• Nenhum resultado encontrado

ANÁLISE DA ATIVIDADE DAS COSTUREIRAS EM UMA MICROEMPRESA DE CONFECÇÕES

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANÁLISE DA ATIVIDADE DAS COSTUREIRAS EM UMA MICROEMPRESA DE CONFECÇÕES"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

COSTUREIRAS EM UMA

MICROEMPRESA DE CONFECÇÕES

Fagner Lourenco Alves de Araujo (UFPB)

fagnerlaaraujo@gmail.com

Natalia Ferreira de Oliveira (UFPB)

Nfoliveira35@gmail.com

Maria Christine Werba Saldanha (UFPB)

cwerbasaldanha@gmail.com

Este artigo apresenta um estudo que teve por objetivo analisar a atividade das operadoras de máquinas de costura industrial, no setor de costura de uma microempresa de confecções localizada na cidade de João Pessoa - PB. Para tanto, foram utilizados métodos interacionais e observacionais. Para a análise postural foram utilizados o REBA, Diagrama de Corlett e Manenica adaptado e, o Questionário Nórdico. Após o estudo, ficou evidenciada a necessidade de intervenção no posto de trabalho e na organização do trabalho a fim de minimizar os riscos de adoecimento das costureiras.

(2)

2

1. Introdução

As micro e pequenas empresas (MPE) correspondem a grande parte do mercado empresarial brasileiro, sendo conceituadas como de pequeno potencial econômico. De acordo com o IBGE (2011), os micro e pequenos negócios tem papel fundamental no crescimento do País pois fazem parte da geração de 27% do PIB brasileiro.

Por se tratar de um setor em crescente avanço produtivo e tecnológico, foram originadas novas formas de gestão visando aumento da qualidade e maior produtividade, que além alavancar a economia e geração de empregos brasileira, tornou o nosso mercado de confecções destaque mundial.

Para acompanhar a produção foi imposta ao trabalhador uma maior carga de trabalho acarretando problemas relacionados ao trabalho – LER (Lesão por esforço repetitivo) / DORT (Distúrbios Osteomusculares relacionados ao trabalho).

Segundo Comper&Padula (2013), a indústria têxtil brasileira apresenta alto o índice de afastamentos de trabalhadores em virtude da ocorrência de acometimentos por DORT, sendo apresentados sintomas com maior frequência em membros superiores e na região da coluna. Este fato está relacionado a maneira como a atividade é desenvolvida pelos trabalhadores e pelas condições de trabalho em que são expostos a riscos ergonômicos, pela realização de movimentos repetitivos, jornada de trabalho elevada com ausência de pausas, adoção de posturas incorretas, posto de trabalho inadequado e fatores psicossociais.

Os trabalhadores deste setor geralmente possuem longas jornadas de trabalho, com ausência de pausas estabelecias para relaxamento, onde realizam tarefas monótonas e com grande quantidade de repetições, permanecendo durante todo o período de trabalho na posição sentada, que propicia a adoção de posturas inadequadas por parte do trabalhador como flexões de coluna, torções e lateralizações (Praia et al, 2013).

De acordo com (Mazini Filho et al., 2014), o mobiliário existente nestes setores de trabalho, comumente não são ergonomicamente adequados para que o trabalhador possa exercer a sua

(3)

3 função de forma apropriada, com bancadas que provocam fadiga visual pelo revestimento do tampo, cadeiras de madeira e sem acolchoamento, ruídos, espaços pequenos e desorganizados. Deste modo, a ergonomia vem contribuir com a busca por melhores condições visando segurança e eficiência, aumentando a satisfação do trabalhador e minimizando riscos ocupacionais inerentes ao trabalho (IIDA, 2005).

Neste contexto, por meio de pesquisas realizadas quanto a esse tema, ficou evidenciada a existência de poucos estudos a esse campo, principalmente quando relacionados aos feitos decorrentes da atividade exercida pelos trabalhadores dos setores de costura de empresas têxteis. Por tanto, este artigo tem como objetivoanalisar a atividades das costureiras de uma Microempresa de confecções de João Pessoa – Paraíba, com foco nas posturas de trabalho e suas repercussões na saúde das costureiras.

2. Metodologia

A partir da realização da análise global da empresa, e da revisão da literatura, foi possível identificar que dentre os setores, o de costura era o que possuía um maior risco de ocorrência de desordens corporais nas funcionárias em virtude da repetitividade em ciclos curtos que a atividade exige. Esta hipótese foi confirmada, mediante relatos das próprias costureiras quanto à problemas de saúde decorrentes das suas atividades de trabalho, tais como desconfortos musculares e tendinite. Além disso, o posto de trabalho em questão permite apenas a posição de trabalho sentado, e para que esta postura seja mantida, há uma maior solicitação do dorso e do ventre do trabalhador.

Para a análise da atividade do setor de costura da empresa de confecções, onde foram utilizados métodos interacionais (ações conversacionais, verbalizações espontâneas e provocadas, questionário) e observacionais (observações abertas e sistemáticas), para o conhecimento de todo o seu funcionamento, coleta de informações e dados, como também para a construção de uma relação de confiança com os funcionários. O levantamento de dados foi realizado com toda a população do setor.

(4)

4 Foi realizada a avaliação postural para exame geral da postura das costureiras, e avaliação das dores a fim de se analisar as consequências do trabalho a saúde das costureiras. Os principais objetivos para utilização dessas ferramentas, é de se ter uma avaliação geral da postura, esforços e grupos musculares mais requisitados, para que a partir dos resultados pudessem ser propostas melhorias no posto de trabalho nas áreas consideradas mais críticas.

Para a aplicação do REBA, inicialmente foi identificada a postura característica adotada pelas funcionárias por meio de observação in-loco e de vídeos. Em seguida realizou-se a análise dessa postura por diferentes ângulos para que pudesse ser feita a atribuição das pontuações para cada segmento corpóreo, a fim de se obter o nível de ação REBA.

A escolha pelo questionário nórdico se deu em virtude do retrospecto que ele fornece em relação aos últimos 12(doze) meses de trabalho, enquanto o diagrama de áreas dolorosas apresenta com um maior detalhamento os segmentos que possuem queixas em relação a dores. Ambos foram aplicados ao final de um turno de trabalho de cada uma das costureiras. O diagrama de Corlett e Manenica adaptado foi apresentado contendo a figura do corpo humano dividido em segmentos igualmente delimitados em referência ao plano sagital, para que pudessem apontar quais áreas do corpo sentiam dores ou desconfortos, e para os locais que houvesse, o nível de desconforto dessa dor dentro de uma escala de 0(sem problema) a 5 (insuportável).

O questionário nórdico também foi exposto contendo uma figura do corpo humano segmentado, conjuntamente com questões a serem respondidas por marcação de alternativas com “sim” para conforto/saúde ou “não” para desconfortos/incômodos, para os últimos doze meses de trabalho, para os últimos sete dias, e se houve a necessidade de se ausentar de suas atividades nos últimos doze meses em virtude de algum desses problemas.

3.Resultados e discussão 3.1.A empresa de Confecções

(5)

5 A microempresa selecionada para estudo, é atuante no ramo de confecções de camisas e fardamentos para estabelecimentos comerciais, organizações religiosas e escolas em geral. Possui planta única, com área de produção superior a 300 m2, localizada na Grande João Pessoa, Paraíba.

A confecção possui um quantitativo de 9 funcionários, sendo enquadrada como Microempresa (ME) segundo a classificação do SEBRAE por número de empregados. Estes, encontram-se distribuídos entre os setores administrativo e corte (1), atendimento ao cliente (2), costura (3), serigrafia (2) e finalização e embalagem do produto (1).

O organograma da empresa é apresentado na Figura 1, onde encontram-se circulados os setores que compõem a produção da mesma, como também a distribuição de funcionários por setor com suas respectivas funções.

Figura 1 – Organograma da empresa e quantitativo de funcionário por setor

A maioria dos funcionários exerce suas atividades das 8:00ás17:00 (com exceção da costureira 1), de segunda a sexta-feira, sendo reservada 1 hora para o almoço entre os dois turnos. Não há pausaspara recuperação ou exercícios de relaxamento definidos pela empresa. Estas ocorremapenas para as necessidades fisiológicas ou lanches rápidos enão são realizadas horas-extras. A rotatividade de funcionários é baixa, ou seja, não há frequência quando a admissão e demissão de funcionários e não há rotação de cargos, por tanto o trabalhador exerce uma única função, a qual lhe foi atribuída, durante toda sua jornada de trabalho.

(6)

6 A empresa trabalha predominantemente sob encomendas. No setor de atendimento ao cliente, o assistente administrativo recebe o pedido de comprae o encaminha para o design gráfico, com todas as especificações da arte a ser produzida para a serigrafia. Com a arte finalizada é realizado o orçamento do pedido. Estando de acordo, o cliente realiza o pagamento e o assistente administrativo realiza a encomenda das malhas ao fornecedor e demais matérias primas a serem utilizadas. Para um melhor entendimento, a sequência de operações da produção após o lançamento da ordem de serviço e o mapofluxograma do processosão apresentados na Figura 2 e 3 respectivamente.

(7)

7

(8)

8

3.2. Setor de Costura

O setor de costura da empresa é composto por 3 funcionárias do sexo feminino(33,33% da população total de funcionários).Esta etapa encontra-se no meio de todo processo produtivo da empresa, sendo precedida pelo setor de corte das malhas, provenientes das demandas do setor de atendimento ao cliente e vendas, e sucedida pelo o processo de serigrafia.

Dentre as costureiras, o nível de escolaridade varia do ensino fundamental completo ao ensino superior completo, como também a idade, e tempo de atuação na empresa. Apenas uma costureira possui vínculo trabalhista formal, o contrato de serviço das demais é informal. Possuem uma jornada de trabalho de 8 horas diárias de segunda a sexta-feira, exceto a costureira com maior tempo de atuação na empresa, que trabalha apenas um turno (Tabela 1).

(9)

9

Tabela 1 – Perfil das funcionárias do setor de costura da empresa

O setor de costura é o único setor climatizado da empresa e o que possui maior iluminação.Cada posto de trabalho (Figura 4) é constituído por uma bancada com altura regulável, uma máquina e uma cadeira por costureira. Em operação, existem duas máquinas

Overlock industriais de 3 fios, e uma máquina Galoneira industrial, todas fixadas nas

bancadas. Uma quarta máquina de costura reta é usada de forma improvisada e esporadicamente, não compondo o maquinário de produção.

Figura 4– Imagens do setor de costura

A movimentação do produto em processo no setor de costura é realizada pelas próprias costureiras, que os depositam em mesas auxiliares compartilhadas entre os postos. A Figura 5

(10)

10 apresenta o layout do setor onde cada posto de trabalho encontra-se circulado por uma linha pontilhada.

Figura 5 – Layout do processo produtivo do setor de costura

As tarefas realizadas pelas costureiras são desenvolvidas de forma sequencial, seguindo uma linearidade quanto á movimentação do produto em processo dentro do setor. Dessa forma, a malha proveniente do setor de corte entra no setor de costura por (E) e é logo destinada a tarefa 1 realizada do posto 1(PT1). Conforme a costureira termina a sua operação, ela deposita a camisa em montagem em uma mesa auxiliar (MA) localizada ao seu lado, entre os postos de trabalho e 1 e 2. Com isso, a costureira do posto seguinte tem acesso ao produto. A tarefa 2 é realizada no posto de trabalho 2(PT2), e por fim, a tarefa 3 é desenvolvida no posto de trabalho 3 (PT3). O tempo prescrito para cada uma das tarefas do setor de costura é de aproximadamente 1 minuto. As descrições das tarefas de cada uma das costureiras são apresentadas no Figura 6.

(11)

11

Figura 6 – Detalhamento das tarefas do processo de montagem das camisas

A tarefa e a máquina de trabalho foram definidas no momento da contratação das costureiras. No entanto, como todas elas possuem conhecimento para operar qualquer uma das máquinas e realizar cada uma das tarefas, quando necessário de acordo com o pedido e da ausência da costureira 1 em um dos turnos, a costureira 2 pode vir desenvolver a tarefa da costureira 1, visto que ambas trabalham com o mesmo tipo de máquina (Overlock), e não sendo necessária a troca do posto de trabalho, mas sim a mudança da tarefa a ser realizada pela costureira 2. Isto pode ser observado na Figura 5, onde a costureira 2 realiza a tarefa 1 e 2 do processo do setor. Raramente a costureira 3 desenvolve a tarefa das demais em virtude da maior experiência e habilidade com sua máquina de trabalho (Galoneira), sendo necessária a

(12)

12 mudança do posto de trabalho 3 para o 1 nos momentos em que uma tarefa diferente da sua deve ser realizada.

Figura 7 – Tarefas do processo de produção do setor de costura

Além dos fatores ambientais e da estrutura do posto de trabalho, a atividade das costureiras é influenciada pelas variabilidades que existem no processo, tais como os modelos, tamanhos, tipos de tecido, prazo de entrega e sazonalidade.

A confecção produz os seguintes modelos: polos, t-shirt e regatas, com diferentes tipos de gola e mangas. Esses modelos são produzidos de acordo com os tamanhos PP, P, M, G, GG, EX, além dos mesmos tamanhos em estilo baby look.

Quanto aos tecidos existem três tipos com os quais a empresa utiliza para a produção, que são: Malha PV, Malha em algodão fio 30, e Piquet. Todos eles possuem texturas diferentes, o que em alguns casos facilita o trabalho, e em outros requer uma maior atenção como o Piquet. Além das malhas, dependendo do tipo de camisa encomendada, são adicionadas golas e mangas com diferentes acabamentos, o que aumenta o tempo de produção por unidade, sendo necessário uma maior agilidade para atingir a meta diária. As cores tanto do tecido quanto da linha são fatores frequentes de queixa por parte das costureiras e influenciam bastante na realização da atividade. Quanto mais escura foi a cor, mais difícil é a visualização da costura que se está realizando, sendo necessário refazer a costura com uma maior frequência quando comparada as outras cores, desperdiçando dessa forma tempo e material.

(13)

13 Em relação à sazonalidade, geralmente em períodos de início de ano letivo das escolas e no retorno das férias de junho, há um grande aumento no número de pedidos pelo fato da empresa ter como principais clientes escolas públicas e privadas, fazendo com que o ritmo de produção também seja elevado para atender a todas as encomendas.

Os prazos de entrega a priori são ordenados de acordo com o recebimento dos pedidos. No entanto, por vezes, essa ordem sofre alterações de acordo com as prioridades de produção que são geradas diretamente pela necessidade que os clientes possuem em receber o seu pedido com um prazo menor, podendo assim a produção de um determinado pedido ser interrompida para a fabricação de outro considerado como sendo de maior urgência

Além disso, outro momento crítico do processo ocorre quando urgências são estabelecidas para o dia provocando constrangimentos temporais significativos por meio de regulações como a intensificação do ritmo de trabalho.

3.3. Análise Postural

Por meio da análise da postura e movimentos exercidos pelas costureiras, realizada por observações in loco, registros em vídeos e fotografias, foi possível identificar a postura característica adotada com maior frequência (Figura 8) durante a jornada de trabalho. Cada costureira leva em média cerca um minuto para realizarem sua tarefa por unidade em produção, e em aproximadamente 70,1% do ciclo (42 segundos) elas permanecem na postura característica selecionada para a análise. Essa característica foi observada nas três etapas do processo existente do setor.

A partir da determinação da postura característica, realizou-se a aplicação do REBA considerando a postura característica selecionada para cada costureira. Os resultados apontam a que a postura adotada pelas costureiras 2 e 3 possuem risco alto e necessitam de intervenções a serem realizadas de forma rápida. A postura característica adotada pela costureira 1 tem nível de risco médio e necessita de intervenções. Os membros superiores, em

(14)

14 especial os braços, antebraços, punhos e, o pescoço, atingiram as pontuações elevadas, necessitando atenção no redimensionamento do posto de trabalho.

Os dados obtidos por meio da atribuição de pontuações para cada segmento corporal são apresentados na Tabela 2, a serem posteriormente empregados para a avaliação do posto de trabalho e no ambiente como um todo.

Figura 8 – Postura característica analisada

Tabela 2 – Pontuação e resultados da atribuição de valores da análise da postura característica das costureiras

O diagrama de Corllet adaptado foi aplicado ao final de uma jornada de trabalho, em que as costureiras desempenharam cada uma delas as atividades descritas no quadro 2. Uma figura do corpo humano segmentado foi exposta e pedido que as funcionárias apontassem as regiões em que sentiam dores e a intensidades delas.

(15)

15 Os resultados obtidos pelas indicações dos incômodos causados pelas dores de cada funcionária do setor são apresentados na Tabela 3, em que é especificada a parte do corpo, a intensidade da dor e a posição.

Mediante análise dos dados contidos na tabela, foram identificados os segmentos que receberam maiores atribuição de valores de intensidade das dores, os quais são: ombros, costas, cotovelo/antebraço esquerdo e pulsos/mãos. Não houveram indicações de dores muito agudas ou insuportáveis, no entanto dores de nível 1, 2 e 3 representam respectivamente 30,50%,25,0% e 33,33% das queixas pela população de funcionárias analisada.

Tabela 3 – Nível de desconforto após um dia de trabalho

Destaca-se a ocorrência de dor aguda (intensidade 3) nas costureiras 1 (59 anos e 20 anos atuando na empresa como costureira.) e 2 (35 anos de idade e atuando no setor de costura há 18 anos) nos ombros direito e esquerdo e na coluna. A dor aguda também é apontada na mão/pulso esquerdo na costureira 1 e mão/pulso direito e no antebraço direito na costureira 2. Destaca-se que a costureira 1, está a 5 anos trabalhando em jornada diária de 4 horas.

(16)

16 A costureira 3, trabalhando há 3 anos na empresa e no cargo de costureira, relatou dor aguda na coluna e na mão)pulso esquerdo. No entanto, já sente dores moderadas nos ombros, antebraços, pulso/mão.

A aplicação do questionário nórdico forneceu informações quanto á sintomas de problemas osteomusculares nos segmentos corporais indicados pelo método, trazendo um retrospecto temporal e apresentando os segmentos que causaram faltas no trabalho em virtude das dores. Os resultados obtidos são apresentados na Figura 9.

Com base nos resultados expostos no gráfico acima, a região corpórea relatada com maior incidência de problemas nos últimos 7 dias foram os ombros, apontados por todas as funcionárias do setor, seguido dos punhos e mãos, coluna dorsal e coluna lombar igualmente (66,66%). A questão se agrava quando é realizada uma retrospectiva dos últimos 12 meses, sendo os ombros, punhos e mãos, coluna dorsal e lombar apontados pelas 3 costureiras como regiões com maior ocorrência de problemas. Vale ressaltar que os cotovelos, tornozelo e pés foram avaliados significativamente (66,66%), além dos joelhos (33,33%). As ausências ao trabalho nos últimos 12 meses se deram por limitações nos ombros e coluna lombar. Em nenhum momento foram relatados desconfortos pescoço, quadril ou coxas.

(17)

17

4. Considerações finais

A análise da atividade do setor de costuras na microempresa, confirmou os estudos da revisão da literatura, que identifica o setor de costura como o que possuí um dos maioresriscos de ocorrência de desordens corporais nas funcionárias em virtude da repetitividade em ciclos curtos que a atividade exige, da ausência de pausas, associados aos problemas posturais decorrentes da inadequação do posto de trabalho.

As técnicas de avaliação de desconforto e/ou dor aplicadas, diagrama de Dores de Corllet e Manenica e Questionário Nórdico, apontaram queixas em quase todos os segmentos corporais, sendo os relatados com maior frequência de dores os ombros e punhos. A aplicação do REBA também gerou pontuações elevadas para todas as costureiras, em que indicaram mudanças necessárias a serem implementadas de forma rápida, fornecendo indícios de pontos a serem considerados no redimensionamento ou reestruturação do posto de trabalho. Os membros superiores, em especial os braços, antebraços, punhos e, o pescoço, atingiram as pontuações elevadas, necessitando atenção no redimensionamento do posto de trabalho. A análise das atividades das costureiras na microempresa aponta necessidades de redimensionamento do posto de trabalho e mudanças na organização do trabalho, afim de minimizar os riscos de adoecimento das operadoras.

REFERÊNCIAS

BARRETO, Margarida. Caderno de Saúde do Trabalhador: A indústria do vestuário e a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras. São Paulo: Instituto Nacional de Saúde no Trabalho - Inst, 2000. 25 p. Disponível em: <http://www.cerest.piracicaba.sp.gov.br/site/images/caderno10_vestuario.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Dor relacionada ao trabalho: lesões por esforços repetitivos (LER):

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort). Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância

em Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012.

(18)

18

BRASIL. REDE NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O INVESTIMENTO. (Org.). Setor Têxtil e de

confecções. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/renai/public/arquivo/arq1273166252.pdf>.

Acesso em: 22 abr. 2017.

CARVALHO, Paula da Silva. A IMPORTÂNCIA DA INDÚSTRIA DA MODA PARA A PRODUÇÃO

TÊXTIL. 2010. 48 f. Monografia (Especialização) - Curso de Economia, Pontifícia Universidade Católica do

Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.econ.puc-rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/Paula_da_Silva_Carvalho.pdf>. Acesso em: 21 abr. 2017.

COMPER, M. L. C. &PADULA, R. S. (2013). Avaliação do risco ergonômico em trabalhadores da indústria

têxtil por dois instrumentos: quickexposurecheck e jobfactorsquestionnaire. Fisioter. Pesqui., 20 (3),

215-221.

MASCULO, Francisco; VIDAL, Mario Cesar. Ergonomia: Trabalho adequado e eficiente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. ABEPRO.

MAZINI FILHO, M. L., PROENÇA, T., SAVOIA, R., VENTURINI, G., RODRIGUES, B., MARTINS, F. et al. (2012). A visão de costureiras em relação a seus postos de trabalhos e os problemas relacionados ao

mesmo. Ação Ergonômica – Revista Brasileira de Ergonomia, 9 (2), 47 – 66.

INT (INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA). Manual de aplicação dos dados antropométricos: ERGOKIT. Rio de Janeiro, 1995.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. Acesso em: 11 nov. 2016.

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas S.a, 2002. 176 p.

Disponível em:

<https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_projeto_de_ pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf>. Acesso em: 29 out. 2016.

GOULARTI FILHO, Alcides; JENOVEVA NETO, Roseli. A indústria do vestuário: economia, estética e

tecnologia. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1997.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2ª Edição revisada e ampliada. Editora Edgard Blucher. 2005. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Manual de aplicação da norma regulamentadora nº17. 2 ed. Brasília: Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, 2002. 95 p. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/8A7C816A3DCAE32F013DCBE7B96C0858/pub_cne_manual_nr17(atualiz ado_2013).pdf>. Acesso em: 05 out. 2016.

O SURGIMENTO DA INDÚSTRIA NO BRASIL – ORIGEM E HISTÓRIA. Disponível em:

<http://www.acervoescolar.com.br/o-surgimento-da-industria-no-brasil-origem-e-historia/>. Acesso em: 22 abr. 2017.

PRAIA, D. T., ARÊAS, G. P. T., ARÊAS, F. Z. S., LEITE, H. R. & FREIRE JÚNIOR, R. C. (2013). Risco

ergonômico em costureiras da indústria de confecções de Coari – AM. Revista Pesquisa em Fisioterapia, 3

Referências

Documentos relacionados

O romance Usina, diferentemente dos demais do conjunto da obra pertencente ao ciclo-da-cana-de-açúcar, talvez em função do contexto histórico em que se insere, não

b) Na Biblioteca da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto coexistiram no tempo preocupações com a gestão física dos documentos e com o processamento de dados;

Os espectros de absorção obtidos na faixa do UV-Vis estão apresentados abaixo para as amostras sintetizadas com acetato de zinco e NaOH em comparação com a amostra ZnOref. A Figura

Em Campinas, São Paulo, o Ambulatório de Violência contra Criança e Adolescentes (VCCA), localizado no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de

Assim, a anamnese vocal na sua generalidade deve permitir: explorar o comportamento e o perfil vocal do indivíduo; identificar os possíveis factores causais, desencadeantes e

A combinação dessas dimensões resulta em quatro classes de abordagem comunicativa, que podem ser exemplificadas da seguinte forma: interativo/dialógico: professor e

O terceiro capítulo é, portanto, dedicado à proposição de ações de gestão, tendo como base a confirmação das questões apontadas para este trabalho de pesquisa, quais sejam: o

Na experiência em análise, os professores não tiveram formação para tal mudança e foram experimentando e construindo, a seu modo, uma escola de tempo