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NEWSLETTER I FISCAL. NEWSLETTER FISCAL I Julho, I Legislação Nacional 2. II Instruções Administrativas 4. III Jurisprudência Europeia 7

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NEWSLETTER FISCAL

I

Julho, 2015

I Legislação Nacional 2

II Instruções Administrativas 4

III Jurisprudência Europeia 7

IV Jurisprudência Nacional 10

V Outras informações 12

NEWSLETTER

I FISCAL

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NEWSLETTER FISCAL

I LEGISLAÇÃO NACIONAL

Assembleia da República Lei n.º 64/2015, de 1 de Julho

Aprova o novo regime especial aplicável às entidades licenciadas na Zona Franca da Madeira a partir de 1 de Janeiro de 2015 e altera o Estatuto dos Benefícios Fiscais (“EBF”).

De entre os benefícios concedidos por este novo regime às entidades licenciadas para operar na Zona Franca da Madeira entre 1 de Janeiro de 2015 até 31 de Dezembro de 2020, e desde que cumpridos os requisitos previstos no diploma, destacam-se os seguintes:

 Tributação dos seus rendimentos em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (“IRC”) à taxa de 5% (aplicando-se, todavia, algumas excep-ções);

 Dedução de 50% à colecta de IRC;

 Isenção em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (“IRS”) ou de IRC, consoante o caso, dos rendimentos dos sócios ou associados provenien-tes dos lucros colocados à disposição deles, incluindo a amortização de parprovenien-tes sociais sem redução de capital, e de juros e outras formas de remuneração de suprimentos, abonos ou adiantamentos de capital por eles efectuados.

Salienta-se ainda que os benefícios concedidos estão sujeitos a limites máximos e à aplicação de plafonds.

Para as entidades licenciadas anteriormente a 1 de Janeiro de 2015 mantém-se em vigor o regime do artigo 36.º do EBF, sem prejuízo da opção pelo novo regime.

Assembleia da República Lei n.º 67/2015, de 6 de Julho

Altera o Código do IRS (“CIRS”), alargando o âmbito da dedução das despesas de saúde e clarificando as deduções relativas a despesas com creches.

As alterações efectuadas produzem efeitos a 1 de Janeiro de 2015 e têm carácter clarificador e interpretativo.

Assembleia da República Lei n.º 68/2015, de 8 de Julho

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Altera o Código do Imposto sobre Veículos, introduzindo uma isenção de 50% do Imposto sobre Veículos suportado na aquisição de automóveis ligeiros de passageiros com lotação superior a cinco lugares para os sujeitos passivos que tenham mais de três dependentes a seu cargo, ou que, tendo três dependentes a seu cargo, pelo menos dois tenham idade inferior a oito anos.

A isenção prevista apenas se aplica a automóveis com emissões de CO2 iguais ou

inferiores a 150 g/km e tem o limite máximo de EUR 7.800,00, dependendo o seu reconhecimento de pedido dirigido à Administração Tributária.

Ministério das Finanças

Portaria n.º 201-A/2015, de 10 de Julho

Aprova a nova declaração modelo 37 e respectivas instruções de preenchimento, destinada à declaração de juros de habitação permanente, prémios de seguros, comparticipações em despesas de saúde, PPR, fundos de pensões e regimes complementares, pelas entidades indicadas no artigo 127.º, n.º 1, do CIRS.

Ministério das Finanças

Portaria n.º 201-B/2015, de 10 de Julho

Aprova as declarações respeitantes à comunicação de despesas de saúde, despesas de educação e formação e encargos com lares, denominadas modelo 45, 46 e 47, que devem ser apresentadas pelas entidades a que se referem os artigos 78.º-C, n.os 2 e 3,

78.º-D, n.os 5 e 6, e 84.º, n.os 3 e 4, (respectivamente) do CIRS.

Assembleia da República

Lei n.º 69/2015, de 16 de Julho

Altera, entre outras, a Lei n.º 50/2012, de 31 de Agosto, que aprova o regime jurídico da actividade empresarial local e das participações locais.

De entre as alterações introduzidas destaca-se a introdução do artigo 67.º-A, com a epígrafe “Aplicação do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas”, nos termos do qual se determina que:

 Para efeitos de IRC, não concorrem para a determinação do lucro tributável das empresas locais o resultado da liquidação em consequência da sua dissolução, nem qualquer resultado decorrente da transferência de elementos patrimoniais dessas empresas em consequência da respectiva integração ou internacionalização;

 Às operações de fusão previstas na Lei n.º50/2012 é aplicável o regime especial previsto nos artigos 74.º e seguintes do Código do IRC (“CIRC”);

 Às operações de transformação previstas na Lei n.º50/2012 é aplicável o disposto no artigo 72.º, n.º 1, do CIRC.

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Ministérios das Finanças e da Economia Portaria n.º 211/2015, de 16 de Julho

Fixa os montantes das taxas devidas no âmbito do Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 66/2015, de 29 de Abril, a cujo pagamento se encontram sujeitos a homologação do sistema técnico de jogo, a emissão ou prorrogação do prazo da licença e a autorização para a exploração de novos tipos de jogos de fortuna ou azar.

II INSTRUÇÕES ADMINISTRATIVAS

Autoridade Tributária e Aduaneira

Informação Vinculativa relativa ao Processo n.º 8250, de 30 de Junho de 2015, publicada a 14 de Julho de 2015

Direito à dedução – Parte de Imóvel, cedido por um terceiro, afecta à actividade empresarial do sujeito passivo

Esclarece que, no caso de a sede efectiva de uma empresa coincidir com a habitação do sócio da empresa, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (“IVA”) suportado relativamente à realização de obras no imóvel só poderá ser dedutível na totalidade se a área ocupada para a sede da empresa se circunscrever a um espaço claramente delimitado do resto do imóvel e as facturas respeitantes às obras identificarem expressamente que as mesmas se referem àquele espaço delimitado.

Diversamente, será necessário definir um critério de imputação do IVA incidente sobre o custo das obras referentes à parte do imóvel afecta à actividade da empresa. Será assim admissível deduzir o IVA suportado na percentagem correspondente à percentagem da área do imóvel destinado à actividade da empresa.

Autoridade Tributária e Aduaneira Área de Gestão Tributária - IVA

Ofício-Circulado n.º 30172, de 1 de Julho de 2015

Esclarece que a isenção de IVA prevista no que respeita à prestação de serviços de alimentação e transporte conexos com o ensino, quando efectuados por estabelecimentos integrados no Sistema Nacional de Educação ou reconhecidos como tendo fins análogos, abrange os serviços de refeições e transportes fornecidos pelo Estado, através do Ministério da Educação ou dos Municípios, mas não é aplicável aos serviços de confecção/fornecimento de refeições e de transporte que terceiras entidades prestem ao Ministério da Educação ou aos Municípios.

Autoridade Tributária e Aduaneira

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Direito à dedução – Veículos totalmente eléctricos – Aquisição – Despesas associadas à sua utilização, como sejam electricidade, seguros, manutenção, etc.

Esclarece que um sujeito passivo de IVA que utilize uma viatura de turismo no exercício da sua actividade tributável pode deduzir o IVA respeitante à aquisição de uma viatura eléctrica que cumpra os requisitos previstos na lei. No entanto, as despesas de manutenção e reparação dessa viatura, assim como as despesas de electricidade associadas ao seu uso, estão excluídas do direito à dedução se a viatura eléctrica em questão for uma “viatura de turismo” para efeitos do Código do IVA (“CIVA”).

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirectora-Geral dos Impostos sobre o Rendimento e das Relações Internacionais

Ofício-Circulado n.º 20.179, de 10 de Julho de 2015

Divulga questões recorrentes em matéria de deduções à colecta em sede de IRS (aplicável a declarações de rendimentos a entregar em 2016) e respectivas respostas, na sequência das alterações introduzidas pela Lei n.º 67/2015, de 6 de Julho, ao CIRS em matéria de dedução de despesas de saúde e de despesas com creches.

Autoridade Tributária e Aduaneira Gabinete do Subdirector-Geral

Ofício-Circulado n.º 90022, de 17 de Julho de 2015

Divulga os códigos relativos aos rendimentos sujeitos a retenção na fonte e actos sujeitos ao Imposto do Selo (“IS”) a mencionar na declaração aprovada para esses efeitos de forma a identificar a natureza dos rendimentos, de utilização obrigatória a partir de 1 de Julho de 2015.

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirecção-Geral da Área dos Impostos sobre o Património Ofício-Circulado n.º 40108, de 21 de Julho de 2015

Esclarece que o pedido de isenção de Imposto Municipal sobre Imóveis (“IMI”) aplicável a prédios exclusivamente afectos à actividade de abastecimento público de água às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de sistemas municipais de gestão de resíduos urbanos, tem de ser acompanhado de certidão emitida pela Câmara Municipal atestando que os prédios para os quais a isenção é requerida estão exclusivamente afectos àquelas actividades.

Esclarece ainda que, sendo cumprido o prazo de 60 dias de apresentação do pedido, contados desde 1 de Janeiro de 2015, relativamente aos prédios cuja afectação às finalidades indicadas ocorreu anteriormente a essa data, ou desde a data em que a afectação ocorreu, se posterior a 1 de Janeiro de 2015, a isenção tem início no ano de

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2015 ou no ano em que ocorrer a afectação, respectivamente. Caso contrário, a isenção apenas se aplicará no ano seguinte àquele em que o pedido for apresentado.

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirecção-Geral da Área dos Impostos sobre o Património Ofício-Circulado n.º 40109, de 21 de Julho de 2015

Esclarece que as isenções de IMI previstas nos artigos 45.º, n.º 1, e 71.º, n,º 7, do EBF, aplicáveis a prédios submetidos a reabilitação urbana – a primeira é aplicável por três anos a partir da emissão da licença de renovação e a segunda durante cinco anos a partir da conclusão da reabilitação –, não são cumulativos, devendo o sujeito passivo optar por aquele que lhe for mais favorável.

Esclarece ainda que estas isenções têm natureza objectiva, sendo irrelevante, por isso, uma eventual alteração da titularidade dos prédios.

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirecção-Geral da Área dos Impostos sobre o Património Ofício-Circulado n.º 40110, de 21 de Julho de 2015

Esclarece os procedimentos a observar pelas Câmaras Municipais e pelos sujeitos passivos que reúnam os requisitos para a aplicação da redução da taxa de IMI prevista no artigo 112.º, n.º 13, do Código do IMI (“CIMI”), aplicável a imóveis que se destinam à habitação própria e permanente coincidente com o domicílio fiscal do seu proprietário e variável em função do número de dependentes que fazem parte do agregado familiar.

Autoridade Tributária e Aduaneira Gabinete do Director-Geral

Circular n.º 8/2015, de 27 de Julho de 2015

Presta esclarecimentos quanto ao enquadramento em sede de direito aduaneiro das operações de exportação, nomeadamente no que respeita à determinação do operador económico que é considerado exportador, e quanto ao enquadramento em sede de IVA das transmissões de bens destinados à exportação, assim como quanto aos documentos comprovativos que devem ser utilizados para efeitos de isenção de IVA nas exportações.

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirecção-Geral da Área dos Impostos sobre o Património Ofício-Circulado n.º 40111, de 30 de Julho de 2015

Esclarece que, estando em causa contrato de arrendamento de uma parte comum de edifício constituído em propriedade horizontal, a declaração modelo 2, através da qual o contrato é comunicado à Administração Tributária, deve ser entregue pelo administrador, em nome do condomínio, indicando-se o número de identificação fiscal deste último como locador.

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Clarifica ainda que, para cumprir esta obrigação, o administrador deve registar-se previamente como tal no Serviço de Finanças.

Autoridade Tributária e Aduaneira

Gabinete da Subdirecção-Geral da Área dos Impostos sobre o Património Ofício-Circulado n.º 40112, de 30 de Julho de 2015

Esclarece que, estando em causa um contrato de arrendamento de um prédio incluído numa herança indivisa, a declaração modelo 2, através da qual o contrato é comunicado à Administração Tributária, deve ser entregue pelo cabeça de casal, em nome da herança.

Neste caso, os herdeiros não devem constar como locadores na declaração, devendo apenas ser indicado o número de identificação fiscal da herança.

Clarifica ainda que, se o cabeça de casal for um dos herdeiros e tiver 65 anos ou mais, a obrigação de comunicação do contrato de arrendamento, suas alterações e cessação poderá ser feita em nome da herança em qualquer serviço de finanças (não carecendo de ser feita electronicamente).

Autoridade Tributária e Aduaneira

Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais

Despacho n.º 272/2015.XIX, de 30 de Julho de 2015

Prorroga até ao dia 30 de Novembro de 2015 o prazo previsto no Regime de Comunicação de Informações Financeiras para a comunicação pelas instituições financeiras à Administração Tributária dos elementos e informações previstos no artigo 7.º desse regime relativamente a cada uma das “contas dos EUA sujeitas a comunicação”.

III JURISPRUDÊNCIA EUROPEIA

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 2 de Julho de 2015

Processo C-334/14

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia decide que, para efeitos de isenção de IVA, o transporte de órgãos e de produtos biológicos de origem humana não é considerado uma operação estreitamente conexa com a hospitalização ou a assistência médica, quando não existe, não é efectiva, não está em curso, nem está planificada uma assistência médica em meio hospitalar com a qual esse transporte esteja conexo.

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Acrescenta que um transportador independente não é uma entidade que desempenha o mesmo tipo de função especial que os estabelecimentos hospitalares ou os centros de assistência médica e diagnóstico, não sendo considerado um estabelecimento da mesma natureza que aqueles outros estabelecimentos ou centros, pelo que a sua actividade não está isenta de IVA.

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 2 de Julho de 2015

Processo C-209/14

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que, para efeitos de IVA, a locação financeira de um imóvel deve ser equiparada a uma aquisição de bens quando (i) o contrato de locação financeira prevê a transferência da propriedade do imóvel para o locatário no termo do contrato, ou (ii) são transferidas para o locatário a maior parte das vantagens e dos riscos inerentes à propriedade do imóvel.

O Tribunal de Justiça da União Europeia afirma ainda que um sujeito passivo de IVA só pode reduzir a base tributável de uma operação, e consequentemente proceder à regularização do IVA liquidado, se recebeu efectivamente a totalidade dos pagamentos que lhe eram devidos em contrapartida da prestação que efectuou, ou se, por algum motivo, a contraparte já não lhe deve o preço acordado sem que o contrato tenha sido resolvido ou anulado.

Por último, o Tribunal de Justiça da União Europeia decide que o princípio da neutralidade fiscal não se opõe a que sejam objecto de tributações distintas pra efeitos de IVA, por um lado, uma prestação de locação financeira que tem por objecto imóveis e, por outro lado, a transmissão dos referidos imóveis a uma terceira entidade, na medida em que não se possa considerar que essas prestações formam uma prestação única complexa.

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 9 de Julho de 2015

Processo C-183/14

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que o facto de a Administração Tributária não ter sistematicamente sujeitado a IVA determinadas operações imobiliárias não é suficiente, salvo em circunstâncias excepcionais, para criar no espírito de um operador económico normalmente prudente e informado a confiança razoável de que o imposto não será aplicado a essas operações – e, assim, para beneficiar da protecção dos princípios da segurança jurídica e da protecção da confiança legítima –, uma vez que o direito nacional aplicável à data dos factos era claro e previsível no sentido dessa sujeição. Essa clareza e previsibilidade não são afectadas pela circunstância de a

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jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia não ser publicada na língua do país em questão à data da verificação dos factos.

O Tribunal de Justiça da União Europeia afirma ainda que o direito à dedução do IVA suportado a montante não pode ser recusado se os seus requisitos substanciais estiverem preenchidos, ainda que alguns requisitos formais não estejam. Assim, considera que o registo de IVA e as obrigações de declaração de início, mudança e cessação de actividade são meras exigências formais para efeitos de controlo, que não podem pôr em causa o direito à dedução do IVA se os requisitos materiais de constituição desse direito estiverem preenchidos.

Deste modo, o Tribunal de Justiça da União Europeia decide que um sujeito passivo não pode ser impedido de exercer o seu direito à dedução do IVA pelo motivo de não estar registado para efeitos de IVA antes de ter utilizado os bens adquiridos no âmbito da sua actividade tributável, pois esta sanção excede o necessário para atingir os objectivos de assegurar o cumprimento daquelas obrigações declarativas e prevenir a fraude fiscal.

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 9 de Julho de 2015

Processo C-331/14

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que o simples exercício do direito de propriedade pelo seu titular não pode, em si mesmo, ser considerado uma actividade económica. Todavia, para que a venda de um imóvel não seja sujeita a IVA, é necessário que o bem seja afecto ao património pessoal do proprietário e, bem assim, que a venda seja efectuada pelo sujeito passivo fora do âmbito da sua actividade económica, no âmbito da gestão e administração do seu património pessoal.

Neste contexto, o Tribunal de Justiça da União Europeia decide que o recurso a acções de comercialização imobiliária através de meios semelhantes aos utilizados por um comerciante ou prestador de serviços permite concluir que a venda daí resultante não se inscreve no âmbito da gestão do património pessoal e, portanto, corresponde antes ao exercício de uma actividade económica sujeita a IVA.

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 16 de Julho de 2015 Processos C-108/14 e C-109/14

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que a aquisição e a detenção de participações sociais por uma sociedade holding constituem actividades económicas para efeitos de IVA se essa sociedade interferir na gestão das sociedades cujas participações adquiriu (prestação de serviços administrativos, financeiros, comerciais e técnicos pela sociedade holding às suas filiais).

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Assim sendo, os custos de aquisição das participações nas filiais são custos gerais da actividade económica da holding, pelo que o IVA correspondente pode ser integralmente deduzido, desde que se verifiquem os demais requisitos para esses efeitos.

Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 16 de Julho de 2015 Processo C-584/13

No Acórdão em referência, proferido no âmbito de um pedido de reenvio prejudicial, o Tribunal de Justiça da União Europeia afirma que a prestação de um serviço que consiste em garantir a avaria mecânica susceptível de afectar certas peças de um veículo automóvel, por parte de um operador económico independente do revendedor do veículo usado, mediante o pagamento de uma quantia fixa, constitui uma operação de seguro isenta. Esta conclusão é independente de o contrato de seguro ter sido celebrado entre o garante e o comprador do veículo, de o revendedor ter actuado como intermediário do mesmo, ou ainda de este ter celebrado o contrato directamente com o garante e posteriormente ter transferido os direitos e obrigações daí resultantes para o comprador do veículo.

O Tribunal de Justiça da União Europeia afirma ainda que a prestação desses serviços de garantia e a venda do veículo devem, em princípio, ser consideradas operações distintas e independentes para efeitos de IVA.

IV JURISPRUDÊNCIA NACIONAL

Supremo Tribunal Administrativo

Acórdão de 17 de Junho de 2015, publicado a 2 de Julho de 2015 Processo n.º 0535/14

No acórdão em referência, o Supremo Tribunal Administrativo afirma que a Administração Tributária só utiliza métodos de avaliação indirecta da matéria colectável dos sujeitos passivos quando entende que existem discrepâncias entre a declaração do contribuinte e a realidade tributável, corrigindo então a matéria colectável a partir de indícios.

Assim, se a Administração Tributária apenas desconsidera os custos constantes de facturas por entender que as mesmas são irregulares e não correspondem a pagamentos efectivos, não está a socorrer-se de métodos de avaliação indirecta da matéria colectável, ainda que tenha afirmado ter utilizado esse expediente.

Deste modo, o facto de o sujeito passivo não ter apresentado prévio pedido de revisão da matéria colectável não obsta a que seja impugnada judicialmente a liquidação de IRC em questão.

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Tribunal Central Administrativo Sul

Acórdão de 18 de Junho de 2015, publicado a 3 de Julho de 2015 Processo n.º 07452/14

No acórdão em referência, o Tribunal Central Administrativo Sul afirma que, uma vez que a relação que se estabelece entre um sujeito passivo e o perito por si nomeado no âmbito de um procedimento de revisão da matéria colectável é uma relação de representação, o sujeito passivo não pode considerar-se vinculado pelo acordo obtido nessa sede se demonstrar que o perito não agiu dentro dos limites dos seus poderes de representação, ou que agiu contrariamente a esses poderes.

Todavia, compete ao sujeito passivo fazer prova do excesso de mandato pelo perito por si escolhido no âmbito do procedimento de revisão da matéria colectável. Essa prova não é feita se os únicos elementos aportados ao processo nesse sentido são os termos em que o acordo foi alcançado, de acordo com o qual o perito, assumindo embora o acordo, lamenta que alguns dados/informações não tenham sido tomadas em consideração.

Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 10 de Julho de 2015 Processo n.º 02261/08

No acórdão em referência, o Tribunal Central Administrativo Sul afirma que a decisão da Administração Tributária de apurar a matéria colectável de um sujeito passivo através de métodos indirectos não está suficientemente fundamentada quando nela apenas se menciona que continuam a verificar-se os pressupostos que nos anos anteriores tinham igualmente conduzido à aplicação de métodos indirectos.

O Tribunal Central Administrativo Sul deixa claro que, ainda que os pressupostos que determinaram a avaliação da matéria colectável por métodos indirectos nos anos anteriores se verificassem de novo no ano em questão, seria necessário que os mesmos fossem especificados na decisão em análise, só assim sendo possível ao sujeito passivo entender o sentido da decisão e, consequentemente, conformar-se ou reagir contra ela.

Acórdão do Tribunal Central Administrativo Norte

Acórdão de 30 de Abril de 2015, publicado a 14 de Julho de 2015 Processo n.º 00039/03 – Porto

No acórdão em referência, o Tribunal Central Administrativo Norte esclarece que, configurando-se como sujeitos passivos de IRS contribuintes casados – que constituem um agregado familiar – a liquidação do imposto pode ser validamente notificada a qualquer um deles.

Neste seguimento, e presumindo-se que a residência habitual do agregado familiar composto pelos cônjuges é a mesma, a notificação da liquidação de IRS a qualquer um destes dentro do prazo de caducidade preclude o outro de, em sede de processo de

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oposição à execução fiscal, invocar a falta de notificação do acto tributário como fundamento para a referida oposição.

Centro de Arbitragem Administrativa e Tributária Tribunal Arbitral Tributário

Decisão de 15 de Setembro de 2014, publicada a 20 de Julho de 2015 Processo n.º 101/2014-T

Na Decisão Arbitral em referência, o Tribunal Arbitral pronuncia-se sobre a aplicação do regime dos preços de transferência a um contrato de compra e venda de participações sociais celebrado entre sociedades especialmente relacionadas.

Nesta Decisão Arbitral, o Tribunal Arbitral decide que não é possível fragmentar o contrato de compra e venda para fazer uma aplicação dos preços de transferência a apenas um dos elementos que o compõem – o diferimento do pagamento do preço acordado. Acrescenta ainda que estão previstos outros mecanismos que permitem à Administração Tributária desconsiderar o contrato de compra e venda e considerar o financiamento gratuito que subjacente à conclusão do negócio.

V OUTRAS INFORMAÇÕES

Projecto de Lei n.º 1049/XII

Foi publicado no portal da Assembleia da República o Projecto de Lei n.º 1049/XII, que visa alterar a Lei n.º 73/2013, de 3 de Setembro, que aprovou o novo regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais, determinando que a eliminação faseada do Imposto sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis prevista nesta Lei apenas ocorra a partir de 2017.

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CONTACTOS

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A presente Newsletter foi elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL com fins exclusivamente informativos, não devendo ser entendida como forma de publicidade. A informação disponibilizada bem como as opiniões aqui expressas são de carácter geral e não substituem, em caso algum, o aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos, não assumindo a Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL qualquer responsabilidade por danos que possam decorrer da utilização da referida informação. O acesso ao conteúdo desta Newsletter não implica a constituição de qualquer tipo de vínculo ou relação entre advogado e cliente ou a constituição de qualquer tipo de relação jurídica. A presente Newsletter é gratuita e a sua distribuição é de carácter reservado, encontrando-se vedada a sua reprodução ou circulação não expressamente autorizadas. Caso pretenda deixar de receber esta Newsletter, por favor envie um e -mail para o endereço cuatrecasasportugal@cuatrecasas.com.

Referências

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