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Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais CESCAGE cescage.com.br/revistas/index.php/exper_evid_fisioterapial 4ª Ed./JUL-DEZ/2019 ISSN

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Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE cescage.com.br/revistas/index.php/Exper_Evid_Fisioterapial

4ª Ed./JUL-DEZ/2019 ISSN 2595-7872

¹Acadêmica do 10° período do curso de Fisioterapia, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais- CESCAGE, Ponta Grossa – PR, e-mail: kethlincristina_kuk@hotmail.com. ² Acadêmica do 10º período do curso de Fisioterapia, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – CESCAGE, Ponta Grossa – PR, e-mail: rafaelly.24@hotmail.com ³ Professora mestre do curso de Fisioterapia, Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais – PR, e-mail: acquaclin@uol.com.br.

O USO EXCESSIVO DO SMARTPHONE ASSOCIADO COMO FATOR DE RISCO A ALTERAÇÕES POSTURAIS EM JOVENS

Kethlin Cristina Machado de Maria Kuk ¹ Rafaelly Machado Trauchinski ² Cristiane Bulyk Veiga ³ Resumo: Introdução: A utilização excessiva do smartphone está cada vez mais frequente na vida da população, consequentemente essa prática vem desencadeando algumas alterações, descritas não só em jovens, mas também em adultos e crianças, podendo gerar problemas, tanto emocionais, sociais, físicos e comportamentais. Objetivo: Analisar as alterações posturais, valores goniométricos, e tensão musculoesquelética em indivíduos que fazem uso excessivo do smartphone, consequentemente orientar para que haja melhora postural e prevenção de deformidades. Métodos: Participaram do estudo 74 jovens ,universitários, 32 do sexo masculino e 42 do sexo feminino, com faixa etária entre 18 a 27 anos de idade, foi utilizado para avaliação um questionário para achados em distúrbios musculares (Nordic), uma ficha de avaliação postural, utilizada com o auxílio do simetrógrafo, em vistas, anterior, lateral e posterior, para melhor visualização das estruturas, em seguida foi realizado a goniômetria das articulações de cervical, ombro, cotovelo, punho e lombar, todos os achados foram correlacionados em nível de maiores incidências e aparecimento de dor. Resultado: O estudo mostrou que os participantes apresentaram alterações posturais em protusão de cervical, ombros rodados, hipercifose, escoliose e protusão abdominal, nos níveis de tensão musculoesquelética apresentaram, em paravertebrais, trapézio superior, pronador redondo e oponente do polegar, com maior incidência de dor em região de cervical, ombro e parte inferior, essas alterações apareceram em maior evidências em pessoas que utilizam o celular mais de 4 horas diárias. Conclusão: O uso do smartphone acarreta alteração postural, tensão musculoesquelética e essas alterações acarretam dor e disfunções de mobilidade articular, se utilizado de forma excessiva.

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THE EXCESSIVE USE OF SMARTPHONE ASSOCIATED AS A RISK FACTOR FOR POSTURAL CHANGES IN YOUNG PEOPLE

Abstract: Introduction: Excessive use of the smartphone is increasingly frequent in the life of the population, consequently this practice has triggered some changes, described not only in young people, but also in adults and children, and can generate problems, both emotional, social, physical and behavioral.Objective: To analyze postural changes, goniometric values, and musculoskeletal tension in individuals who make excessive use of the smartphone, consequently guiding for postural improvement and prevention of deformities. Methods: The study included 74 young university students, 32 male and 42 female, with ages ranging from 18 to 27 years old. A questionnaire for findings on muscle disorders (Nordic), an evaluation form was used for evaluation. postural, used with the aid of the symmetograph, in anterior, lateral and posterior views, for better visualization of the structures, then the goniometry of the cervical, shoulder, elbow, wrist and lumbar joints was performed, all findings were correlated in level. higher incidences and pain onset. Results: The study showed that the participants presented postural alterations in cervical protrusion, rotated shoulders, hyperkyphosis, scoliosis and abdominal protrusion, in the levels of musculoskeletal tension. Pain in the cervical, shoulder, and lower regions, these changes appeared in greater evidence in people who use the phone more than 4 hours daily. Conclusion: The use of the smartphone causes postural alteration, musculoskeletal tension and these alterations cause pain and joint mobility dysfunctions, if used excessively.

Keyword: Smartphone; Postural change; Musculoskeletal tension.

1 INTRODUÇÃO

A coluna vertebral por ser a estrutura que suporta todo nosso corpo é a região mais afetada quando exposta a postura inadequada, ocorrendo alterações graves e que acarretam deformidades e patologias futuras (MARQUES, 2015).

Uma pesquisa realizada pelo IBGE (2016) mostra que o uso de computadores com acesso à internet em domicílios cresceu de 69, 3% para 74,9%, do ano 2016 para 2017, nesse

mesmo período relata que o percentual de acesso à internet pelo smartphone subiu de 92,6 % para 93,2%, sendo o maior meio de utilização entre jovens de 20 a 24 anos de idade, com utilização diária maior que três horas.

O smartphone é quase um companheiro inseparável entre muitos jovens, também é visto por muitos como um bem essencial no seu dia a dia, mas o que muitas pessoas não sabem é que o uso excessivo deles

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pode causar danos ao corpo humano. Há evidências de que tem se tornado comum o aumento no número de jovens que reclamam de cefaléia, algias musculares, no tronco, (especificamente na região cervical e lombar), e má postura durante o uso prolongado a certa atividade (WERTH; BABSKI-REEVES, 2014).

Entretanto, quando as estruturas da coluna vertebral se apresentam equilibradas, consequentemente o peso do corpo e dos membros se encontra distribuídos de forma harmônica, o que possibilita que não ocorra a sobrecarga de algumas regiões do corpo. Maus hábitos de postura podem ser responsáveis por desvios anormais da coluna ou até mesmo tornar as curvaturas mais acentuadas (LIDA 2005).

Desta maneira os problemas posturais podem trazer consequências graves, ao digitar no celular é possível verificar o tensionamento dos ombros e flexão da cabeça, dessa forma, os músculos da cabeça ficam contraídos para conseguir dar sustentação do peso necessário para se manter a posição, o que pode gerar dor e sensação de queimação na região de

escoço e ombros (HONG-YOU, et al, 2005).

Sendo assim o ponto muscular ativo está relacionado a irradiação de dor para diversos locais, este trabalho busca relacionar o desenvolvimento de pontos em regiões de cervical, ombros, flexores, extensores de punho e dedos associado ao uso de smartphone, juntamente com as alterações estruturais encontradas ( YANG SY ,et al, 2016).

2 MATERIAL E MÉTODO

A pesquisa caracteriza-se pela busca de alterações posturais correlacionadas ao uso de celular, apresenta-se de forma qualitativa em pesquisa de campo e bibliográfica. A coleta de dados foi realizada na Faculdade: Centro Superior dos Campos Gerais- CESCAGE, onde os jovens foram abordados e convidados a participar da pesquisa. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos na Plataforma Brasil

CEP/CONEP (CAAE:

14453119.0.0000.5215).

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Aos que aceitaram participar da pesquisa, foram solicitados a assinar o termo de conscientização livre e esclarecido, em seguida aplicado o questionário sociodemográfico, onde apresentou perguntas sobre o tempo de utilização, tempo de aquisição, forma de manuseio e se era empregado, esse questionário foi utilizado para inclusão ou exclusão do trabalho. Foram selecionados 74 universitários jovens, 42 do sexo feminino e 32 do sexo masculino, a média de idade da amostra foi de 18 a 27 anos.

Apresentaram com maior frequência mais de 4 horas diárias de uso do smartphone e tempo de aquisição entre 6 a 8 anos, foi excluído pessoas que apresentassem à utilização do celular menor que 2 horas diárias, tempo de aquisição menor que 3 anos e que trabalhassem, devido as alterações posturais no trabalho que poderiam dar divergências nos dados, 80% da pesquisa foi feito com universitários que estão no seu primeiro ano de faculdade em período integral.

As avaliações iniciaram no mês de agosto no ano de 2019, foram realizadas diariamente de segunda a sexta-feira até o final do mês, sendo realizada na clínica escola de fisioterapia da Faculdade CESCAGE. Inicialmente foi realizado a aplicação do questionário Nordic Musculoskeletal, onde foi desenvolvido com a proposta de padronizar a mensuração de relato de sintomas osteomusculares e, assim, facilitar a comparação dos resultados entre os

estudos (PINHEIRO, TRÓCCOLIA, 2002).

No questionário os avaliados deveriam assinalar com a resposta sim ou não, nas regiões em que apresentaram disfunções de dor ou formigamento nos últimos 12 meses e 7 dias em regiões de pescoço, ombros, parte superior das costas, cotovelos, punhos e mãos, parte inferior das costas, quadril e coxas, joelhos e tornozelos.

Após a aplicação do questionário iniciamos com as avaliações posturais, com a utilização do simetrógrafo, as estruturas foram analisadas usando como critério: vista anterior, vista lateral e vista posterior, as coletas foram feitas com os avaliados inicialmente sem o celular e posteriormente segurando o celular, para auxiliar nos achados da pesquisa, onde foi realizado um comparativo das alterações encontradas no posicionamento sem o celular e com o celular, cada indivíduo segurou o celular da maneira em que sempre costuma ficar.

Em seguida foi realizado goniômetria de flexão e extensão de coluna e flexão lateral, flexão e extensão de cervical, ombros em rotação lateral e medial, flexão e extensão, adução e abdução, cotovelo em flexão e extensão, pronação e supinação, punho flexão e extensão, desvio ulnar e desvio radial e posteriormente realizado a inspeção e

palpação para achados em

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A avaliação muscular foi feita através da palpação do avaliador, onde

quando encontrado tensionamento era positivo.

As alterações encontradas foram fotografadas, sendo autorizada pelos pacientes pelo termo de autorização de uso de imagem e/ou entrevista, sendo assinado pelos mesmos. No decorrer da avaliação foi passado orientações para que houvesse melhora do posicionamento ao fazerem uso do aparelho, o que entrevista, sendo assinado pelos mesmos.

No decorrer da avaliação foi passado orientações para que

houvesse melhora do posicionamento ao fazerem uso do aparelho, o que também era um objetivo importante desta pesquisa.

Os dados serão transcritos em tabelas e gráficos através de dados obtidos no software excel, demonstrando os resultados das avaliações, fazendo um comparativo de incidência de dor, tensionamento, mobilidade articular e alterações posturais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A amostra do estudo foi composta por 74 universitários, tendo predominância no sexo feminino (56,6%) e manuseio em lado direito (67,5%) Foram avaliados jovens com

idade média entre 18 a 27 anos e 52 desses jovens utilizam o smartphone em um tempo diário de 4 horas ou mais. Quanto ao tempo de aquisição, 7 apresentaram de 3 a 5 anos, 47 de 6 a 8 anos e 20 por 10 anos ou mais, conforme a tabela 1:

Tabela 1 - Característica da amostra (n=74)

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Em relação aos dados coletados nas avaliações posturais, os resultados foram transcritos em tabelas, apresentando sua prevalência em percentual das alterações em vista anterior, lateral e posterior.

Dentre as séries de alterações encontradas na tabela 2, observa-se que, apresenta em maior índice a elevação de ombro para a direita (67,6%), apresentaram essas alterações 28 mulheres e 22 homens,

seguido de ângulo de talles com o lado esquerdo maior (66,2%), 27 mulheres e 22 homens, e cabeça inclinada a direita (58,4%) com 22 mulheres e 21 homens. Através dos resultados é possível visualizar que a maior área comprometida em vista anterior é o lado direito, pensando que (67,5%) dos avaliados utilizam o lado direito para manuseio do aparelho, confirma-se a hipótese inicial desse estudo.

Tabela 2 - Valores em frequência e porcentagem encontrados na amostra em vista anterior.

N: total de pessoas que apresentam a alteração; %Parcial: percentual parcial, dividido em feminino e masculino, em suas respectivas quantidades de alterações.

Fonte: Dados trabalhados pelos pesquisadores.

Dentre as alterações

demonstradas na tabela 3, as estruturas que apresentam maiores incidências, são, protusão em cervical (91,9%), apresentaram essas alterações, 40 mulheres e 28 homens,

hiperlordose cervical (89,2 %), 40 mulheres e 26 homens, seguido de ombros rodados (87,8%), 37 mulheres e 28 homens, torácica em hipercifose (82,4%), 33 mulheres e 28 homens, hiperlordose lombar (79,7%),34

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mulheres e 25 homens e abdômen em protusão (62,2%) com 32 mulheres e 14 homens.

Tabela 3 - Valores em frequência e porcentagem encontrados na amostra em vista lateral:

N: total de pessoas que apresentam a alteração; %Parcial: percentual parcial, dividido em feminino e masculino, em suas respectivas quantidades de alterações.

Fonte: Dados trabalhados pelos pesquisadores. De acordo com CLAUS, et al (2015), a postura correta é aquela em que ocorre o alinhamento da estrutura corporal, gerando menor estresse e diminuição da sobrecarga sob os efeitos da gravidade.

A literatura nos mostra que uma anormalidade postural comum é a cabeça antêro projetada, que está diretamente ligada a anteriorização da cabeça e os ombros desalinhados rodados para frente, o que leva a uma alteração postural associada

comumente com cifose torácica. Como resultado está presente à fraqueza da musculatura extensora da coluna, trapézio médio e dos músculos romboides, extensores cervicais, trapézio superior e elevador da escápula retraída (OLIVER, et al, 1998).

Em um estudo gerado por Kang, et al (2012), realizado com 60 indivíduos, sendo 30 usuários que utilizam o computador excessivamente e 30 que pouco utilizam, demostrou que

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sua utilização excessiva provoca distúrbios na coluna cervical e torácica, levando a uma anteriorização da cabeça, ombros rodados e posição cifótica. Embora o estudo não tenha sido gerado com a utilização do smartphone, podemos associar que, a utilização do computador está sendo substituído pelo uso do celular e em um comparativo de tempo de utilização de ambas as tecnologias entre os jovens,

o smartphone apresenta-se em maior nível de utilização, podendo assim ser associado as alterações.

Com relação as alterações posturais posteriores (Tabela 4), apresentou um alto índice em escoliose em S (54,1%), com prevalência nas mulheres (81,0%), comparadas ao sexo masculino (18,8%), que apresenta maior índice em alinhamento de tronco (75%).

Tabela 4 - Valores em frequência e porcentagem encontrados na amostra em vista posterior:

N: total de pessoas que apresentam a alteração; %Parcial: percentual parcial, dividido em feminino e masculino, em suas respectivas quantidades de alterações.

Fonte: Dados trabalhados pelos pesquisadores.

Sedrez, et al (2015), realizou em seu estudo, a avaliação postural de crianças e jovens, de 7 a 21 anos, em seu estudo atribui-se a prevalência de escoliose no sexo feminino, com estimativa de 3:1, quando comparado

ao sexo masculino. Porém, no presente estudo não foi possível associar com a utilização do smartphone. Apesar disso, é possível observar uma maior prevalência de escoliose no sexo

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feminino (61,5%) em comparação com o masculino (36,4%).

Os distúrbios músculos-esqueléticos estão diretamente ligados a essas alterações, na análise dos resultados observou níveis de tensão e

dor com maior incidência em trapézio (87,3%), oponente do polegar (87,8%), paravertebrais (71,6%) e pronador redondo (40,5%), conforme se observa no gráfico 1:

Gráfico 1 - Incidência de tensão muscular.

.

Fonte: Dados trabalhados pelos pesquisadores. No questionário Nordic (Tabela 5), demonstrou que os usuários do sexo feminino que realizam a utilização diária do aparelho, apresentaram dor nos últimos 12 meses, em região cervical (47,6%), ombro e punho/mão com (38,1%), já no sexo masculino demonstrou dor em parte inferior (28,1%), pescoço e ombro (21,9%), diminuindo a prevalência dos sintomas nos últimos 7 dias. o que pode estar associado ao uso da postura adotada

em flexão de cervical para visualização do aparelho, em ambos os sexos.

Portanto, se pode associar os níveis de tensão muscular encontrados com as alterações, visto que a um amento em tensão muscular em trapézio quando mantido em posição de protusão de cervical (Tabela 3), tensão muscular em paraverbrais, relacionado a posição cifótica (Tabela 5) e hiperlordose lombar (tabela 4).

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Tabela 5 – Incidência de manifestação de dor osteomusculares.

Fonte: Dados trabalhados pelos pesquisadores. No estudo de Kim e Kim (2015), foi avaliado as alterações musculoesqueléticas em universitários, com índice de prevalência igualitária em ambos os sexos, em sua análise de resultado observou que 55,8% dos voluntários apresentaram sintomas em região de pescoço. Relatam em seu estudo que os distúrbios associados ao

uso do celular incluem fadiga muscular e sobrecarga nos músculos, devido aos movimentos repetidos e de pequena amplitude de movimento das mãos, punhos e braços enquanto o usuário permanece com a cabeça direcionada à tela.

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Inal et al. (2015), apresentaram um estudo que avalia o impacto do uso do celular em relação a função manual, identificando força e função do nervo mediano. O estudo foi aplicado em 102 universitários, por meio da realização de ultrassonografia no nervo mediano, como resultado houve espessura no nervo mediano, o que pode estar

associado ao aumento da dor e diminuição de força em quem utilizou o celular por tempo prolongado.

Quando há um tempo

prolongado na realização de um só movimento, causa o desuso da musculatura, a quantidade de filamentos e actina e miosina em cada fibra

muscular diminui o que leva a atrofia e fraqueza muscular. A fraqueza relaciona-se com a duração de um alinhamento incorreto mais que com a gravidade dele, gerando um

comprometimento muscular

(KENDALL; McCREARY;

PROVANCE,1995).

Outra associação encontrada com as alterações é o aumento e diminuição na amplitude de movimento, na pesquisa foi possível observar que devido a protusão e hiperlordose em

cervical houve aumento em amplitude de movimento em flexão (47,3%) e diminuição em extensão (55,4%), também encontramos limitações em flexão de coluna lombar (40,5%), extensão coluna lombar (70,5%), inclinação lateral direita (60,8%) e inclinação lateral esquerda (59,5), outra limitação associada é a diminuição de amplitude em flexão de punho (58,1%), extensão de punho (58,1%), desvio ulnar (62,1%) e desvio radial (66,2%). Gráfico 2- Prevalência de alterações em amplitude de movimento em articulações de cervical, lombar e punho.

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A pressão sobre as articulações e sobre a musculatura causada pelo excesso de tempo e de movimentos gerados causa tensionamento muscular e diminuição de amplitude de movimento, os sintomas de dor ou

formigamento geralmente aparecem nas áreas cutâneas supridas pelo nervo, levando a fraqueza muscular e alterações em amplitude articular (GUSTAFFON, et al, 2017).

Através dos voluntários analisados, pode-se obter os seguintes achados:

 As fichas utilizadas para avaliação foram eficazes para os achados da pesquisa.

 As musculaturas mais afetadas com dor e tensionamento apresentam incidências maiores em trapézio superior, oponente do polegar, pronador redondo e paravertebrais.

 Entre as alterações posturais, encontra-se a anteriorização da cabeça, hiperlordose, ombros rodados, posição cifótica, escoliose em S e abdômen em protusão.

 As articulações com as alterações encontradas foram, coluna cervical, lombar e punho. Entre as limitações do estudo podemos destacar, dificuldades em achar referências sobre o tema em questão.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa, pode-se concluir que o smartphone vem ocupando boa parte do dia da população, para entretenimento, lazer, trabalho, sendo utilizados a todo o momento, porém, sua utilização excessiva, pode estar associada a um notável número de alterações posturais. Por esse motivo, torna-se essencial que ocorra a reflexão sobre os motivos que nos causam dor, sem fechar os olhos para todas as vertentes, tornando-se consciente de que, tudo que é demais pode-se tornar prejudicial ao nosso corpo.

Portanto, para atuação de prevenção em alteração postural relacionado ao uso do celular, é necessário compreender que se deve minimizar o mau hábito postural. Tais achados não permitem afirmar que exista uma relação causa e efeito da alteração postural, devido ao tempo curto de pesquisa, seria interessante a realização de novos estudos que visem explorar essa questão.

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5 REFERÊNCIAS

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İNAL, Esra Erkol et al. Effects of smartphone overuse on hand function, pinch strength, and the median nerve. Muscle & Nerve, v. 52, n. 2, p.183-188, 3 jun. 2015.

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MARQUES, Elaine. Anatomia e Fisiologia Humana. Volume 2. São Paulo: editora Martinari, v. 2, p. 111, 2015.

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