• Nenhum resultado encontrado

INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Amazon Cooperation Treaty Organization Global Environment Facility United Nations Environment Programme

INTEGRATED AND SUSTAINABLE MANAGEMENT OF TRANSBOUNDARY

WATER RESOURCES IN THE AMAZON RIVER BASIN CONSIDERING

CLIMATE VARIABILITY AND CHANGE

ACTO/GEF/UNEP

GEF-AMAZON

COMPONENT-III RESPONSE STRATEGIES

SUBPROJECT-III.2 SPECIAL PRIORITIES ON ADAPTATION

Activity III.2.1 Climate Change, Adaptation Capacity and Risk Governance in the

Transboundary Purus River Sub-basin of the project “Integrated and Sustainable

Management of Transboundary Water Resources in the Amazon River Basin

Considering Climate Variability and Climate Change”

(2)

ATIVIDADE DO CONSULTOR: Produto 1

• Relatório da análise dos dados secundários das produções e preços dos produtos

do agroextrativismo e das cadeias produtivas locais da Bacia do rio Purus, bem

como das variáveis PIB per capita, crédito rural e bolsa família; Análise de

comportamento da produção e preço da economia rural familiar em caso de

eventos extremos partindo da sua relação com os dados hidroclimáticos

fornecidos pelos especialistas das áreas de hidrologia e meteorologia; Relatório

com a avaliação dos possíveis efeitos socioeconômicos sobre as populações

rurais diante dos eventos extremos como entrada direta para implementação de

estratégias de adaptação a mudanças climáticas na governança de risco.

RELATÓRIO DO PRODUTO 1:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO HISTÓRICO DOS DADOS DE PRODUÇÃO E PREÇOS DO AGROEXTRATIVISMO DA BACIA DO RIO PURUS, DIANTE DAS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS Antônio Cordeiro de Santana

INTRODUÇÃO

O objetivo deste relatório foi contribuir com a especificação do modelo de avaliação de riscos climáticos no âmbito do projeto “Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços da Bacia Amazônica, Considerando a Variabilidade Climática e a Mudanças Climática”, especificamente para a Atividade III.2.1 Mudanças Climáticas, capacidade de adaptação e governança de risco na Sub-bacia Transfronteiriça do Rio Purus.

Nesta perspectiva, analisou-se o comportamento da base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que inclui produtos e preços da agricultura (lavouras temporárias e lavouras permanentes), pecuária (bovino, ovinos, suínos, aves e equídeos, juntamente com os produtos leite de vaca e ovos de galinha), produtos florestais madeireiros e não madeireiros (madeira em tora, lenha, carvão, castanha-do-brasil, açaí, borracha) no período histórico de 1995 a 2011. Também inclui-se a base de dados sobre o Produto Interno Bruto da agropecuária, indústria e de serviços, informações do programa de transferência de renda (bolsa família, bolsa verde, seguro defeso) e crédito subsidiado. Este banco de dados, juntamente com as transformações estatísticas, foi entregue à coordenação do projeto em arquivos do Excel.

As informações foram avaliadas tendo em consideração as mudanças climáticas e seus efeitos sobre a produção e o extrativismo, focando os eventos de chuvas que se caracterizaram como cheias e secas. A partir desta análise e assumindo a distribuição das chuvas como evento marcante em termos da magnitude dos impactos produzidos sobre a produção, sugeriu-se formas de mensurar as perdas físicas de produção e a repercussão sobre a qualidade de vida e sustentabilidade das famílias ribeirinhas de agricultores familiares e extrativistas.

Uma primeira linha de sugestões focou a identificação de informações atípicas e as formas alternativas para inclusão das variáveis no modelo de projeção dos dados. Também

(3)

indicou-se alguns modelos econométricos com possibilidade de uso. A segunda linha de sugestões se referiu a uma forma simples de cálculo de perdas a partir dos dados secundários da produção por lavoura e produtos da pecuária e do extrativismo de cada município incluído na área da pesquisa. Por fim, foram identificados, para todos os produtos, o ano em que a mudança climática (seca, fruto da escassez de chuvas e cheia resultante do excesso de chuvas) produziu impacto visível nas estatísticas, bem como os anos em que os dados exibem características de informação atípica.

A partir destes resultados, sugeriu-se um padrão de análise sobre a magnitude dos efeitos que as externalidades das mudanças na distribuição das chuvas causam sobre a sustentabilidade das famílias afetadas, dado o grau absoluto (em dadas situações) e relativas de dependência para a subsistência e reprodução da vida, assim como o regime do tipo “escravisador” na relação de troca com o mercado (sistema de aviamento com a prática do escambo, cuja relação de troca chega a ser perversa). Ao mesmo tempo, contempla-se a malha dos efeitos da política de transferência de renda e do crédito subsidiado que de alguma forma se afirma na condição de atenuar parcialmente os efeitos das incertezas climáticas, especificamente, na irregularidade da distribuição das precipitações pluviométricas. Por fim, sugere-se uma política de compensação de perdas com vista a garantir a subsistência das famílias de produtores ribeirinhos da Amazônia.

A análise foi desenvolvida para cada município considerando as lavouras temporárias, lavouras permanentes, produção animal, produtos do extrativismo, crédito rural, política de transferência de renda e PIB.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS LAVOURAS TEMPORÁRIAS

Estas atividades produtivas são a base na subsistência alimentar dos ribeirinhos e extrativistas. O cultivo é realizado anualmente e compreende o arroz, feijão e mandioca, que são destinadas ao consumo das famílias e o pequeno excedente é comercializado com os atravessadores da maioria dos municípios da pesquisa. O arroz é uma exceção no município de Humaitá, em que a maior parte da produção destina-se ao mercado. As frutas abacaxi e melancia são entregues a atravessadores. Estas culturas são completamente dependentes das condições do clima (distribuição das chuvas) ao longo do ano, sobretudo as cultivadas na várzea, em que o plantio e colheita dependem do movimento sazonal das águas dos rios.

A oferta destes produtos é determinada pelos preços dos produtos, a precipitação pluviométrica e os custos de produção, representados pelo custo da mão de obra, ou seja, Q = f(P, H, C). Espera-se uma correlação contemporânea positiva da quantidade ofertada em relação ao preço e à distribuição regular das chuvas a cada ano, dado que excesso ou escassez de chuvas tende a reduzir a oferta. O custo apresenta correlação negativa com a oferta, indicando que aumento do salário rural tende a diminuir a oferta, ou seja, as atividades intensivas em mão de obra tendem a diminuir a área cultivada, mantendo as demais influências constantes.

A estimação desde modelo apresenta dificuldade em função da não disponibilidade de séries temporais de chuvas e custos para os municípios da pesquisa. Apenas os preços e as quantidades estão disponíveis nas estatísticas do IBGE, fruto do mercado formado pela comercialização do excedente da produção dos agricultores e extrativistas ribeirinhos com os

(4)

produção. Assim, os produtores respondem aos preços no local da produção, que são anunciados pelos atravessadores.

A observação do comportamento das séries de quantidade e preço dos produtos indica uma correlação positiva entre as variáveis, sem eventos que caracterizem falhas de mercado por conta dos instrumentos de política como o mercado institucional para assegurar a comercialização dos produtos da agricultura familiar e extrativista.

Os movimentos atípicos observados nas séries podem ser atribuídos às variáveis exógenas como mudanças climáticas e a política de transferência de renda. Os eventos climáticos tendem a impactar sobre a oferta no período em que o evento ocorre para as culturas anuais e com reflexo que pode se completar no ano seguinte para as culturas com ciclo um pouco mais longo como é o caso de algumas cultivares de mandioca.

O efeito da política de transferência de renda, por sua vez, implica redução das atividades intensivas em mão de obra por todos os anos a partir de sua implantação, cuja magnitude do efeito tende a aumentar com a ampliação do número de produtores beneficiados.

Em todo caso, o foco será direcionado para os anos em que ocorreram eventos climáticos caracterizados como seca (2005 e 2010) e cheias (2008 e 2013). Assim, o período a partir de 2005 até 2011 será contemplado nas informação disponíveis. A seguir identifica-se a influência que se atribui ao clima sobre a produção e preço das lavouras temporárias cultivadas nos municípios da pesquisa.

MANOEL URBANO

Do conjunto de lavouras temporárias cultivadas por ribeirinhos do município de Manoel Urbano, tem-se que o arroz, feijão e melancia sofreram queda com a seca de 2005. A partir deste ano, a produção apresenta evolução até 2011. Ou seja, os eventos climáticos registrados em 2008 e 2010 não afetaram o comportamento destas lavouras.

As culturas do abacaxi e da mandioca apresentaram queda em 2006, que seria a safra plantada em 2005 e não geraram boa colheita em 2006. Depois exibe trajetória de crescimento.

Para efeito da especificação dos modelos de oferta [Q = f(P)], deve-se considerar os períodos atípicos de 2003/04 e 2006/08 para o arroz, 2001/02 para a cana-de-açúcar, 2001 para mandioca e 2001/04 para melancia. Variáveis dummy podem ser introduzidas na equação para captar tais efeitos.

Naturalmente, como a subsistência alimentar dos produtores depende fortemente da quantidade produzida destas lavouras, assim como da renda gerada pelo excedente dos produtos comercializados, uma queda na produção impacta diretamente na estabilidade de suas condições de vida. Infelizmente não se conta com dados primários para aferir a magnitude destas perdas que resultam, em grande parte, dos efeitos das alterações climáticas.

Um simples exercício pode ser feito neste sentido. Toma-se a média da produção obtida nos anos vizinhos ao evento e compara-se o resultado com a produção do ano em que ocorreu a seca (escassez de chuvas), ou cheia (excesso de chuvas) e os resultados aparecem nas estatísticas. Por exemplo, tomam-se os produtos arroz e feijão.

A média da produção de arroz de 2004 e 2006 foi 412,5t e a produção de 2005 foi de 120 t, logo a magnitude da perda foi de 292,5t, cerca de 70,09% abaixo da média. No caso do feijão, a perda seria de 22,5t, que representa 52,9% abaixo da produção média de 42,5t. Nota-se que o impacto é muito forte e o pior é que atinge os produtores de forma desigual, penalizando

(5)

com maior gravidade os que dependem quase que exclusivamente destes produtos. Em alguns casos a perda pode chegar a 100%, porém necessita-se de pesquisa de campo para se constatar estas assimetrias.

Uma limitação operacional deste método é a necessidade da informação após o evento climático, o que torna sua aplicação de pouca operacionalidade para compensar danos produzidos pelas mudanças climáticas.

Um método de escopo geral, dependente apenas de informações pretéritas, portanto mais efetivo e de fácil na aplicação, pode ser formulado considerando-se a média histórica da produção dos últimos três a cinco anos, excluindo-se os anos atípicos. Esta média representa a base de referencia para se estabelecer uma compensação das perdas de produção causadas pelos efeitos das mudanças climáticos (secas e cheias).

Assim, no caso da produção de arroz, a média história de cinco anos (2000/04) foi de 329,60 t (equivale a uma área de 268,75 hectares), gerando uma perda de 209,60 t para o ano de 2005. Este valor corresponde a uma perda de 63,59%. Para manter o mesmo nível histórico de bem-estar das famílias produtoras de arroz do município de Manoel Urbano, a compensação média automática deveria cobrir esta perda. Em termos monetários, com base na média do preço histórico (2001 a 2004), ter-se-ia um valor monetário de R$ R$ 73.921,98. O valor por hectare seria de R$ 275,06.

Para a lavoura do feijão, a média histórica de cinco anos (2000/04) foi de 41,40 t (equivale a uma área colhida de 79,37 hectares), gerando uma perda líquida de 21,40 t, significando 51,69%. Este seria o valor da produção física a ser compensada. O valor monetário total da perda de feijão seria de R$ 1.738,08. O valor por hectare seria de R$ 21,90.

Na produção de melancia, a média de cinco anos foi de 64,6 t (equivale a uma área colhida de 9,61 hectares), resultando em perda de 64,8 t, significando 53,49%. O valor da compensação pela perda da produção de melancia seria de R$ 9.881,50, ou R$ 613,76/ha. No caso da melancia, a produção de 2006 diminuiu ainda mais, devendo ser investigado se tal diminuição ainda foi um reflexo da seca.

Observa-se que a melancia é a lavoura mais sensível aos efeitos dos riscos climáticos de seca, seguido do arroz e o feijão. Um produtor especializado em melancia, certamente quebraria no caso de uma seca. O impacto do risco climático na produção é diluído entre as lavouras, demonstrando que a diversificação de lavouras protege a renda do produtor do impacto severo da seca.

Considerando que cada produtor produz um pouco de cada produto, deve-se considerar os dados do censo para estabelecer adequadamente o valor a ser pago como compensação das perdas e garantia de bem-estar a cada produtor. Esta seria a política de maior aderência à garantia de subsistência dos produtores ribeirinhos, com funcionalidade automática. A ideia está posta, o horizonte de tempo a ser considerado como média histórica de referência da produção (expurgados os anos atípicos) pode ser variável entre três e cinco anos.

Neste caso, a variável de controle para monitoramento e atuação da política de compensação de perda e garantia de subsistência das famílias de produtores familiares e extrativista da região da pesquisa (e da Amazônia como um todo), seria a determinação da média estável da distribuição das chuvas como elemento de referência. A partir desta referencia, valores acima ou abaixo da média, na visão dos especialistas, que caracterizem seca ou cheia,

(6)

aciona-se a política no percentual ajustado a magnitude dos impactos sobre as produções agropecuárias e extrativistas.

Outro método com maior grau de dificuldade para aplicação, em função da limitada aplicação técnica por causa da exigência em conhecimento sobre modelos econométricos, seria captar o efeito do evento climático sobre a produção seria estimar os parâmetros das equações de oferta, incluindo no argumento da equação uma variável dummy. A especificação do modelo pode ser feita como a seguir, para os dois produtos (SANTANA, 2003):

Qti = a1i + a2i Pti + Erroti ; (i = arroz, feijão; t = 1995, ..., 2011) (1)

Qti = b1i + b2i Pti + b3i VDti + Erroti (VD = 1 para o ano do evento climático, VD = 0

para o resto do período) (2)

O b3 representa a magnitude do efeito do clima sobre a média da produção no ano de

referência. Os resultados foram: Arroz

Qt = 110,72 + 0,826 Pt (R

2

= 0,529; F = 16,83; Elasticidade = 0,673). Todas as estatísticas foram significativas.

Qt = 126,98 + 0,779 Pt – 58,48 VDt (R

2

= 0,54; F = 8,10). O coeficiente da VD não foi significativo (vp = 0,635)

O resultado indica que a mudança climática (seca de 2005) produziu uma queda anual na média da produção de 58,48t, porém tal resultado teria representatividade em 36,5% dos casos. Nestes casos, o impacto representaria queda 46,05% em relação à média anual da produção de arroz do período.

Feijão

Qt = 19,28 + 0,289 Pt (R

2

= 0,664; F = 29,61; Elasticidade = 0,651). Todas as estatísticas foram significativas.

Qt = 21,84 + 0,275 Pt – 7,03 VDt (R

2

= 0,671; F = 14,28). O coeficiente da VD não foi significativo (vp = 0,590)

O resultado indica que a mudança climática (seca de 2005) produziu uma queda na média da produção de 7,03t, porém tal resultado teria representatividade em 41% dos casos. Nestes casos, o impacto representaria queda 32,19% em relação à média anual da produção de feijão do período.

Estas ideias podem ser aplicadas todas as demais lavouras temporárias deste e dos outros municípios incluídos na pesquisa.

RIO BRANCO

A lavoura do abacaxi apresentou queda na produção em 2005 e 2008, com queda atípica no período de 1997/98.

O arroz apresentou queda em 2009/10 e ano atípico em 1995. A cana-de-açúcar apresentou queda na produção nos anos de 2005 e 2010, com ano atípico em 2001.

(7)

A produção de mandioca caiu em 2005 por causa da seca e apresentou produção atípica em 2008 por causa da cheia. A produção de milho diminuiu em 2005 e de melancia em 2005 e 2008.

SANTA ROSA DO PURUS

As lavouras de arroz, feijão e melancia apresentaram queda na produção de 2005 e a mandioca em 2006 e 2009. A mandioca, dependendo da cultivar plantada está em ponto de colheita após 08 a 12 meses. Neste caso, se cultivada na várzea, o plantio de um ano será colhido no ano seguinte, daí a queda na produção de 2006 pode se referir ao plantio de 2005, prejudicado pela seca.

Neste caso, o cálculo das perdas envolve os anos de 2006, 2009 e 2011. A média da produção de mandioca dos anos extremos seria, respectivamente de 3075 t, 5280 t e 5040 t e a produção dos anos de 2006, 2009 e 2011 foi, respectivamente, de 2665 t, 936 t e 3630 t. Logo a magnitude da representou, respectivamente, 13,33%, 82,27% e 27,98% abaixo da média. Nota-se que o impacto é forte e irregular. Cabe ressaltar que a produção do IBGE inclui produção de várzea e de terra firme. No caso específico da várzea, a perda pode ser total.

Para efeito da funcionalidade da política de compensação, nestes casos de extrema variabilidade, pode-se considerar a média da produção dos dois últimos anos. As produções médias de mandioca foram, respectivamente, de 2887,5 t, 4297,5 t e 5040 t. A magnitude da perda foi de, respectivamente, 222,5 (7,71% em relação à média), 3361,5 (78,22% em relação à média) e 4132 t (81,98% em relação à média).

SENA MADUREIRA

As lavouras de abacaxi, arroz, feijão, mandioca e melancia apresentaram queda na produção de 2005, tendo o abacaxi e o feijão exibido queda em 2010. A produção de milho caiu em 2006.

BARURI

A produção de feijão diminuiu em 2005/06 e 2008/09 e de mandioca em 2008/09.

BOCA DO ACRE

As lavouras de feijão, mandioca e melancia apresentaram queda em 2004 e 2007/08 e o arroz no período de 2008/10.

CANUTAMA

A produção de arroz caiu em 2005 e do feijão em 2004.

HUMAITÁ

As produções de arroz e feijão caíram a partir de 2005. LÁBREA

(8)

PAUIUI

As lavouras de feijão, mandioca e milho apresentaram queda em 2005. A safra de feijão também caiu em 2008/09.

TAPAUÁ

As produções de feijão, mandioca e milho caíram em 2007/08. A safra de feijão também caiu em 2005.

Por fim, ficou claro que os produtos que respondem pela subsistência das famílias de produtores da agricultura familiar e extrativistas ribeirinhos de todos os municípios foram afetados pelos eventos climáticos, marcadamente a seca de 2005.

LAVOURAS PERMANENTES

Uma característica destas lavouras permanentes, com exceção do café, é ser plantada ao redor das casas formando as “lavouras de quintais”, que não obedecem a espaçamento e tratos culturais definidos, dado que o objetivo primário é contribuir para o sustento alimentar da família. Assim, estas lavouras, como considerado no Censo Agropecuário de 2006, são contempladas como número inferior a 50 plantas (apenas algumas lavouras são incluídas). A forma como este “quintal produtivo” está configurado na bacia do rio Purus, nas unidades produtivas de ribeirinhos e extrativistas, não é conhecida. De modo que a avaliação dos danos produzidos por eventos climáticos torna-se dependente de pesquisa de campo para a obtenção de dados primários que representem a diversidade dos sistemas produtivos e, a partir desses dados, definir uma unidade representativa a ser tomada como parâmetro.

As lavouras permanentes geram os fluxos de produtos que respondem pela formação da renda que contribui para a estabilização das condições de vida do produtor, por representar o capital natural incorporado na forma de benfeitorias e patrimônio econômico. Este diferencial, geralmente, é utilizado para facilitar a obtenção de crédito em bancos e como garantia para compra de mercadorias nos estabelecimentos comerciais dos centros urbanos locais, além de algumas dessas lavouras apresentarem menor sensibilidade às condições adversas produzidas pelas mudanças climáticas.

O agravante é que estas lavouras, uma vez destruída ou comprometido seu fluxo de produção, o efeito se prolonga por alguns anos adiante, dado que se implantada demora vários anos para iniciar a produção e, se não for destruída, a produção regular demora dois a três anos para acontecer. Com isto, compromete-se severamente a capacidade de reconstrução e alcance da qualidade de vida conquistada até antes dos efeitos produzidos por estes eventos climáticos.

Entre estas lavouras, tem-se o café e as diversas frutas (abacate, banana, coco-da-baía, laranja, limão, mamão, manga e tangerina). Estas lavouras geram um maior excedente de produto para a comercialização por meio dos atravessadores e/ou por negociação direta com os regatões e barcos de linha, que recolhem a produção e a direcionam para os diversos mercados locais e de outros centros urbanos mais distantes.

Com relação à vulnerabilidade das lavouras em relação às mudanças climáticas, a banana pode ter perda total com inundação que derrubam as plantas e destrói tudo. As demais lavouras como a manga podem ter perda menor, dado que geralmente são nativas e a safra não coincide com o período da cheia, as frutas cítricas podem ter perda total caso as plantas sejam

(9)

cobertas de água por período longo. Na seca prolongada, todas as plantas sofrem e a produção tende a diminuir.

A tecnologia de irrigação não é utilizada pelos agricultores familiares e extrativistas da área pesquisada. Portanto, as mudanças climáticas que resultam em elevado desvio da média das chuvas e de sua regularidade distributiva, tente a produzir grande impacto sobre a produção agrícola. Sabe-se que, neste caso, as condições de normalidade na distribuição das chuvas respondem pela viabilidade da produção. É, pois, o principal fator determinante da produção agropecuária. Sem água na quantidade exigida para a realização das funções metabólicas das plantas, a produção será afetada e a renda dos produtores sofre os efeitos. O grau de instabilidade na renda dos agricultores será tanto mais acentuada quanto mais inelástica a preço forem as ofertas dos produtos.

Em função da incerteza de ocorrência deste evento climático, os produtores que conseguem ter acesso a crédito investem na pecuária de bovinos e de pequenos animais para se proteger dessas adversidades climáticas.

MANOEL URBANO

A lavoura de café exibiu queda em 2006 e as lavouras de fruticultura apresentaram queda variável no tempo: abacate (2005/08), banana (2005), laranja (2005/07), limão (2005), mamão (2005/07), manga (2006) e tangerina (2005/08). Nota-se que algumas lavouras sofrem tanto com a seca (2005) como com a cheia (2008) como são os casos do abacate e da tangerina.

Os resultados das perdas para um ano estão na Tabela 1. A média histórica tomada como referência corresponde a três anos (2002/04). A diferença resulta da relação entre a produção média e a produção do ano afetado pela mudança climática. A perda total se refere ao total da perda multiplicado pelo preço médio dos três anos antes do evento climático.

O resultado da última coluna da Tabela 1 se refere à magnitude da perda por hectare para o ano do evento climático. Embora os dados revelem uma queda de produção por três a quatro anos para algumas lavouras, não se tem conhecimento de que este padrão se repete a cada seca. Não há informação para isto.

Tabela 1. Valor estimado das perdas de produção das lavouras permanentes, avaliados como sendo resultantes totalmente do evento climático da seca de 2005.

Lavouras Média Histórica (tonelada) Diferença de produção (tonelada) Área média colhida (ha) Perda Total (R$) Perda média por hectare (R$/ha) Café (2006) 85,67 71,67 104,57 14.236,14 136,14 Abacate (2005) 6,33 1,33 1,00 12,89 12,89 Banana (2005) 166,67 6,67 16,67 698,85 41,92 Laranja (2005) 34,00 4,00 3,00 100.44 33,48 Limão (2005) 25,33 3,33 2,00 63,33 31,67 Mamão (2005) 35,67 8,67 3,69 290,33 78,68 Manga (2006) 17,00 1,00 2,00 3,24 1,62 Tangerina (2005) 37,00 7,00 2,64 174,92 66,26 Fonte: IBGE.

(10)

Observa-se que o padrão de perda é diferenciado entre as lavouras, com os extremos de maior perda para o café, mamão e tangerina, que apresentam maior rendimento em monocultivo, sobretudo o café e o mamão. No extremo da menor perda estão a manga e o abacate. Estas atividades se acomodam na produção de quintal, em que prevalece a consorciação com outras plantas. A manga, em especial, em muitos casos é representada por plantas nativas, portanto mais ajustada aos fenômenos climáticos. Na média das perdas, encontram-se as lavouras de banana, laranja e limão, típicas da produção de quintal, que corresponde a um número de plantas inferior a 50 por unidade produtiva (estabelecimento), como considerado nos dados do Censo Agropecuário de 2006.

Estes resultados sinalizam dois caminhos importantes para a compreensão das perdas e o desenho de políticas públicas de compensação das respectivas perdas, no contexto da governança do “risco das mudanças climáticas”. O primeiro se refere à importância da diversificação da produção como estratégia competitiva de proteção contra o risco climático, pela diluição do impacto entre as lavouras permanentes e temporárias e, em muitos casos, combinado com a pecuária de pequenos e grandes animais. Esta prática da diversificação (manutenção da biodiversidade em nível próximo ao equilíbrio sustentável), embora não reconhecido pelo mercado, se reflete de extrema importância para diminuir os gastos públicos para compensar danos ambientais e sociais. Portanto, o modelo de governança deve considerar esta peculiaridade ainda não estudada de forma suficiente para que a sociedade assuma como fundamental para o desenvolvimento sustentável da população amazônica.

O segundo caminho se refere ao caso da ampliação do grau de reconhecimento do primeiro caminho pelo mercado, no que se refere a disposição governamental em compensar a sociedade afetada pelos fenômenos adversos do clima (mesmo que de forma indireta pelas políticas de transferência de renda), diz respeito à dificuldade em determinar os sistemas de produção típicos dos ribeirinhos e extrativistas, ou seja, sistemas que possam ser adotados como representativos do total da produção de cada município em termos da área cultivada contemplando a combinação das lavoura temporárias e permanentes, assim como o número de cabeças de pequenos e de grandes animais, em cada unidade de produção ou estabelecimento rural. Para isto, necessita-se de informações geradas a partir de pesquisa primária.

RIO BRANCO

As frutas abacate, banana, laranja, limão, mamão, manga, maracujá apresentaram que de produção em 2005. Também a borracha, café e urucum.

SANTA ROSA DO PURUS

A banana apresentou queda de produção em 2008/10 e os anos atípicos de 2001, 2005/07.

SENA MADUREIRA

As lavouras de coco-da-baía, laranja, limão, mamão, manga e tangerina apresentaram queda de produção em 2004/05, o café em 2005/06.

BARURI

(11)

BOCA DO ACRE

As lavouras de abacate e banana diminuíram a produção em 2004.

CANUTAMA

A produção de banana caiu a partir de 2005. HUMAITÁ

A produção de banana caiu em 2004 e de café em 2007 e 2010. LÁBREA

A produção de banana caiu em 2004. PAUIUI

As lavouras de banana, laranja e manga tiveram redução na produção de 2005. A produção de café caiu em 2004.

TAPAUÁ

A produção de banana caiu em 2007.

Por fim, observa-se que as lavouras de banana e as frutas cítricas representam as atividades afetadas com os efeitos das mudanças climáticas em todos os municípios.

Como estas lavouras respondem pela formação da renda agrícola, os produtores se deparam com forte instabilidade que se prolonga de forma intertemporal e, portanto, aumenta a vulnerabilidade das famílias ribeirinhas.

PRODUÇÃO ANIMAL

Nos municípios estudados, os produtos da pecuária, para os quais existem séries históricas disponíveis, são o leite de vaca e ovos de galinha.

Estes produtos se destinam ao consumo das famílias e geram um pequeno excedente comercializável insignificante. Na verdade, a oferta é menor do que a demanda, cujo déficit é suprido pela aquisição de leite em pó e ovos de galinha de granja adquiridos nos centros urbanos. Isto ocorre porque não se trata de produção especializada de leite e de ovos.

O rebanho bovino dos agricultores ribeirinhos é constituído por animais sem raça definida, e o objetivo dessa pecuária é destinar os animais para a venda, nos momentos que as famílias necessitam suprir suas necessidades de investimento e para prevenir as eventualidades de doenças, uma vez que o rebanho é o capital natural que gera um fluxo regular de produto de elevado giro de mercado.

Este capital representa poder de compra imediato e facilita negociações no mercado e formação de patrimônio. O mercado para animais é ativo em todos os locais da Amazônia.

(12)

O efetivo do rebanho bovino, que é a atividade pecuária principal, cresceu de forma linear na área da pesquisa, a partir de 2005. Por outro lado, a criação de aves e de suínos, que são fortes na economia de subsistência e que, geralmente, é comandada pela mulher, sofreu forte redução em todos os municípios estudados a partir de 2007. A exceção ocorreu na produção de suínos dos municípios de Santa Rosa do Purus e Baruri, cujo efetivo do rebanho aumentou a partir de 2007.

Não obstante a importância da pecuária para a sustentabilidade da renda das famílias, o seu desenvolvimento na várzea é complexo pelas dificuldades para alimentar o rebanho no período das cheias dos rios. Na terra firme, necessita-se derrubar a floresta para a implantação de pastagens. Portanto, os sistemas de produção da várzea necessita de uma política pública diferenciada e ajustada às suas realidades locais.

A seguir, apresentam-se os pontos de maior sensibilidade às condições climáticas que são a produção de leite e de ovos e que são importantes alimentos proteicos para a dieta alimentas da população rural.

MANOEL URBANO

A produção de leite e ovos caiu nos anos de 2005 e 2009. RIO BRANCO

A produção de leite caiu em 2008, de ovos em 2005 em diante e de mel de abelha em 2005 e 2010.

SANTA ROSA DO PURUS

A produção de leite e ovos caiu em 2005. SENA MADUREIRA

As produções de leite e de ovos caíram em 2005 e 2009/10. BARURI

A produção de leite caiu em 2010 e de leite em 2008, com produção atípica em 2003. BOCA DO ACRE

As produções de leite e de ovos caíram em 2007. CANUTAMA

As produções de leite e de ovos caíram em 2007. HUMAITÁ

A produção de ovos caiu em 2007. LÁBREA

As produções de leite e de ovos caíram em 2007. PAUIUI

(13)

As produções de leite e de ovos caíram em 2007. TAPAUÁ

Produção normal.

PRODUTOS DO EXTRATIVISMO

As estatísticas dos produtos do extrativismo nos municípios estudados são deficientes em termos de séries históricas. Os principais produtos são os florestais madeireiros (carvão, lenha e madeira em tora). Em alguns dos municípios consta a produção de castanha-do-brasil e a extração do látex.

A extração sustentável desses produtos está atrelada à política ambiental, comandada pelo IBAMA, ICMBio e SEMAS, juntamente com a política de bolsa verde.

A castanha nos municípios do estado do Acre, em grande parte, destina-se à cooperativa dos produtores extrativistas. O açaí de Rio Branco é processado nas agroindústrias de fruticultura. Estes produtos, portanto, integram canais de comercialização mais bem estruturados, em função da organização dos produtores e orientação técnica de ONGs e de técnicos das agroindústrias.

A seguir apresentam-se as informações sobre mudanças na trajetória da produção, de alguma forma, causadas por efeitos climáticos.

MANOEL URBANO

As produções de hévea, carvão e lenha caíram em 2008. RIO BRANCO

A produção de açaí caiu em 2010. As produções de castanha, hévea em 2007. A produção de lenha caiu de 2004 em diante e de madeira a partir de 2006.

SANTA ROSA DO PURUS

As produções extrativas de carvão, lenha e madeira apresentaram redução a partir de 2008.

SENA MADUREIRA

As produções extrativas de carvão, lenha e madeira apresentaram redução a partir de 2008. As produções de castanha e de hévea caíram em 2008.

BARURI

A produção extrativa de madeira caiu a partir de 2008. BOCA DO ACRE

(14)

As produções extrativas de carvão, lenha e madeira apresentaram redução a partir de 2009.

CANUTAMA

As produções extrativas de carvão, lenha e madeira apresentaram redução a partir de 2010.

HUMAITÁ

As produções de castanha e hévea caíram a partir de 2010. LÁBREA

As produções extrativas de carvão, lenha, madeira, castanha e hévea apresentaram redução a partir de 2008.

PAUIUI

As produções extrativas de carvão, lenha, madeira, castanha e hévea apresentaram redução a partir de 2008.

TAPAUÁ

As produções extrativas de carvão, lenha, madeira e castanha apresentaram redução a partir de 2010.

Por fim, observa-se que a produção extrativa de lenha e madeira diminuiu em todos os municípios em função do aumento da fiscalização dos órgãos que respondem pela legislação ambiental e, também, pelo apoio aos extrativistas com a bolsa verde, seguro defeso para a pesca e bolsa família.

CRÉDITO RURAL

Os volumes de crédito de custeio e/ou investimento aparecem positivos nos períodos após 2005 para a maioria dos municípios da pesquisa. Este crédito, naturalmente, aparece como forma de apoio à expansão da produção e/ou recuperação das atividades produtivas de lavouras temporárias (custeio), lavouras permanentes e rebanhos (investimento), pois se trata de recursos constitucionais (FNO) e/ou de apoio à agricultura familiar (modalidades Pronaf).

Embora, pela irregularidade no comportamento das séries históricas, não se consiga obter relação de causa e efeito significativa do crédito sobre a produção, o Banco da Amazônia, certamente por obrigação, aloca aporte de recursos nestas áreas, sobretudo quando atingidas por eventos climáticos.

Por fim, esta variável não serve como variável relevante para integrar modelos de projeção e nem como contribuição efetiva para justificar uma política de desenvolvimento local, a partir das populações ribeirinhas e de extrativistas. O alcance da política é muito baixo na área de pesquisa.

(15)

POLÍTICA DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA

A política de transferência de renda, estilizada na forma de bolsa (escola, verde), seguro defeso da pesca, para as famílias pobres e o aporte de recursos para a aquisição da produção da agricultura familiar e extrativista apresenta-se com forte tendência de crescimento a partir de 2003 nos municípios da pesquisa (Figura 1).

Certamente esta política representa um forte elemento de reforço à subsistência das populações ribeirinhas e de extrativistas e, também, como instrumento de amortecimento dos efeitos das mudanças climáticas, nitidamente evidenciados e sentidos pela irregularidade na distribuição das chuvas, que afetam a produção de alimentos contemporânea e do fluxo temporal, de modo que torna as famílias vulneráveis quanto às condições de qualidade de vida das pessoas.

Esta política também, por alguns dos instrumentos estarem vinculados aos princípios da utilização sustentável dos recursos naturais: caça, pesca, floresta e água.

A influência desta política pode ser observada na visualização do comportamento do PIB da agropecuária e do setor de serviços, que incorpora os recursos transferidos por meios dos diversos programas.

Figura 1. Comportamento histórico da política de transferência de renda dos municípios pesquisados.

PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) não é uma variável adequada para revelar as dinâmicas sociais e ambientais, dado que não incorpora na sua contabilidade os valores de seus produtos e serviços ecossistêmicos. Por outro lado, representa adequadamente o peso da componente econômica de todos os segmentos, captados por produtos e serviços transacionados nos mercados. Seu comportamento, indica a força da parcela de cada atividade que está inserida ao

0 5000000 10000000 15000000 20000000 25000000 30000000 35000000 40000000 45000000 M an oe l U rb an o Ri o B ra nc o San ta R os a d o P ur us Se na M adur ei ra Be ru ri Boc a d o A cr e Can ut am a Hu ma itá Lá br ea Pa ui ni Tap au á 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

(16)

economia agropecuária (agrícola e extrativista) está influenciando a economia como um todo, a partir dos efeitos climáticos sobre esta atividade.

Cabe observar que grande parte da economia ribeirinha é extrativista e considerada como economia invisível, dado que os produtos e serviços não são transacionados no mercado formal. Ou seja, a maior parte dos efeitos adversos sobre a produção agropecuária deste segmento da economia não é captada na estatística do PIB e, portanto, os efeitos são subestimados, ou as magnitudes reveladas são inferiores às dimensões dos efeitos reais.

MANOEL URBANO

O PIB agrícola caiu a partir de 2009. O efeito da queda foi compensado pelo incremento do setor de serviços, reforçado pelo incremento da política de transferência de renda.

RIO BRANCO

O PIB da agropecuária é insignificante. O PIB do setor de serviço é que determina o padrão da atividade econômica do município.

SANTA ROSA DO PURUS

O PIB agropecuário apresenta forte instabilidade a partir de 2006, porém seu efeito é contrabalançado pelo setor de serviços que evoluiu no período e incorpora os recursos da política de transferência de renda.

SENA MADUREIRA

Neste caso, o PIB AGP não foi compensado pelo PIB Serviços. Ou seja não contrabalança o risco climático.

BARURI

O PIB agropecuário apresentou comportamento atípico a partir de 2009. Esse padrão marcou o PIB total, o que revela que o PIB do setor de serviço não compensou esse efeito BOCA DO ACRE

Comportamento do PIB agropecuária a partir de 2005, apresentou forte queda que se prolonga até 2009. O efeito determinou o comportamento do PIB total. Este resultado indica que a instabilidade do PIB AGP, em vários municípios, não é eliminada (compensada) pela política de transferência de renda. O efeito do risco continua climático sobre a atividade permanece.

CANUTAMA

Comportamento do PIB agropecuária a partir de 2005, apresentou forte queda que se prolonga até 2009. O efeito determinou o comportamento do PIB total. Este resultado indica que a instabilidade do PIB AGP, em vários municípios, não é eliminada (compensada) pela política de transferência de renda. O efeito do risco continua climático sobre a atividade permanece.

(17)

Como o PIB da agropecuária é relativamente pequeno, a política de transferência de renda conseguiu contrabalançar seu efeito e marcar a tendência do PIB total do município.

Ou seja (lógico), onde o PIB da AGP é forte (municípios pobres), o risco climático é marcante para o desenvolvimento local.

LÁBREA

Trata-se de um caso típico de PIB agropecuário dominante, que marca a instabilidade da economia local. Portanto, o risco climático causa forte impacto em toda economia.

Sugere-se incluir uma dummy para os anos 2008 e 2009. PAUIUI

Trata-se de um exemplo típico do efeito climático produzindo instabilidade do PIB da agropecuária no período de 2005 a 2009. A política de transferência de renda não foi capaz de reduzir tal efeito.

Veja que se não fosse o desempenho da pecuária, o problema seria ainda maior. TAPAUÁ

Comportamento atípico do PIB AGP.

Por fim, os municípios em que a produção agropecuária é importante, o PIB do município mantém a mesma instabilidade evidenciada no PIB Agropecuário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A base de dados obtida do IBGE, para o período de 1995 a 2011, foi entregue em arquivos do Excel e contempla os produtos de lavouras temporárias, lavouras permanentes, rebanho e produção animal, produtos do extrativismo, crédito rural, política de transferência de renda e produto interno bruto setoriais.

Foram identificados os anos em que a produção apresentou mudança no comportamento em resposta aos efeitos climáticos (secas – 2005 e 2010, e cheias – 2008 e 2013) para os municípios da área de estudo e que se dispõe de informações no período histórico.

Apresentou-se, a título de sugestão, três métodos de mensuração das perdas de produção causadas pelas mudanças climáticas. Entre os métodos, o de maior adequação se refere ao que toma como base o período histórico de três a cinco anos para gerar o valor médio a ser comparado com a produção do ano do evento climático. A produção resultante é transformada em valor monetário por hectare cultivado. A partir dos dados do censo, pode-se determinar a parcela de dada lavoura cultivada nos estabelecimentos dos ribeirinhos e extrativistas da área de pesquisa.

Uma vez dimensionadas as perdas da produção agrícola, pecuária e extrativista causadas pelas mudanças climáticas, define-se a política de compensação. Neste caso, a variável de controle para monitoramento e atuação da política de compensação de perda e garantia de

(18)

Amazônia como um todo), seria a determinação da média estável da distribuição das chuvas como elemento de referência. A partir desta referencia, a magnitude dos valores acima ou abaixo da média, na visão dos especialistas, definiria a caracterização de uma seca ou cheia, de modo a acionar a política no percentual ajustado à magnitude dos impactos sobre as produções agropecuárias e extrativistas em cada município.

Por fim, o refinamento destas sugestões e de outras contribuições podem ser agregadas no curso da consultoria como forma de atender ao segundo produto exigido em contrato.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTANA, A. C. Métodos quantitativos em economia: elementos e aplicações:

Belém: UFRA, 2003.

SANTANA, A, C. O custo da depredação das castanheiras (Bertholletia excelsa) na

Amazônia brasileira. In: SEGEBART, D.; WOLF, A.; CUNHA, M. I.

Castanha-do-Brasil: perspectivas multidisciplinares sobre a cadeia de valor da castanha no Pará.

Berlim: Garamond, 2014. p.15-36.

SANTANA A. C.; GOMES, S. C.; MOREIRA, M. G. P. Valoração dos impactos

socioambientais de grandes projetos e a criação de um fundo de recebíveis para

financiar o desenvolvimento na Amazônia. Nota Técnica 01. Belém: IDESP, 2013.

SANTANA, A. C.

; SANTOS, M. A. S.

; SANTANA, Á

. L.

O valor econômico da

extração manejada de madeira no Baixo Amazonas, Estado do Pará. Revista Árvore, v.

36, p. 527-536, 2012.

OLIVEIRA, C. M.; SANTANA, A. C. A governança no Arranjo Produtivo de Grãos de

Santarém e Belterra, estado do Pará: uma análise a partir do grão soja. Revista de

Economia e Sociologia Rural, v. 50, p. 683-704, 2012.

SANTANA, A. C. (Org.) Valoração econômica e mercado de recursos florestais.

Belém: Universidade Federal Rural da Amazô

nia (UFRA), 2012.

SANTANA, A. C.;

CAMPOS, P. S. S.; RAMOS, T. J. N.; GALATE, R. S.

;

MOTA, A. V.

O

mercado de frutas no estado do Pará: 1985 a 2005. Revista de Estudos Sociais, v. 13,

p. 174-185, 2011.

SANTANA, A. C. A competitividade sistêmica das empresas de madeira da Região

Referências

Documentos relacionados

Uma das explicações para a não utilização dos recursos do Fundo foi devido ao processo de reconstrução dos países europeus, e devido ao grande fluxo de capitais no

… que a língua portuguesa veio da latim três séculos A.C. formada pelos romanos que se espalharam pela Península Ibérica, por Itália, por França, pela Roménia e até um

Verificou-se que: (1): ambientes favoráveis, em que a média do caráter é maior, propiciam melhor discriminação entre os genótipos ou cultivares; (2): nas análises conjuntas

g Also at Department of Physics, California State University, Fresno CA, United States of America. h Also at Department of Physics, University of Fribourg,

A busca pela inserção das pessoas com necessidades especiais a fim de assegurar- lhes oportunidades de participação comunitária, direitos a melhor educação, a saúde, ao mercado

Propomos usar uma heurística simples para encontrar uma solução admissível, utilizando um algoritmo que é conhecidamente eciente para o problema de caminho mínimo com

O hidrogênio constitui cerca de 70% de toda a matéria existente no universo, mas não encontra-se no estado puro está ligado a outros elementos químicos como a água (H2O)

Em UMA ANÁLISE SINTÁTICO-SEMÂNTICA DOS VERBOS LOCATIVOS NAS ESTRUTURAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO, a professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Maria da