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DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE MOCHILA ALIADO À CRIAÇÃO DO DESIGN DE SUPERFÍCIE EM PARCERIA COM A EMPRESA KOA ESTAMPA E DESIGN

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Academic year: 2021

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SANTA CATARINA CÂMPUS FLORIANÓPOLIS

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICA

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE DESIGN DE PRODUTO

MARIANA ELEONORA BEHR NUNES

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE MOCHILA ALIADO À

CRIAÇÃO DO DESIGN DE SUPERFÍCIE EM PARCERIA

COM A EMPRESA KOA ESTAMPA E DESIGN

(2)

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SANTA CATARINA CÂMPUS FLORIANÓPOLIS

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE METAL MECÂNICA

CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA DE DESIGN DE PRODUTO

MARIANA ELEONORA BEHR NUNES

DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE MOCHILA ALIADO À

CRIAÇÃO DO DESIGN DE SUPERFÍCIE EM PARCERIA

COM A EMPRESA KOA ESTAMPA E DESIGN

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de

Santa

Catarina

como

parte

dos

requisitos para obtenção do título de

Tecnólogo em Design de Produto

Professor Orientador: Carla Arcoverde

de Aguiar Neves, Dra. em Engenharia

de Produto e Processo

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AGRADECIMENTOS

O caminho percorrido até aqui não foi fácil, mas foi gratificante, foram quatro anos e meio de altos e baixos. Agradeço à minha família por todo o apoio, incentivo, conselhos, sem vocês eu não teria me tornado a pessoa que sou hoje. Agradeço principalmente à minha mãe por toda a paciência, carinho e incentivos que não foram poucos. Aos meus amigos e colegas que contribuíram direta ou indiretamente para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Muito obrigada a todos vocês que são presentes na minha vida e que compartilham comigo um pouquinho do seu tempo e atenção.

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RESUMO

Este trabalho abordou áreas do design de produto e design de superfície tendo como objetivo a criação de um modelo de mochila e estampa para a empresa Koa estampa & design. Para a realização deste trabalho utilizou-se a metodologia de Löbach, iniciando com uma coleta de dados, passando para a geração de alternativas e solução do problema. Teve-se como inspiração a temática da região de Machu Picchu e a cultura Inca. O projeto permitiu a aplicação e exploração das funções práticas e estéticas da mochila.

PALAVRAS-CHAVE: Design de superfície. Design de produto. Estampa. Temática Machu Picchu. Mochila.

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ABSTRACT

This research covered areas of product design and surface design, aiming at the creation of a model of backpack and stamp for the company Koa estampa e design. For the accomplishment of this work, the methodology of Löbach was used, starting with a collection of data, passing to the generation of alternatives and solution of the problem. Had the theme of the region Machu Picchu and Inca culture as inspiration. The project allowed the application and exploration of the pratical and asthetic functions of the backpack.

KEY WORDS: Surface design. Product design. Print. Theme of Machu Picchu. Backpack.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Necessaires fabricadas pela Koa em diferentes estampas ... 23

Figura 2 - Exemplos de bolsa e mochila fabricadas pela Koa ... 24

Figura 3 - Usuária da Koa ... 25

Figura 4 – O processo de design ... 26

Figura 5 - Etapas do projeto de design ... 27

Figura 6 - Exemplo de alforje e John Wayne no set de um filme nos anos 1960... 29

Figura 7 - Exemplo de alforje em bicicletas e motocicletas ... 29

Figura 8 - Exemplo de maleta de médico ... 30

Figura 9 - Exemplo da Bornal M-1910, dois soldados americanos usando-a ... 30

Figura 10 - Exemplo de pasta escolar, bolsa carteiro e pasta feminina (contemporânea) ... 31

Figura 11 - Exemplo de bolsa esportiva ... 31

Figura 12 - Kniertje ... 32

Figura 13 - Exemplo de bolsa-mochila ... 33

Figura 14 - Exemplos dos produtos ofertados pela Koa. ... 34

Figura 15 - Processo de estamparia manual ... 35

Figura 16 - Padronagens da primeira coleção da marca. ... 36

Figura 17 - Classificação das funções de um produto ... 37

Figura 18 - Painel imagético de mochilas similares e concorrentes ... 38

Figura 19 - Análise do primeiro modelo de mochila do painel similares e concorrentes ... 38

Figura 20 - Análise do segundo modelo de mochila do painel similares e concorrentes ... 39

Figura 21 - Análise do terceiro modelo de mochila do painel similares e concorrentes39 Figura 22 - Análise do quarto modelo de mochila do painel similares e concorrentes . 40 Figura 23 - Análise do quinto modelo de mochila do painel similares e concorrentes . 40 Figura 24 - Análise do sexto modelo de mochila do painel similares e concorrentes .. 41

Figura 25 - Painel imagético de mochilas da Koa ... 42

Figura 26 - Paleta de cores de mochilas. ... 42

Figura 27 – Análise do primeiro modelo de mochila do painel Koa ... 43

Figura 28 – Análise do segundo modelo de mochila do painel Koa ... 43

Figura 29 – Análise do terceiro modelo de mochila do painel Koa ... 44

Figura 30 – Análise do quarto modelo de mochila do painel Koa ... 44

Figura 31 – Análise do quinto modelo de mochila do painel Koa ... 45

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Figura 33 - Painel de estilo Boho Chic ... 47

Figura 34 - Painel de estilo Indie ... 48

Figura 35 - Paleta de cores ... 49

Figura 36 - Categorias de tipos de estampas ... 50

Figura 37 - Categorias de estilos de estampas ... 51

Figura 38 - Exemplo de módulo com rapport ... 52

Figura 39 - Padronagem por repetição ... 53

Figura 40 - Sistema de repetição ... 54

Figura 41 - Padronagem por repetição. ... 54

Figura 42 - Exemplos de elementos de preenchimento ... 55

Figura 43 - Exemplos de elementos de ritmo. ... 56

Figura 44 - Trilha Inca ... 58

Figura 45 - Painel de inspiração vistas de Machu Picchu ... 60

Figura 46 - Painel de inspiração mapas de Machu Picchu ... 60

Figura 47 - Painel de inspiração objetos e arte de Machu Picchu ... 61

Figura 48 - Painel de inspiração cenas do cotidiano de Machu Picchu ... 61

Figura 49 – Paleta de cores do tema ... 62

Figura 50 - Modelo de mochila da Koa para análise da função ... 62

Figura 51 - Decomposição das funções principal e secundárias ... 64

Figura 52 - Relação do uso correto e errado da mochila ... 65

Figura 53 - Relação do uso correto e errado da mochila ... 65

Figura 54 - Modelo de mochila Picuá ... 67

Figura 55 - Modelo de mochila de uma alça ... 67

Figura 56 – Modelo de mochila de duas alças ... 68

Figura 57 - Forma de uso para acesso aos bolsos e aberturas da mochila ... 68

Figura 58 - Forma de organização interna da mochila. ... 69

Figura 59 - Forma de organização interna das mochilas da Koa ... 69

Figura 60- Representação estrutural de uma mochila ... 71

Figura 61 - Construção estrutural utilizada pela Koa ... 71

Figura 62 - Construção estrutural utilizada pela Koa para união dos componentes .... 72

Figura 63 - Classificação das Fibras Têxteis. ... 73

Figura 64 - Koa Lótus. ... 74

Figura 65 - Processo de serigrafia utilizado pela Koa ... 75

Figura 66 - Processo de estêncil utilizado pela Koa ... 75

Figura 67 - Representação do fluxo produtivo da cadeia têxtil ... 77

Figura 68 - Processo de estampagem do tecido e de confecção de uma mochila ... 78

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Figura 70 – Primeiros conceitos desenvolvidos ... 80

Figura 71 - Descrição do primeiro conceito ... 81

Figura 72 - Descrição do segundo conceito. ... 81

Figura 73 - Descrição do terceiro conceito ... 82

Figura 74 - Descrição do quarto conceito ... 82

Figura 75 - Descrição do quinto conceito ... 83

Figura 76 - Descrição do sexto conceito ... 83

Figura 77 - Descrição do sétimo conceito ... 84

Figura 78 - Descrição do oitavo conceito ... 84

Figura 79 - Matriz de decisão ... 85

Figura 80 - Esboços de alternativas refinadas ... 86

Figura 81 - Descrição do primeiro conceito ... 87

Figura 82 - Descrição do segundo conceito ... 87

Figura 83 - Descrição do terceiro conceito ... 88

Figura 84 - Descrição do quarto conceito ... 88

Figura 85 - Descrição do quinto conceito ... 89

Figura 86 - Descrição do sexto conceito ... 89

Figura 87 - Descrição do sétimo conceito ... 90

Figura 88 - Descrição do oitavo conceito ... 90

Figura 89 - Descrição do nono conceito ... 91

Figura 90 - Descrição do décimo conceito ... 92

Figura 91 - Estudo de cores da alternativa final. ... 93

Figura 92 - Composição do primeiro módulo ... 94

Figura 93 – Composição A de estampa do primeiro módulo por repetição em bloco .. 95

Figura 94 – Composição B de estampa do primeiro módulo por repetição em bloco espelhada ... 95

Figura 95 - Composição do segundo módulo ... 96

Figura 96 - Composição de estampa do segundo módulo por repetição em bloco ... 96

Figura 97 - Composição do terceiro módulo ... 97

Figura 98 - Composição de estampa do terceiro módulo por repetição rotativa ... 97

Figura 99 - Composição do quarto módulo ... 98

Figura 100 – Composição A de estampa do quarto módulo por repetição em bloco ... 98

Figura 101 – Composição B de estampa do quarto módulo por repetição espelhada . 99 Figura 102 - Composição do quinto módulo ... 99

Figura 103 – Composição A de estampa do quinto módulo por repetição rotativa .... 100

Figura 104 – Composição B de estampa do quinto módulo por repetição rotativa .... 100

(12)

Figura 106 – Composição A de estampa do sexto módulo por repetição rotativa ... 101

Figura 107 – Composição B de estampa do sexto módulo por repetição rotativa ... 102

Figura 108 – Composição C de estampa do sexto módulo por repetição em bloco .. 102

Figura 109 - Composição do sétimo módulo ... 103

Figura 110 - Composição de estampa do sétimo módulo por repetição rotativa ... 103

Figura 111 – Alternativa 1 de estampa selecionada ... 104

Figura 112 – Alternativa 2 de estampa selecionada ... 104

Figura 113 – Alternativa 3 de estampa selecionada ... 105

Figura 114 - Combinações cromáticas com alternativa 1 de estampa selecionada ... 106

Figura 115 - Combinações cromáticas com alternativa 2 de estampa seleciona ... 106

Figura 116 - Combinações cromáticas com alternativa 3 de estampa selecionada ... 106

Figura 117 - Alternativa selecionada ... 107

Figura 118 - Produto final face preta na figura humana ... 108

Figura 119 - Produto final face preta na figura humana ... 108

Figura 120 - Produto final face marrom na figura humana ... 109

Figura 121 - Produto final face marrom na figura humana ... 109

Figura 122 - Esquema de representação estrutural face frontal marrom ... 110

Figura 123 - Esquema de representação estrutural face frontal preta ... 110

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14 1.1 Problema de projeto ... 15 1.2 Justificativa ... 17 1.3 Objetivos ... 22 1.3.1 Objetivo geral ... 22 1.3.2 Objetivos específicos ... 22 2 A EMPRESA KOA... 23 3 METODOLOGIA DE PROJETO ... 26 3.1 Fase de preparação ... 28

3.1.1 Desenvolvimento histórico e evolução das bolsas e mochilas ... 28

3.1.2 Análise da relação social (homem-produto) ... 33

3.1.3 Análise da configuração (funções estéticas) ... 36

3.1.4 Análise da configuração dos modelos de similares e concorrentes ... 37

3.1.5 Análise da configuração dos modelos da Koa ... 42

3.1.5.1 Design de estamparia ... 49

3.1.5.2 Tipos de estamparia e localização ... 50

3.1.5.3 Categorias e estilos de estamparias ... 51

3.1.5.4 Módulo e rapport ... 52

3.1.6 Tema de inspiração para os motivos... 56

3.1.7 Análise da função (funções práticas) ... 62

3.1.7.1 Análise da tarefa ... 64

3.1.8 Análise estrutural e da configuração (estrutura de construção) ... 70

3.1.9 Análise de materiais, processos de fabricação ... 72

3.1.10 Análise da relação com o ambiente (produto-ambiente) ... 76

3.1.11 Análise da relação com o meio ambiente ... 77

(14)

3.1.13 Descrição das características e exigências para com o novo produto ... 79

3.2 Fase de geração e avaliação ... 80

3.2.1 Geração de alternativas de mochilas ... 80

3.2.1.1 Exame parcial das alternativas ... 85

3.2.1.2 Refinamento da alternativa final de mochila ... 86

3.2.2 Alternativas de estampas ... 94

3.2.2.1 Exame das alternativas de estampas ... 104

3.2.3 Estudos cromáticos ... 105

3.3 Produto final e fase de realização da solução ... 107

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 112

REFERÊNCIAS ... 113

APÊNDICE A: DESENHO DE REPRESENTAÇÃO PARA DIMENSÕES FINAIS ... 121

(15)

14

1 INTRODUÇÃO

Nos tempos que correm, os acessórios se mostram fortemente presentes no cotidiano do mundo ocidental. Pode-se entender como acessórios os produtos: lenços, cintos, bolsas, mochilas, carteiras, calçados (SANTOS, 2015). Os acessórios conquistaram um espaço complementar à vestimenta, assim assumindo importância fundamental no dia a dia, inclusive representando o estilo de vida de seus usuários. (GARBELOTTO, 2008)

Bolsas e mochilas passaram a complementar a rotina de homens e mulheres, possuindo não somente sua função prática de transportar objetos pessoais como também de complemento estético. Não é difícil notar nos espaços públicos, como ruas, terminais, que a maioria dos transeuntes está utilizando uma, ou mais, bolsas, mochilas, sacos ou sacolas, para carregar seus pertences (GARBELOTTO, 2008). No início, segundo Tristante e Roim (2016), desde antigas civilizações o homem já possuía um porta objetos que utilizava para armazenar seus pertences. A partir desse porta objetos até os tempos atuais, este objeto foi modificado e melhorado de acordo com a época, tipos de materiais, recursos tecnológicos e processos fabris.

E hoje, segundo Santos (2015), as marcas do ramo da moda passaram a investir em anúncios centrados nos acessórios devido ao caráter de prestígio e status que a utilização do acessório “correto” pode proporcionar. Os acessórios possuem grande importância no dia a dia como também na história da moda como pode se constatar com o livro Cinquenta bolsas que mudaram o mundo, de Anderson (2011).

Com isso, a estética dos objetos e acessórios utilizados no cotidiano passam a ser interpretados como uma linguagem e, pode-se entender que a forma e superfície do acessório têm associações diretas com a experiência do usuário. Pois para Silva e Patrício (2016) a estamparia possui relação de representação ou simulação por meio de composições imagéticas, visto que a imagem tem ligação direta com a percepção, e a percepção é subjetiva de cada indivíduo. Assim a estamparia reproduz imagens, cores, padrões imagéticos, que afetam diretamente o cotidiano das pessoas através de uma contribuição onipresente. (BRIGGS-GOODE, 2014)

Silva e Patrício (2016, p. 16) afirmam que “[...] a criação de uma estampa propõe conexões e contextos de harmonia de composição visual dos meios plásticos e estudos dos signos. Sua concepção é feita por meio do módulo (motivo/desenho), produzindo um padrão com os motivos, o que faz surgir, dessa maneira, um padrão, que é conhecido como repetição.“ E não somente as estampas como também outros objetos do cotidiano propõe ligações e contextos de harmonia aliados a representações de signos, enviando/passando uma mensagem composta por conceitos visuais e

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15 intrínsecos que procuram contar, expressar, explicar, inspirar, representar a cultura, status sociais, etnia, gênero, religião de cada indivíduo.

Com os avanços tecnológicos, globalização e internet, está cada vez mais fácil o consumidor ter contato com as informações dos produtos que consomem como, por exemplo sua origem, material utilizado, conceitos da marca e do produto, e é inegável a relevância que as tendências de moda possuem na atualidade. Pois, isto permite que o consumidor forme opinião e se torne crítico com aquilo que consome e está a sua volta, inclusive a quantidade de informação que se encontra online sobre moda expandiu exponencialmente nos últimos anos. A moda e as tendências parecem, cada vez mais, ter conquistado o público da era digital. (CAMPOS; GOMEZ, 2014)

Através da realização deste projeto a autora espera aprofundar seus conhecimentos sobre a indústria da moda e estamparia, como desenvolver um modelo de mochila em parceria com a Koa estampa e design, obtendo conhecimentos da atuação da empresa dentro do mercado de bolsas e mochilas, dos processos industriais e manuais de impressão têxtil, dos processos manuais de fabricação mochilas, dos conceitos ergonômicos para esta área. Para isso, pretende-se utilizar a metodologia de Löbach (2001), a qual pode ser dividida 4 macro etapas.

1.1 Problema de projeto

Para a realização deste projeto foi definido como tema e/ou interesse de pesquisa o universo de mochilas. Como citado anteriormente que desde as antigas civilizações o homem já possuía um porta objetos que utilizava para armazenar e transportar seus pertences. E a contar dessa época até os tempos atuais, este foi modificado de acordo com a necessidade, época, status e relações sociais. (TRISTANTE; ROIM, 2016)

Para Crane (2006) apud Caraciola (2015, p. 21) “o vestuário, sendo uma das formas mais visíveis de consumo, desempenha um papel de maior importância na construção social da identidade”. Entende-se, portanto, que o vestuário e seus acessórios passam a ser interpretados propondo conceitos visuais que possuem relação direta com a percepção. As bolsas e mochilas, passaram por uma evolução de itens com características práticas de transporte para itens possíveis de aprimorar a aparência. Os acessórios intervêm diretamente na apresentação visual de seu usuário, podendo passar uma mensagem mais séria, descontraída, alegre, sendo compreendidos como um modo de confirmação da própria identidade.

Neste mercado de acessórios, a empresa Koa atua atendendo um público feminino, elaborando produtos que passam uma mensagem de originalidade por meio de peças manuais e individuais. Em uma conversa informal com a fundadora da Koa,

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16 percebe-se a oportunidade de desenvolver um modelo de mochila diferente daqueles atualmente ofertados para encomenda, já que atualmente as mochilas de passeio passaram a ser uma tendência de acessórios práticos, modernos e de status.

Segundo Anderson (2011) foi a partir dos anos 1999, e posteriormente se firmando como tendência de mercado nos anos 2010, que as mochilas passaram a ocupar lugares tanto nas passarelas, quanto no uso diário como um acessório composto de prestígio e conceitos agregados. E qual o diferencial das mochilas de passeio em relação às bolsas e mochilas tradicionais?

As mochilas passaram a ser uma tendência de objetos funcionais e estilosos bastante adaptados para as mais diversas necessidades de diferentes nichos de mercado, sendo reconhecidas esteticamente por seus materiais, estampas e acabamentos na superfície, explorando as inter-relações entre tecido, processos de estamparia, efeitos de textura e técnicas de manipulação de superfície. Essas inter-relações são parte importante das mochilas se aliando e complementando a forma do produto, para que este possua um significado e representação além de sua função.

As mochilas possuem também como diferencial a praticidade e o conforto, uma vez que as bolsas, por exemplo, estão apoiadas sobre um ombro só, podendo causar desconforto para o usuário dependendo da carga transportada, e as mochilas se apoiam sobre os dois ombros distribuindo melhor e tornando mais confortável e prático o transporte de vários objetos, seja em momentos casuais/cotidianos, acadêmicos, ou por motivos de viagem.

Para Adams (1987, p. 177) apud Saita et al (2015) “[...] a dor nas costas é o sintoma mais comum encontrado na prática ortopédica, [...] e representa aproximadamente um terço de todos os atendimentos de um ambulatório de ortopedia.”. As dores nas costas são um distúrbio recorrente, seja por fatores congênitos, ou por lesões adquiridas ao longo da vida. Essas lesões podem ter como origem maus hábitos, como se sentar inadequadamente, má postura, carregar bagagem de forma inadequada e/ou com peso em excesso, praticar exercícios sem cuidados essenciais. (SAITA et al, 2015)

Para Carvalho (2004, p.01) “[...] as alterações da postura humana, decorrentes do transporte de carga, despertam interesses [...] devido ao comprometimento anatômico e funcional da coluna vertebral, que ocorre em função do peso, da forma de transporte e das características físicas dos sujeitos.”. Graças a isso, nos últimos anos, foram realizados diferentes estudos avaliando a possível relação entre o excesso de peso de mochilas e seu mau uso com o aumento de dores nas costas. (CANTILLO; ROTGER, 2011)

(18)

17 Sendo assim, faz-se as seguintes indagações: Qual o impacto de desenvolver um novo modelo de mochila de passeio para a empresa Koa? Qual a necessidade e como desenvolver uma mochila ergonômica? Como as mochilas podem se adequar às tendências de mercado? Com base nessas questões, se refletiu sobre a possibilidade de projetar um modelo de mochila diferente dos modelos atualmente ofertados pela Koa, uma vez que os modelos de mochilas são para

notebook, e os modelos de bolsas ocupam esse nicho de modelos para passeio. Não

existindo então, uma alternativa de modelo que acompanhe essa inclinação para mochilas de passeio e cotidiano.

Ainda dentro desta lógica, outros questionamentos se apresentam, como: Que mecanismos de projeto podem ser utilizados no desenvolvimento de mochilas de passeio que atendam as necessidades da Koa dentro da atual tendência de mercado? Como o consumidor compreende produtos fabricados em menor escala e/ou de manufatura? É possível o consumidor dar preferência para pequenos produtores, como a Koa? Como criar e desenvolver produtos adequados ao nicho de mercado que a Koa atende? A Koa é uma marca que trabalha de acordo com as demandas de encomendas feitas, ela possui como método de trabalho desenvolver produtos exclusivos costurados individualmente. E esta possui uma grande procura de encomendas de bolsas e mochilas ao longo do ano. Constatou-se então, que a empresa Koa necessita se adequar aos rumos que o atual mercado de mochilas está tomando. E partindo dessas constatações, se optou por desenvolver um modelo de mochila para passeio, explorando o design de superfície do acessório, unindo, assim, os conhecimentos obtidos ao longo do curso de Tecnologia em Design de Produto com o trabalho já existente da marca Koa.

1.2 Justificativa

Nos dias que correm, o consumidor possui acesso à diversas informações, isto devido aos avanços tecnológicos, globalização e internet, com base nisso as marcas do ramo da moda passaram a investir em anúncios centrados no status que a utilização do produto pode proporcionar (CAMPOS; GOMEZ, 2014). Para Campos e Gomez (2014) atualmente o mundo se compõe por uma reunião e/ou agrupamento de múltiplas necessidades. “Essas necessidades apresentam-se passíveis de intervenção, através do oferecimento de produtos e bens que as saciem, ainda que por um determinado período” (CAMPOS; GOMEZ, 2014, p. 188). Com isso, pode-se entender as tendências de moda como um viés para a diferenciação. De acordo com o dicionário Aurélio, tendência significa “tender para, inclinar-se para, ser atraído (a) por algo”.

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18 Foi a partir dos anos 1999, segundo Anderson (2011), com a concepção da mochila Kniertje da designer holandesa Susan Boer e posteriormente nos anos 2010, com a bolsa-mochila criada pela marca Sportmax, de MaxMara1, que as mochilas

passaram a ser tendências tanto nas passarelas, quanto no uso diário como um acessório composto de status e conceitos agregados. Para a designer Deisi Remus (2013) as mochilas chegaram ao uso cotidiano como um acessório bem funcional, prático, estiloso e versátil, deixando de ser apenas um item escolar, passando a ser um acessório de muito estilo, substituindo as bolsas em diversas ocasiões. “Além de ser uma forma prática, também deixa livre os membros superiores para realizações de outras tarefas” (NOGUEIRA; MONTEIRO, 2002, p. 01).

Foi-se o tempo que a mochila estava restrita ao ambiente escolar ou aos guarda-roupas geeks. A peça apareceu nas passarelas da última temporada de moda em diferentes versões, ganhou ares descolados e já caiu no gosto das fashionistas. O conforto é uma vantagem irresistível dessa tendência: na mochila você carrega o que precisa para o dia inteiro, tornando-se um item ideal no dia a dia para combinar estilo e praticidade. Não é porque o dia a dia no escritório exige uma bolsa statement que você não pode apostar na mochila. Peças em couro de cores neutras podem ser muito elegantes, além do modelo grande ser prático para quem passa o dia fora e precisa carregar muita coisa, e certamente bem mais confortável do que essa bolsa gigante que você está carregando em um ombro só. (CARIATTI, 2015)

Cariatti (2015) aponta o conforto como vantagem diferencial para a mochila em contrapartida ao ato de carregar uma bolsa em um ombro só, para Saita et al (2015) os desconfortos pelo uso de mochilas e bolsas possuem causas específicas.

Dores nas costas é um distúrbio recorrente e existem vários fatores já identificados, mas um dos principais causadores está localizado no período em que as pessoas se encontram nas escolas, em sua fase de crescimento. Desde o ensino fundamental até a graduação, a maioria dos alunos utilizam mochilas para carregarem seus materiais e muitas vezes realizam essa ação de forma errônea: carregam peso em excesso por conta de apostilas, notebooks e estojos, etc, ou utilizam a mochila de forma não recomendada, isso, aliado à má

1 Marca italiana de roupas femininas reconhecida por seus casacos e peças de alfaiataria, incluindo roupas de inverno, sapatos e acessórios. (MAXMARA, 2017)

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19

postura, pode acarretar em sérios problemas, não só na coluna vertebral, mas também na respiração. (SAITA et al, 2015, p. 02)

Para Gonçalves et al (2011, p. 2412) “A postura humana é essencialmente dinâmica. É possível observar alterações posturais quando se transporta sobrecargas com mochilas. Para que o equilíbrio seja garantido, sempre que se desloca o centro de gravidade, o corpo faz pequenos ajustes visíveis através de pequenas alterações na posição da cabeça, tronco e membros.” O desequilíbrio postural pode-se agravar quando se transporta uma sobrecarga, pelo fato desta ser desproporcional ao peso e tamanho do corpo de seu usuário, ou pelo uso inadequado da mochila. (GONÇALVES, et al, 2011)

Nos últimos anos, a incidência de dor nas costas aumentou em crianças e adolescentes, principalmente a dor mecânica, [...] causando lesões musculares e dor, muitas vezes devido a posturas incorretas ou sobrecarga de peso em más condições. Não se sabe exatamente o que influenciará essa dor no futuro, mas observou-se que a maioria dos adultos com dor nas costas já havia sofrido quando adolescente. Nesse sentido, vários estudos foram realizados nos últimos anos, avaliando a possível repercussão do excesso de peso das mochilas escolares e o uso indevido sobre o aumento da dor nas costas observado em adolescentes. Diferentes autores encontram uma relação entre a dor nas costas e o peso que ele suporta pela mochila, bem como o seu tempo de uso. Embora os fatores de risco não estejam bem definidos, acredita-se que manter uma postura correta com bom tônus muscular pode atuar como prevenção da dor nas costas. Por esse motivo, foram estabelecidas uma série de critérios quanto ao peso das mochilas, a forma mais apropriada de levá-las e o design da mesma. (CANTILLO, ROTGER, 2011, p. 02)

Atualmente as mochilas, possuem os mais variados modelos e formas, de acordo com a necessidade do usuário, ou para o tipo de carga que são destinadas a transportar, como notebook, tablet, livros, cadernos, estojos. Suas formas vão desde despojadas como a bolsa mochila Sportmax de MaxMara, como também modelos mais neutros e simples.

O mercado de bolsas, mochilas e acessórios vem crescendo nos últimos tempos devido ao emprego de novos materiais, como por exemplo de materiais reciclados e reutilizados, no entanto, este é, inclusive, um mercado já consolidado

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20 devido ao emprego de materiais comumente utilizados, como é o caso do couro, algodão, tecidos sintéticos (SEBRAE, 2009). Sendo assim, o cenário do mercado de bolsas, mochilas e acessórios permite tanto o crescimento de produções industriais, quanto de produções manuais e ou artesanais, como também o crescimento de outros nichos ou ramos com inovações em materiais ou processos de fabricação. Para Costa (2000) a produção em série não significou o fim de métodos de produção de manufatura e de produção artesanal, mas a existência desses métodos foi possível devido a nichos de mercado, através de formas de produção flexíveis e modos de trabalho diferenciados que atendem às preferências individualizadas de seus consumidores.

Além disso, com o acesso à internet, cada vez mais fácil, o consumidor tem ao seu alcance informações dos produtos que consomem como, por exemplo sua origem, marca, processos de fabricação, acesso à sites e colunas de moda.

A sociedade atual compreende o futuro, principalmente, a partir de sua capacidade de programação. Quanto mais estivermos preparados e programados para atuar em realidades futuras, mais certo será o sucesso a ser atingido. Uma das principais características da nossa coletividade é a de projetar o futuro e a inovação está estreitamente relacionada a isso. (CAMPOS; GOMEZ, 2014, p. 188)

Com base nisso, é que se pode visualizar o mercado da moda por duas diretrizes: fast fashion2 (onde se procura atingir o mercado de massas) e slow fashion3

(onde se procura atingir um nicho ou público específico) por meio de peças semi-exclusivas e semi-exclusivas.

Cabem às empresas grandes investimentos em sua imagem, na pesquisa e no lançamento de produtos diferenciados para a manutenção de sua marca e constante conquista de seu público. Já a maioria das empresas populares reverte os recursos destinados à pesquisa para o barateamento do custo de suas roupas, atrasando sua

2 Fast fashion, que em português significa moda rápida, é o termo utilizado para designar a renovação constante das peças comercializadas no varejo de moda. O conceito surgiu no final dos anos 1990, como expressão utilizada pela imprensa para identificar a atualização cada vez mais veloz dos produtos de moda nas grandes redes varejistas. (SEBRAE, 2015)

3

O movimento slow fashion é uma alternativa ao que se chama de fast fashion. A criação do

termo é atribuída à consultora e professora de design sustentável do Centre for Sustainable Fashion Kate Fletcher, e diz respeito a uma forma de criar e consumir moda de maneira consciente. Assim como se passa a dar mais atenção à origem dos alimentos que consumimos, o impacto ambiental e social causado pela indústria da moda nos últimos anos pede uma leitura cautelosa também do “rótulo” do que vestimos. (LEMES, 2017)

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21

própria produção, com o objetivo de confeccionar somente aquilo que o mercado das marcas está absorvendo em larga escala. (DELGADO, 2008, p. 05)

Há casos, como a empresa espanhola Zara, um dos maiores grupos de varejo, “[...] na tentativa de atender a um público diversificado, trilha entre um mercado que dá importância ao status que uma marca representa, com criações semi-exclusivas e preocupação com a estética/estilo da roupa e um mercado popular, cuja exclusividade não é importante [...]” (Delgado, 2008. p. 04 e 05), ou seja, a mesma se utiliza das duas estratégias visando atingir um maior público e assim se fazer expandir.

No caso da Koa, a qual atua no mercado slow fashion, seus consumidores buscam produtos que trabalham estampas diferenciadas, trabalhos em materiais que se contrastam e também os modelos de bolsas e mochilas feitos sob encomenda. A marca faz uso desses modelos e estampas exclusivos para agregar valor aos seus produtos e se distinguir de outras marcas concorrentes, além de acabar seguindo as tendências do mercado das marcas. Esta ainda faz uso de estratégias de divulgações no Facebook e Instagram, a publicando registros fotográficos dos processos manuais de produção, assim gerando reconhecimento para seus produtos e suas características individuais como empresa.

Logo, a Koa possui uma grande demanda de encomendas de bolsas e mochilas ao longo do ano. Esses produtos, apesar de mais caros quando comparados à todos os produtos ofertados, com preços que variam de 75 a 130 reais, são os mais procurados dentre as peças fabricadas pela Koa.

Surgiu, então a oportunidade de desenvolver um novo modelo de mochila em parceria com a empresa para acompanhar as tendências do mercado de mochilas, que atualmente tendem para modelos de passeio com dimensões menores do que os modelos fabricados pela Koa, pois os modelos ofertados pela marca são voltados para o transporte de notebooks e objetos maiores e pesados como cadernos, livros, etc.

Visto que, o público possui uma maior demanda por estas peças e que, segundo Costa (2000) o desenvolvimento de novos produtos é considerado uma estratégia para sustentar a competitividade no mercado, auxiliando empresas a aumentarem sua participação, lucratividade e rentabilidade. Tem-se então, o objetivo de desenvolver um novo modelo de mochila a ser fabricado e comercializado pela empresa.

(23)

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1.3 Objetivos

Para a elaboração deste projeto, foram definidos através do tema proposto e das pesquisas preliminares, os seguintes objetivos geral e específicos.

1.3.1 Objetivo geral

Desenvolver uma mochila em parceria com a Koa estampa e design.

1.3.2 Objetivos específicos

Para a realização deste projeto se tem os seguintes objetivos específicos:

a. Conhecer o mercado de mochilas e a atuação da Koa dentro deste meio; b. Compreender os conceitos e as dinâmicas/práticas da indústria da moda e do design de estamparia têxtil e seus conceitos fundamentais;

c. Investigar processos industriais e manuais de impressão têxtil, e suas vantagens e desvantagens;

d. Conhecer processos de fabricação manuais de mochilas; e. Compreender o processo produtivo da marca Koa;

f. Conhecer e aplicar conceitos ergonômicos no desenvolvimento de uma mochila;

g. Conhecer e experimentar a aplicação de estampas na mochila a ser projetada;

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23

2 A EMPRESA KOA

A Koa é uma empresa de estampas e acessórios fundada em fevereiro de 2016 pela designer Ana Paula Avila, com o intuito de desenvolver estampas manuais e produtos exclusivos. Seus produtos foram projetados para o uso diário, como uma peça moderna e urbana, com preços que variam de 75 a 130 reais. A empresa possui um ateliê em Barreiros, São José, onde são fabricadas as peças da marca. De acordo com a classificação do porte de empresas definida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) a Koa é classificada como Microempreendedor Individual pela receita operacional bruta anual de até 60.000,00 reais, registrada sob o CNPJ 24.656.349/0001-44.

A marca Koa possui processos manuais de fabricação, esses processos manuais ocorrem nas etapas de aplicação das estampas sobre tecidos de algodão, também ocorrem nas etapas de confecção manual, como por exemplo, o corte do tecido, a costura, os acabamentos e retoques finais.

Percebe-se uma preocupação da empresa com as características estéticas e pelos trabalhos na superfície de seus produtos. Sua escolha de tecidos, pigmentos e estamparias são inspirados em temáticas da cidade de Florianópolis, sendo elas: o construído tradicional; o natural; a pesca; a renda; e as conchas. Estas foram as temáticas das primeiras estampas projetadas pela empresa.

Figura 1 - Necessaires fabricadas pela Koa em diferentes estampas

Fonte: Instagram Koa, 2017

Logo, a Koa é uma marca que trabalha com o intuito de desenvolver produtos com estampas únicas em peças costuradas individualmente, essas peças são trabalhadas com atenção aos detalhes e a qualidade do produto. Com isso a marca consolidou-se por meio da fabricação de bolsas, mochilas, necessaires e acessórios

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24 pessoais, de criação personalizada de estampas, como estampas para aplicação em camisetas, ecobags, ou para o fim que o consumidor desejar.

Os produtos são encomendados pelo site da marca no Facebook, após a encomenda este pode ser adquirido no ateliê da empresa, ou os produtos podem ser comprados diretamente no ateliê de acordo com as peças que estiverem em estoque. Geralmente são mantidos para a venda imediata um estoque de 10 a 20 unidades de necessaires e estojos escolares, essas peças são utilizadas também como mostruário de estampas e contraste de materiais (principalmente do suede com o algodão). No entanto, atualmente não há nenhum estoque de mochilas ou bolsas para serem adquiridas, estas precisam ser encomendadas com antecedência.

Figura 2 - Exemplos de bolsa e mochila fabricadas pela Koa

Fonte: Instagram Koa, 2017.

Os consumidores da marca Koa, são caracterizados por clientes que procuram por produtos para presentes, como também por produtos que são confeccionados de forma exclusiva. Por este motivo, a marca possui consumidores geralmente constituídos por mulheres com uma abrangência desde adolescentes à mulheres adultas, com idade superior a 25 anos.

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25 Figura 3 - Usuária da Koa

Fonte: Instagram Koa, 2017.

Essas mulheres adultas já possuem um emprego e salário fixo, diferente do público estudante que ainda não é independente financeiramente. Estas mulheres na maioria dos casos encomendam bolsas e mochilas para uso próprio, diferente da venda de necessaires e estojos que são adquiridos para presente.

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26

3 METODOLOGIA DE PROJETO

O ato de projetar se dá pela relação entre o designer industrial e o objeto a ser desenhado, e este é denominado processo de design. Para o desenvolvimento desse processo são necessários três aspectos: a pessoa criativa (designer industrial), processo criativo e produto criativo. (LÖBACH, 2001)

Figura 4 –O processo de design

Fonte: Löbach, 2001, p. 140.

Para isso, o processo de desenvolvimento de cada projeto necessita de um planejamento, e segundo Löbach (2001) o processo de design pode se desenvolver de forma complexa dependendo do problema a ser resolvido, este processo pode ser dividido em 4 macro etapas, que embora não sejam exatamente separáveis, se entrelaçam umas às outras para avanços e retrocessos.

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27 Figura 5 - Etapas do projeto de design

Processo Criativo

Processo de solução do problema Processo de design

(desenvolvimento do produto) 1. Fase de preparação Análise do problema Conhecimento do problema Coleta de informações Análise das informações

Definição do problema, definição de objetivos

Análise do problema de design

Análise da necessidade

Análise da relação social (homem-produto)

Análise da relação com o ambiente (produto-ambiente)

Desenvolvimento histórico

Análise da função (funções práticas) Análise estrutural (estrutura de construção)

Análise da configuração (funções estéticas)

Análise de materiais e processos de fabricação

Patentes, legislações e normas Análise de sistema de produtos (produto-produto)

Distribuição, montagem, serviço a clientes, manutenção

Descrição das características do novo produto

Exigências para com o novo produto

2. Fase de geração

Alternativas do problema

Escolha dos métodos de solucionar problemas, produção de ideias, geração de alternativas Alternativas de design Conceitos do design Alternativas de solução Esboços de ideias Modelos 3. Fase de avaliação

Avaliação das alternativas do problema

Exame das alternativas, processo de seleção, Processo de avaliação

Avaliação das alternativas de design

Escolha da melhor solução

Incorporação das características ao novo produto

4. Fase de realização

Realização da solução do problema

Realização da solução do problema, Nova avaliação da solução

Solução de design

Projeto mecânico Projeto estrutural

Configuração dos detalhes (raios, elementos de manejo, etc.) Desenvolvimento de modelos Desenhos técnicos, desenhos de representação

Documentação do projeto, relatórios

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28 As etapas apresentadas do método de Löbach foram adaptadas para a melhor execução do projeto de acordo com as reais necessidades deste. Assim as adaptações feitas foram a abordagem da análise do problema e análise da necessidade nos tópicos de problema de projeto e justificativa respectivamente. As análises estrutural e da configuração foram mescladas, assim como a descrição das características do novo produto e exigências para com o novo produto. As patentes, legislações e normas não serão trabalhadas.

3.1 Fase de preparação

Para o desenvolvimento deste projeto realizou-se estudos bibliográficos e iconográficos dentro das temáticas de abrangência do projeto. Como se trata de um projeto de uma mochila com estampa haverá a necessidade de alguns estudos específicos, como o de design de superfície, processos de produção, tipos de materiais, e inclusive de ergonomia, por se tratar de um objeto que lida diretamente com o transporte e esforço físico.

3.1.1 Desenvolvimento histórico e evolução das bolsas e mochilas

Anderson (2011) afirma que a mochila é um dos mais antigos tipos de bolsas, esta era utilizada pelos nômades que precisavam ter suas mãos livres enquanto se deslocavam por longas distâncias através de trilhas por florestas, ou em momentos de caça. Sendo assim, tinha que ser um objeto prático e confortável.

Por outro lado, a bolsa é um acessório simples e complexo, já que expressa uma carga emocional, com manifestações de significados, como por exemplo, é uma maneira de expressar o estilo de vida de uma mulher, servindo como objeto de status e forma de autoexposição. (ANDERSON, 2011)

No livro Cinquenta bolsas que mudaram o mundo, de Anderson (2011), se pode ter acesso a alguns exemplos de bolsas e mochilas ao longo da história e seus impactos. Como nos anos 1880, época em que o alforje era um objeto utilizado por caubóis e índios para cruzarem as planícies dos Estados Unidos a cavalo. O alforje era usado no transporte de alimentos, remédios e ferramentas, geralmente era em couro cru e tecidos, os alforjes dos índios possuíam decorações com desenhos em cores vivas e longas franjas e o dos caubóis era mais simples com aparência de bolso com apenas uma aba e fivela, o alforje se encaixava perfeitamente nos flancos do animal sem atrapalhar o movimento. Os alforjes futuramente vieram a ser adaptados e utilizados em bicicletas (a partir de 1940) e motocicletas (figura 7).

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29 Figura 6 - Exemplo de alforje e John Wayne no set de um filme nos anos 1960

Fonte: Anderson, 2011, p.14.

Figura 7 - Exemplo de alforje em bicicletas e motocicletas

Fonte: Alcorta (2012) e Hinchliffe (2014).

Nos início dos anos 1900, quando os médicos precisavam levar todos os seus instrumentos para as consultas nas residências de seus pacientes, eles utilizavam as denominadas “maletas de emergências” que eram grandes e bem estruturadas, de couro rígido com elegantes ferragens de latão, com uma abertura superior que revelava dois compartimentos fundos em ambos lados da abertura, com muitos bolsos, alças e espaços internos, também era forte o suficiente para suportar os impactos dos solavancos causados pela carroças sem danificar os objetos em seu interior. (ANDERSON, 2011)

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30 Figura 8 - Exemplo de maleta de médico

Fonte: Touto (2010).

Nos anos 1910, durante a Primeira Guerra Mundial, a Bornal M-1910 foi uma mochila utilizada pelo exército americano para carregar os equipamentos dos soldados, sendo estes: o saco de dormir, pás, roupas, itens pessoais. A M-1910 era feita em lona, com uma aba para abotoá-la e fechá-la, com um sistema de alças e argolas por fora onde se encontravam ferramentas de fácil acesso, havia na traseira um bolso abotoado onde se encontravam os alimentos do soldado. (ANDERSON, 2011)

Figura 9 - Exemplo da Bornal M-1910, dois soldados americanos usando-a

Fonte: Anderson, 2011, p.20.

Nos anos 1950, o uso de pastas escolares se difundiu devido a sua obrigatoriedade como parte dos uniformes escolares. A pasta era confeccionada em couro macio, aba com fivela e longa alça usada como tiracolo. Esta acabou substituída por uma variação mais contemporânea em 1992 e pela bolsa carteiro em 1989. (ANDERSON, 2011)

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31 Figura 10 - Exemplo de pasta escolar, bolsa carteiro e pasta feminina

(contemporânea)

Fonte: Anderson, 2011, p. 36, 64 e 68.

Nos anos 1970, os atletas se tornaram celebridades, então o esporte se tornou um estilo de vida. Os itens esportivos passaram a aparecer no dia a dia, com isso as bolsas esportivas receberam um destaque devido a sua forma simples, cores vivas, acabamentos contrastantes e logotipos fortes, além do material em borracha sintética durável. (ANDERSON, 2011)

Figura 11 - Exemplo de bolsa esportiva

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32 Nos anos 1999, a designer holandesa Susan Boer, desenvolveu a Kniertje, uma mochila, mesclando a ergonomia a sua forma, em uma peça de forma única e harmoniosa. A peça se encaixa perfeitamente nas costas de sua usuária, possui uma aba longa e um bolso virado para cima, esses são os únicos adornos da mochila de forma elegante, feita em couro, unida por costura de sela.

Figura 12 - Kniertje

Fonte: Anderson, 2011, p. 82.

Nos anos 2010, a bolsa-mochila foi criada pela marca Sportmax, de MaxMara, com um modelo desconstruído, de corpo flexível em forma piramidal acompanhado de vários bolsos externos. Era em couro na cor creme e acabamentos em couro marrom.

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33 Figura 13 - Exemplo de bolsa-mochila

Fonte: Anderson, 2011, p. 104.

Atualmente as bolsas e mochilas, possuem os mais variados modelos e formas, de acordo com a necessidade do usuário ou para o tipo de carga que são destinados a transportar. Suas formas vão desde despojadas como a bolsa mochila de MaxMara, como também modelos mais neutros e simples. Inclusive, recriando características estéticas de bolsas ou mochilas de outras décadas, como no caso da pasta feminina.

3.1.2 Análise da relação social (homem-produto)

A Koa é uma pequena empresa que desenvolve produtos feitos em estamparia manual e costurados individualmente, suas peças priorizam a atenção aos detalhes, qualidade e originalidade. Seus produtos foram projetados para o uso diário, como uma peça moderna e urbana, com preços que variam de 75 a 130 reais.

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34 Figura 14 - Exemplos dos produtos ofertados pela Koa.

Fonte: Instagram Koa, 2017.

Como citado anteriormente os consumidores da marca são em sua maioria mulheres jovens, geralmente com idade superior a 25 anos, no entanto há consumidores com uma abrangência desde adolescentes a mulheres adultas. Essas mulheres adultas já possuem um emprego e salário fixo, diferente do público adolescente que ainda é dependente financeiramente dos pais e/ou responsáveis. Procurando classificar mais especificamente este público, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), percebe-se que ele se adequa mais às classes sócio-econômicas B2 e C2, com renda média familiar de 1.625 a 4.852 reais. Sendo assim, se pode entender que o principal consumidor são mulheres jovens de classe média, que procuram por produtos com padronagens exclusivas. O público-alvo encomenda bolsas, mochilas, estojos, cadernos, necessaires para uso próprio ou para presente.

Com base nessas informações, se percebe que os produtos da Koa são produtos de uso individual, e para Löbach (2001, p. 46) “[...] quanto mais distante estiver um usuário de possuir ou utilizar um produto, maior é a sua indiferença em relação ao mesmo. O extremo oposto é o uso pessoal dos produtos. Na psicologia se fala da relação com o objeto na constituição das relações individuais durante o processo de uso [...]”. Ou seja, são produtos usados exclusivamente por determinada pessoa, resultando assim em uma forte relação entre pessoa, nesse caso o público-alvo e objeto. (LÖBACH, 2001)

Logo, o consumo é um fato social capaz de gerar representações coletivas, inclusive o consumo é individual e sensível às interpretações que envolvem significados culturais, revelando uma influência da psicologia behaviorista (LÖBACH, 2001). Com isso, os símbolos não mais representam seu utilizador, como se transformam na representação da própria pessoa, se mostram informantes através de símbolos, marcas e ícones. (SILVA; PATRÍCIO, 2016)

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35 Pela Koa ser uma empresa que trabalha diretamente com produtos confeccionados manualmente, se percebe uma preocupação com as características estéticas destes, pelos trabalhos na superfície de seus produtos, sua escolha de tecidos, estampas, pigmentos ou manipulações que se sobressaem.

Figura 15 - Processo de estamparia manual

Fonte: Instagram Koa, 2017.

A marca procura trazer essa significação através de suas estampas, as quais possuem inspirações em cenários da cidade de Florianópolis, essas estampas foram concebidas durante a realização do Projeto de Conclusão de Curso realizado pela fundadora da marca. O processo de geração de alternativas de estampas ocorreu em duas etapas, a primeira por registros fotográficos da cidade, a segunda pela abstração e extração de elementos dos registros obtidos.

Durante a primeira etapa do processo, a fundadora da marca procurou definir conceitos com temas variados da cidade de Florianópolis, como a natureza, elementos culturais, elementos históricos, mas específicos da região. Os motivos de estampas possuem as seguintes temáticas:

a. O construído tradicional; b. O natural;

c. A Pesca e a Renda; d. As Conchas.

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36 Destes conceitos foram obtidas as padronagens da primeira coleção da marca. As outras estampas criadas posteriormente pela marca passam por um processo similar, sempre procurando trazer características e elementos de uma região ou cultura.

Figura 16 - Padronagens da primeira coleção da marca.

Fonte: Instagram Koa, 2017.

Para acessórios como as mochilas, suas funções estéticas, o tratamento dado à superfície do produto, seja pela estampa e/ou pelo material utilizado, acaba por agregar valor ao produto. Com base nesses dados percebe-se que a marca Koa e seus produtos possuem indicadores de função estética e simbólica.

Conclui-se que para o processo de criação da estampa do presente projeto, se pretende utilizar uma cultura ou região como fonte de inspiração e abstração, visto que a marca gera padronagens a partir destas temáticas.

3.1.3 Análise da configuração (funções estéticas)

É durante o processo de uso que as funções dos produtos se tornam perceptíveis e possibilitam a satisfação de certas necessidades (LÖBACH, 2001), segundo Löbach (2001) o produto possui três funções: função prática, função estética, função simbólica.

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37 Figura 17 - Classificação das funções de um produto

Fonte: Löbach, 2001, p. 55.

Para acessórios de uso individual como as mochilas, suas funções estéticas são as relações entre o produto, no caso a mochila, e um usuário no nível dos processos sensoriais. Para realizar a análise da configuração foram montados dois painéis imagéticos, o primeiro com referências de mochilas similares e o segundo com referências de mochilas da Koa, na análise da configuração são estudadas a aparência estética dos produtos, aplicações da cor, forma e tratamento superficial. (LÖBACH, 2001)

3.1.4 Análise da configuração dos modelos de similares e concorrentes

Para a seleção dos modelos de similares e concorrentes, foram escolhidos os modelos mais vendidos do site de compras onlines Light In The Box, dos 12 itens mais vendidos, foram selecionadas 6 opções variadas.

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38 Figura 18 - Painel imagético de mochilas similares e concorrentes

Fonte: Light in the box, 2017.

Figura 19 - Análise do primeiro modelo de mochila do painel similares e concorrentes

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39 Figura 20 - Análise do segundo modelo de mochila do painel similares e concorrentes

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 21 - Análise do terceiro modelo de mochila do painel similares e concorrentes

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40 Figura 22 - Análise do quarto modelo de mochila do painel similares e concorrentes

Fonte: Autoria própria, 2017

Figura 23 - Análise do quinto modelo de mochila do painel similares e concorrentes

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41 Figura 24 - Análise do sexto modelo de mochila do painel similares e concorrentes

Fonte: Autoria própria, 2017

Os modelos de similares de mochilas podem ser divididos em dois grupos de acordo com seus respectivos materiais:

a. Tecidos - alternativas 1, 2 e 3 do painel;

b. Courino ou couro - alternativas 4, 5 e 6 do painel.

Pode-se notar que as mochilas do painel de mochilas similares e concorrentes são confeccionadas em materiais lisos, com acabamentos estéticos de acordo com as características do material utilizado (lisa, opaca, brilhosa, macia ou rija), os acabamentos são no mesmo material do produto em outra tonalidade, em costura como no quarto modelo (figura 22, p. 40), em placas de identificação da marca em courino, tecido ou metal. Observa-se uma diferença nas dimensões dos modelos de mochilas concorrentes das alternativas 4, 5 e 6 do painel imagético de mochilas similares e concorrentes (figura 18, p. 38) quando comparados aos demais modelos de concorrentes. As figuras 4, 5 e 6 possuem dimensões menores e as alças com largura menores. Pretende-se utilizar as dimensões 24 cm de largura, 13 cm de profundidade e 31 cm de altura como dimensões mínimas da mochila a ser desenvolvida, estas dimensões são as mesmas da figura 4 do painel (figura 22, p. 40).

(43)

42

3.1.5 Análise da configuração dos modelos da Koa

Para a seleção dos modelos de mochilas da Koa, se escolheu os modelos divulgados em publicações mais recentes no Instagram e Facebook da marca. Dos modelos publicados foram filtrados e selecionados pela variação de estampa, cores e configuração estrutural da mochila.

Figura 25 - Painel imagético de mochilas da Koa

Fonte: Instagram Koa, 2017.

Figura 26 - Paleta de cores de mochilas.

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43 Os modelos apresentados no painel imagético de mochilas da Koa (figura 25, p. 42) possuem a superfície da face frontal estampada, a qual ocupa mais da metade da área da superfície da face com composições de estampas em cores como branco, preto, azul, marrom, com predominância na utilização de tons marrons e pretos. Percebe-se, então, que a marca trabalha com uma paleta de no mínimo duas cores em suas peças.

Figura 27 – Análise do primeiro modelo de mochila do painel Koa

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 28 – Análise do segundo modelo de mochila do painel Koa

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44 Figura 29 – Análise do terceiro modelo de mochila do painel Koa

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 30 – Análise do quarto modelo de mochila do painel Koa

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45 Figura 31 – Análise do quinto modelo de mochila do painel Koa

Fonte: Autoria própria, 2017.

Figura 32 – Análise do sexto modelo de mochila do painel Koa

Fonte: Autoria própria, 2017.

Pode-se constatar que todos os modelos de mochilas da Koa analisados possuem formato retangular vertical e abertura na face superior do produto, todos possuem no mínimo um e no máximo dois bolsos frontais. Estes bolsos geralmente são em tecido camurça (em alguns casos podem ser em algodão) de cor contrastante com

(47)

46 as cores da peça. Percebe-se que o uso da camurça trabalhada nos detalhes e acabamentos da mochila como uma forte característica da marca.

Como abordado anteriormente, a marca se inspira em regiões e culturas para a criação de suas estampas (p. 31 e 32), como também atua no mercado slow

fashion (p. 16). Essas características podem ser relacionadas aos estilos boho chic4

com influências étnicas nos motivos das estampas e utilização de tons terrosos também encontradas nas peças da marca Koa e ao indie5, o qual remete à todo o universo de

produtos, músicas, filmes que fogem às grandes massas, assim como a Koa que aborda o mercado de slow fashion.

4

“boho chic [ing.] (utc) Estilo único e personalizado que mescla peças de grife, roupa de brechó

e lojas populares, com característica eclética, livre, com um quê de hippie, étnico, boêmio, folk, punk, vintage e uso de tons terrosos, como o marrom e o caramelo. (C.L.S.C., UnB, 2013). “O Boho Chic é sinônimo do ‘Basta!’, da busca pela autenticidade e pela ética”. (VILAMULHER, 2013). 1. Boho Chic vem da junção de “boêmio” e “hippie”. Trata-se de um estilo descolado com influência dos anos 70. 2. Surgido na Inglaterra em 2003, o Boho Chic tem a atriz britânica Sienna Miller como sua grande musa. Ela chama atenção pelo seu jeito diferente de se vestir desde sua aparição no “Glastonburry Festival” em 2004.” (CRUZ, 2013, p. 23)

5“O termo indie (diminutivo para independent) começou a ser utilizado, a partir do final da década

de 1980, para fazer referência à estrutura de selos fonográficos e pequenas gravadoras situadas à margem do esquema de produção, distribuição e promoção das majors (as grandes companhias fonográficas) [...]” (FERNANDES, 2004, p. 10) “O indie parece, então, possuir, pelo menos, três significados/usos diferentes: designa o tipo de organização econômica desvinculada de grandes corporações capitalistas; refere-se à produção musical desenvolvida nos pequenos empreendimentos independentes e; por fim, pode também ser utilizado para nomear uma cena juvenil, caracterizada por associações baseadas em afinidades de gosto [...] acredita-se que as cenas musicais indie, oriundas das iniciativas independentes das juventudes britânica e norte-americana das décadas de 1980 e 90, devem considerar esses aspectos para conceber algo verdadeiramente transgressor e oposicional aos conteúdos veiculados pela cultura dominante na sociedade contemporânea.” (FERNANDES, 2004, p. 49 e 50)

(48)

47 Figura 33 - Painel de estilo Boho Chic

Fonte: Autoria própria, 2017.

Observa-se no painel de estilo boho chic a utilização de cores brancas, vermelhas, azuis e tons de marrom (cores naturais6), a combinação de diferentes tipos

de materiais como couro e malhas. As estampas costumam ocupar toda a área da peça onde estão aplicadas.

6

“Naturais: cores que evocam características naturais (céu, terra, água)” (BRIGGS-GOODE,

(49)

48 Figura 34 - Painel de estilo Indie

Fonte: Autoria própria, 2017.

Nota-se no painel de estilo indie a predominância em cores pretas, cinzas, brancas e marrons (cores monocromáticas7 e neutras8). Percebe-se uma simplicidade

na composição estética com preocupação nos detalhes e acessórios

7 “Cores monocromáticas: tints e nuances de uma mesma cor” (BRIGGS-GOODE, 2014, p. 50)

8

“Neutros: cores turvas ou terrosas feitas a partir de diversos complementos; como seus

componentes não são 100% puros, eles criam uma cor neutra em vez de preto” (BRIGGS-GOODE, 2014, p. 50)

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49 Figura 35 - Paleta de cores

Fonte: Autoria própria, 2017.

Com base nessas informações pretende-se seguir a linha de acabamentos da Koa utilizando tecido camurça, ou couro/courino e formas simples, ainda com a estampa localizada na face frontal da mochila. A combinação de cores pretas, cinzas, brancas, tons terrosos, vermelhos e azuis (cores monocromáticas, neutras e naturais) pode vir a ser utilizadas nas peças. Para as dimensões formais da mochila se utilizará 320 mm de largura, 160 mm de profundidade e 420 mm de altura como dimensões máxima da mochila, essas dimensões são baseadas nos modelos do painel imagético de mochilas da Koa. O modelo deverá possuir no mínimo 1 bolso externo e no máximo 4, assim como observou-se nas mochilas analisadas.

3.1.5.1 Design de estamparia

O design de estamparia pode ser entendido como a manipulação de tecidos e da superfície de objetos como materiais de papelaria, acessórios, tecidos, papéis de parede, entre outros. Esta é uma área ampla que abrange a moda, design de interiores, design gráfico (BRIGGS-GOODE, 2014). As estampas são representadas por meio de símbolos e composição de elementos, suas representações vão desde as mais fiéis, até as abstratas. (SILVA; PATRÍCIO, 2016)

Dentro do design de estamparia, um campo bidimensional, procura-se harmonizar três variantes da linguagem visual: a cor, a forma e a expressão gráfica. A cor é responsável pela expressividade impondo significados e promovendo um certo nível de ordem pelo reconhecimento das cores e suas relações pelo receptor. As formas

(51)

50 são agentes de sentido, através de ponto, linha, forma, direção, dimensão e movimento. Articulando estes agentes se adquire diferentes formas de acordo com sua organização espacial. A expressão gráfica, também conhecida como estilo, encarrega-se de proporcionar homogeneidade ao conceito da coleção, mas não encarrega-se limitando à expressividade, como também a temática e forma de expô-la. (NEIRA, 2010)

O autor Neira (2010), considera que estes recursos visuais auxiliam no desenvolvimento de um “sistema como um todo” através da lógica e repertório, sendo assim, um processo de reconhecimento de uma expressão visual. O método, tipo de estampa e localização são considerados recursos importantes a serem observados.

3.1.5.2 Tipos de estamparia e localização

Para Levinbook (2008) o design de estamparia pode ser categorizado em quatro tipos de acordo com a forma como são aplicados nos tecidos e ou superfícies, estes são estampa localizada, estampa corrida, estampa falso-corrido, estampa

engineered print (possibilitada pelo processo de sublimação e impressão digital).

Figura 36

-

Categorias de tipos de estampas

Fonte: Autoria própria, 2017.

Com isso, compreende-se que a área de aplicação da estampa pode ser concebida de diferentes formas de acordo com a modelagem da peça, o impacto visual que se pretende alcançar, processo de produção utilizado.

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51

3.1.5.3 Categorias e estilos de estamparias

Pode-se compreender que há estilos de design de estamparia que se desenvolveram ao longo dos séculos e se tornaram categorias claramente estabelecidas que podem se misturar entre si, no entanto “[...] essas categorias fazem referência a uma gama de critérios, como o tipo de imagem, o modo como a imagem será desenvolvida, o local geográfico de onde o estilo surgiu, os efeitos visuais que o estilo cria [...]” (BRIGGS-GOODE, 2014, p.16). Os quatros grupos principais são o floral, apresenta flores e/ou outros tipos de plantas, o geométrico, composto por imagens não orgânicas e/ou abstratas, o étnico, se refere a locais específicos ou grupo antropológico, e o figurativo que expressa figuras ou ícones populares de determinada época ou estação.

Figura 37

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Categorias de estilos de estampas

Fonte: Autoria própria, 2017.

Segundo Briggs-Good (2014) estas categorias são referências a características visuais, inclusive estas costumam se misturar podendo, por exemplo, ter uma estampa de uma imagem floral mesclada com características geométricas. Outro ponto a ser levado em consideração são as heranças visuais que podem ser utilizadas no processo de criação de acordo com épocas históricas e contemporâneas. (BRIGGS-GOODE, 2014)

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3.1.5.4 Módulo e rapport

O design de estamparia propõe uma composição de relações entre imagem e percepção, contextos de harmonia e sintaxe social, a padronagem auxilia como parâmetro técnico na composição concebida (SILVA; PATRÍCIO, 2016; BRIGGS-GOODE, 2014). A padronagem por repetição é uma ferramenta composicional e o módulo é a menor área que inclui todos os elementos visuais do padrão de repetição (BRIGGS-GOODE, 2014). De acordo Capella (2014, p. 03) pode-se concluir que “[...] o padrão é o resultado da repetição ordenada deste módulo”.

Para que o módulo seja repetido, articulado e entendido é necessário um ajuste dos elementos para permitir o encaixe deste. Ou seja, as extremidades do módulo deverão se adequar perfeitamente aos outros módulos nas laterais, em cima e embaixo, criando continuidade e harmonia, na psicologia o rapport é conceituado como sincronização (SILVA; PATRÍCIO, 2016). Segundo Capella (2014) este é o componente decisivo do módulo, o encaixe perfeito.

Figura 38

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Exemplo de módulo com rapport

Fonte: Capella, 2014, p. 05.

Para que a padronagem por repetição seja contínua, os módulos se encaixam e as emendas desaparecem, assim não consegue-se identificar um começo ou fim do módulo.

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53 Figura 39 - Padronagem por repetição

Fonte: Capella, 2014, p. 05.

Para Briggs-Goode (2014) a padronagem por repetição tem seu próprio vocabulário de acordo com as variações, sendo os mais conhecidos: módulo e elemento, design multidirecional, repetição em bloco, deslocamento 50%, repetição tijolo, repetição rotativa, repetição espelhada, repetição coordenada. Existem outros sistemas e variações de repetições, como listrada, diamante, aleatória, ogee, ondas. (BRIGGS-GOODE, 2014)

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54 Figura 40 - Sistema de repetição

Fonte: Adaptado de Briggs-Goode, 2014, p. 57.

Durante o processo de criação de uma estampa pode-se empregar múltiplos módulos ao mesmo tempo.

Figura 41 - Padronagem por repetição.

Referências

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