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ALGORITMO DE CONTROLE DE ADMISSÃO DE CONEXÕES PARA O PADRÃO IEEE

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ALGORITMO DE CONTROLE DE ADMISSÃO DE CONEXÕES PARA O

PADRÃO IEEE 802.16

Claiton Luiz Soares e Paulo Roberto Guardieiro

Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Faculdade de Engenharia Elétrica, Uberlândia – MG claitonlanda@mestrado.ufu.br, prguardieiro@ufu.br

Resumo - O padrão IEEE 802.16 é uma tecnologia emergente para as redes de acesso banda larga sem fio. Para suportar a grande diversidade de aplicações disponíveis na Internet, o padrão IEEE 802.16 foi desenvolvido com Qualidade de Serviço, e define mecanismos de sinalização entre a estação base e as estações cliente com quatro níveis de serviço. Embora, estes serviços forneçam a base para a provisão de QoS, deixa em aberto o Controle de Admissão de Conexões (CAC). Este artigo propõe um algoritmo de Controle de Admissão de Conexões baseado em threshold. Os resultados obtidos por meio de extensivas simulações demonstram a eficiência do algoritmo proposto.

Palavras-Chave – Algoritmo de CAC, IEEE 802.16, Qualidade de Serviço (QoS), WiMAX.

CONNECTION ADMISSION CONTROL

ALGORITHM FOR IEEE 802.16 STANDARD

Abstract - IEEE 802.16 standard is an emerging technology for wireless broadband access networks. To support the wide variety of applications available on the Internet, the IEEE 802.16 standard was developed with Quality of Service, and it defines mechanisms for signaling between base station and subscriber stations with four levels of service. Although, these services provide the basis for the provision of QoS, the standard leaves open the Connection Admission Control (CAC). In this paper we propose a CAC algorithm based on threshold. The results obtained through extensive simulations have shown the efficiency of the proposed algorithm.

1

Keywords – CAC Algorithm, IEEE 802.16, Quality of Service (QoS), WiMAX.

I.INTRODUÇÃO

O padrão IEEE 802.16, também conhecido como WIMAX (World Interoperability for Microwave Access) ou IEEE Wireless MAN (Metropolitan Area Network), foi desenvolvido pelo IEEE (Institute of Eletrical and Eletronics

Engineers) no intuito de especificar formalmente as redes de

acesso banda larga sem fio para áreas metropolitanas [1]. O padrão IEEE 802.16 é considerado uma das tecnologias mais promissoras para o acesso banda larga sem fio (BWA –

Broadband Wireless Access) em redes metropolitanas, com

desempenho comparável ao das tecnologias tradicionais, como a cabo modem, DSL (Digital Subscriber Line), etc.

Para dar suportes à grande diversidade de aplicações na Internet, tais como aplicações VoIP, FTP, multimídias, o padrão IEEE 802.16 foi desenvolvido com QoS com suporte a QoS. Para conseguir tal objetivo criou-se um padrão orientado a conexão, com múltiplas classes de serviço para atender aos diferentes tipos de aplicações, etc. Para prover QoS foram elaboradas quatro classes de serviços capazes de atender aos diferentes requisitos das aplicações. Embora essas classes de serviço forneçam a base para a provisão de QoS, é necessário implementar um conjunto de mecanismos não especificados pelo padrão. Tais mecanismos incluem os algoritmos de escalonamento e o CAC (Controle de Admissão de Conexões).

Na literatura encontram-se alguns trabalhos que abordam a provisão de Qualidade de Serviço nas redes IEEE 802.16. Desses, a maioria trata da questão de escalonamento, com poucos visando os mecanismos de CAC. Contudo, o CAC é

fundamental para prover QoS para as aplicações de tempo real. Ele é responsável por admitir ou rejeitar conexões, dependendo dos recursos disponíveis na rede, evitando a saturação do enlace.

Neste artigo, apresenta-se uma proposta de algoritmo de CAC baseada em threshold para o padrão IEEE 802.16. Esta proposta foi avaliada, através de modelagem e simulação, utilizando o simulador de redes NS-2 (Network Simulator). Os resultados obtidos demonstraram a importância do algoritmo de CAC proposto para as redes de acesso IEEE 802.16. Contudo, no experimento de simulação analisado, o algoritmo de CAC proposto conseguiu melhores resultados em termos de largura de banda e atraso.

O restante deste artigo será organizado da seguinte forma: a Seção II apresenta as principais características do padrão IEEE 802.16. A Seção III apresenta o algoritmo de CAC proposto. A Seção IV descreve processo modelagem e simulação do algoritmo proposto. Na Seção V são apresentados e analisados os resultados de simulação. Finalmente, a Seção VI apresenta as considerações finais.

II.O PADRÃO IEEE 802.16

A. Operação Básica

O padrão IEEE 802.16 define dois tipos de topologias para as redes de acesso metropolitanas [1]: PMP

(Point-to-Multipoint) (Figura 1.a) e Mesh (Figura 1.b). Na topologia

PMP, as redes de acesso banda larga sem fio funcionam como as redes celulares, ou seja, as estações assinantes (SSs – Subscriber Stations) precisam comunicar com uma infra-estrutura central, a estação base (BS – Base Station). A

(2)

comunicação na topologia PMP, entre a BS e a SS, é utilizada para diferenciar os canais de comunicação da BS para SS e da SS para BS, respectivamente, uplink e downlink. Em contraste, na topologia Mesh não existe esta necessidade de comunicação direta entre a BS e as SSs. Assim, uma SS pode comunicar-se diretamente com outras SSs. Neste artigo será abordado apenas o modo de operação PMP.

Fig.1.a. Topologia PMP. Fig. 1.b. Topologia Mesh.

O padrão IEEE 802.16 provê especificações da camada de acesso ao meio (MAC) e da camada física [2]. A camada física opera na faixa de freqüências de 10-66 GHz e 2-11 GHz (IEEE 802.16a) com taxas de transmissão teóricas entre 32 e 130 Mbps, dependendo do esquema de codificação e modulação utilizado. O padrão estende o potencial do Wi-Fi (Wireless Fidelity) para distâncias maiores, em torno de 30 a 50 quilômetros.

O padrão IEEE 802.16 permite dois modos de acesso ao meio físico [3][4]: duplexação por divisão de freqüência (FDD – Frequeny Division Duplexing) e duplexação por divisão do tempo (TDD – Time Division Duplexing). No modo FDD opera em dois canais diferentes, os canais

downlink e uplink, simultaneamente em freqüências distintas.

No modo TDD não é possível realizar transmissões simultâneas nos dois sentidos, desta forma, os canais uplink e

downlink compartilham a mesma freqüência, porém, os

dados são transmitidos em tempos diferentes. Assim, cada

frame TDD tem um frame downlink seguido por um sub-frame uplink. Neste artigo, considera-se apenas o modo de

acesso TDD.

A camada física opera em um formato de frames [3]. Cada frame é subdividido em intervalos de tempo chamados

slots físicos. A Figura 2 ilustra um frame do padrão IEEE

802.16, observa-se que cada frame é divido em subframe

downlink e subframe uplink. O subframe downlink é utilizado

pela BS para a transmissão de dados e de informações de controle para as SSs. O subframe uplink é compartilhado entre todas as SSs para transmissões que têm como destino a BS. Encontra-se no início de cada frame as informações de controle de transmissão: DL-MAP e UL-MAP. A mensagem DL-MAP define a transmissão no sentido downlink. Já a mensagem UL-MAP define a seqüência de transmissão das SSs no sentido uplink. As mensagens UL-MAP e DL-MAP são geradas pela BS de acordo com o algoritmo de escalonamento utilizado, influenciando diretamente na provisão de QoS. O campo preamble é utilizado para a sincronização.

Fig. 2. Frame do padrão IEEE 802.16 [1].

A camada MAC do padrão IEEE 802.16 é orientada a conexão. Desta forma, cada conexão é identificada por um CID (Connection Identifier) único de 16 bits. A camada MAC [1] é divida em subcamada de Convergência Específica (CS), subcamada da Parte Comum da MAC (MAC CPS) e subcamada de Segurança. A subcamada de Convergência Específica é responsável pelo mapeamento do tráfego proveniente das camadas superiores para a camada MAC. A subcamada da Parte Comum da MAC gerencia a manutenção e estabelecimento de conexão e alocação de largura de banda. Na subcamada de Segurança é realizada a troca das chaves de seguranças e criptografia, e autenticação. No padrão IEEE 802.16, a BS concede largura de banda usando os seguintes mecanismos [4]:

- GPC (Grant Per Connection): a BS concede largura de banda por conexão.

- GPSS (Grant Per Subscriber Station): neste mecanismo a BS concede largura de banda por SS e cada SS é responsável por redistribuir a largura de banda concedida entre as suas conexões mantendo o nível de QoS negociado.

A BS aloca o recurso largura de banda com o propósito específico de garantir as requisições das SSs antes que as SSs possam efetuar suas requisições. Esse procedimento é designado de polling. Há duas formas de polling na BS [3]:

- Unicast: Cada SS é interrogada individualmente pela BS para informar se deseja utilizar o meio para transmissão. Caso queira transmitir, a BS aloca recursos para o envio de mensagens de requisição (de largura de banda).

- Baseado em Contenção: Essa técnica é empregada quando uma quantidade insuficiente de largura de banda é disponibilizada individualmente pelo envio de mensagens da BS para muitas SSs inativas. A alocação é feita por

multicast ou broadcast para um grupo de SSs que devem

disputar por uma oportunidade de enviar suas requisições de largura de banda.

B. Classe de Serviço

O padrão IEEE 802.16 em seu projeto inicial especificou quatro classes de serviço, as quais devem ser tratadas de forma diferenciada pelo mecanismo de escalonamento da camada MAC. A seguir elas serão apresentadas [1][3]:

- UGS (Unsolicited Grant Service): suporta fluxos de tempo real que geram pacotes de dados com tamanho fixo periodicamente, tal como no tráfego CBR (Constant Bit

Rate), tráfego típico de aplicações VoIP sem supressão de

silêncio. Este serviço oferece concessões de tamanho fixo periodicamente e não utiliza os slots reservados para requisição de banda. Alguns parâmetros de QoS especificados pelo fluxo UGS são: Maximum Sustained

Traffic Rate, Maximum Latency, Tolerated Jitter e Request/Transmission Policy.

- rtPS (Real-Time Polling Service): suporta fluxos de tempo real que geram pacotes com tamanho variável periodicamente, tal como no tráfego VBR (Variable Bit

Rate), tráfego típico de aplicações de vídeo MPEG

(Moving Picture Experts Group). O fluxo rtPS oferece

slots unicast periódicos para requisição de largura de

banda permitindo à SS especificar o tamanho da concessão desejada. Uma exigência especificada pelo padrão IEEE

(3)

802.16 para os fluxos rtPS é que eles não podem utilizar

slots de contenção reservados para requisição de banda.

Alguns parâmetros de QoS especificados pelo fluxo rtPS são: Minimum Reserved Traffic Rate, Maximum Sustained

Traffic Rate, Maximum Latency e Request/Transmission Policy. Para assegurar tais parâmetros, o escalonamento

ideal é muito semelhante ao definido para os fluxos de serviço UGS.

- nrtPS (Non-real-time Polling Service): suporta tráfego não sensíveis ao atraso que requerem concessões de largura de banda de tamanho variável periodicamente, tal como tráfego FTP (File Transfer Protocol). Este serviço é semelhante ao serviço oferecido pelo fluxo rtPS. Porém, o

polling unicast ocorre com menor freqüência e o fluxo

pode utilizar slots de contenção reservados para requisição de banda. Alguns parâmetros de QoS especificados pelo fluxo rtPS são: Minimum Reserved Traffic Rate,

Maximum Sustained Traffic Rate, Traffic Priority e Request/Transmission Policy.

- BE (Best Effort): suporta fluxos de tráfego sem quaisquer garantias de QoS. Neste serviço a SS pode utilizar tanto

slots unicast quanto slots de contenção para requisitar

largura de banda. Um fluxo BE deve especificar os seguintes parâmetros de QoS: Maximum Sustained Traffic

Rate, Traffic Priority e Request/Transmission Policy.

O IEEE 802.16e [5] incluiu uma nova classe de serviço, denominada ertPS (extended real-time Polling Service). A classe ertPS é similar ao UGS, porém não há nenhum mecanismo de requisição de largura banda. Esta classe de serviço foi projetada para ser utilizada em fluxos de serviço de tempo real com pacotes de tamanho variável, como VoIP com supressão de silêncio. Os parâmetros de QoS dos fluxos de serviço ertPS são os mesmos da classe rtPS.

O padrão IEEE 802.16 especifica que a BS ou a SS ao criar uma nova conexão associa esta conexão com uma das classes de serviço. Entretanto, para realizar o gerenciamento destes fluxos de serviço existem três tipos de mensagem, DAS (Dynamic Service Addition) para adição de novo fluxo, DSC (Dynamic Service Change) para modificação dos parâmetros do fluxo de serviço e a DSD (Dynamic Service

Delete) para excluir um fluxo de serviço existente.

Existem também três tipos de mensagens de gerenciamento DAS: DSA-REQ (Dynamic Service Addition

Request), DSA-RSP (Dynamic Service Addition Response) e

DSA-ACK (Dynamic Service Addition Acknowledgment), desta forma, o processo de admissão de novo fluxo será realizado através de um processo de três vias (three-way

handshake).

III.CONTROLE DE ADMISSÃO DE CONEXÕES NAS REDES IEEE 802.16 O algoritmo de CAC restringe o número de usuários simultâneos na rede de forma a evitar a saturação do enlace sem fio. Ele é responsável por aceitar ou rejeitar um fluxo dependendo dos recursos já alocados na rede. Para sistemas baseados em serviços orientados a conexão, como o padrão IEEE 802.16, o algoritmo de CAC é fundamental para prover Qualidade de Serviço a um nível desejado, principalmente

para aplicações de tempo real. Como já mencionado anteriormente, o padrão IEEE 802.16 não especifica como o algoritmo de CAC deve ser implementado.

A. Trabalhos Relacionados

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que abordam a provisão de Qualidade de Serviço no padrão IEEE 802.16. Porém, a maioria destes trabalhos enfatiza os algoritmos de escalonamento. Sendo que poucos trabalhos focam nos algoritmos de CAC. Os artigos [2] e [6] apresentam uma simples proposta de algoritmo de CAC baseado somente na solicitação de largura de banda. Este mecanismo será descrito pela equação a seguir:

1 0 0

( , )

i J I a total i j

C

C

r i j

− = =

=

∑ ∑

(1) onde Ca é a largura de banda disponível,

r i j

( , )

é a taxa reservada das j conexões das i classes de serviço já admitidas na rede e Ctotal é a capacidade do enlace. Para que

uma nova conexão seja admitida na rede, sua solicitação de banda tem que ser menor que a largura de banda disponível (Ca).

Em [7], propõe-se um mecanismo de CAC baseado em reservas, denominado de Reservation Based Connection

Admission Control (R-CAC), define valores reservados para

cada classe de serviço. Um algoritmo de CAC baseado em

token bucket combinado com um algoritmo de

escalonamento uplink é proposto em [8] e [9]. Nesta proposta, cada conexão é controlada por dois parâmetros

token bucket: taxa token r (bps) e tamanho bucket b (bits).

H. Wang et al. em [10] apresentam uma proposta de CAC baseada no modelo de degradação. Neste modelo, a largura de banda para a classe de serviço nrtPS é degradada para um certo nível para satisfazer uma nova solicitação de conexão de um fluxo de tempo real (UGS e rtPS). O modelo não fornece a largura de banda alocada das conexões BE já admitida para uma nova solicitação de conexão de um fluxo de serviço com prioridade alta, tais como o fluxo de serviço UGS e rtPS.

Em [11], apresenta-se uma proposta de uma arquitetura de QoS para o padrão IEEE 802.16. A arquitetura proposta consiste de um algoritmo de CAC e um algoritmo de escalonamento hierárquico. Ambos os algoritmos de escalonamento e CAC são baseados no esquema de codificação e modulação adaptativa (AMC – Adaptive

Modulation and Coding), ou seja, o tempo necessário para

transmitir n pacotes é calculado com base no número de bits por símbolos OFDM (Orthogonal Frequency Division

Multiplexing).

B. Proposta do Algoritmo de CAC Baseado em Threshold

O algoritmo de CAC proposto é baseado em valores de

threshold, onde o valor do threshold é a largura de banda

máxima atribuída para cada fluxo. Assim, a capacidade do enlace será divida entre os fluxos (UGS, rtPS e nrtPS). Em outras palavras, o algoritmo de CAC proposto decide se aceita ou rejeita uma conexão com base nas faixas de largura de banda atribuídas aos fluxos UGS, rtPS e nrtPS. Desta forma, divide a capacidade do enlace em três faixas de

(4)

largura de banda denominadas UGS,

threshold-rtPS e threshold-nthreshold-rtPS, que representam a largura de banda

atribuída para os fluxos UGS, rtPS e nrtPS, respectivamente. O algoritmo de CAC proposto admite todas as conexões BE, devido o padrão IEEE 802.16 definir que o fluxo BE não exige nenhuma garantia. Portanto, o fluxo BE transmite somente se existir largura de banda disponível.

Os valores dos UGS, rtPS e

threshold-nrtPS serão atribuídos na BS pelos administradores de rede e

o valor determinado a cada um destes threshold é baseado nos contratos de serviços ou SLA (Service Level Agreement) feitos pelo provedor de serviço. Assim, a faixa de largura de banda reservada para cada um dos fluxos é baseada nos SLAs vendidos pelo provedor de serviço.

A seguir serão apresentadas algumas condições para que os fluxos sejam admitidos na rede:

• Uma solicitação de conexão UGS somente será aceita se a seguinte condição for satisfeita:

max 0

( )

J

UGS threshold UGS UGS

j

BW

C

r

j

=

(2)

onde BWUGS é o valor da solicitação de largura de

banda da conexão UGS, Cthreshold-UGS é o valor da

largura de banda reservada para o fluxo UGS e r max-UGS é a taxa máxima reservada para cada conexão da

classe de serviço UGS.

• Uma solicitação de conexão rtPS somente será aceita se a seguinte condição for satisfeita:

threshold-rtPS 0

( )

J rtPS mim rtPS j

BW

C

r

j

=

(3)

onde BWrtPS é o valor da solicitação de largura de

banda da conexão rtPS, Cthreshold-rtPS é o valor da

largura de banda reservada para o fluxo rtPS e r min-rtPS é a taxa mínima reservada para cada conexão da

classe de serviço rtPS.

• Uma solicitação de conexão nrtPS somente será aceita se a seguinte condição for satisfeita:

threshold-nrtPS 0

( )

J nrtPS mim nrtPS j

BW

C

r

j

=

(4)

onde BWnrtPS é o valor da solicitação de largura de

banda da conexão nrtPS, Cthreshold-nrtPS é o valor da

largura de banda reservada para o fluxo nrtPS e r min-nrtPS é a taxa mínima reservada para cada conexão da

classe de serviço nrtPS.

• Conexões BE sempre serão admitidas na rede. Porém, as conexões BE somente irão transmitir, se existir largura de banda disponível na rede. Assim, para que uma conexão BE consiga transmitir dados na rede, a seguinte condição tem que ser satisfeita:

1 0 0

( , )

i J I BE total i j

BW

C

r i j

− = =

∑ ∑

(5)

onde BWBE é o valor da solicitação de largura de

banda da conexão BE, Ctotal é a capacidade do enlace

e

r i j

( , )

é a taxa reservada das j conexões das i classes de serviço já admitidas na rede.

Os fluxos serão admitidos seguindo uma fila de prioridade. Assim, o fluxo UGS tem maior prioridade que o fluxo rtPS, a prioridade do fluxo rtPS é maior que a do fluxo nrtPS, e o fluxo BE não tem prioridade alguma. Este mecanismo de prioridade é adotado porque os fluxos UGS e rtPS são sensíveis ao atraso.

O algoritmo de CAC proposto usará as mensagens DSA-REQ, DSA-RSP e DSA-ACK para realizar o processo de admissão de uma nova conexão e o modo de concessão de banda GPC.

IV.MODELAGEM E SIMULAÇÃO

A ferramenta utilizada para realizar a modelagem e simulação foi o NS-2 (Network Simulator), por ser o mais popular simulador de redes de computadores e muito utilizado pela comunidade acadêmica. O NS-2 utiliza duas linguagens de programação, C++ e Otcl, para manipulação dos dados e para a geração do script de simulação (cenário), respectivamente. Uma característica importante do NS-2 é o fato de ele ser um simulador de código aberto. Assim, novos módulos podem ser adicionados por diversos pesquisadores ao redor do mundo.

Neste trabalho, utilizou-se o módulo NIST (National

Institute of Standards and Technology) descrito em [12].

Entretanto, neste módulo não há qualquer mecanismo de CAC presente. Assim, para avaliação da proposta do algoritmo de CAC, criou-se a classe WimaxCAC. Esta classe é uma subclasse da classe ServiceFlowHandler.

A classe WimaxCAC utiliza as mensagens gerenciamento DSA-REQ, DSA-RSP e DSA-ACK implementadas na classe

ServiceFlowHandle, para a negociação da admissão de uma

nova conexão. Desta forma, quando a BS recebe uma nova solicitação de conexão através da mensagem DSA-REQ, o algoritmo de CAC proposto decidirá se a conexão será admitida ou não. Caso a rede tenha recursos para admitir a nova conexão, a BS envia à SS uma mensagem DSA-RSP confirmando que a rede tem recursos disponíveis para admitir a nova conexão, caso contrário, a BS envia à SS uma mensagem DSA-RSP informando que a nova conexão não pode ser admitida. A SS envia uma mensagem DSA-ACK à BS confirmando o recebimento da mensagem DSA-RSP. O procedimento de admissão de um novo fluxo através de três vias (three-way handshake) é implementado como especificado pelo padrão IEEE 802.16.

A classe ServiceFlowHandler é responsável pelo gerenciamento das conexões uplink e downlink, e também armazena a lista dos fluxos de cada estação. Ela associa cada conexão admitida com uma das classes de serviço implementadas na classe ServiceFlow, que contém os conjunto de parâmetros de QoS de cada classe.

Todas as classes especificadas são subclasses da classe

MAC802_16, como pode ser observado no diagrama de

classes da Figura 3.

A topologia do cenário considerado consiste de uma BS, 10 SSs com conexões rtPS, e o número de SSs com conexões UGS varia de 5 a 25. Cada fonte de tráfego UGS gera um tráfego CBR com taxa de 200 kbps no sentido uplink. As fontes de tráfego rtPS geram tráfego VBR com taxa de 500 kbps no sentido uplink. A disciplina de escalonamento utilizada para o fluxo rtPS foi a WRR (Weighted

(5)

Round-Robin). Os valores dos threshold UGS e rtPS são 3 e 5 Mbps,

respectivamente.

Fig. 3. Diagrama de Classes.

A Tabela I apresenta alguns dos principais parâmetros utilizados em ambos os experimentos de simulação.

TABELA I Parâmetros de Simulação

Parâmetros Valores

Freqüência 5 GHz

Duplexação TDD

Modelo de Propagação Two Ray Ground

Antena Omnidirecional

Duração Frame 20 ms Duração Simulação 100s Tamanho dos Pacotes UGS 1000 bytes

Camada Física OFDM

V.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS O objetivo deste experimento foi verificar o desempenho do algoritmo de CAC proposto através de modelagem e simulação. Neste experimento de simulação serão considerados apenas fluxos de serviço típicos de aplicações multimídia (UGS e rtPS), por estes fluxos serem sensíveis ao atraso e requerem uma vazão mínima. O comportamento dos fluxos UGS e rtPS será analisado em termo de atraso e vazão, aumentando o número de SSs com conexões UGS.

A Figura 4 apresenta o atraso médio das conexões rtPS versus o número de conexões UGS. Observa-se que o atraso médio do fluxo rtPS máximo é 17 ms quando o algoritmo de CAC proposto é empregado, isto acontece, porque o mecanismo de CAC limita o número de conexões UGS na rede, ou seja, somente 15 conexões UGS (totalizando 3 Mbps) são admitidas na rede. Assim, a BS rejeita todas as novas solicitações de conexões UGS quando o tráfego gerado pelas conexões UGS for igual ou superior ao valor do

threshold UGS. Quando o algoritmo de CAC não está

presente, o atraso médio das conexões rtPS aumenta em função do aumento do número de conexões UGS.

A Figura 5 ilustra a vazão média das conexões rtPS versus o número de conexões UGS. Nota-se que aumentando o número de conexões UGS na rede a vazão das conexões rtPS diminui. Entretanto, limitar o número de conexões UGS admitidas na rede através do algoritmo de CAC proposto permitiu minimizar este problema. Assim, são admitidas na rede somente 15 conexões UGS, obtendo uma vazão das conexões rtPS de 3,2 Mbps. A vazão das conexões UGS

nesta rede fica limitada ao valor do threshold UGS que é 3 Mbps. Entretanto, quando o algoritmo de CAC não é utilizado os fluxos com maiores prioridades utilizam todos os recursos da rede, provocando inanição aos outros fluxos de menores prioridades.

Fig. 4. Atraso Média das Conexões rtPS

Fig. 5. Vazão Média das Conexões rtPS

A Figura 6 apresenta o atraso médio do fluxo UGS versus o número de conexões UGS. Nota-se que quando o algoritmo de CAC proposto não está presente, o atraso do fluxo UGS cresce com o aumento do número de conexões UGS na rede. O atraso aumenta porque a BS admite todas as solicitações de nova conexão UGS, causando uma saturação do enlace. Em contraste, quando o algoritmo de CAC proposto é utilizado, a BS limita o número de conexões na rede, utilizado como limiar o valor do threshold UGS (3 Mbps). Assim, o algoritmo de CAC implementado na BS limita a vazão das conexões UGS a 3 Mbps, como pode ser observado na Figura 7, e conseqüentemente, limita o atraso das conexões UGS em aproximadamente 8 ms.

A Figura 7 ilustra a vazão média das conexões UGS versus o número de conexões UGS. Observa-se que a vazão das conexões UGS é limitada ao valor do threshold UGS quando o algoritmo de CAC proposto é utilizado, ou seja, a vazão das conexões UGS fica limitada a 3 Mbps, assim,

(6)

apenas 15 conexões UGS são admitidas na rede. Na Figura 6 observou-se que o aumento do número de conexões UGS provocou o aumento do atraso, isto mostra que apesar do algoritmo de CAC proposto limitar a vazão das conexões, conseguiu-se atrasos desejáveis para as aplicações típicas da classe UGS. Quando não se emprega o algoritmo de CAC, admite-se um número maior de conexões provocando um aumento no atraso proporcional ao aumento do número de conexões, ocasionando atrasos indesejáveis para as aplicações da classe UGS, as quais são sensíveis ao atraso.

Fig. 6. Atraso Médio das Conexões UGS

Fig. 7. Vazão Média das Conexões UGS

VI.CONCLUSÕES

Neste artigo, um algoritmo de Controle de Admissão de Conexões (CAC) foi proposto para as redes de acesso IEEE 802.16. A proposta do algoritmo de CAC é baseada em valores de threshold, onde o valor do threshold é a largura de banda máxima atribuída para cada fluxo, assim, a capacidade do enlace será divida entre os fluxos (UGS, rtPS e nrtPS). Desta forma, o algoritmo de CAC proposto decide se admite ou rejeita uma nova conexão baseado nas faixas de largura de banda atribuídas para os fluxos UGS, rtPS e nrtPS. O

desempenho do algoritmo de CAC proposto foi avaliado através de modelagem e simulação. No processo de avaliação, foi considerado apenas as classes UGS e rtPS, devido estas classes serem típicas de aplicações de tempo real, que são sensíveis ao atraso e apresentam alta demanda de largura de banda. Os resultados demonstraram a eficiência do algoritmo de CAC proposto em termos de largura de banda e atraso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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