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Crises cambiais: modelo geral

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Academic year: 2021

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Sumário

1. Conceitos básicos

2. Modelo geral de crise cambial 3. Efeito contágio

4. Sintomas

5. Catalisadores e modelos de crise cambial 6. Resumo

(4)

1. Crise cambial: conceitos básicos

processo (situação)

evento (eclosão)

sintomas (manifestações)

(5)

Crise cambial: definição

processo de acúmulo de

desequilíbrios nas relações

econômicas internacionais que é

insustentável ao longo do tempo

(6)

Eclosão e manifestação

• desequilíbrio causa, geralmente, um

episódio repentino de ruptura, de eclosão da crise

Manifestações diversas

• maxidesvalorização cambial

• queda das reservas

• aumento da taxa de juro

(7)

• Crise cambial, seja como processo, seja como evento (episódio), tem graves

repercussões

• formação econômica de muitos países em desenvolvimento é marcada por crises

cambiais

• crises têm sido determinantes das estratégias de desenvolvimento, das

políticas governamentais e do desempenho econômico de muitos países

(8)

História econômica contemporânea: inúmeros eventos de crise cambial

•México e América Latina (1982)

•México (1994)

•Tailândia e Sudeste Asiático (1997)

•Rússia (1998)

•Brasil (1999)

•Argentina (2001)

(9)

Após a eclosão da crise financeira

global em 2008

crise cambial em um conjunto

significativo de países

•desenvolvidos (por exemplo, Suécia, Austrália e Nova Zelândia)

•em desenvolvimento (por exemplo, Brasil, Rússia e México)

(10)
(11)

2. Modelo geral de crise cambial

determinantes (causas principais)

catalisadores (aceleradores)

sintomas (manifestações)

(12)
(13)

Determinante básico da crise cambial:

Vulnerabilidade externa

•catalisadores (aceleradores): decorrem de fragilidades ou vulnerabilidades internas do país

•efeito contágio: países sofrem crise cambial em decorrência da reação em cadeia

(14)

Modelo geral destaca também a

diferença entre

situação de crise

episódio de crise

• de modo geral, associados à

maxidesvalorização cambial e à perda de reservas internacionais

(15)

Vulnerabilidade externa significa a

capacidade, em razão inversa, de resistência das economias nacionais a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos

Duas dimensões igualmente importantes

•opções de resposta com os instrumentos de política disponíveis

•custos de enfrentamento ou de ajuste em resposta aos eventos externos

(16)

Vulnerabilidade externa determina

opções de política (policy space)

(17)

Vulnerabilidade externa abrange as esferas das relações econômicas internacionais:

•comercial

• comércio exterior de bens e serviços •produtiva

• IED, atuação de empresas estrangeiras no país e empresas nacionais no exterior

•tecnológica

• fluxos internacionais de ativos intangíveis •monetário-financeira

(18)

Padrão de inserção do país no sistema econômico internacional: causa da

vulnerabilidade externa

•esfera comercial

peso relativo da exportação de commodities

• baixa competitividade do setores secundário e terciário

•esfera produtiva

• forte presença de empresas estrangeiras

• fluxo expressivo de remessas de lucros e dividendos

(19)

Continuação...

•esfera tecnológica

• atraso do sistema nacional de inovações

• grande dependência tecnológica

• despesas permanentes na conta de serviços •esfera monetário-financeira

• fluxo expressivo de pagamentos de juros

• elevado passivo externo financeiro

• dívida, investimento externo indireto, derivativos, etc.

(20)

Continuação...

Vulnerabilidade externa é fundamental

•determinado choque externo ou fator

desestabilizador interno pode encontrar ou não o

canal de transmissão

(21)

Exemplos: desequilíbrios de estoque

•volatilidade dos preços internacionais das commodities tem maior impacto sobre

economias em que o setor primário-exportador tem maior peso relativo na economia

•mudanças nas taxas de juros internacionais ou na liquidez internacional tendem a afetar

principalmente os países com maior passivo externo financeiro

(22)

Vulnerabilidade externa

Vulnerabilidade externa é condição necessária para que operem os catalisadores

•fatores desestabilizadores internos ou externos • falha de governo • crise política • quebra de safra • bolha de consumo • sobreendividamento • choque externo • efeito contágio • etc.

(23)

3. Efeito contágio

efeito dominó

reação em cadeia provocada por um

evento específico no exterior

crise cambial no país A transborda e

afeta o país B

(24)

Entretanto,

• efeito contágio pode ocorrer depois da eclosão da crise cambial no país B

aprofunda a crise no país B

exemplo,

• efeito contágio da crise argentina em 2001 sobre a crise cambial brasileira

• efeito contágio não é protagonista e, sim, coadjuvante na crise cambial

(25)

Efeito contágio: mecanismos

• concorrência internacional

• repercussões bilaterais

• similaridade no padrão de vulnerabilidade externa e nos desequilíbrios internos

(26)

Efeito concorrência internacional

maxidesvalorização no país A aumenta o risco de desvalorização cambial no país B. Percepção de risco provoca o ataque especulativo e eclode a crise cambial

Efeito repercussões bilaterais

• elevado multiplicador de repercussões bilaterais entre o país A e o país B

crise cambial no país A pode precipitar a crise cambial no país B

(27)

Efeito similaridades

fenômeno de generalização da aversão ao

risco

similaridade quanto à vulnerabilidade

externa e à situação macroeconômica

(ex.: dependência de commodities)

similaridades diversas (ex.: América

Latina)

(28)

“Cinco frágeis” - agosto de 2013

=> Brasil, África do Sul, Indonésia, Índia e Turquia

• “cinco frágeis” - em comum um padrão de

vulnerabilidade externa marcado por: dependência em relação ao petróleo importado

• déficit na conta de transações correntes

• elevado passivo externo líquido

(29)

Efeito ajuste de portfólio

crises cambiais e financeiras

aumentam a aversão ao risco

investidores internacionais ajustam

suas carteiras de investimentos

estratégia de “fuga pela qualidade”

(“portos seguros”)

(30)

Efeito ajuste de portfólio, cont...

desinvestimentos em países de maior

risco

“comportamento manada”: grande

investidor retira seus investimentos e

é seguido pelos outros investidores

fuga maciça de capitais que resulta

em crise cambial

(31)
(32)

Sintomas

=> intervenções ou controles diretos

sobre o mercado de câmbio também

são sintomas de crise cambial latente

ou manifesta

intervenções “suaves”

(33)

Principais intervenções suaves

oferta de dólares no mercado spot

swap cambial

• operações no mercado futuro

• emissão de títulos com correção cambial

• transações com ouro no mercado nacional e no mercado internacional

(34)

Intervenções duras ou controles

diretos: cardápio variado

taxas múltiplas de câmbio

controle de capitais (entrada e

saída)

centralização das operações de

câmbio

(35)

Intervenções também podem ser •medidas preventivas

•instrumentos de ajuste das contas externas

Intervenções podem ser medidas •passivas: reativas decorrentes da crise cambial (sintomas)

(36)
(37)

Sintomas, cont...

• episódios de crise cambial são, invariavelmente, relacionados a maxidesvalorizações cambiais

• estudos empíricos: crises cambiais são identificadas quando a desvalorização nominal é de pelo menos 25% em

comparação com o mês anterior

(38)

Maxidesvalorização

indicador mais evidente de crise

cambial, mais especificamente, de

eclosão de crise cambial

(39)

Outros sintomas de crise cambial

perda significativa de reservas

internacionais (nível crítico)

aumento da taxa de juro

operações em mercados futuro e a

termo de câmbio

(40)

Outros sintomas de crise cambial, cont...

operações de leilão de linha

swaps cambiais

indexação dos títulos públicos à variação

da taxa de câmbio

vender ouro no mercado nacional e no

mercado internacional

(41)

Outros sintomas de crise cambial, cont...

atrasados comerciais

moratória ou suspensão dos

pagamentos da dívida externa

calote da dívida externa

(42)
(43)

5. Catalisadores e modelos de

crise cambial

Modelos de primeira geração

falhas de governo

•aumento do déficit público e

regime de câmbio fixo

deterioração de expectativas

(44)
(45)

Modelos de segunda geração

fundamentos macroeconômicos estão

corretos

•déficit de credibilidade do governo

quanto à sustentação da taxa de câmbio

catalisador (interno ou externo) =>

perda de confiança => ataque

(46)

Modelos de terceira geração

fundamentos macroeconômicos sólidos

liberalização e desregulamentação

financeira =>

sobreendividamento

no

exterior

percepção de risco de crise bancária e

financeira

crise cambial

(47)

Denominador comum dos modelos

mudança das expectativas dos

agentes econômicos

Foco: relação

(48)

Modelos de 1ª, 2ª e 3ª geração

discutidos acima deixam de responder

a uma questão-chave:

Que fator ou conjunto de fatores

(49)

Modelos focam nos fatores catalisadores de eclosão da crise cambial:

•políticas econômicas expansionistas, câmbio fixo e nível crítico de reservas (modelos de 1ª geração)

•credibilidade do governo e sustentação da taxa de câmbio (modelos de 2ª geração)

•liberalização financeira e

sobreendividamento externo (modelos de 3ª geração)

(50)

No modelo geral de crise cambial

• vulnerabilidade externa: causa básica

• impacto dos catalisadores (aceleradores) e velocidade do ataque especulativo

dependem do padrão de vulnerabilidade externa de cada país

• secundário que os fundamentos macroeconômicos estejam sólidos

(como acontece nos modelos de 2ª e 3ª gerações)

(51)

Modelo geral: catalisadores de

crises cambiais

falhas de governo

• políticas fiscal e cambial

falhas de mercado

• sobreendividamento

choques externos

mercado de commodities, mercados financeiros sub-prime

(52)

6. Resumo

• crise cambial pode ser definida como um processo de acúmulo de desequilíbrios nas relações econômicas internacionais que é insustentável ao longo do tempo

• situação de desequilíbrio causa,

geralmente, um episódio repentino de ruptura, de eclosão da crise

(53)

Situação de crise e a eclosão da crise

têm inúmeras manifestações

(sintomas)

• maxidesvalorização cambial

• queda das reservas

• aumento da taxa de juro

operações de swap cambial

• etc.

(54)

Modelo geral de análise de crises

cambiais: distinção entre

determinante básico

• vulnerabilidade externa

catalisadores

• fatores internos

(55)

Vulnerabilidade externa é a capacidade,

em razão inversa, de resistência a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos Há inúmeras fontes de vulnerabilidade

externa. Esferas •comercial •produtiva •tecnológica •monetário-financeira

(56)

Vulnerabilidade externa. Exemplos (Brasil, século XXI):

•forte dependência em relação à exportação de commodities (esfera comercial)

•fragilidade do sistema nacional de inovações (esfera tecnológica)

•significativa presença de empresas

estrangeiras na economia (esfera produtiva)

•elevado passivo externo financeiro (esfera financeira)

(57)

Fatores endógenos funcionam como catalisadores de crises cambiais

Modelos de 1ª, 2ª e 3ª geração destacam a importância de fatores como falhas de

governo:

• políticas macroeconômicas expansionistas

manutenção de regime de câmbio fixo

• nível crítico de reservas

• falhas na supervisão prudencial

(58)

Modelos destacam, ainda, como

fatores endógenos (catalisadores) as

falhas de mercado

liberalização financeira

(59)

Modelo geral:

fatores desestabilizadores externos

(choques e efeito contágio)

fatores desestabilizadores internos

(falhas de governo e falhas de

mercado)

Catalisadores

desequilíbrio ou choque externo

(60)

Catalisador de crise cambial

raiz: a vulnerabilidade externa do

país

Eclosão de crises gêmeas: crise

cambial e financeira

crise cambial pode preceder a crise

financeira em decorrência da própria

vulnerabilidade externa

(61)

Modelo geral de crise cambial

destaca que o enfrentamento de

crises cambiais envolve diversos

instrumentos

Instrumentos também são

sintomas e indicadores de crise

cambial

(62)

Governos podem combinar intervenções

“suaves” com intervenções “duras”

As principais

intervenções suaves

são:

oferta de dólares no mercado spot

swap cambial

operações no mercado futuro

emissão de títulos com correção cambial

transações com ouro no mercado

nacional e no mercado internacional

(63)

Cardápio variado de intervenções duras

ou controles diretos

taxas múltiplas de câmbio

controle de capitais (entrada e saída)

centralização das operações de

câmbio

(64)

Crises cambiais têm, de modo

geral, forte impacto

Modelo geral destaca que as

políticas econômicas de

enfrentamento das crises têm

efeitos não somente econômicos

como também sociais, políticos e

institucionais

(65)

Experiência histórica de países na

América Latina e em outras regiões

mostra que, frequentemente,

crises políticas e institucionais são

precedidas de crises nas contas

externas e crises cambiais

(66)

Estudo de caso: Europa 2008-...

•Após a eclosão da crise financeira global em 2008 alguns países europeus experimentam

crises profundas econômicas, sociais, políticas e institucionais

•Crises têm na origem os desequilíbrios

externos (problemas de financiamento do déficit no balanço de pagamentos)

(67)

Países europeus que sofrem crise

profunda: Grécia, Portugal,

Espanha, Ucrânia

Países europeus que foram afetados

em grau muito menor pela crise

(68)

• Distinção entre esses grupos não está nas falhas de governo (dívida pública) ou falhas de mercado (liberalização financeira,

sobreendividamento)

• O que distingue os países europeus em

crise é a vulnerabilidade externa expressa, principalmente, no passivo financeiro

(69)
(70)

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