Projeto de Pesquisa
Identificação do discente:Nome completo: Natália Lopes Ladivez Matrícula: 00842203
Curso: Nutrição
Identificação do professor-orientador:
Nome completo: Rita Maria Monteiro Goulart
Curso: Nutrição
Nome do projeto de pesquisa ao qual o aluno inscrito está vinculado:
“Avaliação do perfil nutricional
e de qualidade de vida de indivíduos matriculados no Projeto Sênior e Unimais da USCS”
Identificação do Projeto:
Título:
Avaliação do estado nutricional e a imagem corporal de idosos matriculados
no Projeto Sênior e Unimais da Universidade de São Caetano do Sul - USCS
Curso:
Nutrição
Linha de pesquisa do curso a qual
o projeto está vinculado:
Promoção de saúde
Palavras-chave (três):Resumo:
Introdução: O processo de envelhecimento causa modificações biológicas, fisiológicas, cognitivas,
patológicas e socioeconômicas, o que implica em cuidados médicos, econômicos, sociais e políticos.
Ojetivos: Avaliar o estado nutricional e a imagem corporal de idosos matriculados no Projeto Sênior e
Unimais da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. Metodologia: Serão sujeitos do estudo indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60 anos, regularmente matriculados no Projeto Sênior e Unimais da Universidade Municipal de São Caetano do Sul. A coleta de dados ocorrerá entre Agosto/2009 à Dezembro/2009 no campus 1 da USCS. A avaliação nutricional será realizada através de antropometria, com as medidas de peso e estatura, para diagnóstico do estado nutricional será utilizado o IMC, a avaliação do consumo alimentar será realizada através da aplicação do recordatório de 24 horas. A imagem corporal será verificada pela escala de silhuetas, proposta por Stunkard et al. (1983) na qual o (a) idoso (a) escolhe o número da silhueta que considera mais semelhante a sua aparência corporal real e também o número da silhueta que acredita ser mais semelhante à aparência corporal ideal considerada para sua idade.
Justificativa:
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idosos são os indivíduos com idade acima de 60 anos nos países em desenvolvimento. De 1991 a 1996 houve um crescimento de 11,5% na população de idosos no Brasil, representando atualmente 10% dos habitantes do país. Houve também o aumento na expectativa de vida ao nascer, que em 1991 era de 67 anos e nos dias atuais é de 73 anos. Esse envelhecimento da população brasileira reflete melhorias da saúde pública, dos avanços tecnológicos e da medicina, da diminuição dos índices de fecundidade do país, com uma queda de 26% em 5 anos (DATASUS, 2009).
No processo de envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas, patológicas, psicológicas, sociais, nutricionais e na alimentação que estão diretamente relacionados a qualidade de vida da população idosa. De acordo com Magnoni et al (2005) a manutenção da capacidade funcional e da autonomia dos idosos são os objetivos do estudo desse processo.
Segundo Frank e Soares (2002) o processo de envelhecimento acarreta modificações corporais importantes para a avaliação nutricional, e notam-se distúrbios em todas as etapas da nutrição, ou seja, na ingestão, digestão, absorção, necessidades energéticas, de macronutrientes e de micronutrientes.
A diminuição da ingestão de alimentos está diretamente relacionada a modificações na dentição, com aumento de fissuras, quebras de dentes, e do uso de próteses podendo tornar a deglutição difícil e dolorosa. Há também um déficit motor na deglutição, além da perda do paladar e da diminuição da salivação (FRANK e SOARES, 2002).
Observa-se em indivíduos idosos a diminuição da motilidade e do fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica, a menor produção de ácido clorídrico, de enzimas e de hormônios comprometendo o processo
digestivo, além de levar a uma menor resistência da mucosa gástrica a agressões, aumentando o risco de úlceras. Há ainda uma redução da velocidade do esvaziamento gástrico, aumentando a saciedade precoce devido à distensão abdominal, contribuindo para uma baixa ingestão de alimentos (MAGNONI et al, 2005).
Ocorrem alterações anatômicas nas vilosidades do intestino delgado e um excesso do crescimento bacteriano diminuindo a absorção de vitaminas e minerais. Há também a diminuição da produção de insulina, de algumas enzimas e bicarbonato pelo pâncreas e na produção de ácidos biliares pela vesícula biliar (MAGNONI et al, 2005).
Outras mudanças ocorrem na composição corporal dos idosos, que em média a partir dos 65 anos tem uma redução do peso e da massa magra, sendo aproximadamente 27% do peso corporal, esse processo de perda de massa muscular é chamado de sarcopenia. Simultaneamente há um aumento proporcional do tecido adiposo, atingindo 30% da composição corporal, e apresentam uma redistribuição, com redução do panículo adiposo periférico e acúmulo no tronco, principalmente no baixo abdômen. A densidade óssea também diminui, devido a alterações no consumo e síntese de vitamina D e cálcio. Geralmente, a desnutrição protéico-calórica e a sarcopenia não são diagnosticadas nessa faixa etária, devido as alterações fisiológicas na composição corporal do indivíduo idoso.
Segundo Filho (1999) o processo de envelhecimento e suas alterações fisiológicas, como a alteração da composição corporal, influenciam a auto-imagem corporal que o indivíduo constrói ao longo dos anos. Balestra (2002) afirma que a imagem corporal dos idosos ajusta-se gradualmente ao corpo durante o processo de envelhecimento, porém, pode sofrer alterações devido aos comprometimentos patológicos ou devido a distúrbios da motivação que podem afetar alterações nos movimentos.
A percepção da imagem corporal pode ser definida como uma ilustração que se tem na mente a cerca do tamanho, imagem e forma do corpo, e também dos sentimentos relacionados a essas características, bem como as partes que as constituem. Dessa forma pode-se entender que a imagem corporal está diretamente relacionada a componentes afetivos, cognitivos, perceptivos e comportamentais (COQUEIRO e col, 2008).
Pereira et al (2009), em sua abordagem sobre percepção da imagem corporal em idosas ativas, afirma que a insatisfação com a própria imagem corporal está relacionada com as modificações físicas e psicológicas do envelhecimento.
Há uma importante relação entre a percepção da imagem corporal e desordens alimentares, apesar dos estudos sobre distorção e insatisfação com a imagem corporal focalizarem essencialmente populações portadoras de transtornos alimentares específicos, tem-se observado recentemente esse tipo de distorção em sujeitos eutróficos isentos de transtornos alimentares específicos (Kakeshita e Almeida, 2006).
Para avaliar estado nutricional e imagem corporal, muitos trabalhos utilizam o Índice de Massa Corpórea (IMC) dado pelo peso (Kg) dividido pela altura (m) ao quadrado, como indicador do estado nutricional ao associá-lo com fatores determinantes das condutas relativas ao peso corporal (Kakeshita e Almeida, 2006).
Devido às relações entre as alterações fisiológicas no processo de envelhecimento e insatisfação corporal, é importante avaliar a auto-imagem corporal e satisfação da mesma e sua relação com o estado nutricional de indivíduos idosos, a fim de propor ações que venham a contribuir com a melhor qualidade de vida deste grupo que representa parcela significativa da população brasileira.
Objetivos:
• GERAL
Avaliar o estado nutricional e a imagem corporal de idosos matriculados no projeto Sênior e Unimais da Universidade de São Caetano do Sul.
• ESPECÍFICOS
Avaliar o consumo alimentar dos idosos participantes da pesquisa
Identificar a autopercepção da imagem corporal dos idosos comparando-a com seu estado nutricional
Metodologia:
Será realizado estudo do tipo transversal com idosos acima de 60 anos de idade, de ambos os sexos, matriculados no projeto Sênior e Unimais da Universidade de São Caetano do Sul, no período de agosto de 2009 a junho de 2010.
A avaliação nutricional será realizada através da mensuração de peso e altura. As medidas serão aferidas no ambulatório da Universidade no Campus I.
A partir das medidas aferidas será realizado o diagnóstico nutricional, conforme descrito a seguir: Peso corporal
Para aferição do peso corporal os idosos deverão estar vestidos com roupas leves e descalços, serão posicionados sobre uma balança antropométrica digital, da marca Plenna, com escala 0,1kg, sendo a carga máxima de 150kg.
Estatura
Para avaliação da estatura será utilizada fita métrica flexível de fibra inextensível de vidro (Fiber-Glass) fixada na parede sem rodapé. Nesta medição, os idosos deveram estar descalços com os pés unidos, em postura ereta, com o olhar fixo no horizonte.
Índice de Massa Corpórea (IMC)
A partir das medidas de peso e estatura, será calculado o IMC, através da equação peso (kg)/estatura2 (m), conforme descrito:
Avaliação do consumo alimentar
Para a avaliação do consumo alimentar, será utilizado o recordatório alimentar de 24 horas (ANEXO 1).
A análise da quantidade de nutrientes e o valor energético total (VET) de cada recordatório será feita através da utilização do software AVANUTRI (Sistema de Avaliação Nutricional) versão 3.0.5.
A avaliação da adequação será realizada de acordo com:
Para avaliação do consumo energético, optou-se pela recomendação estabelecida pela FAO/OMS 2004, de acordo com a idade, sendo considerado o VET adequado quando se situar entre a faixa de 10% a mais ou a menos do recomendado. Para o valor percentual dos macronutrientes serão utilizados também os estabelecido pela FAO/OMS 2003, sendo 10 a 15% de proteínas, 20 a 30% de lipídios e 55 a 65% de carboidratos do total de energia ingerida para que a dieta;
Para avaliação da ingestão de micronutrientes será utilizada a recomendação estabelecida pela DRI 2002– 2004, de acordo com a idade.
Para a avaliação da autopercepção da imagem corporal será utilizada a escala de silhueta proposta por Stunkard et al (1983), na qual o indivíduo deverá assinalar a figura que mais se assemelha com a sua aparência atual e a figura da imagem de aparência física que gostaria de ter, conforme descrito a seguir:
Fonte: Lipschitz 1994
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/pe/v10n1/v10n1a04.pdf
Aspectos Éticos
Este projeto está vinculado ao Projeto de Pesquisa intitulado “AVALIAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL E DE QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS MATRICULADOS NO PROJETO SÊNIOR E UNIMAIS DA USCS” da Professora Dra. Rita Maria Monteiro Goulart, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS em 08/12/2008. Os idosos serão convidados a participar do estudo e caso aceitem será solicitado que assine o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).
Cronograma e Plano de Trabalho:
ATIVIDADES
Mai/
Jun/09 Ago/09 Jul/ Out/09 Set/ Dez/09 Nov/ Fev/10 Jan/ Abr/10 Mar/ Jun/10 Mai/ Levantamento
bibliográfico X x x X
Contato com o
público-alvo X
Coleta de dados X x X
Tabulação dos
resultados X
Análise dos resultados X
Elaboração do relatório
Plano de Análise:
Com base nos objetivos propostos será utilizado para organização e tabulação dos dados o programa Microsoft Excel for Windows versão 2003, e para análise estatística o programa estatístico SPSS versão 11.0 (SPSS, 2002).
Para responder aos objetivos referentes ao estado nutricional, consumo alimentar, percepção da imagem corporal, será utilizada a estatística descritiva com resultados expressos em porcentagem, média e desvio padrão.
Análises de correlação linear de Pearson e regressão linear simples (método ENTER) serão utilizadas para verificar a relação entre o IMC e o consumo alimentar.
Em todas as análises será adotado o nível de significância de p<0,05.
Bibliografia:
BALESTRA CM. Aspectos da imagem corporal de idosos, praticantes e não praticantes de atividades físicas. Campinas, 2002. 77p. Dissertação Mestrado. Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2002.
COQUEIRO RS, PETROSKI EL, POLEGRINI E, BARBOSA AR. Insatisfação com a Imagem Corporal: avaliação comparativa da associação com Estado Nutricional em universitários. Rev. Psiq. Rio Grande do Sul. 2008; Vol.30, n.1:
DATASUS – Departamento de Informática do SUS [homepage na internet]. Brasil: Ministério da Saúde; [acesso em junho de 2009]. Disponível em: http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php
FRANK AA, SOARES EA. Nutrição no Envelhecer. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 3-12. FRANK AA, SOARES EA. Nutrição no Envelhecer. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 143-162.
FILHO LFB. O processo de envelhecimento e o comportamento vocal. Rio de Janeiro, 1999. Monografia (Especialização em Voz) Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica – CEFAC, 1999.
KAKESHITA IS, ALMEIDA SS. Relação entre índice de massa corporal e a percepção da auto-imagem em universitários. Revista Saúde Pública, Ribeirão Preto, v.3, n.40, p. 497-504, 2006.
MAGNONI D, CUKIER C, OLIVEIRA PA. Nutrição na Terceira Idade. São Paulo: Sarvier; 2005. p. 3-13.
MAGNONI D, CUKIER C, OLIVEIRA PA. Nutrição na Terceira Idade. São Paulo: Sarvier; 2005. p. 53-56.
MAGNONI D, CUKIER C, OLIVEIRA PA. Nutrição na Terceira Idade. São Paulo: Sarvier; 2005. p. 63-67.
PEREIRA EF, TEIXEIRA CS, BORGATTO AF, DARONCO LSE. Relação Entre Diferentes Indicadores Antropométricos e a Percepção da Imagem Corporal em Idosas Ativas. Rev. Bras. Pisiq. 2009; Vol.36, n.2: 54-59.
STUNKARD AJ, SORENSEN T, SCHULSINGER F. Use of The Danish Adoption Register for the study of obesity and thinness. In Kety, S. S., Rowland, L.P., Sidman, R.L. & Matthysse, S.W. The Genetics of Neurological and Psychiatric Disorders (pp. 115-120). NewYork: Raven Press, 1983.