AGRAVANTE : BANCO SANTANDER BANESPA S/A

ADVOGADO : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO E OUTRO(S)

AGRAVADO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PROCURADOR : MÁRCIO MORANO REGGIANI E OUTRO(S)

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 18 de dezembro de 2008

MONTGOMERY WELLINGTON MUNIZ Secretário

Referências

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