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O ENSINO DE ENGENHARIA NO BRASIL Amaral, D e Dedini, F.

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O ENSINO DE ENGENHARIA NO BRASIL

Amaral, D e Dedini, F.

INTRODUÇÃO

O sistema de ensino superior no Brasil, onde se insere os cursos superiores de Engenharia, é bastante complexo e apresenta deficiência de dados e informações estatísticas de forma consistente, para o nível de graduação. Para um planejamento adequado de ações ou mesmo para que, cada professor ou pesquisador possa ter uma visão global da dimensão e dos números que envolvem o ensino superior e as engenharias, é necessário contar com informações consolidadas tanto da graduação, como da pós-graduação. Os autores pretendem colaborar, condensando em um único trabalho, essas relevantes informações para o nosso meio acadêmico.

A graduação e a pós-graduação estão intimamente ligadas, pois a primeira oferece a matéria prima ou material humano para a segunda. A qualidade e quantidade dos egressos dos cursos de engenharia é determinante para se garantir o bom desempenho das pesquisas desenvolvidas na pós-graduação. É portanto, absolutamente necessário um conhecimento dos dados disponíveis para o devido dimensionamento dos programas de pesquisa e qualificação de pessoal a serem desenvolvidos.

Afim de se ter um perfeito entendimento da atual situação do ensino de Engenharia no Brasil, é importante conhecer a sua história através do tempo. O número de egressos, a população de engenheiros, a quantidade de cursos de graduação e pós-graduação, o número de dissertações de mestrado e teses de doutorado, a legislação específica e a política adotada e a avaliação das Instituições e cursos são também apresentadas. Este trabalho também tem por objetivo, oferecer aos leitores uma fonte de consulta em que se procura consolidar, em um único texto, as informações disponíveis em diversas fontes.

HISTÓRICO

O inicio do ensino regular de Engenharia no Brasil data de 17 de dezembro de 1792 com a criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho que foi sucedida pela Real

Academia Militar, em 1810 [ 1 ]. Estas Instituições são as antecedentes da Escola Politécnica

(de 1847, com a desvinculação do Exército) e da atual Escola de Engenharia da UFJR (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Um ponto importante a ser destacado é que a criação dessa Academia na área tecnológica foi uma exceção do governo português, pois ao contrário da Espanha que incentivava a abertura de diversas Universidades em suas colônias na América, Portugal preferia conceder bolsas de estudos a brasileiros que desejassem estudar na Europa. Embora a Engenharia tenha sua origem na área militar, a Academia Real Militar destinava-se, conforme declarado no preâmbulo da lei de sua criação (Lei de 4 de dezembro de 1810 do príncipe regente – futuro Rei Dom João VI), ao ensino das ciências e da Engenharia em geral. Naquela ocasião não devem ter sido poucas as resistências opostas a criação da Academia, pois o partido português não via com bons olhos qualquer progresso no Brasil. Em 1812 o curso passou a funcionar em sua sede definitiva no prédio do Largo de São Francisco, no Rio de Janeiro. O local é considerado o berço do ensino de engenharia no Brasil [ 2 ] (atualmente, o

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Passaram-se 84 anos para que surgisse a segunda Instituição de Ensino de Engenharia no Brasil: A Escola de Minas de Ouro Preto, fundada em 12 de outubro de 1876 por decisão do Imperador D. Pedro II. Por indicação do cientista francês Auguste Daubrée, Diretor da Escola de Minas de Paris, foi enviado ao Brasil, em 1874, o jovem Engenheiro Claude Henri Gorceix, então com 32 anos. Em visita a região, escolheu a cidade de Ouro Preto para ser a sede da Instituição. No inicio, vários professores franceses e brasileiros foram convidados para lecionar. Afim de vencer as inúmeras dificuldades iniciais de uma Instituição especializada,

Gorceix criou também o curso de Engenharia Civil. Atualmente, esta Escola pertence a UFOP

(Universidade Federal de Ouro Preto).

Em 1893, foi criada a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, pela lei estadual n 191. O primeiro Diretor foi o Prof. Antônio Francisco de Paula Souza, formado pela Escola Politécnica de Zurich, cuja influência suíça difere da influência francesa das duas primeiras Instituições criadas no Brasil. Por esta lei, a Escola iniciava suas atividades com os cursos de engenheiros civis e engenheiros industriais. Em 1895, o Prof. Paulo de Frontin, relator da Comissão que elaborou o Estatuto da Escola Politécnica, organizou os seguintes cursos de Engenharia: Civil, Industrial, Agronômica, Minas e Mecânica. Em 1911 seus Estatutos foram novamente modificados, criando-se o curso de Engenharia Mecânica-Eletricista. Em 1934 a Escola Politécnica e seus Institutos foram incorporados à USP (Universidade de São Paulo). Em 3 de junho de 1895, foi criada pela lei estadual n 84, a Escola de Engenharia de Pernambuco, que inicialmente contava apenas com o curso de Engenharia Civil.

Em 1896, foi fundado, na cidade de São Paulo, o primeiro estabelecimento não governamental: a Escola de Engenharia Mackenzie. Inicialmente, era denominada Escola Americana e tinha somente ensino primário. Em 1890 passou a ter cursos superiores e, nesta época, recebeu uma doação de 50.000 dólares do filantropo americano John T. Mackenzie (que nunca chegou a vir ao Brasil) para a criação de uma escola de engenharia que acabou recebendo seu nome.

A Escola de Engenharia de Porto Alegre – atual Escola de Engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) foi fundada em 10 de agosto de 1896 tendo, mais tarde, criado o Instituto Eletrotécnico.

Ainda antes do século XX, foi criada a Escola Politécnica da Bahia, fundada em março de 1897. Somente a partir de 1920 é que houve uma expansão das modalidades dos cursos de Engenharia oferecidos.

A Escola de Engenharia de Belo Horizonte, foi a primeira criada neste século, fundada em 21 de maio de 1911. Em 1949 a escola foi ampliada passando a integrar a Universidade de Minas Gerais.

Na primeira metade deste século, seguiram-se a fundação de diversas outras Instituições de ensino de Engenharia no Brasil: Faculdade de Engenharia do Paraná (1912); Escola Politécnica do Recife (1912); Instituto Eletrotécnico de Itajubá (1913); Escola de Engenharia de Juiz de Fora (1914); Escola Técnica do Exército – atual IME Instituto Militar de Engenharia (1928); Escola de Engenharia do Pará (1931); Escola de Engenharia Industrial da PUC-SP (1946); Escola Politécnica da PUC-RJ (1948); ITA – Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1950) e a Escola Politécnica do Espírito Santo (1952).

Em geral, as Instituições eram criadas oferecendo inicialmente o curso de Engenharia Civil e posteriormente, em uma eventual expansão, eram criados outros cursos de Engenharia.

Em um levantamento realizado em 1973, no anexo da Resolução 48/76, consta que o Brasil contava com 213 cursos de Engenharia evoluindo rapidamente para 413 cursos ofertados por cerca de 150 Instituições, no ano de 1994. A situação atual do ensino de Engenharia é tratada mais adiante.

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POPULAÇÃO DE ENGENHEIROS NO BRASIL

Considerando a tabela elaborada por Danna [ 3 ] em 1982, (tabela 1) com dados obtidos na Coordenadoria de Ciências da Engenharia da Secretaria de Ensino Superior (CCEng/DAS/SESu/MEC) o total de formandos de 1963 até 1980 é de 142.407 engenheiros. De 1981 até 1996, não há dados disponíveis sobre o número de egressos dos cursos de engenharia, exceto os totais de formandos de 1990 a 1994 cujos dados constam na tabela 5. Somente com a implantação do ENC – Exame Nacional de Cursos, regulamentado pela Portaria 963 de 15/08/97, é que o Ministério da Educação passou a ter um efetivo controle e uma base de dados confiáveis. A medida que os diferentes cursos de Engenharia vão sendo incorporados no progressivo rol de cursos avaliados, mais informações vão sendo disponibilizadas por modalidade.

.

Tabela 1: Número de Formandos em Engenharia por modalidade por ano: (a) elaborada por Danna [ ] e (b) elaborada pelo INEP [ ].

(a) (b)

* Apenas 1 curso: Aeronáutica, Armamento, Automóveis, Geodesia e Topografia, Geológica, Alimentos e Têxtil

O ENC é um sistema de avaliação dos cursos de graduação, onde todos os alunos em condições de concluir o curso naquele ano, fazem uma prova sobre os conteúdos básicos ministrados. Esta prova é única e obrigatória para a liberação do diploma e é realizada em todo o país em um mesmo dia e horário para todos os potenciais formandos. Seu principal objetivo não é a avaliação individual de cada formando ( entretanto, todos recebem de forma sigilosa o seu resultado ) e sim, a avaliação global do curso e das Instituições, onde outros fatores também são levados em conta como dedicação e titulação dos docentes e instalações físicas (laboratórios, biblioteca, etc.). Portanto, é necessário um cadastramento de todos os cursos daquela modalidade e de todos os alunos em condições de fazer a prova. Assim, em 1998, três modalidades de cursos de engenharia já dispunham de informações precisas: Engenharia Civil, Engenharia Química e Engenharia Elétrica. Os formandos em Engenharia Mecânica realizaram, em 1999, seu primeiro exame.

É possível fazer uma projeção da média dos formandos de 1981 até 1998 e, somando-se com a população de engenheiros existentes em 1980, teremos a ordem de grandeza da população de engenheiros formados no Brasil de 1963 até 1998. Esta projeção será evidentemente mais precisa para os engenheiros civis, elétricos e químicos, mas não irá comprometer o resultado final porque representam a maioria (74%) dos engenheiros no Brasil.

Dessa forma, podemos concluir, pelos dados da tabela 2, que o total de Engenheiros formados no Brasil, de 1963 até 1998, é de 455.827 profissionais, sendo aproximadamente 94.496 (20,7%) Engenheiros Mecânicos.

Tabela 2: Total de formandos em Engenharia no Brasil Total de formandos de 1963 a 1980 Projeção de formandos de 1981 a 1998 Estimativa da população de Engenheiros formados de 1963 a 1998 Civil 61.950 133.308 195.258

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Química 10.738 25.164 35.902

Metalúrgica 4.911 8.676 13.587

Minas 1.111 3.078 4.189

Outros 2.459 4.918 7.377

TOTAL 142.407 313.420 455.827

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CURSOS DE ENGENHARIA NO BRASIL

Conforme enfocado no Histórico, o inicio do ensino de Engenharia no Brasil data do século XVIII, , com apenas sete Instituições em funcionamento até o ano de 1900. Na primeira metade do século XX e principalmente a partir da década de 60, houve uma grande expansão do ensino superior brasileiro. Entre as décadas de 60 e 80, o setor das Instituições particulares foi o que mais cresceu, conforme pode ser visto no gráfico da figura 1. Atualmente, existem cerca de 900 Instituições de ensino superior no Brasil, sendo 75% particulares e 25% públicas (entre Federais, Estaduais e Municipais). Em 1994 a rede que atendia ao ensino superior era de 851 Instituições.

Os cursos de Engenharia acompanharam este crescimento e, em 1994, o Brasil dispunha de 413 cursos distribuídos em 23 diferentes modalidades listadas na tabela 3, oferecidos por 158 IES - Instituições de Ensino Superior. Essas IES e os cursos estão distribuídos por dependência administrativa conforme mostram os gráficos da figura 3. Por estes gráficos, pode-se perceber que a maior parte dos cursos e a maioria das Instituições que oferecem cursos de Engenharia são do setor privado. Em seguida vem as IES do governo Federal, depois as Estaduais e em menor proporção as Municipais. No total, o sistema de ensino superior brasileiro oferece cerca de 6.000 cursos de graduação.

Figura 1: Crescimento das matrículas no ensino superior brasileiro

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Pela atual legislação que rege os cursos de engenharia no Brasil (Resolução 48/76), todas as modalidades de Engenharia podem ter ênfases. As atuais modalidades existentes são: Civil, Elétrica, Mecânica, Metalurgia, Minas, Química, Ambiental e Alimentos. Os cursos que possuem a denominação “ Industrial” são basicamente idênticos aos cursos tradicionais de Engenharia Mecânica, exceto que sua carga horária é um pouco superior aos cursos tradicionais, já que a Resolução 04/77 de 20/02/77 que o caracterizou, exige maior atividade prática e de laboratório além de uma maior ênfase na execução (chão de fábrica) em vez de concepção (projeto). Grande parte dos cursos de Engenharia Industrial se originou dos extintos cursos de Engenharia de Operações.

Tabela 3 : Cursos por modalidade em 1994 Curso Quantidade Civil 105 Elétrica 67 Mecânica 58 Química 47 Florestal 17 Metalúrgica 14 Indust. Mecânica 13 Eletrônica 13 Alimentos 12 Computação 10 Agrícola 9 Produção 9 Indust. Elétrica 9 Minas 8 Sanitária 6 Materiais 4 Pesca 3 Industrial 2 Naval 2 Têxtil 2 Aeronáutica 1 Ambiental 1 Comunicações 1

DOCENTES: Tomando como base o relatório Síntese de 1998 do MEC/SESu, [ 4 ] verifica-se que atuam 5.501 docentes em 110 cursos de engenharia Civil e 2.218 docentes em 47 cursos de Engenharia Química. Isso resulta numa média de 49,17 docentes por curso. Tomando-se esta média, contabiliza-se 20.307 docentes nos 413 cursos de Engenharia. É preciso ressaltar que, ainda no final de 1999, após a realização do seu primeiro ENC, será disponibilizado os dados reais quanto ao corpo docente da Engenharia Mecânica. Em 1994, o ensino superior brasileiro contava com 141.400 docentes (15,1% com doutorado, 27,7 % com mestrado, 35,6 com

Total de 413 cursos

Fonte: Catálogo do MEC 1994

Figura 3 : Evolução do n.º de cursos de Engenharia no Brasil Figura 2 : Distribuição por dependência administrativa (a) das 158 IES que ministram cursos de

engenharia e (b) dos 413 cursos disponíveis em 1994.

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Tabela 4: Docentes dos cursos de Engenharia N.º de cursos N.º de docentes % de tempo integral % com doutorado % com mestrado % com Especialização % com graduação Eng. Civil 110 5.501 50,6 22,6 32,6 26,7 18,1 Eng. Química 47 2.218 62,4 32,9 37,4 17,0 12,7 Eng. Mecânica* 78 3.835 56,5 27,8 35,0 21,8 15,4 * projeção

Conforme demonstra a figura 3, o sistema de ensino superior no Brasil tem apresentado um crescente número de professores tendo atualmente, cerca de 150.000 docentes em atividade, sendo 42.800 vinculados às 52 Instituições públicas federais. Do total, mais de 10 % atuam nos cursos de engenharia.

A população de estudantes brasileiros no ensino superior é de 2,085 milhões de alunos, dos quais aproximadamente 160.000 são estudantes de engenharia. Por ano, formam-se em torno de 16.000 engenheiros. A tabela 5 mostra a relação de formandos universitários por área de conhecimento no Brasil, em 1994 e, a tabela 6, mostra uma comparação do número de formandos em engenharia em países selecionados.

Tabela 5: Formandos por área de conhecimento Tabela 6: Formandos em países selecionados em 1992 1990 1991 1992 1993 1994 Ciências exatas 19.035 20.686 21.340 21.859 21.055 Ciências Biológicas 2.957 2.879 2.683 30.056 2.932 Engenharias 13.529 14.956 15.523 15.745 15.307 Ciências da Saúde 2.977 31.093 28.962 30.750 30.285 Ciências Agrárias 5.224 5.382 5.846 5.728 5.372 Ciências Sociais 81.667 82.211 86.942 91.587 89.149 Ciências Humanas 56.860 55.095 52.918 52.137 48.085 Letras e Artes 21.164 21.075 20.053 19.400 16.406 T O T A L 230.206 236.377 237.267 240.262 228.591 País Engenharias (1992) Brasil 15.523 China 120.830 Índia (92) 29.000 Japão 88.385 Coreia do Sul 31.800 França 17.847 Itália 7.900 Reino Unido 18.800 Canada (91) 7.124 Figura 5: Evolução do número de docentes e alunos do ensino superior brasileiro

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LEGISLAÇÃO SOBRE O ENSINO DE GRADUAÇÃO EM

ENGENHARIA NO BRASIL

A legislação vigente para os cursos de engenharia no Brasil, data do ano de 1976, quando foi publicada em 24 de abril, a Resolução n.º 48 do então Conselho Federal de Educação ( hoje trata-se do Conselho Nacional de Educação). Esta Resolução definiu 6 grandes áreas: Civil, Elétrica, Mecânica, Metalurgia, Minas e Química. Também foi previsto a existência de 3 tipos de cursos: ecléticos ( Exemplo: Engenharia Civil); com ênfase ( Exemplo: Engenharia Civil com ênfase em Estruturas ) e especializado ( Exemplo: Engenharia Sanitária, Engenharia de Produção, etc.). A Resolução definiu ainda que o currículo pleno dos cursos de engenharia é composto de: matérias básicas, gerais, profissionais e complementares. Ela define as matérias e não as disciplinas. Cada matéria ou grupo delas, devem ser cobertas por uma ou mais disciplinas a critério da Instituição.

A carga horária mínima deve ser de 3.600 horas. É importante salientar que a maioria dos cursos de engenharia no Brasil tem mais de 4.000 horas, alguns chegando a 5.000 horas. Nas diversas reformulações curriculares ocorridas nos últimos anos, verifica-se a tendência na diminuição da carga horária, tentando aproximá-la de 3.600 horas. O objetivo é o de diminuir a permanência do estudante na sala de aula, de tal forma que ele tenha mais tempo para estudar e pesquisar.

Devido às grandes transformações do mundo moderno, às novas exigências da sociedade e as contínuas mudanças na área tecnológica, foi necessário fazer uma alteração na proposta inicial da Resolução 48/76 com a criação de uma nova área (Ambiental) e novas habilitações específicas (Automação e Controle e Alimentos) através das Portarias 1693, 1694 e 1695 de 05/12/94.

Além disso, ainda estão em vigor as seguintes Resoluções:

• Resolução 50/76 de 09/09/76 que fixa as normas para a caracterização de habilitações nos cursos de engenharia.

• Resolução 04/77 de 27/02/77 que caracteriza a habilitação Engenharia Industrial.

• Resolução 10/77 de 27/04/77 que caracteriza a habilitação Engenharia de Produção.

Entretanto, com a publicação da Lei 9.394 em 20/12/96 (conhecida como a nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação), toda essa legislação ainda em vigor deverá mudar. Por essa nova lei, acaba o conceito de “ currículo mínimo” e é introduzido o conceito de “ diretrizes curriculares” . Assim, em um processo de discussões por área de conhecimento, as respectivas comunidades envolvidas iniciaram, em 1998, um amplo debate para definir como serão as diretrizes curriculares de seus cursos de graduação. Em breve deverá haver uma nova legislação para os cursos de engenharia e todas as Instituições, Professores e entidades interessadas podem e devem participar de sua elaboração. As mudanças poderão ser profundas, inclusive com a redução da carga horária mínima para 3.000 horas.

LEGISLAÇÃO SOBRE O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO EM

ENGENHARIA NO BRASIL

As alterações na legislação do ensino também irão afetar o sistema de fiscalização e registro profissional da área da Engenharia. Atualmente, existem atribuições específicas para cada modalidade, baseadas no currículo mínimo. Com a flexibilização dos currículos, os cursos poderão variar por Instituição e dentro de um mesmo curso, os alunos poderão trilhar caminhos diferentes, o que poderá implicar na geração de atribuições distintas para um mesmo título.

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flexibilizar somente o sistema de ensino. O sistema de fiscalização profissional (CONFEA/CREAs) deve também se atualizar, flexibilizando as atribuições adequando-se assim, ao que já é uma realidade para o ensino.

A despeito dessa realidade, há uma proposta do CONFEA de se introduzir aqui no Brasil, um sistema de acreditação semelhante ao utilizado em Portugal. Tal acreditação ocorre quando o curso, voluntariamente, solicita sua inclusão e onde são examinados se os currículos se enquadram no modelo de atribuições profissionais então existente. É importante salientar que o Ministério da Educação é que tem a prerrogativa de fazer exigências e fiscalizar os cursos de graduação. Caso não haja interesse da Instituição em acreditar o seu curso no CREA, o aluno egresso deverá se submeter a um “exame de ordem” . Isto implica numa forma de penalização dos cursos, fazendo uma distinção entre os que se cadastraram junto aos CREAs e os que não se cadastraram. É preciso ressaltar que já existe um cadastramento prévio de todos os cursos de engenharia nos CREAs, mas que não implica nenhuma exigência. Portanto, o sistema de ensino de engenharia no Brasil deve propor uma flexibilização das atribuições profissionais, evitando uma interferência indevida do sistema de fiscalização de profissões, ferindo a autonomia de cada curso e Instituição em definir seu formato e se adaptar aos constantes avanços da tecnologia.

BIBLIOGRAFIA

[1] Telles, P. C. S. História da Engenharia no Brasil, Claveiro Editoração, Vol. I, 2ª Edição, 650 p., 1994.

[2] Pardal, P. J., Lerner, L., O Berço da Engenharia Brasileira, Revista de Ensino de Engenharia – ABENGE, N.º 16, p. 37, Dez- 1996.

[3] Danna, F. L., O Ensino de Engenharia: Diagnóstico e Perspectivas, Palestra na Faculdade de Engenharia São Judas Tadeu, maio, 1982.

Referências

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