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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz LES0340 Instrumentação para o Ensino em Ciências Biológicas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

LES0340 Instrumentação para o Ensino em Ciências Biológicas

Trabalho Final: Planejamento de uma sequencia de aulas sobre o tema Evolução e Filogenia

Gabriele Souza Valadão

N0 USP: 6458307

Prof. Dr. Taitiâny Kárita Bonzanini Fuzer

Piracicaba 30 de Junho 2014

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1. Introdução

O ensino de ciências é extremamente desafiador, pois os conhecimentos produzidos na academia não são compatíveis com o ambiente escolar e cabe em grande medida ao professor torna-lo acessível. Logo não são ensinados saberes em estado puro, mas conteúdos de ensino (Astolfi e Develay, 1990 apud Marandino, 2004) que passam por uma transposição didática, adquirindo significação para o aluno.

As ciências em especial possuem terminologias técnicas que acabam por criar uma associação negativa entre os conteúdos e a memorização mecânica de palavras complicadas, devido a isso a transposição didática, utilização de uma linguagem clara e de diferentes estratégias de ensino são muito importantes no ensino destas disciplinas.

A escola deve ser relevante para os alunos, é necessário que seja capaz de estimular os alunos a refletir e reconstruir seus esquemas habituais de pensamento e dessa forma tornando efetivo o processo de aprendizagem, de maneira que os novos conhecimentos tornem a visão destes alunos mais abrangente (Pérez Gómez, 2002).

Nesse contexto a utilização de jogos no ensino pode favorecer o processo de ensino aprendizagem, permitindo que o aluno construa seu próprio conhecimento através de uma ferramenta lúdica que facilita a socialização e torna os conteúdos mais atrativos (Miranda, 2001).

De acordo com os Parâmetros curriculares Nacionais a disciplina Biologia deve ser ministrada de maneira que seus conteúdos tenham uma abordagem transdisciplinar sempre contextualizados com conceitos de ecologia e evolução (PCN, 2002). O tema evolução é muito propício para essa abordagem transdisciplinar, visto que todos os seres vivos tem uma origem evolutiva, nesse aspecto a filogenia é de suma importância para esclarecer e explicar as relações evolutivas.

No entanto muitas vezes os conteúdos de evolução são negligenciados afim de evitar possíveis conflitos religiosos e ideológicos, ou porque o professor não se sente a vontade com o tema. A sistemática filogenética é ainda mais marginalizada por estar estreitamente associada a nomenclatura, contudo quando se compreende os conceitos

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básicos de biologia evolutiva a filogenia se torna perfeitamente inteligível e pode facilitar a compreensão das relações evolutivas entre os seres vivos.

As principais duvidas de compreensão de docentes e educandos são a (1) assimilação da dimensão temporal das mudanças evolutivas, (2) reconhecimento da importância do pensamento populacional (3) impossibilidade de se descobrir os verdadeiros grupos ancestrais dos organismos, (4) idéia de progresso na evolução e (5) as relações genealógicas entre o homem e os demais animais (Kawasaky e Matos, 2005).

Diante disso esse trabalho consiste em uma proposta de sequencia de aulas com atividades que visam a dinamizar a abordagem do tema evolução e filogenia, despertando o interesse dos alunos e desmistificando a noção equivocada de que a esses temas são distantes e complicados e que precisam ser memorizados mecanicamente. Com esse objetivo são sugeridos filmes e materiais didáticos, além disso, foi desenvolvido um jogo didático com o tema “Conhecendo os Filos Animais”.

2. Planejamento da sequência de aulas

Aula 1

Tema: Evolução: Uma contextualização histórica. Público Alvo: Alunos do terceiro ano do ensino médio. Tempo necessário: 2 horas e 30 minutos.

Objetivos: Que os alunos compreendam o contexto histórico e social do surgimento da teoria de Darwin e as implicações desta para a ciência e para a sociedade da época. Espera-se também que os alunos discutam, apresentem seu ponto de vista e reflitam sobre a importância na evolução para a disciplina de biologia, como conteúdo que se relaciona com todos os outros.

Recursos: Data show e filme “A Criação” de 2009.

Desenvolvimento: Exibição do filme “A Criação” que conta a história de Darwin e o dilema vivido por ele durante a publicação de “A Origem das Espécies”. Após a exibição do filme propõe-se uma discussão em forma de debate com questões norteadoras que busquem salientar a relevância da descoberta de Darwin para toda a

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das teorias posteriores (EX: Mendel) que influenciaram a concepção que temos hoje sobre evolução.

Avaliação: Cabe ao professor observar a participação dos alunos no debate e avaliar se os objetivos da aula estão sendo alcançados.

Aula 2

Tema: Conceitos fundamentais de biologia evolutiva: Seleção Natural e Deriva genética.

Público Alvo: Alunos do terceiro ano do ensino médio. Tempo necessário: 1 hora e 40 minutos.

Recursos: Cartaz de papelão forrado com papel de presente com motivos florais ou de vegetação, papel liso colorido, lousa e giz.

Objetivos: Que os alunos compreendam os conceitos de seleção natural e deriva genética e sejam capazes de correlacioná-los com situações reais. Também espera-se que os alunos apreendam a importância da população para a seleção natural, que é um conceito chave para compreensão da biologia evolutiva.

Desenvolvimento: Sugere-se que a aula seja iniciada com uma atividade prática e visual, a partir da qual serão apresentados os conceitos. A atividade consiste na utilização de um anteparo forrado com papel de presente e pequenos lagartos de cor muito semelhante e muito distinta a cor do fundo para exemplificar a predação de animais camuflados e não camuflados. O professor precisará de um voluntário para ser o “predador”, esse aluno deverá pegar primeiro os lagartos de cor semelhante a do anteparo e posteriormente os de cor distinta em uma mesmo tempo. Essa atividade pode contribuir para a discussão dos conceitos de adaptação e seleção natural, sugere-se que ao fim da atividade o professor prepare uma aula expositiva dialogada que retome os conceitos vistos na atividade prática.

Avaliação: Ao final da aula o professor poderá propor através de um texto o exemplo da ameaça de extinção de um animal (EX: mico-leão-dourado) e pedir que os alunos produzam um texto curto, levantando hipóteses das razões da ameaça a partir dos conceitos vistos em aula.

Exemplo de texto em:

http://micoleao.org.br/template.php?pagina=/ptg/como_trabalhamos/habitat/fragmentac

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Aula 3

Tema: Conceitos fundamentais de biologia evolutiva: Efeito fundador e fluxo gênico. Público Alvo: Alunos do terceiro ano do ensino médio.

Tempo necessário: 1 hora e 40 minutos.

Recursos: Jogo "Galápagos - a extinção e a irradiação de espécies na construção da diversidade biológica", data show.

Objetivos: Apresentar os conceitos de efeito fundador e fluxo gênico,para que os alunos possam relacioná-los com os conceitos já trabalhados, para que dessa forma eles possam compreendam a teoria de Darwin. Não obstante espera-se que os conceitos esclareçam situações que ocorrem na natureza.

Desenvolvimento: Propõe-se uma aula expositiva sobre o tema que use imagens e exemplos dos conceitos de fluxo gênico e efeito fundador. Posteriormente para que os conteúdos sejam aprofundados propõe-se a utilização do jogo "Galápagos - a extinção e a irradiação de espécies na construção da diversidade biológica" que busca simular a

migração e colonização de outros habitats (disponível em:

http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=313). Avaliação: Durante o jogo o professor pode fazer perguntas referentes ao conteúdo da aula e observar se os alunos de fato compreenderam os conceitos.

Aula 4 Tema: Filogenia e classificação dos seres vivos.

Público Alvo: Alunos do terceiro ano do ensino médio. Tempo necessário: 1 hora e 40 minutos.

Recursos: Data show.

Objetivos: Espera-se que os alunos sejam capazes de construir árvores filogenéticas, utilizando os conceitos de sinapomorfias, grupo irmão, grupos monofiléticos e parafiléticos. Não obstante espera-se que compreendam os princípios de evolução que fundamentam a sistemática filogenética e sua relevância para o estudo dos seres vivos. Desenvolvimento: Propõe-se uma aula expositiva dialogada, com maior carga conceitual que exemplifique detalhadamente e visualmente através de cladogramas

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externo, monofilético, parafilético, polifilético, sinapomorfias, plesiomorfias, entre outros conceitos.

Posteriormente o professor poderia introduzir o cladograma básico do reino animal e trabalhar esses conceitos em um exemplo geral, sugiro essa filogenia, pois ela permite visualizar a relação entre muitos grupos de seres vivos, além disso, o homem é parte dos cordados, representados nessa filogenia.

Avaliação: O professor pode propor um exercício com imagens de animais fictícios e pedir que os alunos construam árvores filogenéticas, usando os conceitos vistos na aula. Exemplo de exercício: Cladograma dos gatos.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=588

Aula 5

Tema: Filogenia e classificação dos seres vivos

Público Alvo: Alunos do terceiro ano do ensino médio. Tempo necessário: 1 hora e 40 minutos.

Recursos: Data show, jogo “Conhecendo os filos animais”, fita adesiva coloria e imagens de animais impressas.

Objetivos: Espera-se que os alunos compreendam as relações evolutivas entre os filos animais sejam capazes de citar as principais sinapomorfias de cada grupo, além disso, é esperado que o jogo estimule a colaboração em grupo e que os alunos se comuniquem e se ajudem, possibilitando um intercambio de conhecimentos.

Desenvolvimento: Sugere-se que a aula seja iniciada com uma breve revisão de tudo que foi trabalhado nas aulas anteriores. Posteriormente o professor pode apresentar o jogo “Conhecendo os filos animais” e a turma poderá se dividir em grupos de 4 pessoas e jogar. Ao final do jogo o professor pode retomar alguns conhecimentos obtidos com o jogo.

Avaliação: Construção conjunta de uma árvore filogenética do reino animal de tamanho grande no chão da sala, usando fita adesiva colorida, placas e imagens dos animais.

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3. Jogo Conhecendo os filos animais

Descrição

 O jogo é composto por 1 tabuleiro, 17 cartas com espécies de animais e 17 cartas contendo 5 dicas, 3 pinos de cores distinta (confeccionados com tampas de garrafa PET) e marcadores das dicas (lacres de latinha).

 O jogo pode ser jogado por 2 ou 3 pessoas e precisa ser mediado por outra pessoa.

 O mediador deverá tirar do monte a carta de um animal e sua carta dica correspondente, sem que os demais vejam as cartas.

 Em seguida o mediador poderá começar a ler as dicas, e mediante as dicas os jogadores poderão dar seus palpites.

 Para decidir a ordem em que poderão dar seus palpitesox jogadores podem tirar par ou ímpar ou zero ou 1.

 Quanto menos dicas o jogador usar mais casas ele poderá andar (se usar 5 dicas, anda 1 casa, se usar 4 anda 2 casas, se usar 3 dicas anda 3 casas, se usas 2 dicas anda 4 casas, se usar uma dica anda 5 casas).

 No tabuleiro há um espaço onde pode ser marcado o número de dicas que já foram lidas.

 Para andar, além de acertar o filo ao qual pertence o animal o jogador terá que indicar na árvore filogenética presente no tabuleiro a que grupo pertence o animal.

 Se o jogador souber uma sinapomorfia daquele filo, pode andar uma casa a mais.  O objetivo do jogo é chegar ao final do tabuleiro.

Tabuleiro

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Cartas

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4. Referências Bibliográficas

Astolfi, J.P., Develay, M.. A didática das ciências. Campinas: Papirus. 1990. apud Marandino M. Transposição ou recontextualização? Sobre a produção de saberes na educação em museus de ciências. In: Revista Brasileira de Educação, v. 26. 2004.

Kawasaki C. S. & Matos M. S. Apostila de Biodiversidade. Teia do saber: Metodologia de Ensino de Disciplinas da Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias do Ensino Médio: Física, Química e Biologia, 2005.

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MEC/INEP. Ciências da Natureza e suas Tecnologias: livro do estudante: ensino médio. Brasília. MEC:INEP, 2002.

Miranda, S. No Fascínio do jogo, a alegria de aprender. In: Ciência Hoje, v.28, 2001.

Pérez Gómez A. I. Las funciones sociales de la escuela: de la reproducción a la reconstrucción crítica del conocimiento y la experiencia. In: Sacristán G.J. & Pérez Gómez A. I. Comprender y transformar la enseñanza. Ediciones Morata (2002).

Sites Consultados: http://www.poriferabrasil.mn.ufrj.br/1-esponjas/geral.htm, consultado em 29/06/2014. http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=136, consultado em 29/06/2014. http://zoologia-ii-ufes-turma-i.webnode.com/products/mollusca2/, consultado em 30/06/2014.

Referências

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