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DETECÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS PELO SISTEMA CROMOGÊNICO (COLILERT-QUANTI-TRAY 2000).

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Academic year: 2021

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DETECÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS PELO SISTEMA

CROMOGÊNICO (COLILERT-QUANTI-TRAY 2000).

José Ferreira Lima Júnior1

Allan de Jesus dos Reis Albuquerque2

Maxsuel Alves Avelino de Paiva3

Thassya Matias Ribeiro4

Fábio Correia Sampaio5

1 Introdução/ Desenvolvimento

O fornecimento de água de boa qualidade livre de contaminação é essencial em ambiente hospitalar. Diversos procedimentos, como, limpeza, desinfecção, esterilização, preparo de alimentos, consumo direto, hemodiálise, etc., justificam sua importância, sendo os requisitos de pureza variáveis de acordo com o tipo de uso (BRASIL, 2004). A contaminação pode ser química, virótica, bacteriana e certas algas (e suas toxinas), entre outros, e isso determina quais técnicas e rotinas devem ser utilizadas para controle da fonte, tratamento, armazenamento e manutenção da qualidade. Devido ao seu papel como potencial disseminante de substâncias e organismos indesejados, o controle de qualidade da água é vital seja qual for o ambiente (MARTINS, 2001).

Um grupo bacteriano considerado um importante indicador de qualidade da água, é grupo dos Coliformes. Este grupo é formado pelos gêneros Escherichia,

Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella (MADIGAN et al., 2004). Os coliformes são

geralmente divididos em Coliformes Totais e Coliformes Fecais. Os primeiros são grupos de bactérias gram-negativas, que necessitam ou não de oxigênio, formadoras de esporos, e são associadas à decomposição de matéria orgânica em geral. Coliformes Fecais, também chamados de Coliformes Termotolerantes, pois toleram temperaturas acima de 40ºC e reproduzem-se nessa temperatura em menos de 24 horas, e está associado às fezes de animais de sangue quente. Pelo estudo da concentração dos Coliformes nas águas pode-se estabelecer um parâmetro indicador da existência de possíveis microrganismos patogênicos que são responsáveis pela transmissão de doenças pelo uso ou ingestão da água, tais como a febre tifóide, febre paratifoide, disenteria bacilar e cólera (MURRAY et al., 2006).

Estudos têm demonstrado que a técnica de detecção e identificação de E.coli pelo sistema cromogênico Colilert® Quanti-Tray 2000 da IDEXX apresenta

sensibilidade similar ou superior ao teste convencional de detecção de coliformes termotolerantes por Técnica de Membrana Filtrante. Baseado nestes dados, o sistema 1 Doutor em Biotecnologia em Saúde, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras-PB,

ferreirajunior@cfp.ufcg.edu.br

2 Biólogo, Doutorando em Biotecnologia, UFPB, João Pessoa-PB, allanreisalbuquerque@yahoo.com.br

3 Estudante Ensino Médio, Bolsista PIBIC-JR pela UFPB, João Pessoa-PB, suel_max0808@hotmail.com 4 Estudante Ensino Médio, Bolsista PIBIC-JR pela UFPB, João Pessoa-PB, thassya_tata@hotmail.com 5 Cirurgião-dentista, Mestre em Odontologia Social, Doutor em Cariologia, João Pessoa-PB,

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Colilert foi utilizado avaliação da concentração de coliformes totais na água do Hospital Universitário Lauro Wanderley, em João Pessoa-PB.

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar previamente a qualidade da água em um hospital universitário em nível microbiológico, por meio de um sistema cromogênico específico para coliformes totais e E coli.

2 Metodologia/ Resultados

Foram analisadas amostras de água não filtrada da rede de água do hospital, coletadas de torneiras em diversos setores em sete andares e térreo. As amostras foram avaliadas microbiologicamente através de culturas quantitativas para bactérias coliformes totais e E. coli por meio de sistema cromogênico. No sistema Colilert Quanti-Tray 2000, a presença de coliformes totais é indicada por uma reação modifica a coloração do reagente para amarelo. Em caso de haver a presença de E. coli, esta pode ser confirmada expondo-se as amostras positivas para coliformes totais à luz ultravioleta, que reagirá emitindo fluorescência azul. O Colilert utiliza nutrientes (açúcares ligados a radicais orgânicos cromogênicos) que fazem com que os microrganismos de interesse presentes na amostra produzam uma mudança de cor (ou fluorescência) no sistema inoculado.

O meio Colilert contém os nutrientes ONPG (onitrofenil-Beta-D-galactopiranosídeo) e MUG (4-metil-umbeliferil-Beta-Dglucoronídeo). As enzimas específicas e, portanto características dos coliformes totais (Beta-Galactosidade) e da E.

coli (Beta-Glucoronidase) ao metabolizarem os nutrientes, causam a liberação do

radical orgânico cromogênico, e como conseqüência, a amostra passa a apresentar uma coloração específica amarela para coliformes totais (ONPG) e fluorescência (na presença de luz ultravioleta a 365 nm) para E. coli (MUG).Para a coleta, todas as fontes de água foram higienizadas com detergente biodegradável e ação mecânica de esponja. Em seguida, o excesso de detergente era eliminado por meio de água deionizada; o procedimento era finalizado com limpeza com álcool etílico a 70% e secagem, feita com papel toalha. Para evitar coleta de acúmulos bacterianos nas paredes internas das torneiras das torneiras, as torneiras eram abertas de modo a formar jatos intermitentes seguidos de um período de 3 minutos de jato forte, para em seguida fazer a coleta.

A coleta foi feita por meio de coletores plásticos próprios do kit, estéreis, e com marcadores de nível para não exceder o volume padrão de 100 ml. Cada amostra foi exposta ao reagente de concentração também específica, selada, agitada, e em seguida transferida para uma cartela com poços isolados para avaliação do crescimento após 24h à temperatura de 37°C em estufa bacteriológica. Os resultados foram quantificados por tabela estatística do Número Mais Provável - NMP do sistema Quanti-Tray 2000. Poços com coloração amarela indicam presença de coliformes totais. A presença de brilho azulado intenso após a exposição destes poços à luz ultravioleta indica a presença da bactéria E. coli.

Das 20 amostras coletadas, 5 indicaram a presença de coliformes totais por meio da coloração amarela (Tabela 1). No entanto, a exposição das amostras positivas para coliformes totais não indicou contaminação por E. coli. Estes dados mostraram que o sistema Colilert é suficientemente sensível na detecção de coliformes totais na água e que o sistema cromogênico pode contribuir como um método confiável de análise

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Tabela 1- Setores de coleta por andar, e número de coliformes totais por amostra de 100 ml. Total de 20 amostras. Amostras Nº de cels/100 mL Térreo:

1- Pia do banheiro masculino do setor de odontologia; 0

2- Pia de lavagem das mãos na clínica do setor de odontologia; 0

3- Pia de uso médico do setor de dermatologia (consultório 3); 0

4- Laboratório de análises clínicas (torneira de uso médico da sala de coleta na bacteriologia);

1

5- Endocrinologia (sala de nutrição/idosos); 0

6- Pediatria; 0

1º Andar:

7- Torneira com sensor de presença do CTI; 0

2º Andar:

8- Clínica cirúrgica, Ala A (posto de enfermagem); 0

9- Central de material e esterilização; 0

3º Andar:

10- Refeitório do setor de pediatria; 0

4º Andar:

11- Banheiro feminino; 0

12- Doenças infectocontagiosas (posto de enfermagem); 0

5º Andar:

13- Clínica médica B (sala de procedimento); 0

14- Bebedouro de uso geral do corredor; 4,1

6º Andar:

15- Centro de cirurgia ambulatorial (endoscopia digestiva); 4,1

16- Psiquiatria (torneira de uso comum); 12

7º Andar:

17- Banheiro masculino à direita do elevador; 0

18- Copa; 10,9

19- Obstetrícia (bebedouro tipo garrafão de água mineral, com água fornecida pelo hospital);

0

20- Obstetrícia (sala de curativos); 0

Controle

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3 Considerações Finais

O crescimento populacional, bem como a deficiência no sistema de saúde vigente, fatores socioeconômicos e ausência de políticas públicas eficientes que visem maior qualidade da saúde preventiva, tem levado a uma procura maior da rede pública hospitalar, justificando assim maior importância na busca de um serviço eficiente de recuperação e manutenção da vida. Neste contexto, o controle de qualidade de água hospitalar faz-se cada vez mais necessário, contribuindo para promoção de um sistema mais eficiente, e que de fato contribua com a sociedade por meio da adequada aplicação de suas funções.

O fato de os coliformes detectados não serem considerados de origem fecal segundo o teste, não diminui sua importância, indicando apenas estratégias diferentes de prevenção, e tratamento em casos emergenciais, dando prioridade ao controle do nível de segurança das fontes de água hospitalares.

A ausência de E.coli (bactéria indicativa de contaminação fecal) é, portanto, em parte positivo devido bactérias de origem fecal serem responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica que evoluem rapidamente, tais como febre tifoide, febre paratifoide, disenteria bacilar e cólera. De modo geral, nas águas para abastecimento o limite de Coliformes Fecais legalmente tolerável não deve ultrapassar 4.000 coliformes fecais em 100 ml de água em 80% das amostras colhidas em qualquer período do ano.

Outros fatores podem ser avaliados para maior refino da análise microbiológica, como, presença de: Enterococcus, Pseudomonas aeruginosa, Leveduras, etc. Atualmente, a presença de coliformes totais fornece a melhor indicação de contaminação bacteriana em água potável. O próximo passo será investigar a presença de P. aeruginosa, devido à sua comprovada resistência e capacidade de inibir as bactérias do grupo coliformes, o que pode levar a um falso-positivo da qualidade da água devido à ausência de coliformes em teste preliminares.

Os indicadores biológicos são úteis, pois permitem revelar a qualidade da água em ambientes diversos com condições extremas e, mesmo em ambientes específicos, direcionando a investigação das causas de tais condições, permitindo, assim, o desenvolvimento ações e metodologias específicas para manutenção ou recuperação para níveis toleráveis para cada finalidade. Vale ressaltar que nenhum indicador isoladamente é efetivamente conclusivo, podendo, entretanto direcionar a investigação e o trabalho do controle de qualidade da água.

4 Referências

BRASIL, Ministério da Saúde, RDC Nº.154 Regulamento Técnico para o Funcionamento dos serviços de Diálise, de 15 de julho de 2004.

MADIGAN, T.M.; MARTINKO, J.M.; PARKER, J. Microbiologia de Brock. 10ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

MARTINS, M. A. Manual de Infecção Hospitalar: Epidemiologia, Prevenção e Controle.2 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001.

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