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AMARELINHA COMO JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA SOBRE OS BIOMAS BRASILEIROS

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Academic year: 2021

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“AMARELINHA” COMO JOGO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE

GEOGRAFIA SOBRE OS BIOMAS BRASILEIROS

Yume Kikuda Silveira – Graduanda em Geografia Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP

Campus de Ourinhos yu_silveira@hotmail.com Luciene Cristina Risso – Professora Assistente Doutora da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP –

Campus de Ourinhos Luciene@ourinhos.unesp.br INTRODUÇÃO

Atualmente é possível encontrar a Educação Ambiental disseminada em muitas áreas, através de projetos e campanhas realizadas por ONGs, por grupos de pesquisas das universidades entre outros, com a finalidade de ligar a comunidade aos temas ambientais e auxiliar os indivíduos em sua formação enquanto cidadãos críticos. Muitos desses projetos que são realizados em escolas unem o espaço universitário às comunidades locais, possibilitando novas experiências para ambos os lados.

O termo educação ambiental surge em 1965, em Keele na Grã-Bretanha, como uma forma de pensar e lutar por um ambiente melhor, diante do cenário de impactos negativos advindos da intensificação da urbanização e do crescimento da produção industrial. Assim, a educação ambiental visaria educar cidadãos conscientes de seus atos perante o mundo em que vivemos. Ela seria “então transformadora buscando atrelar ao cidadão um caráter participativo nas atividades sociais e ambientais em um exercício pleno de sua cidadania” (Dias, 2004 apud Risso, 2009).

A Educação Ambiental passa a atuar na sociedade como uma ferramenta capaz de auxiliar os indivíduos em sua formação, complementando-os, já que a partir dela é possível trabalhar com questões referentes a valores de cidadania, respeito ao meio ambiente e atuar, muitas vezes por meio de projetos, em ações concretas as quais contribuem para uma maior conservação do meio ambiente, mantendo suas características e permitindo as transformações daquilo que lhe trará benefícios.

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Deste modo, concordamos com Dias (2004, p.148) ao ressaltar que:

A Educação Ambiental é considerada um processo permanente, pelo qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir - individual e coletivamente - e resolver problemas ambientais presentes e futuros.

E também com Loureiro (2006, p.28) que assinala:

A Educação Ambiental não atua somente no plano das idéias e no da transmissão de informações, mas no da existência, em que o processo de conscientização se caracteriza pela ação com conhecimento, pela capacidade de fazermos opções, por se ter compromisso com o outro e com a vida. Para TELLES (2002), a educação ambiental possui como objetivos a conscientização, conhecimento, atitudes, habilidades e a capacidade de avaliação para poder tomar as devidas providências e participação nos cuidados, melhorias e responsabilidades perante o ambiente.

Sobre o processo de formação de cidadãos críticos através da educação ambiental, PELICIONI& PHILIPP (2005) garantem que:

A educação ambiental vai formar e preparar cidadãos para a reflexão crítica e para uma ação social corretiva ou transformadora do sistema, de forma a tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos (PELICIONI & PHILIPPI, 2005, p. 3).

Dessa forma, considerando a notável relevância da educação ambiental e de suas diversas formas de ser implementada, este projeto vislumbrou à criação de um jogo didático que pudesse contribuir para o aprendizado sobre os biomas brasileiros, facilitando a interpretação de suas fisionomias além de contribuir com o docente para que este tenha mais facilidade em explicar o tema, contribuindo com novas didáticas em sala de aula.

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Reconhecemos a importância do tema ambiental e da conservação da diversidade biológica ou biodiversidade, que segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) define como:

Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e complexos ecológicos de que fazem parte; Compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e ecossistemas. (1992, p.9.)

Optou-se pela escolha da “amarelinha” pois, de acordo com STEFANELLO (2008), “propiciar situações lúdicas na escola favorece o desenvolvimento de habilidades necessárias para a construção do conhecimento”, e, assim, os jogos didáticos facilitam criar um ambiente lúdico na sala de aula, contribuindo para a construção do conhecimento de maneira mais aprazível, além de dinamizar as aulas teóricas.

Este trabalho insere-se no projeto do Núcleo de Ensino, coordenado pela Profª. Dra. Luciene Cristina Risso, tendo como objetivo principal a pesquisa e produção de materiais didáticos para os alunos da rede pública estadual, por meio do grupo CENPEA (Centro de estudos de percepção de educação ambiental).

OBJETIVOS

O projeto possui como objetivo principal produzir material didático para estudantes da rede pública estadual, além de auxiliar os professores nas aulas de Geografia, contribuindo para a melhoria do ensino de Ourinhos-SP.

Este trabalho tem como objetivos específicos os itens abaixo:

• Desenvolver um jogo didático de “Amarelinha” que possa ser utilizado nas aulas de Geografia.

• Confeccionar o jogo em sua forma física no material de E.V.A., sendo que serão elaborados dois jogos de amarelinha para cada bioma.

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• Produzir as cartilhas dos biomas que têm por função auxiliar tanto o professor quanto o aluno durante a “brincadeira”.

• Disponibilizar no site do Cenpea (www.cenpea.com.br) os jogos didáticos em formato “pdf”.

METODOLOGIA

O trabalho constituiu de revisões bibliográficas acerca da temática da biodiversidade, biomas brasileiros, educação ambiental e geografia, a produção do material didático e aplicação do material em escolas.

Especificamente sobre a produção do material didático, foi escolhido o “tradicional” jogo para crianças conhecido como “Amarelinha”, o qual normalmente se brinca nas ruas. É um jogo muito simples, cujo principal objetivo é percorrer as “casas” (quadrados) numeradas de 1 a 10, com o destino final o “céu”. Para brincar, a criança joga uma pequena “pedra”, cascalho ou graveto em uma das casas, iniciando pelo número 1, e não pode pisar na “casa” onde a “pedrinha” se encontra, é preciso pulá-la.

A inovação e adaptação desse jogo, é que cada “casa” (ao invés de números) apresenta uma questão sobre os biomas brasileiros e ao final chega-se a adivinhação do bioma (ao invés do céu). Para a classificação de biomas, escolhemos de Dora de Amarante ROMARIZ (1996), ao qual designa de Floresta Latifoliada Equatorial (Amazônia), Floresta latifoliada Tropical (mata atlântica do interior), Floresta Latifoliada Tropical Úmida de Encosta (Mata Atlântica),Mata de Araucária, Caatinga, Cerrado, Campos e complexo do pantanal. Desses, trabalhamos com a Floresta Latifoliada Equatorial (Amazônia), Floresta Latifoliada Tropical Úmida de Encosta (Mata Atlântica), Caatinga, Cerrado e Campos, foram escolhidos esses 5 biomas por serem mais conhecidos dos próprios estudantes, decidimos concentrar apenas nesses biomas para não dispersar muito enquanto joga-se. Foram confeccionados 10 jogos de “Amarelinha”, dois de cada bioma.

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As questões elaboradas e encontradas em cada “casa” têm suas representantes em cada jogo, pois as perguntas são adequadas a cada bioma, mas correspondentes. As questões que estão nos jogos são: “Qual o principal solo encontrado no bioma?”, “Fale um animal encontrado somente na Caatinga”, “Qual o clima predominante no bioma?”, “Uma árvore característica do bioma”, “Outro animal encontrado somente na Mata Atlântica”, Outra árvore característica do bioma”, “Cite três estados onde é encontrada a Floresta Latifoliada Equatorial”, “Mais um animal encontrado somente nos Campos”, “Quanto do Cerrado já foi devastado?”.

Importante lembrar que, antes de se iniciar o jogo, o professor deve distribuir as cartilhas aos grupos de educandos, que devem ler as cartilhas correspondentes ao seu bioma, já que nela contém informações relevantes para poder responder as perguntas que serão desvendadas ao longo da brincadeira, como também imagens de alguns animais e árvores que podem ser encontradas no bioma. Para ressaltar algumas diferenças sobre os biomas, os alunos podem ver alguns exemplos nas cartilhas, como as imagens e os dados. A intenção da cartilha é bem simples: propiciar um conhecimento prévio aos alunos para que eles possam jogar a “amarelinha”, permitindo a eles que construam o conhecimento de forma lúdica, auxiliando também o professor a passar conteúdos que muitas vezes são distantes da realidade dos alunos.

Os jogos de “amarelinha” podem ser aplicados em salas de aula, mais especificamente no terceiro bimestre do oitavo ano (antiga sétima série) do ensino fundamental, de acordo com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008), perpassando o tema “A crise ambiental” e o subtema “A biodiversidade ameaçada”. Também podem ser aplicadas na primeira série do ensino médio (quarto bimestre), no tema “Globalização e urgência ambiental” e ao subtema “Os biomas terrestres: clima e cobertura vegetal”.

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O presente trabalho foi concluído com as 10 (dez) cartilhas temáticas prontas, tanto na forma física, quanto em formato digital, bem como os jogos de amarelinhas, que podem ser observados nas imagens abaixo (Figuras 1 e 2).

Figura 1- Jogos de Amarelinha finalizados

Fonte: Material produzido por SILVEIRA, Y. K. (2012)

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Fonte: material produzido por SILVEIRA, Y. K. (2012).

A produção desses jogos didáticos voltados para o ensino é ancorada na construção do conhecimento de forma lúdica, possibilitando um ambiente de aprendizado mais agradável, como já dito por STEFANELLO (2008), que ao se criar as situações lúdicas no ambiente escolar, o desenvolvimento das habilidades necessárias para a construção do conhecimento são favorecidas. Concordamos com este pensamento e esperamos além de dinamizar as aulas de Geografia propiciando situações em que aja uma maior interação entre os alunos e o próprio professor.

O jogo didático teve sua primeira aplicação em uma escola no segundo semestre de 2013, na escola E.E. Dr. Ary Corrêa, localizada na cidade de Ourinhos (Figura 3). Foram aplicadas as amarelinhas e suas respectivas cartilhas em quatro turmas da sexta série/sétimo ano, juntamente com a aplicação de um questionário após a atividade, cujos resultados estão sendo analisados e pretende-se uma nova aplicação no ano de 2014.

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Figura 3- Aplicação dos jogos didáticos na E.E. Dr. Ary Corrêa

Fonte: arquivo da autora - Silveira, Y. K. (2013).

Como os arquivos digitais estão todos finalizados, disponibilizaremos no site do Cenpea (www.cenpea.com.br), no formato de arquivo “pdf”, para que outros professores tenham a oportunidade de utilizar com seus alunos. Também colocaremos outras alternativas para confeccionar os jogos, os quais foram feitos com amarelinhas de EVA, entretanto é possível utilizar outros materiais mais baratos e prováveis de serem encontrados nas escolas, como papelão, cartolinas, entre outros, para que realmente seja possível utilizar em sala de aula.

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. A convenção sobre Diversidade Biológica – CDB, cópia do Decreto Legislativo nº2, de 5 de junho de 1992. M.M.A., Brasília, 2000.

Disponível em

http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/cdbport_72.pdf acessado em 04/05/2014

DIAS, G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas.9 ed. São Paulo: Gaia, 2004. LOUREIRO, C. F. B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2004.

TELLES, M. de Q.; ROCHA, M. B. da; PEDROSO, M. L.; MACHADO, S. M. de C. Vivências Integradas com o Meio Ambiente. São Paulo: Sá Editora, 2002.

SANTOS, Silvio de Oliveira. Princípios e técnicas de comunicação. In: PHILIPPI JR, A.; PELICIONI, M.C.F (Eds). Educação Ambiental e sustentabilidade. Barueri: Manole, 2005. p.437-465.

RISSO, L.C. Pesquisas em Educação Ambiental e Produção de Material Didático. In: PINHO, S. Z.; OLIVEIRA, J. B. de. (Org.). Núcleos de Ensino da UNESP (recurso eletrônico): artigos dos projetos realizados em 2009. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2009, v.1, p.729-746.

ROMARIZ, Dora de A. Aspectos da vegetação do Brasil. São Paulo. Edição da autora, 2ª edição, 1996. Pg. 37 a 43.

SÃO PAULO. Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Proposta Curricular do Estado de São Paulo. São Paulo: SEE, 2008.

STEFANELLO, Ana Clarissa. Práticas de ensino na geografia escolar. In: ______. Didática e avaliação da aprendizagem no ensino de Geografia. Curitiba: IBPEX, 2008. P. 105-120.

Referências

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