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REVISTA PORTUGUESA DE CIÊNCIAS DO DESPORTO 2017/ S2A 1 RPCD 17 (S2.A)

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(1)

2017/

S2A

(2)

ÍNDICE

Apresentação António Manuel Fonseca

Triagem de escoliose em escolares de 10 a 12 anos de idade

José Carlos Tatmatsu-Rocha, Adaneuda Silva Britto, Francisca de Fatima dos Anjos, Marliane Aline da Silva Magalhães, Tiago Lopes Farias, Daisy de Araujo Vilela

Disciplina e bullying em alunos do ensino fundamental

Tatiana Lima Boletini, Cristina Carvalho de Melo, Camila Cristina F Bicalho, Franco Noce

O licenciamento compulsório de patentes de medicamentos Elton Dias Xavier, Sheile Nayara Ferreira

Percepção da saúde e dor em idosos em unidades de saúde

Daisy de Araújo Vilela, Isadora Prado de Araújo Vilela, Jose Carlos Tatmatsu Rocha, Danielle I B Tatmatsu, Marina Prado de Araújo Vilela, Rafael Pedroza C Marques

11 13 22 34 54 65 78 92 Avaliação do perfil de nipo-brasileiros através de análise subjetiva e numérica

Alexandre Magno dos Santos, Andréa Damasceno Rocha, Hideo Suzuki, Aguinaldo Silva Garcez Segundo, Maurício Almeida Cardoso, Isabella Simões Holz, Leopoldino Capelozza Filho

Alterações na função da musculatura escapular em indivíduos com diagnóstico de Síndrome do Impacto

Giovanna Mendes Amaral, Silvia Murta Peixoto, Hellen Veloso Rocha Marinho, Marco Túlio S dos Anjos, Sérgio Teixeira Fonseca

Efeitos da kinesio taping no índice do arco plantar em pés normais e planos: um estudo piloto Maikon Gleibyson R dos Santos,

José Roberto de Souza Junior, Ingredy Paula M Garcia, Helen Cristian Marques Tomaz, Thiago Vilela Lemos, Humberto de Sousa Fontoura, João Paulo C Matheus

2017/

S2A

REVISTA

PORTUGUESA

DE CIÊNCIAS

DO DESPORTO

(3)

The relative age effect in olympic swimmers Renato Melo Ferreira, Emerson Filipino Coelho, Adelita Vieira de Morais, Francisco Zacaron Werneck, Guilherme Tucher, Ana Luiza Rocha Lisboa

Características motivacionais de corredores de diferentes provas do atletismo

Marcus Vinicius da Silva, Josária Ferraz Amaral, Renato Miranda

Níveis de ansiedade pré-competitiva e eficiência técnica e tática de uma equipe adulta de futsal feminino participante dos jogos de minas gerais – 2015

Geraldo Magela Durães, Bruna Santos Durães, Jean Claude Lafetá, Maria de Fatima de Matos Maia, Alexandre Caribé

Depressão e dança de salão: fatores de influência em idosos Cristina Carvalho de Melo, Tatiana Lima Boletini, Israel Teoldo da Costa, Agnes Vasconcelos Arreguy, Franco Noce

Influência da presença ou da ausência de jogos nas percepções de fadiga de atletas profissionais de voleibol durante uma temporada competitiva Francine Caetano de Andrade Nogueira, Bernardo Miloski, Maurício Gattá Bara Filho, Lelio Moura Lourenço

Transtorno dismórfico corporal, insatisfação corporal e influência sociocultural em mulheres frequentadoras de academias de ginástica que realizaram cirurgia plástica estética

Fernanda Dias Coelho, Pedro Henrique B de Carvalho, Santiago Tavares Paes, Tassiana Aparecida Hudsson, Maria Elisa Caputo Ferreira 104 115 127 141 152 161

(4)

Pablo Greco (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)

Paula Mota (UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO)

Paulo Farinatti (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Paulo Machado (UNIVERSIDADE MINHO)

Pedro Sarmento (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Ricardo Petersen (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

Sidónio Serpa (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Silvana Göllner (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

Valdir Barbanti (UNIVERSIDADE SÃO PAULO)

Víctor da Fonseca (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Víctor Lopes (INSTITUTO POLITÉCNICO BRAGANÇA)

Víctor Matsudo (CELAFISCS)

Wojtek Chodzko-Zajko (UNIVERS. ILLINOIS URBANA-CHAMPAIGN)

FICHA TÉCNICA DA RPCD

Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Publicação quadrimestral da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto [ISSN 1645-0523] DESIGN E PAGINAÇÃO Rui Mendonça COLABORAÇÃO Bruno Lisboa Noémia Guarda FOTOGRAFIA NA CAPA

José Pedro Martins

© A REPRODUÇÃO DE ARTIGOS, GRÁFICOS OU FOTOGRAFIAS DA REVISTA SÓ É PERMITIDA COM AUTORIZAÇÃO ESCRITA DO DIRECTOR. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA REVISTA PORTUGUESA DE CIÊNCIAS DO DESPORTO

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Rua Dr. Plácido Costa, 91 4200.450 Porto — Portugal Tel: +351—225074700; Fax: +351—225500689 www.fade.up.pt expediente@fade.up.pt

PREÇO DO NÚMERO AVULSO

Preço único para qualquer país: 20€

A Revista Portuguesa de Ciências do Desporto está representada na plataforma SciELO Portugal — Scientific Electronic Library Online [site], no SPORTDiscus

e no Directório e no Catálogo Latindex — Sistema regional de informação em linha para revistas científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal.

CORPO EDITORIAL DA RPCD CONSELHO EDITORIAL

Adroaldo Gaya (UNIVERSIDADE FEDERAL RIO GRANDE SUL, BRASIL)

António Prista (UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA, MOÇAMBIQUE)

Eckhard Meinberg (UNIVERSIDADE DESPORTO COLÓNIA, ALEMANHA)

Gaston Beunen (UNIVERSIDADE CATÓLICA LOVAINA, BÉLGICA)

Go Tani (UNIVERSIDADE SÃO PAULO, BRASIL)

Ian Franks (UNIVERSIDADE DE BRITISH COLUMBIA, CANADÁ)

João Abrantes (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA, PORTUGAL)

Jorge Mota (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

José Alberto Duarte (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

José Maia (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

Michael Sagiv (INSTITUTO WINGATE, ISRAEL)

Neville Owen (UNIVERSIDADE DE QUEENSLAND, AUSTRÁLIA)

Rafael Martín Acero (UNIVERSIDADE DA CORUNHA, ESPANHA)

Robert Brustad (UNIVERSIDADE DE NORTHERN COLORADO, USA)

Robert M. Malina (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE TARLETON, USA)

EDITOR CHEFE

António Manuel Fonseca (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

EDITORES ASSOCIADOS

Amândio Graça (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

António Ascensão (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

João Paulo Vilas Boas (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

José Maia (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

José Oliveira (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

José Pedro Sarmento (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

Júlio Garganta (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

Olga Vasconcelos (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

Rui Garcia (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

CONSULTORES

Alberto Amadio (UNIVERSIDADE SÃO PAULO)

Alfredo Faria Júnior (UNIVERSIDADE ESTADO RIO JANEIRO)

Almir Liberato Silva (UNIVERSIDADE DO AMAZONAS)

Anthony Sargeant (UNIVERSIDADE DE MANCHESTER)

António José Silva (UNIVERSIDADE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO)

António Roberto da Rocha Santos (UNIV. FEDERAL PERNAMBUCO)

Carlos Balbinotti (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

Carlos Carvalho (INSTITUTO SUPERIOR DA MAIA)

Carlos Neto (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Cláudio Gil Araújo (UNIVERSIDADE FEDERAL RIO JANEIRO)

Dartagnan P. Guedes (UNIVERSIDADE ESTADUAL LONDRINA)

Duarte Freitas (UNIVERSIDADE DA MADEIRA)

Eduardo Kokubun (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, RIO CLARO)

Eunice Lebre (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

Francisco Alves (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Francisco Camiña Fernandez (UNIVERSIDADE DA CORUNHA)

Francisco Carreiro da Costa (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Francisco Martins Silva (UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA)

Glória Balagué (UNIVERSIDADE CHICAGO)

Gustavo Pires (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Hans-Joachim Appell (UNIVERSIDADE DESPORTO COLÓNIA)

Helena Santa Clara (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Hugo Lovisolo (UNIVERSIDADE GAMA FILHO)

Isabel Fragoso (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Jaime Sampaio (UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO)

Jean Francis Gréhaigne (UNIVERSIDADE DE BESANÇON)

Jens Bangsbo (UNIVERSIDADE DE COPENHAGA)

João Barreiros (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

José A. Barela (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, RIO CLARO)

José Alves (ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR)

José Luis Soidán (UNIVERSIDADE DE VIGO)

José Manuel Constantino (UNIVERSIDADE LUSÓFONA)

José Vasconcelos Raposo (UNIV. TRÁS-OS-MONTES ALTO DOURO)

Juarez Nascimento (UNIVERSIDADE FEDERAL SANTA CATARINA)

Jürgen Weineck (UNIVERSIDADE ERLANGEN)

Lamartine Pereira da Costa (UNIVERSIDADE GAMA FILHO)

Lilian Teresa Bucken Gobbi (UNIV. ESTADUAL PAULISTA, RIO CLARO)

Luis Mochizuki (UNIVERSIDADE SÃO PAULO)

Luís Sardinha (UNIVERSIDADE TÉCNICA LISBOA)

Luiz Cláudio Stanganelli (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA)

Manoel Costa (UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO)

Manuel João Coelho e Silva (UNIVERSIDADE DE COIMBRA)

Manuel Patrício (UNIVERSIDADE DE ÉVORA)

Manuela Hasse (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Marco Túlio de Mello (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO)

Margarida Espanha (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Margarida Matos (UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA)

Maria José Mosquera González (INEF GALIZA)

Markus Nahas (UNIVERSIDADE FEDERAL SANTA CATARINA)

Mauricio Murad (UNIVERS. ESTADO RIO DE JANEIRO E UNIVERSO)

Ovídio Costa (UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL)

A RPCD TEM O APOIO DA FCT PROGRAMA OPERACIONAL CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO DO QUADRO COMUNITÁRIO DE APOIO III

(5)

NORMAS DE PUBLICAÇÃO NA RPCD

TIPOS DE PUBLICAÇÃO

INVESTIGAÇÃO ORIGINAL

RPCD publica artigos originais relativos a todas as áreas das ciências do desporto;

REVISÕES DA INVESTIGAÇÃO

A RPCD publica artigos de síntese da literatura que contribuam para a generalização do conhecimento em ciências do desporto. Artigos de meta-análise e revisões críticas de literatura são dois possíveis modelos de publicação. Porém, este tipo de publicação só estará aberto a especialistas convidados pela RPCD.

COMENTÁRIOS

Comentários sobre artigos originais e sobre revisões da investigação são, não só publicáveis, como são francamente encorajados pelo corpo editorial;

ESTUDOS DE CASO

A RPCD publica estudos de caso que sejam considerados relevantes para as ciências do desporto. O controlo rigoroso da metodologia é aqui um parâmetro determinante.

ENSAIOS

A RPCD convidará especialistas a escreverem ensaios, ou seja, reflexões profundas sobre determinados temas, sínteses de múltiplas abordagens próprias, onde à argumentação científica, filosófica ou de outra natureza se adiciona uma forte componente literária.

REVISÕES DE PUBLICAÇÕES

A RPCD tem uma secção onde são apresentadas revisões de obras ou artigos publicados e que sejam considerados relevantes para as ciências do desporto.

REGRAS GERAIS DE PUBLICAÇÃO Os artigos submetidos à RPCD deverão conter dados originais, teóricos ou experimentais, na área das ciências do desporto. A parte substancial do artigo não deverá ter sido publicada em mais nenhum local. Se parte do artigo foi já apresentada publicamente deverá ser feita referência a esse facto na secção de Agradecimentos.

Os artigos submetidos à RPCD serão, numa primeira fase, avaliados pelo editor-chefe e terão como critérios iniciais de aceitação: normas de publicação, relação do tópico tratado com as ciências do desporto e mérito científico. Depois desta análise, o artigo, se for considerado previamente aceite, será avaliado por 2 “referees” independentes e sob a forma de análise “duplamente cega”. A aceitação de um e a rejeição de outro obrigará a uma 3ª consulta.

PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS

ASPECTOS GERAIS

Cada artigo deverá ser acompanhado por uma carta de rosto que deverá conter: — Título do artigo e nomes dos autores; — Declaração de que o artigo nunca foi previamente publicado.

FORMATO:

— Os manuscritos deverão ser escritos em papel A4 com 3 cm de margem, letra 12 com duplo espaço e não exceder 20 páginas;

— As páginas deverão ser numeradas sequencialmente, sendo a página de título a nº1.

DIMENSÕES E ESTILO:

— Os artigos deverão ser o mais sucintos possível; A especulação deverá ser apenas utilizada quando os dados o permitem e a literatura não confirma; — Os artigos serão rejeitados quando escritos em português ou inglês de fraca qualidade linguística; — As abreviaturas deverão ser

as referidas internacionalmente.

PÁGINA DE TÍTULO:

— A página de título deverá conter a seguinte informação:

— Especificação do tipo de trabalho (cf. Tipos de publicação);

— Título conciso mas suficientemente informativo; — Nomes dos autores, com a primeira e a inicial média (não incluir graus académicos) — “Running head” concisa não

excedendo os 45 caracteres; — Nome e local da instituição onde o trabalho foi realizado; — Nome e morada do autor para

onde toda a correspondência deverá ser enviada, incluindo endereço de e-mail.

PÁGINA DE RESUMO:

— Resumo deverá ser informativo e não deverá referir-se ao texto do artigo; — Se o artigo for em português o resumo deverá ser feito em português e em inglês — Deve incluir os resultados mais importantes que suportem as conclusões do trabalho; — Deverão ser incluídas 3 a 6 palavras-chave; — Não deverão ser utilizadas abreviaturas; — O resumo não deverá exceder as 200 palavras.

INTRODUÇÃO:

— Deverá ser suficientemente compreensível, explicitando claramente o objectivo do trabalho e relevando a importância do estudo face ao estado actual do conhecimento; — A revisão da literatura não deverá ser exaustiva.

MATERIAL E MÉTODOS:

— Nesta secção deverá ser incluída toda a informação que permite aos leitores realizarem um trabalho com a mesma metodologia sem contactarem os autores; — Os métodos deverão ser ajustados

ao objectivo do estudo; deverão ser replicáveis e com elevado grau de fidelidade; — Quando utilizados humanos deverá ser indicado que os procedimentos utilizados respeitam as normas internacionais de experimentação com humanos (Declaração de Helsínquia de 1975);

— Quando utilizados animais deverão ser utilizados todos os princípios éticos de experimentação animal e, se possível, deverão ser submetidos a uma comissão de ética; — Todas as drogas e químicos utilizados deverão ser designados pelos nomes genéricos, princípios activos, dosagem e dosagem; — A confidencialidade dos sujeitos deverá ser estritamente mantida; — Os métodos estatísticos utilizados deverão ser cuidadosamente referidos.

RESULTADOS:

— Os resultados deverão apenas conter os dados que sejam relevantes para a discussão; — Os resultados só deverão aparecer uma vez no texto: ou em quadro ou em figura;

— O texto só deverá servir para relevar os dados mais relevantes e nunca duplicar informação;

— A relevância dos resultados deverá ser suficientemente expressa; — Unidades, quantidades e fórmulas

deverão ser utilizados pelo Sistema Internacional (SI units). — Todas as medidas deverão ser referidas em unidades métricas.

DISCUSSÃO:

— Os dados novos e os aspectos mais importantes do estudo deverão ser relevados de forma clara e concisa; — Não deverão ser repetidos os resultados já apresentados; — A relevância dos dados deverá ser

referida e a comparação com outros estudos deverá ser estimulada; — As especulações não suportadas

pelos métodos estatísticos não deverão ser evitadas; — Sempre que possível, deverão ser incluídas recomendações;

— A discussão deverá ser completada com um parágrafo final onde são realçadas as principais conclusões do estudo.

AGRADECIMENTOS:

— Se o artigo tiver sido parcialmente apresentado publicamente deverá aqui ser referido o facto; — Qualquer apoio financeiro deverá ser referido.

REFERÊNCIAS

— As referências deverão ser citadas no texto por número e compiladas alfabeticamente e ordenadas numericamente; — Os nomes das revistas deverão ser abreviados conforme normas internacionais (ex: Index Medicus); — Todos os autores deverão ser nomeados (não utilizar et al.) — Apenas artigos ou obras em situação de “in press” poderão ser citados. Dados não publicados deverão ser utilizados só em casos excepcionais sendo assinalados como “dados não publicados”; — Utilização de um número elevado de resumos ou de artigos não “peer-reviewed” erá uma condição de não aceitação;

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS: ARTIGO DE REVISTA

1 Pincivero DM, Lephart SM, Karunakara RA (1998). Reliability and precision of isokinetic strength and muscular endurance for the quadriceps and hamstrings. Int J Sports Med 18: 113-117

LIVRO COMPLETO

Hudlicka O, Tyler KR (1996). Angiogenesis. The growth of the vascular system. London: Academic Press Inc. Ltd.

CAPÍTULO DE UM LIVRO

Balon TW (1999). Integrative biology of nitric oxide and exercise. In: Holloszy JO (ed.). Exercise and Sport Science Reviews vol. 27. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 219-254

FIGURAS

— Figuras e ilustrações deverão ser utilizadas quando auxiliam na melhor compreensão do texto;

— As figuras deverão ser numeradas em numeração árabe na sequência em que aparecem no texto; — As figuras deverão ser impressas

em folhas separadas daquelas contendo o corpo de texto

do manuscrito. No ficheiro informático em processador de texto, as figuras deverão também ser colocadas separadas do corpo de texto nas

páginas finais do manuscrito e apenas uma única figura por página; — As figuras e ilustrações deverão ser

submetidas com excelente qualidade gráfico, a preto e branco e com a qualidade necessária para serem reproduzidas ou reduzidas nas suas dimensões;

— As fotos de equipamento ou sujeitos deverão ser evitadas.

QUADROS

— Os quadros deverão ser utilizados para apresentar os principais resultados da investigação. — Deverão ser acompanhados de um

título curto; — Os quadros deverão ser apresentados com as mesmas regras das referidas para as legendas e figuras;

— Uma nota de rodapé do quadro deverá ser utilizada para explicar as abreviaturas utilizadas no quadro.

SUBMISSÃO DOS MANUSCRITOS — A submissão de artigos para

à RPCD poderá ser efectuada por via postal, através do envio de 1 exemplar do manuscrito em versão impressa em papel, acompanhada de versão gravada em suporte informático (CD-ROM ou DVD) contendo o artigo em processador de texto Microsoft Word (*.doc).

— Os artigos poderão igualmente ser submetidos via e-mail, anexando o ficheiro contendo o manuscrito em processador de texto Microsoft Word (*.doc) e a declaração de que o artigo nunca foi previamente publicado.

ENDEREÇOS PARA ENVIO DE ARTIGOS

Revista Portuguesa de Ciências do Desporto

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Rua Dr. Plácido Costa, Porto Portugal (+351) 914 200 450 e-mail: rpcd@fade.up.pt

(6)

PUBLICATION NORMS

WORKING MATERIALS (MANUSCRIPTS)

ORIGINAL INVESTIGATION

The PJSS publishes original papers related to all areas of Sport Sciences.

REVIEWS OF THE LITERATURE (STATE OF THE ART PAPERS):

State of the art papers or critical literature reviews are published if, and only if, they contribute to the generalization of knowledge. Meta-analytic papers or general reviews are possible modes from contributing authors. This type of publication is open only to invited authors.

COMMENTARIES:

Commentaries about published papers or literature reviews are highly recommended by the editorial board and accepted.

CASE STUDIES:

Highly relevant case studies are favoured by the editorial board if they contribute to specific knowledge within the framework of Sport Sciences research. The meticulous control of research methodology is a fundamental issue in terms of paper acceptance.

ESSAYS:

The PJSS shall invite highly regarded specialists to write essays or careful and deep thinking about several themes of the sport sciences mainly related to philosophy and/or strong argumentation in sociology or psychology.

BOOK REVIEWS:

the PJSS has a section for book reviews.

GENERAL PUBLICATION RULES: all papers submitted to the PJSS are obliged to have original data, theoretical or experimental, within the realm of Sport Sciences. It is mandatory that the submitted paper has not yet been published elsewhere. If a minor part of the paper was previously published, it has to be stated explicitly in the acknowledgments section.

All papers are first evaluated by the editor in chief, and shall have as initial criteria for acceptance the following: fulfilment of all norms, clear relationship to Sport Sciences, and scientific merit. After this first screening, and if the paper is firstly accepted, two independent referees shall evaluate its content in a “double blind” fashion. A third referee

shall be considered if the previous two are not in agreement about the quality of the paper.

After the referees receive the manuscripts, it is hoped that their reviews are posted to the editor in chief in no longer than a month.

MANUSCRIPT PREPARATION

GENERAL ASPECTS:

The first page of the manuscript has to contain: — Title and author(s) name(s) — Declaration that the paper has never been published

FORMAT:

— All manuscripts are to be typed in A4 paper, with margins of 3 cm, using Times New Roman style size 12 with double space, and having no more than 20 pages in length. — Pages are to be numbered sequentially, with the title page as n.1.

SIZE AND STYLE:

— Papers are to be written in a very precise and clear language. No place is allowed for speculation without the boundaries of available data. — If manuscripts are highly confused and written in a very poor Portuguese or English they are immediately rejected by the editor in chief. — All abbreviations are to be used according to international rules of the specific field.

TITLE PAGE:

— Title page has to contain the following information: — Specification of type of manuscript

(but see working materials-manuscripts). — Brief and highly informative title. — Author(s) name(s) with first and middle

names (do not write academic degrees) — Running head with no more than 45 letters. — Name and place of the academic institutions. — Name, address, Fax number and

email of the person to whom the proof is to be sent.

ABSTRACT PAGE:

— The abstract has to be very precise and contain no more than 200 words, including objectives, design, main results and conclusions. It has to be intelligible without reference to the rest of the paper. — Portuguese and English abstracts are mandatory. — Include 3 to 6 key words. — Do not use abbreviations.

INTRODUCTION:

— Has to be highly comprehensible, stating clearly the purpose(s) of the manuscript, and presenting the importance of the work. — Literature review included is not

expected to be exhaustive.

MATERIAL AND METHODS:

— Include all necessary information for the replication of the work without any further information from authors. — All applied methods are expected to be reliable and highly adjusted to the problem. — If humans are to be used as

sampling units in experimental or non-experimental research it is expected that all procedures follow Helsinki Declaration of Human Rights related to research. — When using animals all ethical principals related to animal experimentation are to be respected, and when possible submitted to an ethical committee. — All drugs and chemicals used

are to be designated by their general names, active principles and dosage. — Confidentiality of subjects is to be maintained. — All statistical methods used are to be precisely and carefully stated.

RESULTS:

— Do provide only relevant results that are useful for discussion. — Results appear only once in Tables

or Figures. — Do not duplicate information, and present only the most relevant results. — Importance of main results is

to be explicitly stated. — Units, quantities and formulas are to be expressed according to the International System (SI units). — Use only metric units.

DISCUSSION:

— New information coming from data analysis should be presented clearly. — Do no repeat results. — Data relevancy should be

compared to existing information from previous research. — Do not speculate, otherwise carefully supported, in a way, by insights from your data analysis. — Final discussion should be summarized in its major points.

ACKNOWLEDGEMENTS:

— If the paper has been partly presented elsewhere, do provide such information. — Any financial support should be mentioned.

REFERENCES:

— Cited references are to be numbered in the text, and alphabetically listed. — Journals´ names are to be cited according to general abbreviations (ex: Index Medicus). — Please write the names of all authors (do not use et al.). — Only published or “in press” papers

should be cited. Very rarely are accepted “non published data”. — If non-reviewed papers are cited

may cause the rejection of the paper.

EXAMPLES: PEER-REVIEW PAPER

1 Pincivero DM, Lephart SM, Kurunakara RA (1998). Reliability and precision of isokinetic strength and muscular endurance for the quadriceps and hamstrings. In J Sports Med 18:113-117

COMPLETE BOOK

Hudlicka O, Tyler KR (1996). Angiogenesis. The growth of the vascular system. London:Academic Press Inc. Ltd.

BOOK CHAPTER

Balon TW (1999). Integrative biology of nitric oxide and exercise. In: Holloszy JO (ed.). Exercise and Sport Science Reviews vol. 27. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 219-254

FIGURES

— Figures and illustrations should be used only for a better understanding of the main text. — Use sequence arabic numbers for all Figures. — Each Figure is to be presented

in a separated sheet with a short and precise title. — In the back of each Figure do provide information regarding the author and title of the paper. Use a pencil to write this information.

— All Figures and illustrations should have excellent graphic quality I black and white.

— Avoid photos from equipments and human subjects.

TABLES

— Tables should be utilized to present relevant numerical data information. — Each table should have a very precise and short title. — Tables should be presented within the same rules as Legends and Figures. — Tables´ footnotes should be used only to describe abbreviations used.

MANUSCRIPT SUBMISSION The manuscript submission could be made by post sending one hard copy of the article together with an electronic version [Microsoft Word (*.doc)] on CD-ROM or DVD. Manuscripts could also be submitted via e-mail attaching an electronic file version [Microsoft Word (*.doc)] together with the declaration that the paper has never been previously published.

ADDRESS FOR MANUSCRIPT SUBMISSION

Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Rua Dr. Plácido Costa, Porto Portugal (+351) 914 200 450 e-mail: rpcd@fade.up.pt

(7)

Apresentação

O presente número da Revista Portuguesa de Ciências do Desporto (RPCD) (i.e., o RPCD 17/S2A), bem como os três seguintes (i.e., o RPCD 17/S3A; o RPCD 17/S4A; e o RPCD 17/S5A), é constituído integralmente por comunicaçõe submetidas e aprovadas para inclusão no programa científico do 3º Encontro Internacional de Pesquisadores em Esporte, Saúde, Psicologia e Bem-Estar (EIPSE), realizado entre os dias 12 e 15 de outubro de 2016, em Montes Claros (Minas Gerais, Brasil).

Nesse sentido, e a exemplo do verificado em relação ao número suplementar da RPCD dedicado à publicação de todos os resumos das comunicações submetidas e aprovadas para inclusão no programa científico daquele congresso (i.e., RPCD 16/S3R) entendemos ser oportuno e apropriado transcrever parte da mensagem de apresentação disponível na respectiva página electrónica, particularmente quando se refere que este Encontro:

tem por objetivo proporcionar um formato onde se discutem os mesmos problemas tal como estudados por diferentes áreas científicas. Promovendo o diálogo e a partilha de ideias, perspectivas e experiências, pretendemos que os participantes possam contribuir para o avanço da ciência identificando problemas comuns e assim construírem projetos de pesquisa em que as diferentes áreas se complementem. Desta forma os participantes darão início a um processo que tem por objetivo consolidar uma linguagem científica de forma multidisciplinar e traduzida no desenvolvimento de projetos conjuntos de pesquisa, que se pretendem de caráter internacional.

A

António Manuel Fonseca 1

1 Editor chefe da Revista Portuguesa de Ciências do Desporto

(8)

01

Triagem de escoliose

em escolares de 10 a 12

anos de idade

PALAVRAS CHAVE:

Postura. Curvaturas da coluna vertebral. Desenvolvimento infantil. Puberdade. Coluna vertebral.

RESUMO

A Escoliose gera anormalidades estéticas, dor, complicações cardiopulmonares e neuro-musculares.Objetivo: identificar a ocorrência de escoliose em estudantes de escolas pú-blicas e privadas no município de Parnaíba-Piauí. Para tanto, avaliaram-se 87 alunos de duas escolas públicas e duas privadas na cidade de Parnaíba-Piauí. Para a análise postural,

utilizamos simetrógrafo e teste de Adams. Quanto à presença de escoliose, os meninos

apresentaram uma frequência maior (41.46%) do que as meninas (34.8%), porém não es-tatisticamente significativa (p > .05). Entretanto, a presença da escoliose foi significativa-mente maior nos alunos das escolas privadas (p < .05) do que nas públicas e em 62.07% do total de alunos observamos um padrão de normalidade das curvaturas anatômicas. A curvatura da escoliose foi identificada em 37.93%, dos alunos avaliados, sendo que 49% destes apresentaram desnível à esquerda e 51% à direita. Neste estudo observou-se a escoliose em mais de um quarto da população estudada, sendo mais afetada a popula-ção masculina de escolas privadas. Este trabalho possibilita conhecer dados posturais da região nordeste do Brasil, bem como gerar uma reflexão que, através de pouca instru-mentação e baixo custo, é possível realizar a prevenção de desvios posturais nas escolas, evitando-se o desenvolvimento de curvaturas patológicas antes da adolescência.

AUTORES:

José Carlos Tatmatsu-Rocha 1

Adaneuda Silva Britto 2

Francisca de F dos Anjos 2

Marliane Aline S Magalhães 2

Tiago Lopes Farias 2

Daisy de Araujo Vilela 3

1 Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará – UFC, Fortaleza, Ce – Brasil

2 Universidade Federal do Piauí / Campus de Parnaíba/UFPI. Parnaíba, Pi-Brasil

3 Universidade Federal de Goias; Campus Jatai,UFG, Go-Brasil

Correspondência: José Carlos Tatmatsu-Rocha. Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará – UFC, Fortaleza, Ce – Brasil. (tatmatsu@gmail.com)

Com a realização deste evento procuramos salvaguardar o princípio de que a ciência e o saber são bens Universais. Promover a troca de experiências com o objetivo de se de-senvolver projetos transfronteiriços é também uma forma de incentivar as boas práticas científicas tal como estas se podem corporizar na internacionalização da produtividade científica que até agora tem sido realizada em contextos isolados e em que a prioridade, graças ao isolamento dos investigadores, tende a traduzir-se na excessiva preocupação em acrescentar linhas ao curriculum vitae de cada investigador.

Partilhamos da opinião que é urgente encontrar estratégias que permitam o desenvol-vimento de uma nova cultura de prática científica, traduzida em formas de partilha di-ferentes daquela que atualmente dispomos e que impõe limites à operacionalização da criatividade científica. Neste sentido e certos que este é um primeiro passo na longa ca-minhada que se adivinha na construção de comunidades internacionais de pesquisadores em que diferentes áreas científicas se predispõem a procurar soluções para os problemas comuns e que despertam a curiosidade dos seus membros.

Complementarmente, convirá sublinhar que a RPCD tem vindo a constituir-se, desde o seu início, como um veículo privilegiado de divulgação em língua portuguesa do conhecimento gerado por académicos e investigadores da área das ciências do desporto e afins em dife-rentes partes do mundo, nomeadamente nos países de expressão portuguesa.

Assim sendo, a resposta da RPCD à solicitação da Comissão Organizadora do EIPSE para publicar um determinado número de comunicações aprovadas pela respectiva comissão científica para serem apresentadas na terceira edição deste importante evento científico foi naturalmente positiva, salvaguardado que fosse um conjunto de critérios que assegu-rasse a qualidade e o mérito do conteúdo a publicar.

Em conformidade, e na linha do verificado em situações anteriores similares, a RPCD e a Comissão Organizadora do EIPSE definiram um conjunto de critérios a respeitar para a revisão e avaliação cegas dos trabalhos submetidos para publicação, os quais serviram de base ao trabalho posteriormente desenvolvido pelos peritos convidados para esse efeito pela Comissão Organizadora do EIPSE.

Conforme anteriormente referido, o presente número é um dos quatros números espe-ciais que a RPCD destinou para a publicação das comunicações selecionadas para esse efeito pela Comissão Organizadora do EIPSE. Esperamos que a sua leitura se constitua como uma experiência útil e agradável para todos que a isso se decidirem...

(9)

Scoliosis screening

in children 10 to 12 years old

ABSTRACT

Scoliosis generates aesthetic abnormalities, pain, cardiopulmonary and neuromuscular complications. Objective: To identify the occurrence of scoliosis in students from public and private schools in Parnaiba City (Brazil). We evaluated 87 prepubertal students from two public and two private schools. For postural analysis, we use symmetrograph and Ad-ams test. Boys had a higher rate about presence of scoliosis (41.46%) when compared with girls (34.8%), but the difference was not statisti-cally significant (p > .05). However, the presence of scoliosis was sig-nificantly higher in students from private (p < .05) than public schools; 62.07% of the students observed posessed a normal range of anatomi-cal curvatures. The curvature of scoliosis was identified in 37.93% of the evaluated students, and 49% presented left unevenness and 51% to right. In this study, scoliosis was found in more than a quarter of the population studie; the male population of private schools was more af-fected. This work enables to know postural data in northeastern Brazil, as well as generate a reflection that, through little instrumentation and low cost, it is possible to prevent postural deviations in schools, prevent-ing the development of pathological curvatures before adolescence. KEY-WORDS:

Posture. Spinal curvatures. Child development. Puberty. Spine.

INTRODUÇÃO

A infância e a adolescência são os períodos de maior importância para o desenvolvimento musculo-esquelético, pois nessas fases existem fatores intrínsecos e extrínsecos que po-dem predispor o desenvolvimento de deformidades posturais em decorrência de hábitos incorretos, resultando em prejuízos significativos aos escolares, particularmente às estru-turas que compõem a coluna vertebral (Martelli & Traebert, 2006; Zapater, Silveira, Vitta, Padovani, & Silva, 2004).

Os desalinhamentos posturais são consequência de vários fatores, incluindo a má postu-ra, a condução inadequada de objetos, tensões, obesidade, condições físicas nas quais o indivíduo vive, bem como por fatores emocionais, socioeconômicos ou ainda alterações decorrentes do crescimento e desenvolvimento humano (Penha, João, Casarotto, Amino, & Penteado, 2005; Scartoni, 2008).

Dentre os desvios posturais mais comuns destaca-se a escoliose, patologia que acomete mais comumente o sexo feminino e é mais frequente dos nove aos treze anos de idade, ou seja, no período em que há o estirão de crescimento. Nesta fase, os alunos apresentam pa-drões inadequados de postura ao sentar, carregar mochilas e até mesmo da marcha. A per-manência na posição sentada por até seis horas nas escolas, com pequenos intervalos em pé, pode acarretar esse desequilíbrio postural (Ferriani, Cano, Candido, & Kanchina, 2006).

A alteração postural supracitada é definida pela Scoliosis Research Society (2016) como um desvio da coluna vertebral no plano frontal superior a 10°, associado ou não a alteração rotacional, sendo caracterizada por modificação tridimensional incluindo curvatura lateral no plano frontal, rotação lateral no plano transversal e retificação no plano sagital (Salate, Aroni, & Ferreira, 2003). Conforme sua etiologia, pode ser classificada em estrutural e não estrutural. A primeira pode ser idiopática (sem causa aparente), neuromuscular e oste-opática. Já a segunda pode ser o resultado de assimetria de membros inferiores, espasmo ou dor muscular da coluna vertebral por compressão de raiz nervosa ou outra lesão na coluna e, ainda, pelos maus hábitos posturais (Bonorino, da Silva Borin, & da Silva, 2008).

A detecção precoce da escoliose pode resultar na prevenção de anormalidades estéticas, dor, complicações cardiopulmonares e neuromusculares (Salate et al.. 2003). O diagnós-tico precoce na infância e adolescência permite uma intervenção eficiente, principalmente porque nestas fases o sistema musculo-esquelético é complacente e os protocolos de ex-ercícios e uso de órteses são efetivos para estacionar a progressão da deformidade, e, deste modo, dispensar a necessidade de cirurgias (Braccialli & Vilarta, 2000; Ferreira, Sug-uikawa, Pachioni, Fregonesi, & Camargo, 2009; Santos et al., 2009).

A idade escolar é considerada a fase ideal para recuperação de alterações da coluna de maneira mais eficaz (Pereira, 2016). Nessa faixa etária faz-se necessário um trabalho que englobe prevenção e educação, possibilitando a aquisição de hábitos posturais adequados e abolição de posições viciosas, a fim de que se proporcione uma melhor qualidade de vida

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durante o crescimento, desenvolvimento e vida adulta (Braccialli & Vilarta, 2000; Kavalco, 2000). O objetivo deste estudo foi identificar a ocorrência de escoliose em estudantes de escolas públicas e privadas em um município do Nordeste Brasileiro.

MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa observacional, de corte transversal, realizada com estudantes de ambos os sexos que frequentavam a 7ª série do ensino fundamental da rede pública e privada na cidade de Parnaíba, Piauí, no ano de 2010. Naquele ano, o município de Parnaíba possuía uma população total de 145.705, sendo 36.564 o total de alunos matriculados e, destes, 9719 do ensino fundamental entre 7-14 anos A amostra de conveniência envolveu um universo de 87 alunos. O tamanho da amostra deveu-se ao fato de terem sido avaliados todos os alunos que devolveram os Termos assinados pelos pais ou responsáveis.

AMOSTRA

Três escolas públicas e três privadas do Município de Parnaíba – Piauí foram inicialmente contactadas. Posteriormente, foi realizado um sorteio aleatório para escolha de duas es-colas públicas e duas privadas para a avaliação postural dos alunos matriculados nestas escolas. Os Termos de Consentimento Livre Esclarecido foram enviados aos pais ou res-ponsáveis dos escolares; estes termos elucidavam o trabalho proposto e solicitavam a assinatura dos mesmos concordando ou não com a participação do filho na pesquisa bem como garantidos o anonimato e confidencialidade dos dados.

Foram excluídos do estudo os escolares que não apresentaram seu Termo de Consen-timento Livre Esclarecido devidamente preenchida pelo responsável e/ ou que haviam realizado qualquer intervenção fisioterapêutica prévia, bem como meninas que tivessem atingindo a menarca. Este trabalho foi aprovado pelo CONEP sob número 184503.

INSTRUMENTOS

Para a análise utilizou-se fita métrica, lápis dermatográfico, balança com escada ergométri-ca, um simetógrafo e uma ficha de avaliação posturalcontendo os principais pontos anatômi-cos de referência para análise postural, metodologia empregada por outros autores (Penha et al., 2005). Para realizar o processo avaliativo, as crianças foram posicionadas em frente ao simetógrafo, primeiramente em vista anterior, onde foram analisados os pontos correspond-entes a essa vista; em seguida foram observadas na vista posterior e lateral, para verificar se havia ou não presença de novas alterações não percebidas anteriormente ou para confirmar as já observadas. O teste de Adams era realizado após a análise pelo simetógrafo, a fim de confirmar os achados encontrados quanto à escoliose ou não.

PROCEDIMENTOS

Os avaliadores foram treinados por duas semanas com intuito de padronização do método de avaliação postural e minimização de erros entre avaliadores, tendo os membros sido di-ção de erros entre avaliadores, tendo os membros sido di- de erros entre avaliadores, tendo os membros sido di-vididos em equipes de dois; cada uma delas ficou responsável por um determinado número de escolas e de crianças a serem avaliadas.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para calcular o tamanho da amostra, foi utilizada uma prevalência média dos desfechos (desvios posturais do tronco) de 20%, com intervalo de confiança de 95% (IC = 95%), poder de 80% e erro padrão de 3%. Nesse cálculo, utilizou-se o software estatístico Epi-Info 6.0 (Atlanta, USA). A análise estatística realizada foi exploratória e descritiva, com análise dos dados realizada utilizando-se o software SPSS versão 18.0 for Windows. O teste utilizado para verificação da variação de frequências e do grau de associação entre as variáveis foi o Qui-Quadrado. Consideramos o valor de p < .05.

RESULTADOS

O total de alunos com 10 a 12 anos avaliados foi de 87 crianças de ambos os sexos, 79.3% originários de escolas privadas e 20.7% de unidades públicas, sendo que, do total da amostra colhida nesse estudo, 52.8% foram do sexo feminino e 47.2% do masculino. Verificou-se que 61.1% dos analisados das escolas públicas pertenciam ao sexo masculino e 39.9% ao femini-no e que 43.5% dos alufemini-nos das privadas pertenciam ao sexo masculifemini-no e 56.5% ao feminifemini-no.

Na análise da ocorrência de escoliose pelo número total de alunos, tendo como variá-veis dependentes a idade, sexo e escolaridade, observou-se diferença estatisticamente significativa (p = .00; p = .01; p = .01) entre os grupos. O sexo masculino apresentou uma frequência maior (41.46%) do que o sexo feminino (34.8%) quanto à presença de escoliose. Entretanto, essa diferença não foi significativa (p > .05).

QUADRO 1. Resultados da comparação das variáveis idade, gênero e presença de curvatura escoliótica em escolas públicas. Parnaíba, Piauí.

ESCOLIOSE TORÁCICA

Esquerda Direita Ausente ou Normal

Idade

10 anos 0% 40% 60%

11 anos 12.5% 0% 87.5%

12 anos 40% 40% 20%

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No quadro II observa-se um número de desvios à esquerda somente nas idades de 11 e 12 anos. Observou-se que a presença de escoliose foi significativa nos alunos das escolas privadas (X2 = 4.18; gl =1; p < .05), diferentemente do que ocorreu nos alunos das escolas

públicas, onde não houve significância estatística da variável presença de escoliose (X2 =

0.88; gl = 1; p > .05).

QUADRO 2. Resultados da comparação das variáveis idade, gênero e presença de curvatura escoliótica em escolas privadas. Parnaíba, Pi.

ESCOLIOSE TORÁCICA

SEXO

MASCULINO FEMININO

Idade 10 anos -

-A esquerda Idade 11 anos 60% 40% 12 anos 37.50% 62.50%

A direita Idade

10 anos 33.34% 66.66%

11 anos 50% 50%

12 anos 50% 50%

Ausente ou normal Idade

10 anos 75% 25%

11 anos 58.34% 41.66%

12 anos 30.76% 69.24%

DISCUSSÃO

Neste estudo identificou-se a presença de escoliose em 37.93% dos alunos, sendo esta incidência de escoliose semelhante em relação aos sexos na faixa etária de 12 anos. Pode-se atribuir a maior incidência desPode-se desvio postural em escolares desta idade pelo fato de estarem passando pelo chamado “estirão de crescimento”, em que as estruturas ósseas tendem a ter um crescimento exponencial, ou ainda ao transporte incorreto do material es-colar, seja por mochilas carregadas em um ombro só ou mochilas com rodas com posicion-amento da alça em relação ao quadril inadequado (Ramprasad, Alias, & Raghuveer, 2010).

Outros fatores que poderiam influenciar na maior incidência escoliótica seriam o peso ex-cessivo das mochilas e o uso equivocado do mobiliário escolar (e.g., ausência de apoio para pés e sentar-se lateralmente nas cadeiras). Em estudo realizado por Figueirôa e Pereira (2016) com crianças e adolescentes de 9 a 14 anos matriculados em uma escola municipal do distrito sanitário Cabula-Beirú na cidade de Salvador, Bahia, foi constatado que 23.1% dos avaliados transportavam a mochila escolar com peso superior a 10% do peso corporal. Além disso, o uso incorreto da mecânica corporal e do estilo de vida cada vez mais voltado para

hábitos sedentários contribuem para esses achados clínicos. Os padrões adequados e inad-equados de postura e movimento começam a ser determinados na infância, são praticados na adolescência e logo se tornam habituais (Santos et al., 2009). A má ergonomia escolar pode estar associada a padrões posturais inadequados, uma vez que o aluno procura um maior conforto, contribuindo para a manutenção de posturas erradas (Gonçalves, 2015).

Constatamos que 39% (7) dos escolares de escolas públicas apresentavam algum des-vio e 37.6% (26) dos 69 de escolas privadas. Logo, observamos uma maior ocorrência na rede pública de ensino, talvez pelo tamanho da amostra; contudo uma afirmação mais categórica sobre este assunto extrapola os limites deste estudo.

Em um estudo realizado por Santos et al. (2009) em 247 escolares de sete a doze anos em uma escola pública de São Paulo,constatou-se a prevalência de escoliose de 15.7%, resultado semelhante ao estudo realizado por Espírito Santo, Guimarães e Galera (2011)que, em sua

primeira avaliação, encontrou 12.3% de escoliose em escolares utilizando o teste de Adams. Ferriani et al. (2006) analisaram os distúrbios posturais em 378 escolares de seis aos quatorze anos e detectaram, através do teste de Adams, 23.5% de escoliose nestes alunos. Penha et al. (2005) avaliaram a postura de 132 crianças na faixa etária de 7 a 10 anos de idade, todas do sexo feminino, e constataram que 48% destas, com dez anos, apresentaram escoliose.

Um estudo recente de Pereira et al. (2016) realizado em 143 escolares (13.26 ± 1.52 anos), 40 meninos e 103 meninas, com o objetivo de verificar a prevalência de casos sus-peitos de escoliose e sua associação com peso do material escolar em alunos de uma escola pública do município de Jequié – BA mostrou que, para este grupo de escolares, a prevalência de casos suspeitos de escoliose é maior no sexo feminino, no grupo etário mais velho e nos indivíduos com peso do material escolar inadequado. Já em outro estudo com 966 portugueses de 10-16 anos não se encontrou correlação do peso das mochilas e hábitos posturais inadequados com o aparecimento de escoliose (Rocha, Rodrigues, & Farias, 2011). Na pesquisa de Sedrez, da Rosa, Noll, da Silva Medeiros e Candotti (2015), que avaliaram 59 indivíduos entre 7 e 18 anos, 28 apresentaram escoliose associada à prática de esporte competitivo de grande volume e ao tempo de sono superior a 10 horas.

Carneiro et al. (2016) avaliaram (n = 23) alunos, utilizando o mesmo método avaliativo usado neste trabalho, o simetógrafo, cujos indivíduos se dispõe na posição ortostática em vistas: ante-rior, lateral e posterior. Encontraram 69.6% de escoliose, 30.5% de hipercifose e 17.4% de hiper-lordose, demonstrando que 86.9% dos avaliados apresentam algum tipo de desvio postural, ten-do a escoliose como preten-domínio. Quanten-do comparaten-do os sexos, 72.2% das mulheres e toten-dos os homens apresentaram algum desvio, possivelmente em decorrência de maus hábitos posturais.

A avaliação postural de escolares colabora para programas intervencionais e educativos, possibilitando assim uma adequada saúde escolar e evitando patologias futuras na coluna vertebral, podendo contribuir para melhorar o rendimento do aluno e paea promover o seu bem-estar físico e emocional (Martelli & Traebert, 2006; Santos et al., 2009).

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Os desvios posturais são capazes de levar a compensações patológicas (escoliose, hi-percifose, hiperlordose lombar), apresentando grande incidência em alunos do ensino fun-damental (Santos et al., 2009).Os distúrbios posturais têm sido apontados como problema de saúde pública, pois se observa a significativa incidência dos mesmos em crianças de todo o mundo, sendo as causas mais comuns uma postura errônea durante as aulas, o uso incorreto de mochila escolar, a utilização de calçados inadequados, o sedentarismo e a obesidade (Penha et aL., 2005).

As maiores dificuldades encontradas nesse estudo e que podem gerar um viés de nossos resultados foram a quantidade de termos de consentimento assinados e o número redu-zido de pais nos encontros proporcionados entre eles e o grupo pesquisador, o que gerou perdas de 30% do total de alunos inicialmente contatados. Nas escolas públicas, além dos fatores supramencionados, ocorreu uma greve de professores no período da pesquisa, prejudicando a comunicação entre alunos e pesquisadores.

CONCLUSÕES

Em nossa pesquisa houve diferença estatisticamente significante entre escolas, com maior ocorrência dos desvios nas escolas privadas. Entretanto, ao confrontarmos os resultados quanto ao sexo e a variável escoliose, não existiram diferenças entre os grupos.

Nesse contexto, são necessários mais estudos que fomentem dados a respeito das prin-cipais alterações anatômicas e seus desvios em escolares, principalmente diferenças en-tre regiões, que são fundamentais para a formação de um banco de dados que possibilite traçar um panorama nacional dessas alterações, podendo servir como instrumento para políticas públicas.

REFERÊNCIAS

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Disciplina e bullying

em alunos do ensino

fundamental

PALAVRAS CHAVE:

Aluno. Bullying. Disciplina. Comportamento agressivo.

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi verificar a relação entre disciplina e o comportamento agressivo “bullying” de alunos do ensino fundamental, de ambos os sexos, de escolas públi-cas e privadas da cidade de Belo Horizonte. Foram avaliados 235 estudantes entre 10 e 17 anos e 18 professores das mesmas escolas. Os instrumentos utilizados foram o Questioná-rio de Comportamento Agressivo Dirigido aos Alunos e o QuestionáQuestioná-rio Sobre o Conceito de Disciplina Dirigido aos Professores e aos Alunos. O tratamento estatístico foi realizado pelo pacote SPSS e Excel através de análise descritiva. Os resultados mostraram que o compor-tamento agressivo mais comum na visão dos alunos é o verbal e indireto, os lugares onde mais ocorrem são em sala de aula com o professor ausente e no pátio da escola. Alunos com menor escolaridade se identificam mais claramente como vítimas e os de maior esco- vítimas e os de maior esco-maior esco-laridade como agressores. Conclui-se que a relação professor-aluno é o melhor caminho para se alcançar a disciplina, enquanto que a punição é a medida menos eficiente.

AUTORES:

Tatiana Lima Boletini Cristina Carvalho de Melo Camila Cristina F Bicalho Franco Noce

02

Discipline in relation of verification and bullying

in the elementary school students

ABSTRACT

The aim of the study was to investigate the relationship between discipline and aggressive behavior “bullying” of elementary school students of both sexes in public and private schools in the city of Belo Horizonte. We evalu-ated 235 students between 10 and 17 years and 18 teachers from the same schools. The instruments used were the Behavior Questionnaire Aggressive Aimed at Students and the Questionnaire About Discipline Concept Aimed at Teachers and Students. Statistical analysis was performed using SPSS and Excel package through descriptive analysis. The results showed the most common aggressive behavior on the student view is verbal and indirect, the places where they most occur are in the classroom with the absent teacher and in the school yard; additionally, students with less years of schooling identify themselves more clearly as victims and students with more years of education are identified as aggressors. As for the discipline, it is concluded that the teacher-student relationship is the most important strategy and that punishment is not the best way to discipline.

KEY-WORDS:

Student. Bullying. Discipline. Aggressive behavior.

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INTRODUÇÃO

A escola é um dos principais ambientes de formação do indivíduo. Nela são desenvolvidas a socialização, a promoção da cidadania, e a formação de atitudes e opiniões que podem contribuir com o desenvolvimento ou prejudicar a formação. Esse ambiente é um local privi-legiado para refletir sobre diversas questões que ocorrem na sociedade envolvendo os di-versos atores, como pais, alunos e professores (Marriel, Assis, Avanci & Oliveira, 2006).

Dentre as questões mais pertinentes no desenvolvimento dos jovens na escola e suas repercussões na sociedade estão os comportamentos agressivos e os incidentes disci-plinares. O comportamento agressivo, de acordo com Seixas (2005), conceitua-se como um fenômeno que abrange toda uma variedade de comportamentos de maus-tratos entre estudantes, podendo estas ações ser de caráter físico, verbal, psicológico e social.

Para Fante e Pedra (2008), o bullying é uma das formas de violência mais desafiadoras para a escola e esta expressão, na visão de Wynne e Joo (2011), é empregada para explicar um fenômeno relacional caracterizado pelo comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo, ocorrendo de forma repulsiva e intimidadora contra uma mesma pessoa ou grupo, principalmente nos períodos da infância e adolescência. O bullying pode ser clas-sificado como: a) físico e direto, como agressões físicas, ocorridas mais frequentemente no ensino fundamental I (Seixas, 2012); b) verbal e direto, incluindo os menosprezos e insultos em público, ou ressaltar um defeito físico e/ ou de ações de outro aluno (Martins, 2015; Seixas, 2005); c) psicológico e indireto, com ações encaminhadas de forma a diminuir a autoestima do indivíduo e a aumentar sua sensação de insegurança e temor, como por exemplo, através de boatos (Avilés, 2002); d) social e indireto, como o isolamento de um indivíduo e/ ou não permitir que o mesmo participe de um respectivo grupo por ser alvo de rumores desagradáveis ou simplesmente pelo fato de alguns alunos não falarem com este aluno (Seixas, 2005) e, por fim, e) virtual, em que se insulta, discrimina, difama, humilha, e/ ou ofende por meio da internet e/ou aparelho celular (Silva, Dascanio, & do Valle, 2016).

O levantamento realizado pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à In-fância e Adolescência (ABRAPIA), em 2002, envolvendo 5875 estudantes de 5ª a 8ª séries, de 11 escolas localizadas no município do Rio de Janeiro, revelou que 40.5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de bullying, naquele ano, sendo 16.9% vítimas, 10.9% vítimas agressivas e 12.7% agressores. O bullying ocorre, principalmente, entre crianças de 10 a 15 anos; porém, não está restrito nem a essa faixa etária nem ao am-biente escolar. No amam-biente escolar, foi detectado ainda nessa pesquisa que os meninos es-tão envolvidos com o bullying de forma muito mais frequente, tanto como agressores quanto como vítimas. Entre as meninas, embora com menor frequência, o bullying também ocorre e se caracteriza, principalmente, como prática da difamação e exclusão.

Conforme apresentado por Noce, Foureaux, Melo, Costa e Costa (2011), a disciplina é um conjunto de regras e obrigações, pode vir acompanhada de sanções, e é construída a partir de uma base de confiança mútua. Segundo Antunes (2002), “a disciplina é o conjunto de mecanismos e estratégias que permitem criar um clima educacional em sala de aula, em-bora alguns professores prefiram considerá-la como a estratégia da calma, da tranquilidade e do controle para poder ensinar”. Na escola, a disciplina é um elemento essencial para o desenvolvimento de qualquer atividade, seja ela individual ou em grupo (Boarini, 2013).

A falta de respeito dos alunos com os professores e a defasagem disciplinar em sala de aula têm contribuído para a omissão de casos de bullying (Barros, Botelho, Santana, & Ol-iveira, 2015). Esta omissão não se dá, frequentemente, por negligência, mas por ausência de preparo profissional e falta de informação sobre como atuar na resolução do problema

(Bandeira & Hutz, 2012).

Dessa maneira, observa-se uma relação entre disciplina e o comportamento agressivo (Lopes Neto, 2005), neste caso o bullying. Os relacionamentos interpessoais positivos es-tabelecem uma relação direta com o desenvolvimento acadêmico, sendo a aceitação pelos companheiros fundamental para o desenvolvimento da saúde de crianças e adolescentes, aprimorando suas habilidades sociais e fortalecendo a sua capacidade de reação diante de situações de tensão (Lopes Neto, 2005).

Atualmente, comportamentos agressivos dentro da escola por parte de alunos são um dos maiores motivos de preocupação para professores, pais, a comunidade e, principal-ão para professores, pais, a comunidade e, principal-a comunidade e, principal-mente, para os próprios alunos (Martins, 2015). Segundo Oliveira, Costa e Oliveira (2014),

situações de violência na escola são bastante frequentes, sendo que este tipo de compor-tamento pode causar sérias consequências e efeitos negativos para o desenvolvimento e para a saúde mental dos jovens envolvidos. Devido a este número crescente de agressões verbais, físicas, sociais e psicológicas entre alunos, dentro e fora da escola, e a pouca exploração na literatura existente da relação entre disciplina e comportamento agressivo (bullying) na escola, o objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de comportamento agressivo – bullying – e o conceito de disciplina por parte dos alunos e professores de 5º a 8º anos do ensino fundamental de escolas públicas e particulares.

MÉTODO AMOSTRA

Utilizando uma amostra de conveniência, participaram do estudo 235 alunos (115 do sexo masculino) com idades entre 11 e 17 anos, do 5º ao 8º ano do ensino fundamental de duas escolas da cidade de Belo Horizonte, uma pública e outra privada. Também fizeram parte da amostra 18 professores das escolas pesquisadas.

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INSTRUMENTOS

Foram utilizados dois instrumentos para avaliar o comportamento agressivo e a disciplina, ambos compostos por uma ficha de dados pessoais para caracterização da amostra.

Para caracterização do comportamento agressivo foi aplicado o instrumento adaptado de Ortega, Mora-Merchán e Mora (1995) por Avilés (2002), composto por 12 questões de múltipla escolha que avaliaram os tipos de bullying, os lugares e a freqüência de ocorrên-cia. Este instrumento distingue as vítimas, os agressores, as vítimas agressivas e os alunos com nenhum envolvimento, além do motivo que levam os alunos a se tornarem agressores, quem costuma parar os comportamentos agressivos e as possíveis soluções para que se diminuam estes comportamentos na escola.

O instrumento sobre disciplina utilizado foi o questionário Q Des – Adaptado, de Brito (1993), “versão conceito de disciplina”. Este instrumento verificou o conceito de disciplina por parte dos alunos de educação física de escolas públicas e particulares e professores das mesmas instituições. O Questionário Q Des – Adaptado consta de 25 diferentes medi-das, as quais o professor e os alunos avaliam numa escala de afirmativas de cinco valores, sendo: (-2) Discordo Totalmente (DT); (-1) Discordo (D); (0) Não tenho opinião (NTO); (+1) Concordo (C);(+2) Concordo Totalmente (CT).

PROCEDIMENTOS

Para a realização da pesquisa, foi solicitada uma autorização à direção das escolas. Os dados foram coletados nas escolas no horário de aula, em salas de aula onde somente permaneceram os alunos que participaram da pesquisa.

Em todas as coletas o instrumento foi explicado pelo pesquisador, que forneceu auxílio aos professores e aos alunos em caso de dúvida.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para verificar o perfil da amostra e analisar os dados do “comportamento agressivo” e da “disciplina” foi utilizada estatística descritiva, de acordo com a natureza de cada variável (paramétrica ou não paramétrica).

CUIDADOS ÉTICOS

Este estudo, de caráter voluntário e anônimo, foi aprovado pelo Comitê de Ética do Centro Universitário de Belo Horizonte – Uni-BH protocolo nº 055/05, tendo respeitado todas as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional em Saúde (196/96) envolvendo pesquisas com seres humanos.

RESULTADOS PERFIL DA AMOSTRA

Verifica-se que, do total da amostra dos alunos (N = 235), observa-se uma participação homogênea quanto ao caráter escolar público (51%) e ao caráter escolar particular (49%). Observa-se ainda que houve um equilíbrio na distribuição da amostra do estudo quanto ao sexo dos participantes, tanto na escola pública quanto privada (QUADRO I).

QUADRO 1. Distribuição da amostra em relação ao caráter escolar e ao gênero.

AMOSTRA GÉNERO

NÚMERO DE ALUNOS MASCULINO FEMININO

Total Pública

Par

ticular Total

Pública Particular Total Pública Particular

N 235 119 116 115 53 62 120 66 54

% 100% 51% 49% 49% 46% 54% 51% 55% 45%

Em relação à série escolar e ao caráter da instituição de ensino, pode-se observar também uma homogeneidade na distribuição da amostra (QUADRO II).

QUADRO 2. Distribuição da amostra em relação ao caráter e a série escolar

ESCOLARIDADE

5ª 6ª 7ª 8ª

Total Pública

Par

ticular Total

Pública Particular Total Pública Particular Total Pública Particular

N 61 30 31 58 30 28 59 29 30 57 30 27

% 26% 13% 13% 25% 13% 12% 25% 12% 13% 24% 13% 11%

No grupo dos professores investigados (N = 18), apresenta-se uma predominância dos que trabalham em escolas públicas (n = 10), sendo que mais da metade (n = 10) são do gênero feminino.

A questão mais assinalada pela maior parte das turmas se refere ao tipo de bullying classificado como verbal e direto. Já o tipo de bullying denominado como social e indireto foi detectado em maior porcentagem na turma do 8ª ano particular (FIGURA 1).

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FIGURA 1. Ocorrências mais frequentes dos tipos de bullying nas escolas

Em todas as turmas pesquisadas, a maior parte dos alunos relata que poucas vezes têm ocorrido casos de comportamento agressivo (bullying) na escola. Uma porcentagem menor relata que estes comportamentos ocorrem muitas vezes e quase todos os dias (FIGURA 2).

FIGURA 2. Frequência de bullying na escola durante o ano.

Pode-se observar na figura 3 que a maioria dos alunos relataram nunca terem sido vítimas de comportamento agressivo (bullying).

FIGURA 3. Frequência em que os alunos se encontram como vítimas de bullying.

FIGURA 3. Frequência em que os alunos se encontram como vítimas de bullying.

Grande parte dos alunos relata que os lugares em que ocorrem com maior frequência comportamentos agressivos (bullying) são em sala de aula, com o professor ausente, e no pátio da escola (FIGURA 4).

FIGURA 4. Lugares em que ocorrem com maior frequência os comportamentos agressivos(bullying).

Verifica-se na figura 5 que, na visão da maior parte das turmas, quem costuma parar os comportamentos agressivos são os professores e os colegas. Destaca-se ainda um per-centual significativo de alunos que relatam que ninguém para estes comportamentos agressivos na escola.

FIGURA 5. Quem costuma parar os comportamentos agressivos.

A figura 6 demonstra que, na opinião dos alunos, os comportamentos agressivos diminui-riam se os professores fizessem algo. Um percentual menor, mas ainda significativo, relata que as agressões diminuiriam com intervenções familiares e dos colegas.

Referências

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