• Nenhum resultado encontrado

N. o 1. C O I ~t B H A JANEIRO-ABRIL VOLUME (( J. J. TEIXEIRA RIBEIRO FA LO DE DE DIREITO. SUPLEMENTO AO BOLETIM DA faculdade DE DIREITO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "N. o 1. C O I ~t B H A JANEIRO-ABRIL VOLUME (( J. J. TEIXEIRA RIBEIRO FA LO DE DE DIREITO. SUPLEMENTO AO BOLETIM DA faculdade DE DIREITO"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

SUPLEMENTO AO BOLETIM DA fACULDADE DE DIREITO

l' IlLICA '\0 Q 'ADRIME TRAL

RKOACTOR-OKL"OAOO

J. J. TEIXEIRA RIBEIRO

FA LO DE DE DIREITO

(2)

2

Liberal. J{{' 'nes afirma que o programa de obras

públi-cas não levaria a um aum nto de tributação, devido à

expansão do rendimento provocado pelo aumento de

emprego primário e seoundário e à diminuição de subo

sídios aos de empregados. A Om de oomprovar as ideias apresentadas, o folheto inolui ainda estimativas da rela-ção entre a de pesas iniciais com trabalhos públioos e o aumento Onal de rendimento.

Também Manuel Torres, na Teoria General deZ Mul-tiplicador, refere um artigo no Economic Journal (1932)

do professor dinamarquês Warming, o qual aOrma ter

tido em 192 uma trooa de correspondência oom o

Eng. Johanes, director da Companhia dos Telefones de openhague, a respeito do valor do multiplicador.

JohaDes estimava em 2,5 o valor do multiplicador,

enquanto WarmiDg lhe atribuia o valor 1,66. Embora o

termo multiplicador não fosse ainda utilizado, WarmiDg atribui ao Eng. J ohaDes a descoberta da relação entre

emprego total e emprego primário (I).

Shackle, Dum artigo (') em que comemora o

vigé-imo aniversário da publicação do trabalho de Kahn,

reconhece que a ideia do processo envolvido no multi-plicador de I ahn não é original ( 8 ).

(I) Torre, Teoria OUleral dei Multiplicador, Madrid, 1943, pág. 3\ e 32.

( 2) Twenty Year on: A St"t:ey or lhe Theory or lhe multiplier,

Economic Journal, J un ho 1951, pág . 241 a 260.

(3) •• The idea Ihat if oul or a large pool of unemployed men by a con cenciou and deliberate act, 100 were drawn and given

employment, so tbat a ne\\' teady trearn or wages and proftts,

fio-,-ing directly frorn their activily was added to tbe national incorne, turther men rnigbt as a con8e./uence, on certain assurnptions, be pontaneou Iy drawn from the pool and ai o given employment, had tor I ng been vaguely noted when Mr. Kahn wrote. (pág. 214).

(3)

Todavia, diz Shaclde, até)o artigo de Kahn ninguém tinha sido capaz de responder a questões como estas: soh que oondições a ocupação dos primeiros

desempre-gados ocasionará o emprego de outros; o que determina

quantos serão empregados; se ou em que circunstâncias a promoção artificial de emprego terá como consequên-cia uma queda vertical ou uma alta ilimitada de preço!'; como e em que circunstâncias a oculJação suplementar

de um homem poderá ser financiada. Este mérito,

escreve Shackle, cabe a Kahn, em cujo artigo se encon-tram outras contribuições, como seja a curva da oferta global a curto prazo de bens de consumo e a igualdade

poupança-investimento, que todavia Kahn diz ser devida a Meade.

Parece-nos portanto que, embora a ideia do multi-plicador já tivesse sido formulada por vários autore@, em especial Iüyoes, a sua apresentação em termos rigo-rosos deve ser atribuida a Kahn.

1. 1. - O multiplicador de emprego de Kahn

o

multiplicador de emprego foi introduzido por

Kahn ao estudar os efeitos do investimento público

sobre o emprego.

O aumento de investimento conduz a um aumento

de emprego denominado primário, abrangendo os que se

ocupam directamente nos novos trabalhos - emprego

directo e os que se empregam na produção e transporte

das matérias· primas necessárias aos investimentos -emprego indirecto.

O emprego primário proporciona uma expansão da renda monetária, do que resultará um aumento na pro-oura de bens de consumo, conduzindo esta por sua VfZ

(4)

80

~ uma maior produção de bens de consumo e, portanto,

.a um aumento de emprego. O processo repete-se em relação a este aumento de emprego e oontinuará

suces-ivamente.

O emprego originado pelas despesas em bens de

consumo do que beneficiaram do emprego primário, designa-se emprego secundário (1).

Seja

Ó El - o emprego primário

~ E2 - o emprego secundário

~ E = ~ El

+

ó E2 - o emprego total

O multiplicador de emprego K tem por objecto

determinar a razão entre o emprego total 6. E e o

.emprego primário 6. E1

[1]

Representemos por

W - o salário de oada operário empregado

p _ o Incro resultante da utilização de um operário

R - o valor da importação de matérias-primas e pro-dutos semi-acabados que origina a ocupação de oada operário.

Supomos W, P e R iguais para o emprego

primá-Tio e secundário.

( I) Ct., por exemplo, J. M. Clark, The Ecanamic. ar public

(5)

Sejam m e n as parcelas respectivamente do salário

e do lucro dispendidos em bens de consumo produzidos

no pais.

Então, a despesa com bens de consumo nacionais

resultante da utilização dum operário será

dl= m W + nP

com m e n menores que 1 e não ambos nulos.

As despesas do investimento respeitantes a cada

operário serão por sua vez

o

número de operários secundários como resultado

imediato do emprego primário de um operário será

dado por

o = mW+nP

<

1

1 W+P+R [2]

Por sua vez o emprego destes ci operários

condu-zirá ao emprego de 01 X c1 = c~ operários. E como o

prooesso se irá repetindo, se o emprego primário for ~EI

operários, o emprego secundário

+

...

= ~ El 2: i= l e dado que ci

<

1 i C1 [3J

(6)

E o emprego total

[4]

óE

ou seja a relação k = o multiplicador de emprego

.l E 1 será por 1 k= -l - C) 1 51

o

multiplicador de emprego K crescerá com (' l'

mas c

t será tanto mais elevado quanto maiores forem m

e n e quanto menor for R.

No que respeita ao consumo dos operários, Kahn

introduz no seu multiplicador uma correcção. 03

ope-rários empregados por efeito do investimento público

viviam anteriormente de su b3ídios ou de 6utros meios,

o que diminui o acréscimo de consumo resultante da

ua ocupação. Seja a renda de que dispunham.

O aumento de rendimento será então W - . D~sigDa­

remos por m 1 a parte deste aumento de rendimento que

é aplicada à aquisição de bens de consumo nacionai!!'.

Da igualdade

m W=ID1(W - U)

obteremos

(6)

Sendo <W é m1

>

m; e dados mI e W, m será

(7)

Como c 1 cresce oom m, poderA conoluir·se que o efeito do emprego primário sobre o emprego secundArio será tanto maior quanto mais reduzidos forem 08 8ubsi-dios aos desempregados.

Evidentemente a conclusão obtida é igualmente válida para as diminuições de emprego. Poderá por-tanto dizer-se que a inexistência de subsidios provocarã maiores flutuações.

De qualquer modo, não reconhecemos à proposição enunciada caráoter anti-sooial, como assinala, por exem-plo Szinkaruk (1), a menos que se considere o desejo de um multiplicador elevado razão suficiente para uma política de redução de subsidios.

Quanto ao valor n que representa a propensão

mar-ginal ao consumo d08 empresári08 ou oorporações econó· micas podemos considerá-lo inferior ao dos operários. Logo, em geral, m> n, donde podemos concluir que

o multiplicador de emprego será mais elevado na medida

em que se realizem investimentos nos quais predomine

o factor trabalho.

Em relação ao terceiro factor cuja influência em c 1

consideramos, o multiplicador será tanto maior quanto

menores forem as importações R.

Em virtude da condição

0<

c1

<

1 o multiplicador

será positivo ~ maior que um.

Pode todavia levantar· se o problema de saber se o

investimento público logrará sempre um aumento

de-ocupação.

Com efeito, o investimento público poderá produzir

no investimento privado uma redução de tal ordem que

( 1) La Théo,ie clu Multiplicaltu, d'intlt.tiuemenl. ell'txpüienctJ Allemancle 1933-37, 1945.

(8)

71

Foi Samuelson ( 1) quem fez a demonstração formal da igualdade dos dois multiplicadores. Aquela demons-traçllo é. feita para os dois multiplicadores truncados; a igualdade dos multiplicadores totais é apresentada como oorolário do teorema demonstrado sob a condiçllo de t

=

00.

A igualdade verificada nas referidas condições não destrói a diferença fundamental entre os dois multipli-oadores. O multiplicador horizontal é um multiplioador acumulado, isto é, expressa o aumento de rendimento verificado durante n períodos, o multiplicador vertical traduz o aumento de rendimento verificado no período n. O primeiro respeita a um investimento inicial único, o segundo considera uma série de despesas de investi-mento, um fluxo de investimento ( 2 ).

No quadro II apresenta-se um exemplo do processo do multiplioador vertical inserindo-se nesse quadro uma coluna com os aumentos acumulados de rendimento nesse multiplicador, a fim de realçar a diferença entre

este multiplicador e o horizontal. O coeficiente K a tal

como se define corresponderia a um multiplicador verti-cal acumulado.

( ,) A Fundamental Mulliplier IdenWy, in Economelrica, 1943, pãgs. 221-6. A demonstração de Samuelson é feita de acordo com as hipóteses (pãgs. 221-2) J II (t) = O (t < O) l 11 (t)

=

1 (t ~ O) { 12 (O)

=

1 12 (t)

=

O (t =1= O)

para o multiplicador vertical

para o multiplicador horizontal

( 2) A fig. 4 pode utilizar-se também para representação do

multiplicador vertical; a ordenada dos diferentes períodos refere

agora o multiplicador nesse período e não o multiplicador até esse período. Os pontos de • aj u tamento pleno. são igualmente vãlidos.

(9)

De acordo com as hipóteses estabelecidas, a

varia-ção de rendimento no período n será a resultante do

consumo induzido pela variação de rendimento no período

anterior e de um novo aumento autónomo de

investi-mento.

Fazendo

d Y n = Y n e dI .. = I .. teremos

I .. =ocl n

+

ln n-inteiro [22]

A solução desta equação pode ser obtida por uma

sobreposição da equação reduzida

Yn = ex Yn- I

A solução especial desta equação reduzida corres-pondente à condição inicial

é

[23]

Quer dizer: um aumento do investimento no

período O produz em n um aumento no rendimento dado por [23].

(10)

eles produzirão em n um fluxo de rendimento n n-I Yn

=

! o: .11(1) 1=0 r24] que é a solução de [22] ('). Se a fórmula será [25 J

Donde o multiplicador vertical regressando à nota-ção primitiva

d Y n ; 1 _ o:n+l

l{vl = __ n = ! 0:=

-d lo ;=0 1 - o:

o multiplicador vertical truncado é pois igual ao

multi-plicador horizontal na hipótese de os acréscimos de

investimento se darem em progressão aritmética.

( I) Lange, ar/. cil., págs. 238-9.

( !) A masma solução podia ser obtida por substituição suoessiva

Y n = a Y n- I + ln = Gl [a Y n-2 + ln-I] + ln = a: Y n-2 + Gl ln -1+ + In = (l~[(ly n-3+ 1 11-2)

+

aln -I + ln =,,3)' n_3+a2 1n-2+0( I n-l+

n II-i + ln= anYo+ ~ a Ii e se )'0= 10 será: ;=1 11 n- l = ! O( Ii 1=0

Este processo tem a vantagem de permitir compreender melhor

a teoria do multiplicador como teoria da formação do rendimento.

(11)

Quando n - + 00 o valor do multiplioador vortioal

6-1

1 -x

igual ao multiplioador estátioo.

(27

1

Substitui-se agora a hipótese dum dag- uniforme de

um periodo pela hipótese mais oomplexa de a variação

do consumo num dado período depender nilo só da

variação do rendimento no período imediatamente

ante-rior mas também das variações do rendimento nos

perío-dos antecedentes ( 1 ). Sejam XI X

2 . " Xk as propensões marginais ao consumo que traduzem as reacções do consumo no

período n, às variações do rendimento nos períodos n-1,

n- 2, ". n-k. Teremos assim (')

Y n

=

<Xl Y n- I

+

X~ Y n-2

+ ...

+

XK Y n- K

+

ln [28]

A equação característica desta equaçilo às diferen-ças é

Sejam )'1' )'2' •.• )'r (r < k) as raízes distintas de [29]

com graus de multiplioidade v \. v 2 • • • Vr ( .. vi

=

k). As soluções particulares desta equação reduzida silo

da forma

( I) Esta hipótese podia ter ido introduzida da mesma forma

no multiplicador horizontal.

or.,

por exemplo, Hicks, Tracle Cycle.

(2) egue-se na exposição desta hipótese o tratamento de>

(12)

75

A solução geral da equação reduzida é

[30 J

onde os q; (o) são polinómios de grau v; - 1. Dadas as condições Yo= Io e Y(-l)= r(-2)= ... =Y(-K+ l)=0 o sistema

..

2: q. (O)

=

lo ;=1 I D= -1,-2, ... ,- K+ 1 [31J r 2: q. (oP~

=

O ;=1 ' ,

de k equações permite determinar os k coeflcientes dos polinómios q;. Estes coeflcientes podem ser expresso,8

como produtos de lo.

Representá·los-emos por q; (n) lo.

De acordo com as condições iniciais, uma solução

da equação reduzida será:

Y n

=

2:

q

.

(n) ) o lo

;=1 I

Considerando os sucessivos investimentos

obter-se·á

n r

Yn

=

2: }:

-

q

.

(t) À~ .In-t t=O ;=1 ' I

Referências

Documentos relacionados

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

São por demais conhecidas as dificuldades de se incorporar a Amazônia à dinâmica de desenvolvimento nacional, ora por culpa do modelo estabelecido, ora pela falta de tecnologia ou

Chora Peito Chora Joao Bosco e Vinicius 000 / 001.. Chão De Giz Camila e

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,