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Dados internacionais de catalogação Biblioteca Curt Nimuendajú

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Academic year: 2021

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Catalogação: Cleide de Albuquerque Moreira Bibliotecária/CRB 1100 Revisão: Lucimar Luisa Ferreira / Marinez Santina Nazzari Revisão Final: Elias Januário Consultor: Luís Donisete Benzi Grupioni Projeto Gráfico/Diagramação: Fernando Selleri / Silvair Frazão Fotos da capa: Acervo do PROESI Fotógrafos: Banavita, Elias Januário, Fernando Lopes, Joana Saira, Julio Cezar Paes

UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso Campus Universitário Dep. Estadual Rene Barbour Educação Indígena - PROESI - Caixa Postal nº 92

78390-000 - Barra do Bugres/MT - Brasil Telefone: (65) 3361-1964

www.unemat.br/indigena - indigena@unemat.br

SEDUC/MT - Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso

Superintendência de Formação Profissional Travessa B, S/N - Centro Político Administrativo

78055-917 - Cuiabá/MT - Brasil Telefone: (65) 3613-1021

SECITEC/MT - Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

Rua 03, S/N, 3º piso - Centro Político e Administrativo 78050-970 - Cuiabá/MT - Brasil

Telefone: (65) 3613-0100

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

CGE - Coordenação Geral de Educação SEPS Q. 702/902 - Ed. Lex - 3º Andar

Dados internacionais de catalogação Biblioteca “Curt Nimuendajú”

CADERNOS DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA - PROESI. Organizadores Elias Januário, Fernando Selleri Silva e Taisir Mahmudo Karim. Barra do Bugres: UNEMAT, v. 5, n. 1, 2007. ISSN 1677-0277

1. Educação Escolar Indígena I. Universidade do Estado de Mato Gros-so II. Secretaria de Estado de Educação de Mato GrosGros-so III. Coorde-nação-Geral de Documentação / FUNAI.

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Desafios e Perspectiv

erspectivas na

Educação Superior Indígena

Educação Superior Indígena

Educação Superior Indígena

Educação Superior Indígena

Educação Superior Indígena

Elias Januário* Fernando Selleri Silva** Apresentação

Nos últimos anos, vários países da América Latina têm colocado em prática programas inovadores para a formação intercultural de indígenas, perspectivados no reconhecimento da diversidade e no fortalecimento das identidades indígenas.

No Brasil, o avanço alcançado no campo da legislação tem possibilitado a implementação de políticas públicas de formação escolar que defende o exercício da cidadania e oportuniza o protagonismo dos índios brasileiros.

A autonomia dos povos indígenas começa a se tornar realidade pelo viés da formação escolar, que permite o entendimento dos códigos da sociedade envolvente e a ocupação dos espaços nas esferas do poder federal, estadual e municipal como os Conselhos e Cargo de Gestão.

* Dr. em Educação pela UFSCar, Docente do Deptº. de História e do PPGCA da UNEMAT. Coordenador Geral do PROESI.

** Docente do Deptº. de Ciência da Computação da UNEMAT, em Barra do Bugres. Coordenador Administrativo do PROESI.

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Cadernos de Educação Escolar Indígena

Esta comunicação é resultado das reflexões realizadas no contexto da participação em seminários, congressos, etapas de planejamento e discussões acerca da formação de professores em nível superior em diversos estados brasileiros.

Tem como propósito reunir os principais aspectos que possibilitem visualizar e compreender os desafios a serem enfrentados na implementação e consolidação da formação intercultural em nível superior para os povos indígenas, bem como apontar as perspectivas e os avanços que se vislumbram nesse cenário do ensino superior para índios.

Trata-se da sistematização de pontos recorrentes nas falas de cursistas e lideranças indígenas, docentes de universidades, consultores, gestores da área da educação escolar indígena, políticos, intelectuais, indigenistas, enfim, de pessoas que de alguma forma tem debatido e problematizado o acesso de índios aos cursos universitários.

Desafios

O Encontro de Universidades Interculturais e povos indígenas da América Latina realizado no México (2007), promovido pelo Programa Universitário Nacional e Multicultural (PUMC) da Universidade Autônoma do México (UNAM), em parceria com o PROEIB – Andes, para debater com os países da América Latina e Caribe a formação superior para povos indígenas teve como foco a multiculturalidade presentes nos países latinos e a necessidade que seja problematizado com a sociedade não-índia essa diversidade.

Discutiu-se a necessidade de criar estratégias no âmbito das Instituições de Ensino Superior para reverter esse quadro, que reflete na dificuldade de acesso dos indígenas aos cursos superiores e na consolidação de programas específicos para índios.

No Brasil, vários encontros realizados em diferentes estados têm problematizado o acesso e a permanência de indígenas nos cursos superiores (ver lista na Bibliografia), revelando uma expansão da discussão acerca da formação intercultural nos diferentes níveis da educação escolar. Desses seminários, reuniões, congressos e

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conferências alguns pontos convergem quando se trata dos desafios a serem enfrentados na formação em nível superior. São esses pontos que destaco a seguir:

- Existe um discurso generalizado acerca da importância da educação intercultural, diferenciada e bilíngue, esse discurso tem pouco respaldo na prática cotidiana das escolas indígenas, onde o processo de ensino e aprendizagem continua em grande escala calcado na reprodução do modelo do não-índio. Mesmo que se observe um discurso politicamente correto na academia e nos órgãos oficiais sobre o modelo de formação escolar para os índios, a sua efetivação na prática tem demonstrado avanços em pequenas proporções. Superar essa realidade é um desafio.

- Apesar da existência de um quadro de formadores não-indígena qualificado academicamente, percebe-se dos formadores uma dificuldade em “escutar” os povos indígenas, ou seja, dar visibilidade a fala dos índios na formação, no processo de ensino e aprendizagem, na construção de conhecimentos. Essa prática é resultado de uma formação ocidental que prima pelo etnocentrismo, dificultando o diálogo. Por outro lado, os índios têm limitações em se posicionarem, em questionarem os docentes, não se sentem seguros para contestar. O resultado desse quadro é a dificuldade de uma educação escolar dialógica, que possibilite o exercício da interculturalidade como referencial teórico e prático.

- Outro desafio é propor, no contexto dos programas de formação, ações que conduzam ao aprimoramento e consolidação de políticas lingüísticas e sócio-ambientais, como forma de garantir aos povos indígenas uma flexibilização na estrutura do Estado que ainda se mostra rígida. A formulação dessas políticas deve abranger a qualificação do quadro de recursos humanos das Secretarias estaduais e municipais, prioritariamente os setores envolvidos com a demanda indígena.

- Ainda nos dias atuais, uma parcela considerável de professores indígenas e suas comunidades desconhecem o arcabouço jurídico que garantem a eles os direitos de cidadania. De modo semelhante acontece com os gestores e técnicos da união, estados e municípios, que obrigatoriamente deveriam conhecer as leis, mas desconhecem. É necessário criar mecanismo para que todos tenham

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Cadernos de Educação Escolar Indígena

acesso e entendam as leis referentes aos direitos dos povos indígenas. Esse é mais um dos grandes desafios da formação superior indígena. - Oportunizar que os índios já qualificados pelas IES, integrem os quadros de docentes e gestores nos cursos de formação em nível médio e superior que estão sendo ofertados pelas universidades e centros de formação, configura-se em um enorme desafio. Essa prática irá fortalecer a tão propalada participação dos povos indígenas nas tomadas de decisões, que hoje se encontra muito na retórica, face à prática hierárquica, tradicional e burocrática do sistema de ensino no Brasil. Permanece como desafio a participação efetiva dos povos indígenas na gestão educacional e no controle social da comunidade sobre o processo pedagógico de escolarização de seus pares.

- Estabelecer programas de intercâmbio com países da América Latina, que têm maior experiência com a presença de povos indígenas nos diferentes cursos das IES torna-se imprescindível. As universidades brasileiras mantêm um distanciamento das IES dos países latinos, que nos últimos anos avançaram consideravelmente nas reflexões acerca do acesso e permanências de indígenas em cursos superiores. O inverso também é verdadeiro, pouco se sabe sobre os projetos e programas desenvolvidos no Brasil pelos profissionais envolvidos na educação escolar indígena. Dessa forma, o intercâmbio de experiências entre as IES da América Latina mostra-se como um processo a ser consolidado e de fundamental importância para o fortalecimento de políticas públicas voltadas aos povos indígenas do continente americano.

- A criação de dotações orçamentárias específicas para a educação escolar indígena, com a alocação de recursos próprios para a formação em nível superior, como uma política pública do Ministério da Educação deve der tratado como prioridade na lista de desafios. O modelo de editais que vem sendo usado no Brasil não garante uma política, mas apenas ações pontuais. Paralelo a isso, também é importante a consolidação de parcerias para a implementação (financiamento e execução) de propostas de formação em nível superior (MEC, SEDUC, FUNAI, SECITEC, CONSELHOS, ONGs, SECRETARIAS MUNICIPAIS e ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS), além das próprias universidade estarem incluindo em seu PPA, recursos destinados aos cursos de licenciatura e bacharelado indígenas.

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- Estabelecer nos currículos dos cursos de formação de professores em nível superior, discussões sobre as políticas educacionais universalizantes (EJA, Educação Infantil, Ensino Profissionalizante), elaboração de Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) para as escolas indígenas, além de fortalecer a discussão acerca do processo de alfabetização em língua portuguesa e materna para as crianças indígenas, são pontos da área pedagógica que ainda se mostram desafios a serem conquistados.

Esses são alguns dos desafios que consideramos emergenciais de serem pensados e problematizados, lembrando que os desafios se modificam com o decorrer do processo, na medida em que as ações vão sendo desenvolvidas. A cada etapa novos desafios surgem, nos fazendo repensar e rediscutir a trajetória.

Avanços e perspectivas

Mesmo diante dos desafios assinalados nos itens anteriores, é imperativo reconhecer que houve avanços na área da formação escolar dos povos indígenas, em diferentes níveis, que aponta para algumas perspectivas que destacaremos a seguir:

- Temos uma legislação consistente, avançada e de vanguarda, que defende os direitos dos povos indígenas e, que se colocada em prática numa amplitude maior e com mecanismos mais eficientes, pode romper com a lentidão que se detecta no contexto da educação escolar indígena.

- O fortalecimento do tripé escola-comunidade-professor, pode possibilitar a organização de projetos de interesse coletivo na área da sustentabilidade econômica, da educação básica, do entendimento da legislação (saúde, educação e terra), entre outros.

- Vislumbram-se possibilidades de construção de projetos políticos pedagógicos que levem em consideração as especificidades culturais (tempo e espaço) de cada etnia, valorizando os conhecimentos tradicionais, a língua materna, a discussão sistêmica da escolarização e a produção de materiais didáticos nas línguas indígenas.

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Cadernos de Educação Escolar Indígena

- O acesso, permanência e a conclusão da formação de índios em nível superior, abre canais de diálogos interculturais com a sociedade envolvente, colocando em pauta a discussão da revitalização de práticas e valores indígenas, possibilitando que jovens e crianças tenham acesso a escolarização em suas próprias aldeias e que a pesquisa faça parte do processo de ensino e aprendizagem da educação escolar indígena.

- A abertura das universidades para o acesso dos povos indígenas tem permitido que as demandas das etnias sejam discutidas no âmbito da academia, que as IES reconheçam a multiculturalidade existente no país, viabilizando o debate e a criação de processos educacionais inovadores, além de possibilitar que os ameríndios tenham novas experiências e acesso a espaços até então inacessíveis a eles.

São visíveis os avanços e perspectivas no contexto da Educação Superior Indígena. No entanto cabe as Instituições de Ensino Superior promover o intercâmbio dessas experiências entre docentes das IES que ofertam cursos para indígenas, na perspectiva de qualificação dos seus quadros, da institucionalização de um diálogo intercultural na academia e na implementação de novos cursos com propostas pedagógicas e curriculares que levem em consideração o contexto social, cultural e de futuro das diferentes etnias presentes no Brasil.

* * *

Falar dos desafios e das perspectivas da formação de professores índios em nível superior é abrir para o debate e a problematização um campo novo que, aos poucos, vem consolidando em todo o país.

Em junho de 2006 o Estado de Mato Grosso, por meio do Projeto 3º Grau Indígena, conferiu grau a 186 professores indígenas em três cursos de licenciatura intercultural. Outros estados brasileiros também iniciaram programas interculturais nas universidades estaduais e federais para a habilitação de indígenas em nível superior.

Refletir acerca dessa formação que está sendo ofertada é imprescindível, seja por meio de seminários, congressos, fóruns e reuniões, de modo que possamos a cada encontro ir aprimorando os

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conceitos e metodologias que estão sendo utilizados nos cursos voltados para a formação de professores indígenas, na perspectiva de pavimentarmos o caminho e consolidarmos a Educação Superior Indígena em todos os níveis em nosso país.

Bibliografia

I Conferência Internacional Sobre Ensino Superior Indígena, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2004.

56º Reunião da SBPC. Formação de Professores Indígenas, Cuiabá, Mato Grosso, 2004.

Seminário de Educação – Política de Formação de Professores Indígenas: Impasses e Perspectivas. Cuiabá, Mato Grosso, 2005. I Conferência Estadual da Promoção da Igualdade Racial. Cuiabá, Mato Grosso, 2005.

Etapas de Planejamento e Formação do Projeto 3º Grau Indígena, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2005.

Etapas de Planejamento e Formação do Projeto 3º Grau Indígena, Barra do Bugres, Mato Grosso, 2006.

VII Seminário de Educação Superior Indígena de Roraima. Boa Vista, Roraima, 2006.

Seminário de Educação Superior da Paraíba. Campina Grande, Paraíba, 2006.

Semana dos Povos Indígenas. Cuiabá, Mato Grosso, 2006.

I Seminário de Afirmação dos Povos Chiquitano. Cáceres, Mato Grosso, 2006.

I Jornada Internacional de Educação e Movimentos Sociais – Educação Escolar Indígena e Movimentos Sociais. Cuiabá, Mato Grosso, 2006. I Congresso Nacional de Educação Superior Indígena. Porto Seguro, Bahia, 2007.

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Cadernos de Educação Escolar Indígena

Reunião Ordinária do Conselho de Educação Escolar Indígena – CEI/ MT. Cuiabá, Mato Grosso, 2007.

Oficina de Intercâmbio – Licenciaturas Interculturais Indígenas: Sistematizando Experiências. Brasília, MEC, 2007.

Encuentro de Universidades Interculturales e Indígenas de América Latina: Seminário de Expertos. Tepoztlán, Morelos, México, 2007.

Referências

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